Depois do almoço com Neal Cassady, Regina e Killian foram para a World Lost e informaram David e Mary Margaret. Os donos aceitaram muito bem a proposta de Neal Cassady, principalmente pelo fato de a W.L. não ter nada para esconder.
***
Regina estava sob seu chuveiro, enquanto a água quente caía em seu corpo, deixando sua pele clara vermelha. Ela não conseguia parar de pensar em Robin Campbell, em como ele era bonito, e charmoso, e também em como ele a havia tratado. Por alguma razão aquele homem havia mexido com ela. Mas o que ela estava fazendo? Eleera homem um bilionário que poderia conseguir qualquer mulher, e ainda por cima estava noivo.
Regina se lembrou de quando conheceu Daniel. Em como ele olhava para ela, e como eram felizes. Por anos ela se dedicou totalmente a Henry, tendo-o como seu maior tesouro, e tudo o que ela precisava na vida. No entanto agora as coisas estavam diferentes. Henry não era mais uma criança dependente dela, que precisava de todo o seu tempo.
Regina saiu do banho e se deitou em sua cama como estava, e olhou para a foto no criado mudo ao lado de sua cama. Lá haviam duas fotos: uma de Henry quando tinha sete anos em um parque de diversões, e a outra de Daniel, com seus vinte anos, no mesmo parque. Regina sempre achou maravilhoso colocar aquelas fotos juntas, era como se pai e filho estivessem no mesmo lugar, ao mesmo instante.
Ela pegou a fotografia de Daniel e a encarou com os olhos cheios d'água. Será que já havia chegado a hora de ela encontrar um novo amor? Daniel uma vez lhe disse que se ele morresse, Regina deveria seguir sua vida. Mas seu peito ainda doía de se lembrar dele, e de que aqueles momentos doces ao lado dele jamais se repetiriam.
E foi abraçada àquela foto que Regina dormir.
***
Regina acordou no dia seguinte com sua campainha tocando insistentemente. Ela vestiu seu roupão -que foi a primeira coisa que achou- e desceu as escadas correndo.
— Pensei que não fosse abrir mais.— Killian falou já entrando na casa.
— Tá fazendo o que aqui a uma hora dessas?— Ela perguntou olhando no relógio sobre uma estante ao lado do sofá, e vendo que ainda eram quatro e meia da manhã.
—O casalzinho perfeito viajou ontem a noite para uma reunião. Porém a filhinha deles chega hoje, daqui meia hora, e eles me ligaram pedindo para irmos buscar ela no aeroporto.— Killian falou.
— Por quê?
— Porquê David quer que alguém próximo à família faça isso por eles.
— Qual é mesmo o nome daquela amiga da Mary Margaret? Ruby. Por que não pedem para ela?
— Porquê ela não trabalha para eles. Veste algo e vamos logo.
— Tenho de acordar o Henry. Não vou deixá-lo aqui sozinho.
— Deixa ele com seu amante.— Killian falou naturalmente.
—O quê?— Regina perguntou sem entender.
— Você não me parece o tipo de mulher que dorme pelada em vão. A propósito, você tem peitos maravilhosos.
— Killian.— Regina falou olhando para baixo e vendo que seu roupão não estava cobrindo totalmente seus seios, e o puxou cruzando seus braços por cima em seguida.
— Foi só um comentário amistoso. E então? Vai me apresentar o sujeito?
— Não tem sujeito nenhum.— Regina falou envergonhada e ríspida.
— Tá legal, vou acreditar que é só você e seu vibrador.
— Vai pro inferno.— Ela falou, subindo as escadas.
Ela conhecia muito bem Killian, e sabia que ele era um otário por natureza, e que brincadeiras como aquelas eram comuns para ele.
Quando Regina entrou no quarto do filho, o viu dormindo como um anjo. Ela só não sabia como ele não havia acordado com o escândalo de Killian.
Regina o olhou bem. Como acordar aquele anjo àquela hora da manhã? Quanto tempo levaria no aeroporto? Sem dúvidas ela não demoraria mais de uma hora. E sua casa ficava em uma vizinhança bastante segura. Se ela trancasse bem a casa não haveria perigo.
Regina então fechou a porta com cuidado e foi para seu quarto. Ela vestiu um vestido preto longo, com mangas - o primeiro que achou, e também era mais fácil pois a pouparia do trabalho de procurar por um sutiã ideal para a roupa, já que este tinha bojo-, pois estava frio. Em seguida enrolou um cachecol em seu pescoço e calçou uma sandália fechada.
Ela desceu as escadas e encontrou Killian mordendo uma maçã.
— É uma ótima maçã.— Ele falou mostrando-lhe a maçã que ele havia pegado na cozinha dela.
— Vamos logo.
—E o Henry?
— Vai ficar.
[...]
Emma havia se mudado para a Inglaterra para estudar em um colégio interno quando ainda tinha treze anos. Agora ela estava voltando para casa depois de nove anos.
Claro que ela havia visto seus pais durante esses anos. Eles iam em muitas reuniões na Inglaterra, e sempre passavam em seu colégio para vê-la.
Emma desceu do avião em busca de seus pais. Eles a haviam avisado um dia antes que não poderiam ir busca-la, mas no fundo ela ainda tinha esperanças de que eles apareceriam, fazendo uma surpresa para ela, porém tudo que ela encontrou foi um casal de estranhos segurando uma placa com seu nome.
Por mais que ela soubesse que aquilo aconteceria, ficou com raiva, principalmente de si mesma por se iludir.
— Seja bem vinda.—O homem moreno de olhos verdes que segurava a placa falou com um sorriso debochado.
— Aqui estão minhas malas.— Ela falou rispidamente deixando suas malas na frente do homem e indo para a saída.
[...]

— Continua uma princesinha mimada.— Killian sussurrou para Regina e esta revirou os olhos.
— Vamos logo.— Ela falou pegado a mala de rodinhas e puxando.
—O que essa garota carrega? Chumbo?— Killian perguntou ao levantar as malas de mão de Emma.
— Vai ser uma noite longa até a casa da princesa.— Killian falou e ambos seguiram o caminho até o carro.
Não demorou muito para chegar na casa dos Nolan. E Emma fez Killian carregar suas malas até seu quarto, enquanto Regina esperou na sala de entrada.
Ela já fazia ido na mansão Nolan uma vez, há dois anos atrás, e só conhecia a sala de entrada e a de jantar. Cerca de sete minutos depois Killian voltou pisando firme. Emma veio atrás, com cara de poucos amigos somente para trancar a porta quando eles saíssem.
— Mimada, enjoada e exigente. Quando eu tiver uma filha, me lembre de jamais manda-la para um colégio interno na Europa.— Killian falou quando eles entraram no carro.
— Você presa demais o que faz com seu não-tão-alto salário de vice presidente para gasta-lo com um colégio interno na Europa.— Regina falou e ambos riram. —Que horas são?
— Cinco e quarenta e cinco.
— Eu não vou conseguir voltar a dormir.— Ela falou sorrindo.
— Muito menos eu. Que tal vermos um filme? Eu já tô pronto para o trabalho mesmo.— Killian falou, apontando para suas roupas, e Regina concordou.
Eles voltaram para a casa dela e acabaram assistindo a um filme que estava passando na televisão.
Quando deu sete e dez, Regina acordou Henry para ele se arrumar, enquanto Killian preparou o café da manhã. Henry adorou tomar café da manhã com Killian, e Regina adorou ver seu filho tão feliz.
[...]
Emma não chegou a dormir. Depois de voltar a sua antiga casa se pôs a explora-la. Estava tudo bem diferente do que ela se lembrava, até mesmo seu quarto, que na época em que ela partira era um quarto de criança, agora estava com um ar mais adulto.
Ela se arrumou, e as oito em ponto já estava no império dos Nolan. Aquele lugar também havia mudado bastante. Principalmente pelo fato de agora ela ter sua própria sala.
— Bom dia Srta. Nolan.—A secretaria de Emma falou ao entrar na sala.— Ella. Também tenho um sobrenome, mas não gosto muito dele.—A mulher falou, se apresentando.
— Tudo bem, Ella. É um belo nome.
— Eu não sabia que tipo de café gosta, por isso não trouxe nenhum.
— Não se preocupe, estou bem.— Emma falou sorrindo.
— Gostaria de alguma coisa?— Emma iria falar que não, porém algo lhe veio a cabeça.
— Adoraria um tour pela empresa. Não venho aqui ha anos, e fiquei sabendo que já trabalhava aqui antes.
— Claro. Por onde quer começar?
— Pela lanchonete. Estou louca por um cappuccino com canela.— Ela falou e Ella sorriu.
Ambas desceram para a lanchonete, que ficava no primeiro andar, na parte de trás, o que proporcionava uma ótima vista do Jardim atrás do prédio.
Emma se sentou em um lugar próximo a janela de vidro e pediu um cappuccino com canela e cupcakes.
— Se importa?— Um homem falou já se sentado em sua frente e colocando a bandeja na mesa.
—O que faria se eu dissesse que me importo?— Emma perguntou com uma falsa seriedade.
— Eu não saberia. Normalmente as pessoas dizem que não por impulso e depois não podem voltar atrás.— Ele falou com a mesma expressão de brincadeira de Emma.— Uma dica, não coma a torta de maçã. É horrível.— Ele falou a última frase em um sussurro.
— Pode deixar. Odeio torta de maçã.— Emma falou rindo e tomou um gole de seu cappuccino.
— Oi.— Uma garota loira,assim como Ella, só que mais magra e baixa, e que também apresentava ser mais nova, falou se aproximando do homem.
— Oi Bell. Sente-se.— Ele falou indicando a cadeira ao seu lado.— Essa é minha assistente Bell Lewis.
—É um prazer. — Emma falou pegado na mão da garota.
— Eu também tenho uma assistente, Ella. Só que não sei onde ela foi. Trabalha aqui?
— Bom... Na verdade trabalho na Campbell Touristic, sou o vice presidente. Mas no momento fiz uma troca com a World Lost e trabalho aqui temporariamente. E você?—O homem perguntou.
— Ainda não sei bem qual será meu cargo. Por hora estou cuidando da empresa.
— Como?
— Emma Nolan.— Ela falou estendendo a mão para ele.
— Neal Cassady. Prazer.— Ela falou pegando a mão dele.