No Ritmo do Metrô escrita por Marylin C


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oioi!

Acho que j falei tudo no disclaimer. Desculpem qualquer erro e espero que gostem, seus lindos!



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“Maquiagem? Confere. Notebook? Confere. Caderno de anotações? Confere. Estojo? Confere. Carteira? Confere. Chaves de casa? Confere. O livro Orgulho e Preconceito, pro caso de ficar nervosa ou sem nada pra fazer? Confere. Preciso lembrar de mais alguma coisa?” a garota perambulava pela casa, checando sua bolsa. O melhor dia da vida de Vitória Cavalcante estava começando, e ela estava decidida a não deixar nada estragá-lo.

Ouviu a campainha tocar. Deveria ser Júlia, sua melhor amiga desde a quinta série. As duas sempre pegavam o metrô juntas, mas dessa vez seria especial. O primeiro dia de estágio no Diário de Pernambuco, na editoria de cultura. É claro, ainda teria de ir na UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) para assistir a duas aulas de Radiojornalismo antes, mas já estava nervosa e bastante feliz.

Desceu as escadas quase correndo, o saltos pretos martelando nos degraus de mármore, e chegou até a sala com paredes brancas e muitas pinturas a óleo de artistas que seu avô conhecera muito tempo atrás. Júlia conversava animadamente com a mãe de Vitória sentada ao sofá bege que ocupava um bom espaço da sala, e as duas cumprimentaram a garota com sorrisos orgulhos.

-Vamos logo, Vic! – Júlia, sempre alegre, se levantou de um pulo. A garota sorriu e assentiu, dando um beijo estalado na bochecha da mãe e saindo com a amiga. As duas seguiram a pé, conversando animadamente sobre o estágio de Vitória, até a estação de metrô mais próxima; no caso, a do bairro de Prazeres. Deveriam pegar o metrô das 8h e seguir até a estação de Joana Bezerra, onde a futura jornalista deveria pegar o metrô que iria sentido bairro de Camaragibe para depois pegar a integração do ônibus na estação de Santa Luzia. Já Júlia continuaria no metrô por mais uma parada até descer na estação central do Recife, para então seguir a pé até a Faculdade de Direito do Recife. As duas amigas sempre fizeram esse trajeto desde que começaram a faculdade; poderia ser um pouco mais trabalho para Vitória, mas o metrô chegava em horários certos e não havia risco de trânsito, além da garota poder passar mais tempo com a amiga de cabelos cacheados.

As duas competiram para ver quem sentava-se no único banco disponível do meio de transporte. Vitória ganhou, pondo a própria bolsa e a da amiga perto de si e verificando o horário. Tudo certo, as duas chegariam a tempo para a aula. Tirou uma poeira invisível da calça preta que usava, ouvindo destraidamente a música que passava na rádio dos auto falantes do metrô e tentando não pular de felicidade ou roer as unhas de nervosismo.

Passaram-se uma, duas, três, quatro estações. Júlia encontrara um conhecido no banco ao lado da futura jornalista e colocava o papo em dia, enquanto Vitória observava as pessoas que se encontravam ali. Gostava de imaginar histórias para as pessoas: onde elas desceriam, como estavam se sentindo no momento, se tinham família etc.

Então o metrô parou na estação do Shopping Recife. A senhora que estava sentada no banco a frente de Vitória se levantou e saiu pela porta automática, e a estudante supôs que ela iria ao shopping para encontrar amigas ou fazer compras. Enquanto se entretinha imaginando os itens que a senhora compraria, um rapaz entrou no metrô. Sentou-se no banco vago com as pernas abertas e numa posição desleixada. Parecia preocupado, cansado ou mesmo zangado. Vitória olhou-o, reparando nos cabelos negros desgrenhados e no nariz afilado. Ele era bonito, concluiu. Mas precisava de um sorriso no rosto.

A garota sorriu levemente, a ideia maluca tomando forma em sua mente. Imitou a posição do rapaz, largada e com as pernas abertas. Ele cruzou a perna direita e olhou para o mapa do metrô acima de sua cabeça, ela o imitou. Finalmente ele pareceu notá-la com um olhar de canto e tossiu, levando o corpo para frente e usando a mão para abafar a boca. Ela o imitou, reparando na música agitada que começava a tocar.

Júlia se deu conta do que acontecia e riu discretamente, erguendo uma sobrancelha para a garota e observando a interação dos dois. O rapaz sorriu para Vitória, que riu de volta. Ele então olhou-a, como que em desafio, e subiu no banco. Ficou de cócoras, com os pés em cima do banco. Ela o imitou rindo, sem reparar nas pessoas que começaram a observá-los.

Ele deu-lhe língua, ela retribuiu. Ele pôs as mãos espalmadas à frente, como se tivesse um vidro à sua frente. Ela o imitou com um sorriso. Ele jogou a cabeça para a esquerda das mãos, como se um muro estivesse bloqueando a visão dele. Ela o imitou. Ele cruzou as mãos e pôs os braços em linha reta ao lado da cabeça, o cotovelo direito apontando para o teto. Ela continuou o jogo. Ele passou os braços ligados pelas mãos cruzadas por trás da cabeça, formando ondas com o corpo e arregalando os olhos verdes propositalmente. Ela o imitou.

Então ele pousou as mãos em cima dos próprios ombros e começou a descê-las pelo tronco, com o olhar levemente atrevido. Ela o imitou sorrindo. Quando ele chegou à base do próprio tronco fez um leve movimento de cabeça para a garota e, com um gesto brusco, tirou a camisa verde-musgo que usava.

Todos dentro do metrô, ao ver o peito nu do rapaz, olharam direto para Vitória. Velhos, mulheres, senhoras, rapazes, todos a encararam. Júlia ria, e deu o olhar 16 para a amiga, que dizia ‘Você se meteu nisso, resolva!’. A estudante de jornalismo olhou para baixo, cobrindo a boca risonha com a mão. E agora? O que faria?

Olhou timidamente para o rapaz, que ergueu as sobrancelhas e fez um movimento de cabeça para ela, sorrindo de lábios fechados e desafiando-a com o olhar. Vitória corou e apertou os lábios, para então se decidir. Quase penetrou nos olhos verdes do rapaz e então, para a surpresa e aprovação de todos, tirou a camiseta branca que usava em um só movimento. Ao som das risadas e aplausos das pessoas do metrô, ela corou mais e olhou o ser à sua frente em desafio. Ele também ria, tentando não reparar na pele branca que ia até o sutiã bege da garota e permitir-se a ter reações biológicas indecentes em seu corpo.

-Jake. – ele apresentou-se, estendendo a mão para ela com um sorriso de lado. Ela riu e apertou-a.

-Vitória. Muito prazer em conhecê-lo, Jake.


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Notas finais do capítulo

E a? Comentrios? Digam o que acharam!

Beijos,
Mary



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