Fique Comigo escrita por naanyfaria


Capítulo 13
É real


Notas iniciais do capítulo

demorei? sorry! muiiiiiiita coisa pra acontecer ainda, tô tentando me virar! :*



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Quando você está segura de algo, você não tem medo nem receio do que possa acontecer mais para frente. Eu estava segura de que Nick voltaria pra mim, o mais rápido possível – ele havia prometido -, mas, entretanto, mesmo estando ciente e segura disso, o medo me rondava como urubu em carne podre. E por isso, a ferida aberta em meu coração após sua ida, não se curava, só aumentava.

Fazia exatamente uma semana desde a última vez que vi Nick, na terça-feira, na enfermaria da escola. Nós últimos sete dias, não houve, um dia se quer, que eu não tenha tido dor de cabeça. Era inevitável. Era tudo tão acinzentado aos meus olhos agora...

Me sentia uma idiota super dramática e infantil ao ficar nessa situação, mas, como reagir quando uma parte de você se quebra¿ Se separa¿ O que fazer quando você recebe um choque de uma intensidade que você não esperava nem imaginava¿ Ninguém me ensinou a apartar uma dor tão forte, ninguém me disse que alguém, nesse nosso mundo perdido de hoje, podia sofrer tanto. Aliás, eu não sabia o que era sofrer até sete dias atrás. Nem mesmo quando o Roy esteve mal eu me senti daquele jeito; fora no mínimo, parecido.

Eu continuei com Roy. Ele me ligava toda noite para perguntar se estava tudo bem. Eu sempre dizia que sim, e, três dias depois do acontecido eu conseguia sentir que estava convencendo-o. Mas, por dentro, a verdade me corria feito soda liquida.

Kimi havia me perdoado, só que a nossa amizade realmente havia sido abalada. Não era mais a mesma coisa e isso me deixava pior ainda.

- Katy¿ - alguém me chamou. Eu apenas levantei a cabeça, encarando Nessa. – Vem com a gente¿ - ela perguntou receosa.

Olhei para o grupo de meninas a minha frente. Nessa, uma baixinha loira, Gabi e Kimi ao fundo, que nem me olhava. Sorri e assenti negativamente. Apenas Nessa sorriu e depois elas saíram, deixando Kimi para trás.

- Vai me perdoar de vez...¿ - perguntei sem pensar. Ela me olhou com desprezo, raiva, rancor.

- Já perdoei. – Kimi respondeu rispidamente. – Só que você precisa levar mais um tombo pra aprender, pelo que vejo. Não quero brigar com você, por isso fico longe. Acredite, é melhor assim.

- Kimi... Você não me entende... – me levantei da minha carteira ficando na sua frente. – Ele não é...

- Ele é. – ela me interrompeu. – Ele é e sempre foi culpado de tudo isso. Já disse que não quero discutir...

Kimi falou, andando em direção a porta. Minhas mãos foram para meu peito, novamente tentando retirar a dor que teimava em queimar.

- E-eu estou sofrendo Kimi... – confessei, já chorando. Ela me olhou e então uma lágrima desceu pelo canto de seu olho. – Eu te amo. Eu amo ele. Amo o N-nick... – sussurrei com dificuldade, ao dizer seu nome. – Mas, não posso escolher...

- Você não ama o Roy, Katylin. É isso que quero lhe mostrar... – eu queria protestar, mas apenas escutei. – Queria lhe mostrar a diferença de paixão e amor. A diferença entre um Roy, que você enxerga, e outro que ele é. O Steban não presta! Argh, chega! Eu... Também estou sofrendo. Mas, não posso... Eu... Quando precisar estarei aqui. É só.

- Kimi! Por favor, não faz isso comigo! – pedi – Você não está vendo a minha parte... Sendo amor ou paixão, eu gosto dele, e não posso... Não posso deixá-lo.

- Deixar os seus amigos você pode... – ela retrucou.

- Não! – gritei – Sabe muito bem que com Nick a situação foi diferente... Ele não era apenas meu melhor amigo... Eu não sabia... Eu...

As palavras rodavam na minha cabeça, sem ordem. Não conseguia dialogar mais, parecia que minha voz havia sumido. Por que as coisas não são mais simples¿ Por que Kimi faz isso comigo¿ Por que eu sinto que ela tem razão, mesmo meu amor por Roy, estar gritando que é mentira¿ Afinal, era amor aquilo¿

- A gente se vê Katylin. – ela falou se afastando. – Sabe, eu te avisei, mas acho que você preferiu não acreditar... Ou talvez essa paixonite cegou você a esse ponto... Sei lá, agora vai ser difícil voltar ao que era... Eu vou estar ao seu lado, mas só quando você ver realmente as coisas como elas são.

- Kimi. – balbuciei seu nome. Foi em vão, ela já havia se afastado de vez. Suspirei e limpei meu rosto. Eu tinha que ser forte. Tinha que passar por tudo isso. Mesmo que tudo isso fosse a pior coisa que eu já havia enfrentado. Pelo menos até agora.

Esperei Fernanda em frente à escola. Ela e meu pai nem se falavam mais direito. Ótimo. Já não bastavam os meus problemas, mas tinha também que haver esse dos meus pais, o qual eu nem sabia o que era na verdade.

Estávamos em semana de prova, cheguei em casa e fui direto para o meu quarto com a desculpa de estudar, o que nunca acontecia. Eu apenas deitava na cama e pensava, relembrava e chorava. Eu não poderia ficar chorando na frente de todo mundo, fingir que estou estudando para, na verdade, chorar era uma boa coisa a fazer para o bem de todos. Já na questão das provas eu não me importava. Eu sairia bem em qualquer uma, desde que relembrasse as coisas ditas nas aulas. Eu era boa de memória para esse caso.

\t\t  ‘- Hey, o que houve Nick¿ - insisti – Me fala. É porque não respondi sua pergunta¿

\t\t  - Eu também estou confuso. – ele se virou pra mim. Agora pingos pesados de chuva batiam em minha pele. – Estou muito confuso. E isso está acabando comigo.

\t\t  - Com o que¿ Eu posso te ajudar.

\t\t  - Você me amou de verdade¿ - ele repetiu a pergunta e prendeu meu olhar. Eu estremeci ao sentir frio, ele não percebeu. – Não. O que eu estou fazendo...¿ – ele disse mais para si mesmo do que para mim.

\t\t  - Nick, eu te amo de verdade. – respondi sem pensar.

\t\t  Ele se aproximou. A chuva estava mais forte e já estávamos encharcados.

\t\t  - Não como eu te amo de verdade. – suas palavras fizeram eco na minha cabeça, me deixando mais confusa. Nick me amava¿ Não como amiga¿ - Katylin, não posso entender o que você sente por ele... Não é normal. ‘

A lembrança foi transformada em sonho. Eu acordei suando, como se realmente estivesse revivendo a cena e tivesse tomado um banho de chuva. Minha mão já sabia o caminho e sempre que ocorriam sonhos assim ou lembranças de Nick, ela buscava arrancar do meu peito aquilo que tanto me machucava. Argh. Meu loiro... Meu Nick...

Quarta era o único dia em que eu encontrava Roy. Meus pais – principalmente minha mãe – ainda lembravam-se da irmã de Roy, e o que ela havia dito sobre eu chegar perto dele, por isso, estava sendo difícil Roy ser aceito por eles também. Lógico que, diferente de Kimi, meus pais não tinham nada contra ele especificamente, era apenas os fatos recentes.

Meu celular vibrou assim que cheguei na escola.

Está tão bela quanto qualquer outro dia. Roy.

Sorri desajeitada. Olhei em volta, me fixando, depois de uma breve procura, no menino encostado na esquina, uns metros da entrada da escola. Fiz sinal com a mão para que viesse ao meu encontro. Roy veio correndo, sorrindo, cada vez mais lindo aos meus olhos.

- Oi amor! – ele falou me abraçando. Suspirei aliviada. Era bom ficar em sua companhia.

- Oi Roy! – nos beijamos.

- E aí, tudo bom¿ - perguntou, me soltando.

- Tudo. E com você¿

- Estou bem também. – sem avisar Roy se aproximou e selou nossos lábios novamente, dessa vez o beijo foi mais trabalhado. O sinal tocou e ainda estávamos nos beijando. Eu me sentia quente e desajeitada, talvez até envergonhada, muitos alunos deveriam estar vendo o nosso momento. Ele então me soltou novamente. – Acho que está bom, não é¿ 

- Nunca vai ser bom o suficiente. – sussurrei, o provocando. Ele deu uma risada gostosa e depois nos olhamos nos olhos. Quando Roy fazia isso ele sempre me hipnotizava.

- Você está bem¿ - Roy perguntou novamente, me pegando de surpresa. Desviei o olhar por dois segundos, e quando estava pronta para responder seus dedos pousaram nos meus lábios. – Shiii. Não precisa responder.

- Roy, eu não... – tentei. Ele fechou os olhos e esperou. Eu não continuei. O que estava havendo¿ Não poderia o deixar pensar que eu não estava bem... Ele estava vendo demais, alias naquele momento não havia nada na minha cabeça que não fosse ele. – Você pensou que eu...¿

- Você o ama, não ama¿

- O que¿ - minha voz falhou, eu não suportava lembrar do Nick, e Roy sabia disso, ele não poderia ter entrado logo nesse assunto. Parecia ter feito de propósito.

- Você entendeu. – respondeu ríspido. Eu franzi a testa.

- Qual é o seu problema¿ - perguntei me aproximando, tentando olhá-lo nos olhos.

- Desde que aquele imbecil foi embora... Você... Ah, você fica aí, toda melosa por causa dele! É chato! – ele falava irritado.

- Qual é o seu problema¿ - voltei a perguntar, gritando dessa vez. Roy me olhava assustado, eu continuei. – Está cansado de mim e está arrumando desculpas¿ Eu nem falei nada sobre Nick... Eu nem estava pensando nele... Você que traz esse assunto toda vez à tona. Às vezes eu estou bem e você vai e me pergunta sobre o Nick; não é legal, está bem¿ Caramba, ele só era meu melhor amigo... Só isso.

Roy continuou quieto. Eu o olhava sem entender esse seu surto de idiotice. Minha garganta raspava como se estivesse inflamada, quando na verdade ela segurava um grito de saudade e desespero.

- Eu pensei que você respeitasse meu choro... Que você me entendesse... Eu... – minha voz já era chorosa. Eu me xingava internamente.

- Chega. Eu não quis dizer isso... Eu só... Só não gosto de ver você sofrendo por ele... – Roy falou por fim. Ele se aproximou receoso. – Foi mal.

- Está tudo bem, O.K¿ Eu tenho que ir. – me afastei para entrar na escola, eu estava atrasada já. – A gente se vê.

- Espera! – ele pediu, encurtando o espaço entra a gente novamente. Seus lábios mantinham uma linha reta que me deixava irritada, ele não podia estar com ciúmes de alguém que nem estava por perto. Suas mãos pousaram na minha nuca. – Eu te amo.

Minha garganta continuava entalada. “Vai, responde a altura!”, eu pensava. Minha voz não saia.

- Até mais. – falei em fim, dando lhe um selinho e saindo em direção ao portão. Não tive coragem de olhá-lo novamente, eu realmente não sabia o que havia me dado. – Otária.

Voltei a me xingar mentalmente por mais alguns segundos.

“Todo dia tua ausência me persegue onde quer que eu vá Não sou de ninguém Sempre tenho que fingir que posso sorrir mesmo sem te ver [...]“

A música era um zumbido na minha cabeça. Eu não a conhecia, mas sabia que ela fazia efeito sobre mim e se encaixava em meu momento. Suspirei. Eu procurava sigilosamente o imbecil que escutava a música idiota. Meus olhos ardiam a cada movimento; minha ferida estava sendo cutucada. Nick. Era a ausência dele que tinha sentido naquela música.

- Com teus olhos... Nos meus olhos... – alguém cantava baixinho atrás de mim. Era o imbecil que eu procurava. Desconectei-me das minhas lembranças.

- Oi. – falei, me virando para encarar a menina retardada. – Sabia que estamos em aula, e mesmo eu não gostando de estudar, essa sua música imbecil está me irritando¿ Eu realmente quero entender o que a linda professora está falando lá na frente. Você poderia me ajudar coisinha de Deus¿ - falei completamente irônica. Ela me olhava com desprezo.

- Algum problema Senhorita Hendrikus¿ - a voz da professora me assustou, suspirei. – Senhorita¿

- Não. Nenhum. Não é fofa¿ - olhei para frente e depois me voltei novamente para a menina. Ela sorriu falsamente, tirando os dois fones de ouvido, que estavam disfarçados pelo grande cabelo preto solto.

- O.K. Vire-se para frente, por favor. – a professora pediu, eu me ajeitei na cadeira.

Sai da sala com dor nas costas. Eu andava muito tensa. Encostei na árvore, na esquina da escola. Com certeza eu esperaria um bom tempo. Eu pedia baixinho que o Roy não me encontrasse na saída hoje, como nos outros dias. O motivo¿ Eu não fazia ideia. Um menino extremamente ruivo veio em minha direção com uma bicicleta. Eu me assustei e me joguei pro lado, caindo sentada e lançando minha bolsa longe. O menino parou e riu na minha cara. Minha vontade era arrebentar a cara dele!

- Qual é o seu problema Felipe¿ - Ah, então era o imbecil do Felipe... Roy apareceu no meu campo de visão, chegando perto e me ajudando a levantar. Ele parecia incrivelmente irritado. – Cai fora!

- Nossa. Que isso Roy¿ Onde fica a nossa irmandade¿ - Felipe perguntou irônico, algo na frase dele me parecia estranho.

- Para com isso, cara. – percebi que Roy tentava se acalmar e falar civilizadamente. – Cai fora Felipe!

- Não vai me apresentar a sua amiguinha¿ - ele perguntou descendo da bicicleta. – Senhor Traidor!

- Roy... – chamei baixinho, percebendo que aquilo não tomaria um rumo legal. Ele pegou minha mão, me empurrando para trás dele.

- Não sou traidor. Você já sabia. – Roy respondeu calmo.

- É. Mas, não por você. Me contaram... E isso foi extremamente chato da sua parte. – o ruivo se aproximou. – Sabe que não devia...

- Tá legal Felipe. A gente conversa depois. – Roy o interrompeu nervoso. Eles pareciam se entender apenas nos olhares, extremamente intimidadores agora. Me senti um peixe fora da água; eles barravam algo. – Depois.

- Você sabe que tudo tem conseqüências. – Felipe praguejou, olhando de relance pra mim. Ele subia na bicicleta novamente. – Você sempre soube disso.

Vi Roy se abaixar e apanhar minha bolsa. Eu continuava a olhar o menino ruivo na bicicleta sumindo no horizonte, sem mudar o curso. Senti um vento gelado e logo Roy estava com as mãos nos meus braços, me acariciando.

- O que...¿ - tentei uma vez. Minha voz era trêmula, nervosa, receosa. – Que conseqüências¿

Eu estava cansada daquilo, totalmente irada com a vida de novela das oito que eu estava levando ultimamente. Minha mão passou ligeiramente pela minha testa, tentando limpar um suor de nervoso que ainda não estava presente.

- Ele não vai fazer nada comigo. Felipe só está com medo... – Roy olhava agora a direção que seu suposto amigo tomara há minutos atrás. Eu o olhei esperando que explicasse. Eu tinha plena consciência do tema pelo menos, que com certeza era o segredo deles. Argh!

- Medo¿ - peguei minha mochila e procurei algum lugar para sentar. A sarjeta era a única opção.

- Ele tem medo que eu... Que eu o abandone. Que eu o traia de verdade... Que faça como o Nickey. – ele me olhou como se esperasse que eu tivesse algum tipo de reação, pisquei duas vezes e abaixei a cabeça.

- Como assim¿ - sussurrei tentando controlar a emoção.

- Você sabe que o Nick já foi da “turma” dele¿ Eu sei que sabe...

- Eu sei. – respondi sem vontade. – E¿

- E também já sabe do segredo, mesmo que apenas da sua existência... O que acontece é que há seis anos, Nick era amigo deles e o preferido de Felipe, os dois eram melhores amigos. Só que algo aconteceu e... – sua voz ficou rouca de uma hora para outra, eu me senti no clímax de um filme de terror. – E aí o Nick resolveu abandonar a turma, por medo, ele era apenas uma criança. Felipe não gostou do abandono do suposto melhor amigo e o deixou em uma ameaça constante...

- Mas, eu não entendo! – gritei nervosa – Há seis anos eles eram todos uns pirralhos! Um bando de crianças que nem saiu da fralda!

- O Felipe era um pouco grandinho, e sabia manipular os outros... Ele precisava de apoio e com um pouco de lábia conseguiu o que queria: o silêncio e a fidelidade de todas essas crianças...

- E como você sabe de tudo isso¿ Como entrou nisso¿

- Felipe é meu irmão adotivo. – Roy falou baixo. Eu pisquei algumas vezes.

- O que¿ Então seu irmão mentiu... Por que ele não contou...¿

- Não. Ele apenas omitiu. – Roy o defendeu. – Preste atenção Katy, veja como Felipe é... O meu irmão não suporta a ideia de tê-lo como irmão, mesmo adotivo. Ele é um desgosto para meus pais e para minha família inteira há muito tempo... Não leve isso até sua tia, pelo amor de Deus!

- Eu compreendo. Não vou dizer nada. O que mais eu deveria saber e ainda não sei¿

- Você não imagina nem metade de tudo que roda na vida dessas pessoas.

- Que pessoas¿ - a curiosidade me consumia devido ao enorme suspense que ele fazia. – Nickey¿ Felipe¿

- Eu e outros... Também. – ele completou. – Podemos conversar sobre isso outra hora, quem sabe amanhã ou no final de semana. OK¿

Roy não parecia estar querendo me enrolar, ele não era de fazer isso. Não por enquanto. E na verdade, eu não sabia até quando ele seria tão transparente assim.

- Er... Pode ser. Eu preciso ir mesmo. – me levantei e logo Roy estava colado a mim. Minhas pernas bambearam com a sua proximidade. Senti que o assunto já estava sendo deixado de lado e o abracei, tentando ser mais carinhosa. – Obrigada por confiar em mim.

- Eu te amo Kate. Nunca vou me esquecer dos nossos olhares naquela fazenda, dos nossos beijos, do seu rosto, do jeito perigoso que você me conquistou. – sua voz de repente se tornou macia aos meus ouvidos. – Nunca vou me esquecer do que me contaram quando acordei, ou do que eu sonhei enquanto estava em coma...

- O que te contaram¿ - o interrompi curiosa – E com o que você sonhou¿

- Me contaram que uma menina linda havia enfrentado vários enfermeiros apenas para me olhar e gritar eu te amo... Me disseram que ela chorava e esperneava por apenas querer ficar comigo, mesmo estando internada. – seus olhos azuis faiscavam sobre os meus. Eu apenas sorri de lado, me permitindo flutuar no ar ao ouvir quão orgulhoso ele falava sobre o que eu havia feito por ele. – E sabe com o que eu sonhei¿ Sonhei exatamente com isso; com você dizendo que me amava e que ia me esperar. Isso ficou praticamente gravado em minha mente por muito tempo, até pelo menos o dia em que te encontrei novamente... Foi por isso que eu disse que esperei muito para te beijar.

Sabe aqueles momentos em que o mundo a sua volta some¿ Ou talvez aquele tipo de momento em que as palavras são tão intensas que chegam a fazer eco na sua cabeça¿ Então, era assim que eu descrevia aquele momento. Nos profundos olhos azuis de Roy eu encontrei uma sintonia perfeita, uma paz avassaladora. Há tempos eu vinha admirando a beleza daquela imensidão azul, mas apenas agora eu havia compreendido que mesmo que a imensidão fosse vermelha, preta, marrom, verde ou qualquer outra cor, ainda sim, eu me encantaria do mesmo jeito; eu não tinha mais duvidas, foi ali, naquelas palavras, que eu entendi os meus sentimentos.

A minha escolha ali, não era entre o amor de Nick ou de Roy, eu entendi isso. A luta era entre o meu amor por Roy e a minha amizade colorida com Nick. Eu havia confundido todos os meus sentimentos. A todo esse momento eu sabia que eu e Nick não poderíamos nos amar de outra maneira que não fosse por amizade, mas mesmo assim, escondido, meio que quietinho, meu coração se apaixonou por Nick, e camuflava isso por trás da nossa amizade. Assim como ele, eu não sabia do sentimento que eu alimentava. Eu estava vivendo uma daquelas paixões de adolescentes, só podia ser, porque eu tinha certeza que de amor não era. Quando eu pensava em Nick, o único sentimento que eu sentia era um amor de amizade, carinho, admiração e saudade agora. Eu não sentia por ele o mesmo que Roy acabara de me mostrar... Um tipo de amor raro, mais intenso e que só agora eu pude acreditar que é real; amor a primeira vista.


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Notas finais do capítulo

reviews? ♥