Smile escrita por Hinazi


Capítulo 21
Luxury.




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Lucy realmente havia adormecido durante a pequena viagem de barco que os levaria de volta a beira, e pudessem ir descansar no Hotel. Meguri considerou ser crueldade acordá-la, ela parecia realmente confortável em seus braços.

Quando chegaram ao quarto, deixou Lucy deitada na cama, ainda adormecida, e decidiu tomar um banho. Havia suado e estava todo sujo de areia.

Sentia o rosto quente, aquela aproximação com a Princesa estava deixando-o louco. Carregá-la e poder sentir os detalhes de seu pequeno, mas belo, corpo, fizeram suas bochechas corarem.

Lucy acabou acordando com o barulho do chuveiro, mesmo que a porta estivesse fechada. Ela olhou para os lados, vendo que estavam de volta.

Desviou o olhar para o teto, ainda deitada, concluindo que Meguri a havia carregado, considerando isso como uma atitude gentil do marido.

Era estranho lembrar que ele era seu marido.

A ideia de estar casada também era estranha. Diferente, talvez, mas não ruim. Pensava que quando casasse, toda a sensação de adolescente entrando na fase adulta sumiria, mas não.

Era fácil acostumar-se, Meguri era agradável e se esforçava para lhe deixar feliz. Mesmo com tão poucos dias tanto como conhecidos e casados.

Sabia, e queria, retribuir todos os leves sorrisos que Meguri tirou de seu rosto.

Mas, por outro lado, a questão de não estar apaixonada por ele a quebrava mentalmente. Lucy não sabia exatamente o significado de se apaixonar, então ela meio que tentava assimilar ao amor que sentia por Sean, e imagina-lo um pouco diferente.

Suspirou, vendo Meguri sair do banheiro apenas com uma toalha amarrada na cintura, logo em seguida. Ele não tinha pegado roupas para se trocar.

Corou e olhou para o outro lado.

Apesar disso, a cena se tornaria comum daqui pra frente. Ver Meguri de toalha... Ou até mesmo menos despido ainda.

Ela se revirou na cama até cair da mesma, soltando um gritinho, mesmo não tendo machucado.

Xingou mentalmente e se sentou no chão.

Meguri se virou para ela.

— Lucy! Não percebi que tinha acordado, você ficou quieta... Eu só vou colocar uma roupa e você pode ir se quiser. A água está ótima.

Lucy passou apressadamente por ele, já que ainda estava com a toalha, e entrou no banheiro. Tinha deixado algumas roupas lá, penduradas, desde a manhã. Então estava tudo bem.

A jovem estava extremamente pensativa, naquele momento.

Meguri apenas estava rascunhando em seu caderno.

Retirou um peso do corpo ao entrar no chuveiro. Pelo menos, um pouco do cansaço físico que sentia foi pelo ralo.

Mesmo assim, a mente não relaxou em nada.

Tantas e tantas coisas a deixam inquieta.

E da mesma forma rápida que entrou, terminou seu banho.

Ela vestiu sua camisola, era curta comparada aos vestidos que usava, chegava até seus joelhos, apenas. Lucy realmente tinha um corpo bonito, mas não podia mostrá-lo.

Meguri a olhou por alguns segundos, parando de deslizar o lápis no papel.

O quarto havia ficado completamente silencioso, o clima parecia pesado ali. Sentou ao lado de Meguri na cama.

— Hey, qual o desenho da vez? – Perguntou, acenando com a cabeça em direção ao caderno de Meguri.

Mesmo um assunto leve acabaria com aquele silêncio.

— ... Ah! Aquela flor que vimos no lago. – Mostrou o caderno para ela. – Pelo menos é assim que minha memória me diz que ela era.

Lucy sorriu e elogiou o desenho, achava Meguri talentoso, de verdade.

O rapaz dos olhos dourados olhou para ela em silêncio, gostava da maneira que seus ombros estavam expostos, assim como achava adorável as mechas mais curtas de seu cabelo tocarem suas clavículas.

— Ei, Lucy. – Colocou o caderno de lado, especificamente, em cima de uma mesa.

— Sim? – Disse, calmamente, mesmo que estivesse sentindo-se desconfortável.

— Eu posso beijar você?

Ah, o que iria responder, afinal?

Era constrangedor responder a perguntas tão diretas assim quando já estava desconfortável. O tipo de pergunta que faz você se perguntar – confuso, não? – qual resposta é a melhor coisa a ser dita. Mesmo que esteja ali na cara que é só aceitar ou recusar, bem, recusar a faria ficar com mais vergonha e ficaria ainda mais desconfortável com o clima depois, aceitar a deixaria confusa. Afinal, beijar é algo íntimo, não?

Com alguém que se gosta.

E nesse momento, Lucy mal sabia se gostava de seus bolinhos prediletos.

Mas, talvez pelo mesmo motivo de estar tão confusa com coisas que se não desse tantas voltas, se resolvesse facilmente, aceitou e por si mesma, aproximou o rosto.

Meguri afundou a mão esquerda nos cabelos negros dela, eram fofos, lisos, e Lucy não parecia se importar quando Meguri os tocava.

Ela o beijou, em silêncio, de forma tímida. O que podia fazer? Ela não SABIA beijar alguém além de beijinhos rápidos. Ficou olhando para ele, esperando sua reação.

No fundo, a achava fofa. Com toda sua timidez e delicadeza.

— Aqui. Vou ajudar você. – E a beijou, dessa vez, ao contrário de Lucy, ele parecia saber fazer isso. Fazia durar. Fazia as bochechas de Lucy ficarem completamente avermelhadas de vergonha.

— ... M-Megu! Eu não… – Olhou para o lado.

Estava remoendo pensamentos, completamente confusa. Não gostava desse tipo de beijo, não gostava de carinhos que durassem muito. Por que ele gostava? Mas, ela tinha que agradar seu marido, não?

— Você não... ? – Perguntou ainda acariciando seus cabelos.

Planejava dizer que não gostava. Mas, sinceramente, até mesmo o rosto feliz e sorridente de Meguri a impediam.

— E-Eu não... Sei beijar direito. – Confessou.

O Príncipe riu inocentemente da atitude fofa da garota.

— Ah, Lu… – Beijou-a novamente. – Você é realmente pura, não? Tudo bem, não se importe com isso.

A cabeça dela estava doendo no meio daquela situação, queria sair dali, mas, sentia-se obrigada a continuar.

— ... Então me faça impura, apenas por você. – Disse, seu eu interno havia explodido naquele momento, e suas bochechas, bem, pareciam tomates.

Meguri surpreendeu-se de leve com a declaração da esposa.

Não fez um sim com a cabeça, muito menos falou alguma coisa.

Aproximou o rosto ao de Lucy novamente, vendo os olhos delas se fecharem, os cílios baterem nas bochechas com rapidez e se apertarem, e bem, foi a última coisa que viu antes de também fechar os olhos e sentir seus lábios colados aos de Lucy outra vez.

Meguri colocou as mãos nas costas dela, abraçando-a com leveza, mas, logo deslizou uma das mãos para uma alça da camisola da Princesa. Puxando-a para baixo e mordendo seu ombro quase sem força.

Ele desejava aquela mulher.

Seu corpo.

Sua voz.

Desejava-a por inteira.

Por horas.

Ah, sua pele, tão macia normalmente, parecia ainda mais perfeita, mais macia, mais branquinha, aos poucos, em alguns lugares, adquirindo machinhas vermelhas. Apertou a camisa dele, conforme ele a tocava com a boca em silêncio. Lucy estava nervosa, mesmo estando permitindo tudo aquilo.

Meguri colocou as mãos nas coxas da pequena Princesa, e sem nenhuma força, inclinou ambos corpos, fazendo com que ela se deitasse.

Os olhos dourados dele pareciam cheios de luxúria e determinação, naquele momento.

A camisola, até então com apenas uma alça caída, foi sendo retirada lentamente.

Meguri, de quando em quando, voltava a olhar para o rosto de Lucy, diminuindo as ações. Queria que ela estivesse de total acordo com cada uma de suas ações, não suportaria machuca-la.

Mas, Deus, ela era tão linda. Mesmo sem demonstrar muito, as bochechas dela estavam vermelhas, e estava sentindo que seu corpo estava mais quente.

— Princesa... Você é definitivamente a mulher mais bonita. – Disse, aproximando as mãos do rosto dela, fazendo um leve carinho.

— … – Queria cobrir o próprio corpo. Quando iria imaginar que tão rapidamente estaria praticamente nua para um homem? – Obrigada, Meguri.

Ele tocou os seios fartos da princesa com as mãos fortes, fazendo-a ficar ainda mais tímida, enquanto lhe tocava os lábios novamente.

E enquanto os minutos passavam, a roupa leve que Meguri vestia se fora.

Lucy acreditava que sua timidez aumentava a cada ato que acontecia naquele quarto.

Ela não estava negando nada que Meguri fazia.

Gemidos baixos saíam de sua boca com os toques quentes dele.

Estava totalmente entregue.

De corpo e sentimentos.

Os lugares onde Meguri tocava pareciam ferver.

Ah, aquilo era bom.

Ele ficava cada vez mais perplexo com tamanha a beleza de Lucy.

— … – Suspirou baixinho. – Tem certeza que eu posso te fazer minha, ainda mais, Lucy?

Lucy concordou com a cabeça, segurando no braço de Meguri.

— Sim, por favor… – Saíra quase como um suspiro.

Mesmo agindo de tal forma, a Princesa estava negando até a morte por dentro.

Ela tinha que agrada-lo, não?

Era seu marido, afinal.

Meguri afundou-se completamente em seu desejo desenfreado, por aquela bela mulher.

E assim os carinhos permaneceram por algumas horas, até terminarem exaustos, dormindo com a respiração tranquila.

Lucy se aconchegou em Meguri, antes de dormir de vez e ele só esticou a coberta por cima deles.

A expressão de Meguri demonstrava mais calmaria que a de Lucy. A Princesa estava olhando para seu marido em silêncio, esperando-o dormir. Tinha concedido a ele todos seus desejos e agrados, naquela noite.

Então... Por que estava se sentindo tão mal? Ela era uma boa esposa, não?

Meguri acabou adormecendo rápido, afinal, estava cansado do dia, e de se encher de prazer.

A de olhos verdes o encarou em silêncio.

"... Sequer disse algo". – Limpou as lágrimas pequenas dos cantos de seus olhos. – "Eu sou tão ingênua!"

Por que doía estar ali, naquele momento? Por que parecia que algo não estava certo?

O que? O que foi feito de errado?

Por que não conseguia se sentir feliz como Meguri estava, que podia perceber apenas olhando nos olhos?

Mordeu os próprios lábios, até sangrarem, não se incomodando com a dor. Ela só estava se sentindo mal, incomodada.

Se sentindo impura mesmo só estando despida para seu marido.

Colocou as mãos no rosto, bufando.

"... Eu preciso descansar minha cabeça..."

Tentou, a todo custo, dormir. Se sentia tão cansada e não parecia que dormir fosse curar aquilo.

Se remexeu pouco, já que não queria acordar Meguri. Mas continuava inquieta.

Então, apenas ficou encarando o teto.

Era branco, não fazia barulho, mas não podia ser visto porque estava escuro.

Ela queria chorar.

Continuava relembrando dos momentos.

Não seria mais fácil só se sentir feliz pelo que acontecera?

O que tinha de errado consigo?

Se não conseguia ser uma boa esposa, como seria uma boa mãe?

Lucy arregalou os olhos com o próprio pensamento.

"Mãe"

Sentou-se na cama, com pressa, sentindo-se tonta.

"... Não, não, não...". – Pensou, colocando as mãos em cima da boca.

Buscou na mente a comprovação de que estava errada.

"... Não, não pode ser!" – Chacoalhou a cabeça. – "Como deixou isso acontecer?"

Suspirou de forma pesada, sentindo os ombros pesados.

Colocou a mão na testa e a deslizou pelo rosto, frustrada.

Estava com raiva da situação, e provavelmente, a este ponto, não conseguiria dormir.

Levantou da cama e foi até a janela.

Sentir a brisa no rosto talvez a deixasse menos estressada.

Fora tão descuidada.

Quer dizer, ele também não tinha comentado nada sobre as possibilidades.

Bufou, apertando o parapeito da janela com as pequenas mãos.

"Era só o que me faltava..." – Pensou, sozinha, e no fim, passando a noite em claro.

Meguri acordou pouco depois que o sol nasceu. Estranhou o fato de que o lado onde Lucy estaria deitada já estava frio.

Ela teria levantado há muito tempo? Estaria ali há quanto tempo?

Levantou a cabeça, procurando pela esposa, como não a viu, suspirou, tentando se acalmar, mas percebeu o som do chuveiro, bem baixo. Foi o suficiente para ele se acalmar.

De fato, Lucy estava no chuveiro, embaixo da água fria, a pelo menos meia hora. Respirava baixinho, e logo desligou a água, se enrolando em uma toalha.

Continuava tensa, e agora, com um sono terrível.

Meguri iria querer aproveitar e passear mais, com o objetivo de Lucy se divertir. Mas enquanto vestia roupas limpas, só pensava no quanto queria dormir.

Podia usar alguma desculpa para se manter deitada... Será que devia?

Suspirou de forma pesada, deitando-se na cama, enquanto Meguri levantava.

— Não estou com vontade de sair hoje. – Disse, escondendo o rosto nos cobertores.

Meguri observou calado enquanto ela terminava de enfiar nos cobertores.

— Ah, tudo bem então. Vai querer ao menos o café da manhã? – Perguntou se dirigindo ao banheiro.

— Não. Estou sem fome. – Disse. – Você pode sair para passear ou fazer o que quiser. Eu não ligo.

Murmurou.

No fundo, ela só queria ficar longe dele. Não queria ver o rosto dele.

Meguri não poderia negar que estranhou um pouco o comportamento de Lucy.

Ela não estava mais tão animada quanto no dia anterior. E até meio... Seca?

Bom, decidiu que seria melhor deixá-la descansar. Afinal, às vezes as pessoas acordam de mal humor, não?

Apenas deu um beijinho carinhoso em sua testa, e se afastou.

— Tudo bem, Princesa. – E riu baixinho.

Lucy suspirou, abraçando os cobertores e fechando os olhos.

O cansaço mental era tão grande que acabou pegando no sono antes mesmo de chegar a um minuto.

Como esperado, Meguri não passou o dia todo ao lado dela.

Lucy sinceramente desejava ficar sozinha, como ele havia percebido, então, respeitaria sua vontade.

Não comeu nada. Nem levantou a cabeça do travesseiro.

Claro, não dormiu todas aquelas horas, mas só percebeu que deveria se levantar e comer algo quando Meguri deitou-se ao seu lado e apagou as luzes, murmurando "boa noite" e lhe dando um beijo no topo da cabeça.


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