Morgan POV

Eu ainda estou no hospital e não sei por quanto tempo mais vou ter que ficar aqui... Já tem quinze dias desde o acidente, mas como eu não posso parar de trabalhar eu pedi que o Igor me trouxesse meu Macbook para que eu pudesse trabalhar daqui. Eu estava sentada na cama com as pernas cruzadas e em cima das minhas pernas tinha uma mesinha, dessas que levam café da manha aos pacientes, e em cima estava o Macbook. Nós estávamos numa negociação importante com uns produtores estrangeiros, não tinha como eu ficar de palhaçada só por que estou, desnecessariamente, internada!

— Quando você vai parar de trabalhar dona Morgan?! (Dizia a Tamy entrando impaciente no quarto)

— Oi, Tamy... Que bom que você chegou. Me faz um favor?! Liga pra minha assistente e pede pra ela trazer o contrato do departamento de produção aqui que eu assino. Aproveita e pede pra ela remarcar a reunião com o chefe de... (Eu disse enquanto não parava de digitar e rever o balanço anual)

— Morgan eu não sou sua secretária, por que você mesma não liga?! (Ela disse se sentando no sofá que tinha no quarto)

— Por que minha mãe levou meu celular dizendo que gente doente não trabalha. E por isso ela não sabe que eu estou com o Macbook aqui!

— Quer saber, sua mãe ta certíssima! Assim você vai se matar, docinho. Toda vez que eu chego aqui você está nesse maldito Macbook! Mesmo que seja trabalhando!

— Tamansin eu não tenho tempo para discutir isso com vocês! Eu tenho que resolver questões importantes. Com essa negociação eu posso lucrar muito.

— É querida, mas com isso você se estressa... E você não pode se estressar ou qualquer coisa do tipo! A cirurgia ainda é muito recente!

— Eu sei! Mas não posso parar... (Eu coloquei a mão onde havia sido a cirurgia) Apesar de ainda sentir um pouco de dor... (Eu disse com um pouco de dificuldade)

— Tá vendo, Morgan, isso só aconteceu por que você se esforça demais! Eu tenho certeza de que você pode muito bem maneirar... Quer saber me dá esse notebook! (Ela fechou o Macbook e pegou ele dá mesa)

— O que tá fazendo?! (Eu perguntei me irritando) Eu não posso me irritar!

— É exatamente por isto que estou tirando o notebook de você! Você está a oito horas nesse computador?! Chega de trabalho! Você é uma mulher hospitalizada!

— Mas... (Eu disse tentando não me estressar, mas doeu de novo e eu levei a mão novamente no lugar da cirurgia) Tá bom... Talvez você esteja certa... (Eu disse com dificuldade) Quando é que a enfermeira vai me trazer o remédio?!

— Está doendo muito?! (Eu assenti com a cabeça) Tá então eu vou ver o que faço... Não faça nenhuma bobagem na minha ausência ouviu, mocinha?!

— O que eu poderia fazer?! (Ela riu. Alguns minutos depois ela trouxe a enfermeira que disse que eu estava me esforçando demais e me determinou um tempo máximo de trabalho por dia) Só três horas?! O que eu vou fazer com três horas de trabalho! (Eu disse espantada) Ai...

— Tá vendo por que é necessário que a senhora fique só três horas trabalhando. Aliás, a senhora deve evitar qualquer emoção forte ou exercícios físicos. (Eu bufei, ela sorriu gentil, me deu o remédio e saiu depois de alguns minutos)

— Tamy?! Eu posso te fazer uma pergunta?!

— Você já fez, mas eu deixo você fazer outra, por que eu sou boazinha! (Ela riu)

— Tá... (Eu pensei se realmente deveria fazer aquela pergunta) O... O Castiel... não sabe que eu estou aqui?! (Eu perguntei baixo, estava extremamente envergonhada por esta pensando naquele infeliz)

— Sabe. Por que a pergunta? (Ela disse dando de ombros)

— Nada... (Eu respirei fundo e um pouco desanimada)

— Nada o c@r@lh*! O que está te intrigando?! Eu te conheço... Você ainda não o esqueceu, não foi?!

— Que?! (Eu disse espantada) Claro que não eu nem penso mais nele... Eu só perguntei por que como ele não veio me ver, o que a imprensa e a mídia vão pensar?!

— Quem disse que ele não veio te ver?! (Ela disse empolgada) Eu não devia te falar isso, mas é ele quem está dormindo aqui todas as noites... Ele até mesmo te doou sangue. A sua mãe só disse que era ela, por que ela disse que ele só tá fazendo isso por causa da mídia, mas quer saber?! No fundo eu acho que ele gosta de você! (Ela sorriu)

— É sério?! (Eu perguntei boba)

— É. Quem não gosta de você?! Depois de mim você é a pessoa mais top que eu conheço! (Ela sorriu simpática) Eu fiquei muito surpresa quando ele se ofereceu pra passar as noites aqui! (Ela disse empolgada, eu abaixei minha cabeça e dei um sorriso meio que involuntário, não queria que ela visse que meu corpo não colabora com o que eu quero) Não adianta esconder, bonitinha! Eu já vi esse sorriso apaixonado!

— Quem?! Quem tá apaixonada aqui?! (Eu fiquei corada e ela começou a rir)

Eu resolvi abolir toda e qualquer lembrança que eu tivesse dele... Está proibido eu sentir qualquer coisa por ele... Além do mais é como minha mãe disse ele só esta fazendo isso por causa da mídia! É óbvio!

Castiel POV

Eu acabei chegando tarde ao hospital essa noite... A Sininho saiu do quarto e me avisou que a nanica havia sentido muitas dores durante a tarde. Eu entrei no quarto e me sentei no sofá... Eu estava tão cansado... Eu ainda estou com problemas na empresa por causa daquele maldito processo! P*rr@! Eu mal tenho dormido porquê passo todas as noites aqui, e não dá pra dormir direito nesse sofá! O que me leva a pensar quando foi que esses sentimentos começaram a aparecer?!

Eu dormi no sofá com dificuldade, afinal não dava pra dormir bem no sofá que era bem menor do que eu. Eu acordei ouvindo uns gemidos deviam ser umas três ou quatro da manha... Eu me sentei no sofá, procurando da onde vinha o barulho e vi a anã, se mexendo bruscamente... Eu levantei como num pulo e fui até ela... O rosto dela estava molhado de lágrimas e ela não parava de se mexer! Eu não sabia se era de dor ou se ela estava só tendo um pesadelo...

— Morgan! Morgan! Morgan! (Eu a chamei insistentemente)

Eu ia chamar um médico ou alguém pra tentar fazer alguma coisa... Mas ela se sentou num pulo e colocou as mãos no rosto chorando desesperadamente... Eu me aproximei dela e me sentei na cama ao lado dela...

— Você está bem? (Eu perguntei preocupado)

Ela me abraçou fortemente e eu senti meu coração disparar, eu a abracei também... Nós ficamos algum tempo assim, e ela não parava de chorar, soluçava e tudo... Me lembrou a pirralha (Wendy)!

— Eu vou pegar água pra você. (Eu disse a afastando levemente)

— Não... Fica aqui... Por favor... (Ela disse me abraçando novamente)

— Hei... Eu só vou pegar água. Ali na mesa. (Eu a afastei e apontei pra mesa que havia no quarto e ela olhou pra lá e depois me olhou novamente)

— Você promete que vai voltar? (Ela disse me olhando como uma criança)

— Eu prometo, pequena. (Eu sorri pra ela de forma gentil)

— Tá... Mas, não demora...

— Eu prometo! Não vou demorar andando dois metros! (Eu sorri. Eu coloquei água num dos copos que estavam em cima da mesa e dei a ela) Demorei muito minha pequena?! (Ela sorriu e bebeu a água se acalmando e foi só então que eu me dei conta de que havia a chamado de “minha”. Porém diferente das outras vezes, dessa vez saiu inconscientemente...)