Casados pela razão errada escrita por WendyReis


Capítulo 16
Capitulo 16 - Amigos talvez




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Ele se sentou ao meu lado no banco e eu perguntei sem olha-lo.

— O que está fazendo aqui? (Eu perguntei num tom baixo)

— Meu pai me obrigou a vir falar com você. (Ele falava sério parecia com raiva)

— É engraçado como sempre que você faz alguma merda, alguém te obriga a vir falar comigo... Como se você não se arrependesse do que faz... (Eu dizia ainda sem olha-lo, ele se manteve calado como se concordasse) Mas agora que está aqui pode ao menos consolar-me? (Eu perguntei ainda tentando controlar meu choro dessa vez olhando nos seus olhos cinza que refletiam a lua e ele assentiu com a cabeça. Eu cheguei mais perto e afundei minha cabeça em seu peito, ele não teve reação alguma, o que me fez ficar com raiva) É isso que você chama de consolar?! (Eu perguntei levantando minha cabeça) Será que não dá ao menos para me abraçar?! (Eu perguntei explodindo deixando que mais lágrimas caíssem dos meus olhos)

Ele não disse nada. Simplesmente fez! Simplesmente me abraçou. E pude sentir suas mãos gélidas e macias... E me lembrei de que foi exatamente ali que eu e o Nath nos unimos. Mas o toque do Castiel era diferente era um toque bom e ao mesmo tempo ruim, me passava segurança e ao mesmo tempo medo, era um toque definitivamente perigoso. Nós ficamos ali algum tempo abraçados e, eu não sei, mas acho que gostei de estar ali com ele... Será que nós finalmente viraríamos amigos e deixaríamos o passado morrer?! Depois de acabar com meu estoque de lágrimas, eu resolvi que agora que estávamos ali era hora de ser sincera e acabar com a nossa rixa.

— Castiel... (Eu disse calmamente me afastando de seu corpo e ele me olhou esperando eu continuar) Você sabe por que eu tenho raiva de você? Sabe por que eu te odeio tanto? (Era hora de virar adulto e conversar como gente)

— Na verdade não... (Ele disse também pensativo me olhando)

— Tá... (Eu respirei fundo e passei a mão no meu rosto procurando secar o resto das minhas lágrimas) Lembra dez anos atrás? No dia do casamento de nossos avós? (Ele assentiu com a cabeça) Eu estava com raiva, com ódio, minha avó simplesmente havia sumido durante anos. Ela simplesmente foi sem dar explicações. Eu era uma criança e nós éramos muito apegadas. Eu passava minhas tardes com ela e meu avô, nós nos divertíamos muito. Eu sempre achei que fossemos ser amigas até o fim. Mas aconteceu tudo isso, e ela voltou todos esses anos depois com um convite de casamento me chamando pra ser dama dela. Para fazer parte daquela estupidez. Eu estava na pior fase da minha vida, minha mãe estava saindo com um cara que tentava todo dia abusar de mim. Minha mãe não acreditava em mim, ela estava ocupada demais vivendo o romance perfeito e a minha avó não estava ali. Eu tinha quinze anos! Acreditava em romances perfeitos! (Dei uma risada irônica) Como conseguia vendo em toda minha volta famílias destruídas?! As pessoas simplesmente estavam mais felizes sozinhas. Meu pai, minha mãe... meus avós... Eu nunca esperei muito de ninguém. Principalmente de homens! Mas naquele dia quando eu esbarrei em você e você derramou vodka naquele vestido horroroso e não assumiu, meu coração se quebrou em mil. Eu simplesmente não aguentei mais. Os momentos felizes na minha vida eram poucos. Naquele momento, eu tive certeza que nunca teria minha avó como amiga de novo... (Eu deixei algumas lágrimas escorrerem) Eu soube que ela me odiaria por eu ter destratado ela no dia mais feliz de sua vida, ter estragado o vestido e ainda por cima ter derrubado o bolo. Talvez, eu simplesmente deveria ter deixado de ser criança e estado lá por ela, para ela... (Eu fiquei alguns segundos calada) Desculpe-me... Talvez eu não devesse ter sido tão infantil com você... (Eu respirei fundo e dei um sorriso meio de lado. Ele ficou alguns minutos sério apenas como se digerisse tudo)

— Eu quase não consegui convencer meu irmão de pegar aquilo pra mim, já que eu era menor! (Ele falou de uma maneira engraçada o que me fez soltar um sorriso. Ficamos alguns minutos sem dizer nada e então…) Quando eu era criança meu irmão tinha um amigo chamado Matthew e todo mundo o chamava de Matt, daí pra não confundir as crianças chamavam meu irmão de Tias. E ficou... (Ele riu abafado) Minha mãe dizia que eu era muito ciumento quando moleque e que eu sempre queria o que meu irmão tinha. E daí eu os pedi pra me chamar de Tiel... (Eu olhei pra ele e ele riu) Mas nunca me chame assim, ok?! (Ele falou com um sorriso que eu não consegui entender se era de felicidade ou de ironia) Minha gnomeia! (Ele disse com um sorriso que dessa vez eu pude distinguir ser irônico)

— Você realmente gostou de me chamar de sua não foi?! Tielzinho! (Eu falei irônica e sorri, já não estava mais chorando)

— Você está achando graça, é?! Vai ter que ser punida! (Primeiro eu fiquei confusa, mas aí eu saquei o que ele queria fazer)

Meio que sem pensar eu simplesmente me levantei e saí correndo em direção ao lago. Nós parecíamos duas crianças correndo como se estivéssemos brincando de pique-pega ou sei lá o que. Nem parecia que hoje de manha eu o xinguei de tudo quanto foi nome por te atrapalhado meu cronograma. Nem parecia que éramos adultos. Quando eu cheguei ao lago eu me escondi atrás de uma árvore e como estava de noite e só tinha nada mais além da luz da lua e das estrelas para iluminar a nossa “palhaçada” ele não me viu e começou a falar alto.

— Quanto mais você se esconder pior será o seu castigo! (Por que eu sentia um toque malicioso na voz dele?) Te achei anã pigmeia! (Ele começou a me fazer cócegas e mais cócegas e mais cócegas, eu estava rindo esbaforida)

— Para... (Eu tentava falar entre minhas gargalhadas) Eu prometo não te chamar mais de Tiel... (Eu consegui falar entre gargalhadas e ele continuou)

— E o que mais?! (Ele perguntou rindo da minha reação)

— Nem de Tielzinho... (Eu ria) Eu prometo... (Eu ria mais ainda)

Ele parou de me fazer cócegas e eu escorreguei para grama e fiquei sentada encostada na árvore retomando ar. Alguns minutos depois eu consegui falar:

— Eu estava rindo, mas odeio cócegas! (Eu disse olhando pra ele que havia sentado ao meu lado) Então nunca mais faça isso, ouviu? (Eu falei séria com ele)

— Você é bipolar né?! Há um minuto estava rindo curtindo minhas mãos pegando em você e agora me manda pastar! Eu nunca vou entender vocês mulheres! (Ele falou dando um duplo sentido com um sorrisinho muito malicioso)

— Não adianta né?! Você vai ser sempre um pica-pau idiota!

— Pica-pau. Porque pica-pau? (Ele disse sério)

— Pelo cabelo vermelho e o senso de humor! (Eu disse enquanto pegava uma pedrinha que estava do meu lado e jogava no lago formando pequenas ondinhas)

— Ta aí! Criativo! Desse eu nunca fui chamado! (Ele sorriu e pegou uma pedrinha e fez o mesmo que eu) Sabe baixinha?! Eu adorava vir aqui quando moleque.

— Achei que tivesse acabado os insultos! (Eu disse jogando outra pedrinha)

— Baixinha não é insulto! É elogio! (Ele jogou uma pedrinha também)

— Então eu posso te chamar de pica-pau, né?! (Eu disse olhando pra ele que não teve reação nenhuma e eu resolvi irritar) E Tiel também né?! (Ele riu irônico e se jogou literalmente em cima de mim que caí na grama com ele por cima de mim)

— Achei que já tivéssemos conversado sobre isso nanica! (Ele falou num tom de sedução e com um sorriso muito sedutor, para o azar dele não sou alguém seduzível)

— Sai de cima coisa pesada! (Eu o empurrei) Não confunda as coisas, não sou sua noivinha e muito menos essas v@d1@s com quem você trai a sua querida Deb! (Eu falei um pouco irritada enquanto me sentava novamente)

— Hei, eu sou um cara fiel! (Ele falou com ar de dó)

— É claro que é! (Eu falei irônica) Vai entender! Uma dentro e duas foras! É muito mané mesmo! (Eu disse dando um leve tapa na cabeça dele)

— Vai começar de novo?! (Ele perguntou rindo e se aproximando de mim)

— Pode ficar aí Don Juan! (Eu disse rindo e o empurrando para longe)

— Assim você me machuca baixinha! (Ele estava a fim de me irritar)

— Achei que já tivesse deixado claro sobre baixinha ser a sua mãe!

— Na verdade ela tem 1,75. Não acho que seja baixinha! (Ele dizia sorrindo eu não dei muita confiança e deitei na grama. Estava tão exausta!)

Ele deitou em seguida… Nós ficamos observando o céu... Sem falar nada, só ficamos ali... Acho que agora podemos ser amigos! Não que eu esteja muita contente em dar certas liberdades pra ele... Mas enfim... Eu acho que a brisa ajudou um pouco por que eu acabei adormecendo ali mesmo...


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