Coração de Porcelana escrita por Monique Góes


Capítulo 31
Capítulo 30 - Confusão




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Capítulo 30 - Confusão

— Então no mundo bruxo se tem toda uma organização de casas reais, e o Vincent no caso é o príncipe. – Near comentou. – Nossa, que maravilha. O que ele estava fazendo conosco então?

— Ele está desaparecido para os outros bruxos, e deixou bem claro que fugiu disso a vida toda. Só que... – Claire franziu o cenho, tentando encaixar uma engrenagem no topo de uma pilha que estava formando, usando a força da mente para mover as peças. Ou tentando, pois atingiu a lateral e tudo caiu. Deu um suspiro cansado. – E a Lilith e o James são primos dele.

Ambos estavam sentados no convés do navio, após os pássaros terem sumido. Markus arranjara algumas peças que Gitmak não usava e dissera que era bom para Claire treinar enquanto conversava. Ele não lhe explicara exatamente porque, pois teve que ir socorrer Lilith que parecia ter enjoo causado pelo balanço do barco. Assim, estava ela e Near, além de James fumando do outro lado.

— Ele se chama “Near James”. Ótima escolha de nome. – bufou.

— Hm, por quê?

— Meu nome é Near William Toy, do meu pai é, ou era, Charles James Toy. Nós nos odiávamos. Só falta ter um Charles William Toy e pronto, tá tudo perfeito.

— Na verdade... Tem um cantor chamado Charles William Toy. – Near a olhou com incredulidade. – Eu vim sentada do lado dele na viagem, e... Ele é idêntico a você, só que com olhos azuis. E mais novo.

A expressão do loiro dizia que ele poderia muito bem saltar do barco.

— Isso é infame.

— Olhando por esse lado... É mesmo. – franziu o cenho. – Eles devem ser parentes. Dhonugret mencionou que o James tem um irmão. Será que é ele?

— Não faço a mínima ideia.

— E quanto aos nomes... Será que é costume de família?

— Só se for recente. No meu tempo não era assim.

— “No meu tempo”. Você está falando como um velho.

Ele acabou rindo.

— Continuando, minha amiga é prima dele. Vejamos... O nome dela é Margaret Sandy Lee.

— É, deve ser costume. Margaret era o primeiro nome da minha mãe. Sandy era o segundo da minha irmã gêmea.

— Far, não é?

— Sim.

— Sandy tem uma irmã, mas ela não se chama Far.

— Ainda bem. Sabe, ter um nome desses é pedir para que mexam com você. Era ainda mais infame porque éramos gêmeos “Near e Far”. – Murmurou. – Não me surpreendo do James querer ser chamado de James.

— Você fazia isso?

— É... Normalmente as pessoas me chamavam de William ou só Toy mesmo. – respondeu. – Só os meus parentes e alguns amigos próximos, como o Jake e a Haydée me chamavam de Near.

— Haydée... Near, como a Haydée era?

Ele a olhou. Deu para ver que ele entendera a lógica por trás da pergunta.

— Ela era... Difícil. Não era exatamente amigável com todo mundo, e para os nossos padrões, ela era uma garota problema. Não que me incomodasse. Ela era muito inteligente então era fácil manter conversas interessantes com ela. E muito bonita também, eu tenho que admitir. Ela tinha o cabelo muito mais comprido do que era usado na época, preto, assim como os olhos dela.

— Como assim garota problema?

— Sabe, aquele padrão “garota virgem e recatada” não era para ela. Tinha boatos que ela deitava com um e com outro e fugia de casa. Um dos boatos também dizia que ela tinha um caso com o Jake... – parou pensativo. – Esse eu sei que era verdade. Quer dizer, dava para ver que eles não tinham interesses românticos um com o outro, mas eles saíam para se divertir juntos. E acho que você entendeu o que “se divertir” significa aqui.

— Certo, entendi. Mas então... Ela era mal vista, por assim dizer?

— Acho que se pode dizer que sim. As garotas da minha escola não ficavam muito a vontade perto dela e Haydée também não fazia muita questão... Quanto aos outros rapazes, tinha muito que ouviam os boatos de que ela era uma “vadia” e iam atrás dela para quebrar a cara. Admito que eu gostava disso. Ela tinha uma personalidade forte e sabia o que queria, fazia o que queria e achava certo. – seus dedos tamborilaram na madeira do navio. – Ela tinha muitos problemas com os pais dela por causa disso: eles eram aqueles pais que queriam uma imagem para a família, e ela não aceitava o andar da carruagem. Por isso, de vez em quando ela sumia, porque tinha fugido de casa depois de uma briga e ninguém sabia onde ela se metia. Parando para pensar... Ela poderia vir para cá, para o santuário.

— É um bom lugar para ficar longe do mundo.

Ele assentiu.

— Ela acabava voltando uma hora ou outra. Sempre voltava. As mães da vizinhança também não gostavam tanto dela, porque a viam como uma má influência. – Claire acabou rindo daquilo. – Mas de todo... Ela não me parece ser alguém que me amaldiçoaria em um boneco por puro ciúme.

Franziu o cenho.

— Como assim Near?

— Ela era racional. Bem racional. Não o tipo de pessoa que se deixaria levar por emoções. Mas se bem me lembro... Ela parecia bem preocupada com alguma coisa na última semana em que eu fui alguém “normal”.

— Posso me intrometer? – se assustou quando James apareceu do nada.

— Você consegue escutar do outro lado do navio?

— Consigo. – ele estava cheirando a cigarro quando se sentou na beirada. Claire quase gritou com ele, mas James parecia o tipo de pessoa que sabia nadar. – Mas você está metido com os Niévre, não é? Isso pode ser bem ruim.

— Para variar.

— Sabe, os Niévre são os “Borgias” do mundo bruxo. Facadas nas costas podem ser bem esperadas por parte deles.

— Borgia? – a garota questionou.

— Nunca ouviu falar de Cesare Borgia, ou Lucrezia Borgia? – Near perguntou.

— Acho que Cesare sim... Na aula de artes. Ele não foi patrono de Leonardo da Vinci?

— Esse mesmo. – James disse. – Ele era filho do papa Alexandre VI. – continuou para sua surpresa. – Para muitos, a família Borgia foi a família criminosa original, e eles tentaram estender o seu poder por toda a Itália. Foram acusados de vários crimes, com evidências, de adultério, roubo, estupro, corrupção, incesto e assassinato.

— Eles são lembrados por seu governo corrupto e o nome se tornou sinônimo de traição e envenenadores. – Near continuou. - Então passaram para a história como uma família cruel e desejosa de poder. Diziam que Cesare tinha um caso com a própria irmã, Lucrezia, por exemplo. E que ela matou alguns de seus maridos, ou ele o fez... Mas agora, se você está comparando os Niévre com os Borgia, é porque a coisa é séria.

 - Eles são uma das famílias de conselheiros do rei. Mesmo que os conselhos possam ser bons, é conhecido que eles pedem um preço depois. Creio que o símbolo deles deveria ser a raposa dos Tenov, não o lobo. Mas, enfim. Eles também prezam pureza de sangue, e veja só... Você é um humano normal, sem nenhum parente, na sua época, bruxo. E Haydée é uma nobre do mais alto estipe bruxo, mais até do que alguns Rockstones. Eu, por exemplo. – deu de ombros. – Se ela estivesse mesmo apaixonada por você e conseguisse algo, era muito mais provável que a família dela armasse alguma coisa para se livrar de ti e pô-la com alguém mais...

— Apropriado.

— É, mesmo que tenha todo esse negócio esquisito de “só se apaixonar uma vez”. Enfim, se for esse o caso, ela pode ter te transformado em um boneco para te proteger. Ou você pisou em algum calo dela. Ou pode ser ainda outra coisa.

Os dedos de Near continuavam irrequietos.

— Ela parecia preocupada. Talvez pudesse realmente ser isso, mas... Não seria mais fácil se manter afastada, fingir que não sente nada? Nosso ensino médio ia acabar, então cada um ia literalmente para um lado.

— Não sei. Eu não sou ela. Mas sabemos que alguma coisa aconteceu para que ela te transformasse num bonequinho de porcelana.

—... Você tem uma linha de raciocínio bem rápida. Nem Marc nem Vincent pareceram pensar muito além.

— Vincent com certeza pensou, mas preferiu ficar na dele. Aquele idiota adora fazer isso. E quando as coisas dão errado, ele fica se culpando. – James bufou e um pássaro passou voando a alguns centímetros de sua cabeça. – E quanto ao Prateado... Não sei o que passa na cabeça dele. Na verdade, ninguém sabe.

 - Bom, mas... E Haydée? Alguém sabe o que aconteceu com ela ou onde ela está?

— Eu não. – Near afirmou. – Obviamente.

— Eu ouvi dizer que ela sumiu em 52. – o outro disse. – E ela é ignorada. Não é mencionada em nada da família Niévre. Mas... Se você mexer um pouco mais além, eu encontrei algo dizendo que ela foi retida por um bom tempo pela família por causa de uma gravidez indesejada, mas conseguiu fugir. Ninguém nunca mais soube nada dela depois disso.

—... Gravidez? – O tom de Near mudou completamente. – Quando foi isso?

— 1952 mesmo.

— Near? – Claire o chamou quando viu a expressão dele.

— Eu lembro... De que no dia em que ela me convidou para aquela lanchonete... No dia em que eu fui amaldiçoado, no caso, ela estava passando a mão na barriga. No dia me pareceu estranho, uma sensação ruim, mas não dei muita atenção.

— Você era o pai? – James questionou num tom irônico.

— Não. – a resposta de Near foi seca. – Eu nunca tive nada com a Haydée.

— Então por que um bebê seria uma sensação ruim? – a garota perguntou.

— Eles vomitam. E choram. E gritam e fazem cocô. – James enumerou. – São demônios sexualmente transmissíveis.

Near acabou rindo, mas Claire o olhou de maneira cética.

— Você já foi um bebê.

— Mas isso não significa que eu queira cuidar de um. – ele bocejou no momento em que escutaram um “Nem fodendo!” de Lilith sendo gritado do andar inferior. Os três olharam naquela direção e ficaram em silêncio por algum tempo até o bruxo continuar. – Alguém falou algum assunto proibido pra minha irmã.

— Deu para perceber... – o boneco murmurou enquanto James se levantava e desceu as escadas. Quando um pássaro meio transparente quase bateu na cabeça de Claire, decidiu entrar novamente, e o rapaz foi atrás.

Viu Lilith sentada à mesa que Gitmak – o próprio comendo um pão de grãos que havia trazido de Dhor Faldor - tinha montado, com um misto de feição emburrada com raivosa, Markus parecendo preferir se manter encima do muro de algo e Joshua estava dormindo na forma de um bloodhound. Claire por um momento invejou seu irmão pelo tamanho do animal.

— Certo, o que eu perdi?

— A Lilith continua passando mal desde ontem e agora ela reclamou que já andou de barco antes e nunca sentiu enjoo... – Markus começou.

— Então eu perguntei se ela não podia estar grávida. – Gitmak deu de ombros, falando de boca cheia. – Não sei o porquê dessa revolta.

— Só porque estávamos falando de bebês. – o bruxo murmurou.

— Sério isso? – Lilith bufou. – Eu não tenho a mínima vontade de engravidar, então por...

— Isso não mudaria muita coisa se vocês foderem sem camisinha. – Markus o olhou de maneira cética. – Que é? É verdade. Apesar de ser surpreendente vocês não terem tido filhos antes, se for contar que estão juntos desde o quê? 1700 e pouco?

— 1876. – Markus corrigiu. – É mais de cem anos de diferença. A sua irmã não nasceu no século 18.

Near olhou para Claire com uma sobrancelha erguida.

— O que está sentindo? – Near questionou.

— Dor de cabeça, enjoo. Tontura. Algumas dores. E eu estou inchada, mas a minha...

— A sua menstruação está atrasada? – Markus questionou antes de ela terminar.

Ela menstruava há dois séculos? Aquela mulher era uma guerreira se fosse o caso. Mesmo que fosse a rainha dos ciclos irregulares – já tivera uma pausa de três meses -, Claire sofria de cólicas horrendas e altos e baixos emocionais sofríveis. Além de comer doces feito uma porca.

— Eu ia dizer isso Markus. Ainda não chegou o dia. – resmungou.

— Se ela está viva há pelo menos um século e alguma coisa, ela não deveria ter tido a menopausa há muito tempo? – Near sussurrou para Claire.

— Era exatamente o que eu estava pensando.

— Eu escutei isso! – A ruiva exclamou.

— Eu diria que na dúvida é melhor fazer um teste. – James deu de ombros. – Ou dois. O quanto de água tem aí?

— Pra quê água? – Gitmak questionou, franzindo o cenho. – No que isso vai ajudar para saber se ela tá ou não grávida.

— Os testes da Terra são feitos com base na urina. – o albino respondeu calmamente. Enquanto Lilith parecia refutar a ideia de ter uma criança, Markus parecia totalmente neutro. – Mas no caso... Eu concordo com o James.

— Vai chover. – Lilith resmungou mais uma vez.

— Não sei qual a lógica disso, mas tem ali. – O anão apontou para uma caixa de bronze, como tudo mais, semelhante a uma geladeira. – E cês já sabem onde é o banheiro.

— Dá para conjurar testes aqui?

— Não sei. – o homem então olhou para frente, franzindo o cenho. Não demorou muito para uma caixinha azul surgir lá, com a imagem do dito teste e escrito “Clearblue Digital”, o que fez a mulher revirar os olhos violetas. – É, dá.

— Você sabe alguma coisa sobre testes de gravidez para ter escolhido esse? – A ruiva perguntou. Ela olhava para a caixa quase como se ela fosse saltar e lhe morder.

— Eu só pensei em alguma coisa rápida e fácil. – Markus se defendeu. Ao contrário de Lilith, ele não teve nenhum problema em abrir a caixa, pegando o manual.

— Qualquer coisa, eu vou estar dormindo. – James avisou, transformando-se logo no lobo que sempre assumira a forma, deitando no chão e se enroscando.

— Belo irmão você...

Markus começou a ler o manual, enquanto Claire escolhia um lugar para sentar. O barco era grande e tinha cabines, mas admitia querer ver qual seria o desenrolar da coisa, mesmo que não fosse da sua conta.

— Markus, se... Você tem controle sobre a vida e a morte – começou assim que Lilith entrou no banheiro. – você não poderia ver se há uma nova vida crescendo na Lilith ou coisa do tipo?

Para a sua surpresa, ele pareceu pensar no caso.

— Eu nunca pensei nisso. Vendo agora, seria mais rápido. Mas ela já está fazendo o teste de qualquer jeito.

— E se ela estiver grávida? – Near questionou. – O que vocês vão fazer?

— Bom, o corpo é dela. Se ela quiser ter ou não, é escolha dela.

— Mesmo que você tenha tido parte nisso?

— Não vai ter um bebê crescendo em mim. Se ela está confortável ou não, é escolha dela.

Nossa, ele era bem neutro. Chegava a incomodar.

— Mas se dependesse de você? – Claire perguntou.

— Hm?

— Se ela estiver grávida, e você pudesse escolher, você gostaria de ter esse bebê ou não?

Markus não pareceu muito confortável com a pergunta. Pela sua expressão, deixava claro que as pessoas não costumavam perguntar o que ele pensava das coisas e que costumava seguir o andar da carruagem.

— Você gostaria. – Near constatou. – Está bem na cara.

— Esse não é o caso.

Talvez fosse melhor mudar de assunto rapidamente. Pelo menos em parte.

— E... Markus, se a Lilith nasceu no século 19, como ela ainda pode... Assim, estar no período fértil? Como eu e o Near falamos, ela não deveria ter tido a menopausa há uns cem anos, no mínimo?

— É a questão de como você se mantém jovem. – ele respondeu. – Quanto mais você se ocupa com a sua magia, ela lhe dá a alternativa de escolher o quanto você gostaria de envelhecer, o quanto você se sente confortável. Lilith se mantém jovem, em seus vinte anos. Então ela vai ser como qualquer mulher normal dessa idade.

— De onde ela conseguiria arranjar tantos óvulos?

— Isso eu não sei responder. Talvez eles vão surgindo ao longo do tempo?

— Merda!         

Lilith foi abrir a porta, mas ela o fez tão bruscamente que ela se soltou com um estrondo, fazendo com Joshua e James se levantassem num salto, ainda como animais. Viu claramente a expressão de seu irmão-cachorro quando ele viu a porta de bronze voando em sua direção, antes de pular desesperadamente para fora do caminho, indo cair encima de Claire. Ele continuava sendo pelo menos do peso dela, então seu pouso foi tão brusco que a cadeira foi caindo para trás e a garota se viu caindo junto antes de Near segurá-la no lugar com um bufo. Escutou a risada escandalosa de Gitmak por cima do estrondo de tudo ao mesmo tempo.

— Já vi que deu positivo. – James constatou, voltando ao normal. – Eu sabia que o mundo ia explodir quando a Lilith engravidasse.

— Admito que essa foi a reação mais engraçada que eu vi! – o anão exclamou.

— Isso foi... Desastroso. – Markus pontuou. – Deu positivo, deu realmente para ver.

— Jesus! – Near bufou, empurrando Claire de volta ao lugar. Ela chutou Joshua de cima dela, pois ele estava a esmagando.

 - Tem um parasita crescendo em mim!

Ela era irmã do James, era visível. Markus parecia estar dividido entre querendo rir e querer pressionar as próprias têmporas com uma expressão exasperada. Entendeu porque ele também parecia muito mais disposto em deixar a escolha de ter ou não um bebê com Lilith, pois só com toda aquela reação deixava bem claro que ela não tinha muito desejo de se manter grávida.

— Esse parasita é uma pessoinha. – Gitmak disse, secando as lágrimas. – Não muito bem vinda, pelo visto.

— Certo fique calma. – Near continuou. – Por que você conseguiu assustar todo mundo. Olhe para o Joshua, no caso.

O cachorro/bruxo estava com a expressão de alguém que quase fora atropelado. Dava para ver seu peito se contraindo e expandindo rapidamente. Que maneira maravilhosa de ser acordado, afinal.

— E ele quase esmagou a Claire.

— Eu vi um bloco de ferro voando pra cima de mim! – Joshua exclamou, tornando-se humano de novo. – O que vocês queriam?! O que aconteceu?!

— Lilith está grávida. E é uma gravidez indesejada.

— Isso justifica uma porta voando?

 - Aí mostra há quanto tempo se está grávida, não é? – Markus questionou. – Está com quantas semanas?

Ela lhe enfiou o teste na mão, sentando-se então emburrada ao seu lado. Bom, ela não fizera aquele bebê sozinha, afinal. O albino era de longe o que estava mais composto ali, pegando-o calmamente. Mas se bem que ele estava além das rotas de impacto, juntamente a Gitmak.

— 2-3 semanas. Está bem no começo. – Constatou. – Assim, dá...

— Ah, já entendi a sua raiva. – James falou, atraindo a atenção dos outros. – Você não gosta de bebês, está na época em que os nervos do embrião não estão formados para sentir dor num caso de aborto. Mas... Você tem coração mole demais para abortar.

Lilith resmungou alguma coisa, mas deu para ver que aquele era exatamente o ponto.

— Você não puxou para o meu lado da família.

— Near James Toy, eu vou lhe jogar um salto alto no olho.

— Tente pensar em coisas positivas. Você pode criar o bebê mais gótico do mundo e comprar um carrinho em forma de caixão.

Near fez uma expressão de que aquilo era demais para ele, enquanto Lilith pareceu pensar no caso. Ao ver a expressão da namorada, Markus começou a manear negativamente com a cabeça, começando a fuzilar James com os olhos por botar aquelas ideias na cabeça dela.

— E móbile de morceguinho, eu sei lá, já que vai ficar com isso mesmo. Criar um bebê vampiro.

— James, você não está ajudando. – o albino disse.

— Bom, ela vai ter que pensar em alguma coisa que ela goste. – o loiro deu de ombros. – Vou ir dormir. Tchau.

Ele saiu, indo para a área das cabines. A sala ficou com um clima estranho no lugar, até Claire decidir ir dormir também. Near tirou sua chave do bolso, voltando a ser um boneco, então ela foi para lá também. Joshua foi atrás dela também, com a expressão de um cachorro atropelado. Com certeza estava indo dormir num local mais seguro.

Conseguiu ficar adormecida por algumas horas, ignorando o balanço do barco, até escutar um uivo ao longe.


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Notas finais do capítulo

Depois de tudo o que aconteceu este capítulo... Vocês viram crianças, usem sempre camisinha.



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