P. V Newt

Acordei com os sons da chuva caindo no orvalho . A clareira estava silenciosa, e a chuva caia suavemente.

Levantei preguiçosamente, eu tinha que ir falar com Eleanor,explicar e pedir mais explicações sobre a história dela.

Minha perna estava doendo mais que o normal, o que me atrasou bastante. Os únicos acordados além de mim, eram Thomas e Minho, que conversavavam algo sobre onde mapear hoje. Acenei com a cabeça pra eles e segui em direção as redes mais afastadas.

Mesmo com a claridade do Sol, aquela região da clareira era escura.Eu sentia calafrios toda vez que vinha ali.

Tropecei em uma roupa,e cai desajeitamente por cima de mim mesmo. -Maravilha - resmungei sozinho.

–Eleanor? -falei o mais alto que pude. Esperei cinco minutos, para me convencer de que ela não estava ali. Certo, onde uma garota que não conhecia nada poderia ter ido tão cedo?

Tentei correr o quanto minha perna permitia, tinha de alcançar Minho e Thomas. Deixei de pensar na dor em minha perna e continue pensando fixamente que precisava ser rápido

–Thomas. -gritei assim que o vi. -Minho. -eu continuava correndo.

–Cara o que aconteceu para você estar correndo assim logo de manhã?

–Eleanor, você viram ela? -falei ofegante.

–Não, porquê?

–Nada, só que ela sumiu -falei ironicamente.

–Precisamos acha-la - Thomas parecia muito preocupado

–Mas onde? -Minho parecia pensar o mesmo que eu. O Labirinto.

–Vocês não acham que ela entrou no Labirinto? Ah, vocês acham sim. -Thomas concluiu.

–Vamos logo. -Minho estava impaciente.

E eles foram, me deixando a beira de um ataque de panico. Algo que eu odiava era me sentir um inútil completo. E eu estava sendo um agora.

A clareira ia despertando aos poucos, a chuva ainda não havia cessado,e trovões me levavam a acreditar que ela só aumentaria. Passei a tarde com Chuck e com Winston.

–Newt tá tudo bem? -era a quinta ou sexta vez que Chuck me perguntava isso e mais uma vez eu abanei a cabeça afirmativamente. Não queria conversar. Dentro de mim sempre existiu uma necessidade muito grande de ser alguém, de ser importante, de ajudar. E agora sem o Alby mais do que nunca eu precisava comandar. Mas eu sentia que estava falhando miseravelmente.

Tudo estava falhando, desde um pequeno passo até uma grande respiração.

Eu não sabia até quando iria aguentar. Já fazem três anos que eu estou preso aqui, e honestamente já perdi toda e qualquer esperança de sair algum dia desse lugar.

Não saber onde Eleanor estava me deixava triste demais,eu deveria estar ajudando a achar ela, e não continuar fingindo que está tudo normal.

Sai discrestamente da Sede,deixando Chuck e Winston conversando sobre qualquer assunto que não prestei atenção, e segui para perto do labirinto, Thomas e Minho iriam voltar logo, e com certeza trariam ela de volta.

Uma hora depois:

Aflição é o que me define nesse momento,nem sinal de Thomas e Minho e muito menos da Eleanor. Não precisava de um relógio para saber que não faltava muito para o labirinto fechar.

Ao meu redor, vários gravetos quebrados decoravam o chão. É uma mania minha, quando estava nervoso eu quebrava tudo que tivesse as mãos.

O som das portas se arrastando me tira de meu transe, levanto em um pulo e fixo meu olhar no corredor amplo de dentro do imenso labirinto. Não consigo acreditar que eles não vão conseguir.

As portas que vão condernar meus dois melhores amigos a morte, continuam se movendo,

Mas então eu os vejo, eles correm o mais rápido que podem.

Eles não estão longe, mas a portas também não. Thomas e Minho não tinham o luxo de parar pra tomar folego. Eles simplesmente tinham que correr.

O baque dos murros é ouvido. Eu olho pra frente e vejo meus dois amigos caidos no chão rindo como idiotas que não acreditam que estão vivos.

Momentos felizes como esse estavam sendo raros,por alguns breves minutos eu me permiti rir como não ria a tempo.

–Por que vocês se atrasaram? -perguntei depois de ajudar Thomas a deitar.

–Estavámos procurando a Eleanor

–Ela não está lá Newt. -Minho dizia com dificuldade, ele estava com alguns arranhoes nas pernas e braços.

–Tem certeza?

–Bem, quase, não tivemos tempo de correr todo o labirinto. -Thomas estava olhando para as próprias mãos e parecia triste.

–Quer dizer que ela pode estar lá dentro ainda?

–Sim. - Minho anunciou como se estivesse declarando a morte dela.

–Não, ela não está lá. - não sei minha voz soou desesperada ou se não passou apenas de um sussurro. Eu não sentia o chão, não sentia o ar em meus pulmões.