Finalmente Mac estava a sós com Stella. O pessoal do laboratório viera visitar Mac e traze-lhe algumas flores, depois disso foram embora, e quando isso aconteceu Clarisse pedira para ir com eles porque estava cansada e Millie foi junto com a menina já que tinha que pegar algumas de suas coisas no apartamento para passar mais uma noite ao lado de seu filho no hospital. Assim que as meninas deixaram o quarto, Stella sorriu para Mac que tinha uma expressão séria no rosto, mas acabou sorrindo ao ver o grande sorriso que ele tanto amava no rosto de Stella. A grega não sentou-se, ficou de pé apenas  o admirando e pensando o quanto sentiu sua falta.  Ela pensou que iria o perder, e agora, ela estava ali, de pé diante dele, do homem com quem ela escolheu viver, o pai do seu bebê...

— Nós podemos conversar agora?-Pediu Mac, ainda em transe com a beleza dessa mulher diante dele. Se fosse por ele nunca mais perderia ela de vista, e ele não iria. E quem sabe daqui para frente os dois não pudessem se casar e terem filhos, cuidar de Clarisse até ela ir para faculdade, e o pensamento de se aposentar veio por ele, se tivesse que deixar seu emprego então que fosse pelas mulheres de sua vida.

Aproximando-se dele, Stella levou sua mão até a dele e apertou com firmeza, mas foi delicado. Então foi ai que ela percebeu que ele estava magro, tinha perdido peso depois de tanto sofrimento, claro, ele estava no soro, mas ela nunca o vira tão magro, tão branco como agora estava. Isso a torturava. Mac passou por tanta coisa... Eles passaram. Clarisse, Millie e ela. Era tão errado, deixar que isso acontecesse com pessoas que só queriam viver em paz. Talvez sim, o melhor foi Mac se aposentar... Mas o laboratório era sua vida, ele não poderia largar assim.

— Claro, temos todo tempo do mundo para isso meu amor.-Esfregou as costas da mão dele com sua outra mão.

Por um instante Mac ficou encarando suas mãos juntas, uma lágrima caiu de seus olhos, a primeira vez que chorara depois que acordara foi agora. – Stell, eu preciso...-Ele não conseguiu falar, sua respiração estava aguçada e seus batimentos cardíacos aumentaram. Então ele entendeu toda preocupação de sua mãe com ele.

— Clama, Mac, você não pode ter emoções fortes.-Alertou Stella, tentando estabilizar o homem.

Mac amaldiçoou na hora por estar no hospital, por ter um buraco em sua pele e por sua namorada ter que vê-lo desse jeito.

— Olha, eu sei que você quer ter aquela conversa, mas Mac, podemos esperar, ok?!-Levou uma de suas mãos até o rosto do homem e acariciou com o polegar.

Mac ficou mais calmo. Ele não sabia o que estava acontecendo, talvez fosse o efeito da morfina ou dos remédios que tanto tomou desde que acordou. Ou talvez o seu cérebro não estava tão bem quanto ele pensava. Sim... Uma dor latejante em sua cabeça o tirou do foco, ele não conseguia respirar, mas então sentiu o toque suave da mão dela tocando em seu rosto, foi ai que se acalmou. Por ela.

— Eu te amo!-Disse ela se inclinando para dar um selinho na boca dele. Juntaram os seus lábios e compartilharam um demorado selinho, coisa que já fazia tempo que fizeram, não foi “aquele” beijo, mas foi com amor, o amor que sentiam um pelo outro.

— Eu te amo...-Sua voz foi sumindo na medida que a morfina foi fazendo efeito, Stella resolveu aplicar um pouco para que o homem descansasse, ele já tinha se esforçado demais e ela não queria que ele ficasse mais cansando. Amanhã, a propósito, seria um longo dia, na parte da manhã ela e Millie iriam fazer sua primeira consulta pré-natal, e Mac iria tentar andar pela primeira vez depois que acordou do coma.

Uma ideia veio na cabeça de Stella. E se ela fizesse uma surpresa para Mac e Clarisse quando os dois estivessem junto à ela amanhã? Ela gravaria a ultrassom e trazia como surpresa para sua filha e o pai verem. Ou talvez ela só fizesse essa surpresa quando Mac estivesse pronto para ir para casa, o que podia demorar... Ela realmente não sabia o que fazer para conta-los sobre sua gravidez, ela nem sabia se devia conta-los... Claro que ela devia, Mac era o pai, tinha direito de saber.

Suspirando, Stella soltou a mão enfraquecida do namorado e inclinou-se para beijar o topo de sua cabeça, após esse ato, ela juntou suas coisas e saiu do quarto de hospital, ela não sabia para onde ia, talvez uma livraria que tinha perto do hospital, ou uma floricultura para trazer algumas rosas para Mac... Mas já tinha tantas rosas no quarto do homem junto com balões com frases de recuperação, então decidiu ir para livraria, alias Mac ficaria entediado e um livro era um bom aliado para o tédio. Decidida, ela caminhou até o elevador e esperou chegar até o seu andar, demorou alguns minutos curtos para o elevador abrir suas portas de metal, ela entrou junto com alguns enfermeiros e se encostou na parede de metal, reencostou sua cabeça no metal e respirou fundo, sua mão foi inconscientemente  repousando em sua barriga. Ela nem percebera que uma mulher loira estava lhe observando com um sorriso no rosto. 

— Hey você...-Chamou a loira. Stella olhou para ela esperando que não estivessem falando com ela, mas estavam. A loira desconhecida sorriu. – Desculpe a pergunta, mas, você está grávida?-Questionou para Stella que agora tinha uma expressão curiosa no rosto. – Vi você pondo a mão na barriga...-Comentou ela, colocando a mão em sua própria barriga também.

Stella sorriu entendendo de que se tratava. Era uma mulher grávida feliz, não que ela não estivesse feliz, mas a loira parecia mais feliz que ela. A mulher tinha um grande barrigão, mas não tão notável por causa de seu casaco que era enorme.

— Sim, eu estou!-Respondeu Stella, com lagrimas nos olhos só em admitir isso. Suas mãos continuaram repousada em sua barriga e ela tinha um sorriso no rosto.

Antes que qualquer uma dissesse mais nada, o elevador apita avisando que chegaram no andar de baixo, dois homens saíram e uma enfermeira entrara, quando a porta fechou-se elas continuaram a se conhecer.

— Eu sou Caroline.-Se apresentou a loira desconhecida estendendo uma de suas mãos para apertar a de Stella, a grega fez o mesmo.

— Stella.-Apresentou-se Stella com um sorriso no rosto.

— É bom conhecê-la, Stella, e ao seu bebê também.-Sorriu colocando a mão na barriga de Stella, e claro a grega não se importou.

Finalmente o elevador tinha parado no térreo, e as duas saíram, mas continuaram a conversar. Agora pareciam que já eram amigas de longa data que acabara de se reencontrar no elevador.

— Sério?-Questionou incrédula, mais curiosa pelo o que a mulher falara enquanto elas caminhavam para fora do hospital. – Eu não serei assim.-Se convenceu Stella e a mulher riu.

— Você vai ver até quando não conseguir ver mais os seus pés, ou deitar de bruços.-Avisou ela. As duas já saindo do hospital.

Para Stella foi até bom encontrar alguém que também estava grávida, essa foi a primeira conversa que ela tivera de “grávida para grávida” e estava até gostando de conhecer Caroline. Não que ela não gostara de conversar com Millie ou Lindsay, mas elas já eram mãe e ela só estava grávida do seu primeiro filho (apesar de já se sentir mãe com Clarisse), então, sim, era bom conversar com alguém que lhe entendera. Com o comentário da loira, as duas saíram rindo, foram até a livraria que Stella tanto queria e claro compraram livros sobre gravidez (para Stella), e alguns sobre bebês e Stella levou também um livro para Mac. Caroline não ficou para trás, levou quatro livros sobre, claro, maternidade... Ah, Stella também pegou um livro de “Como Lidar Com Os Adolescente”, disse ela que era para tentar não ser superprotetora com a sua menina mais e entender um pouco o ponto de vista dela (e levou mais dois só para ficar informada dessa nova fase de Clarisse).

As duas chegaram no caixa com um monte de livros e passaram assim, foram várias sacolas só de livros e Stella ainda achava que tinha esquecido de comprar algo para a própria Clarisse, mas resolveu não voltar a loja já que não sabia todos os gostos da menina ainda, se não fosse livro que ela iria comprar, então pensaria em alguma coias melhor. Depois da “festa de livros” que as duas grávidas fizeram, elas resolveram ir no café perto do hospital, Caroline estava doida para colocar alguma coisa na boca, e Stella nem se fala. Quando sentadas saboreando de seus chás gelado e croissant de chocolate, ambas começaram a falar ao mesmo tempo, riram e esperaram que a outra continuasse, foi Caroline que continuou.

— Apesar de todo os incômodos, você vai ver, quando sentir o primeiro chute dele na barriga vai valer à pena. Eu não vejo a hora de ver o rostinho da minha.-Falou toda boba, dando conselhos para Stella e lhe dando avisos prévios para quando chegasse mais (bem mais) à frente no estagio de sua gravidez.

— Eu não vejo a hora de ver o meu Bean crescer!-Se derreteu Stella com uma mão na barriga e a outra usou para segurar seu croissant.

Caroline sorriu.

— Eu costumava de chama-la de Button, e conversa com ela dizendo que ela iria florescer e nascer uma linda rosinha.-Colocando o croissant de volta no prato, Caroline limpou sua boca com guardanapo e tomou um gole de seu chá gelado. – Então descubro que minha rosa é mesmo uma rosa.-Sorriu bobamente. – O pai dela ficou maluco, você tinha que ver.-Revirou os olhos lembrando da reação de seu marido quando ela contara que os dois teriam uma menina.

Stella riu. Imaginava contando para Mac que estava grávida... Ela sempre se imaginou mãe, sempre se imaginou mãe de um filho de Mac.

— O papai do Bean ainda não sabe sobre ele...-De repente ela sentiu vontade de chorar, mas foi por um motivo bobo, uma baita besteira. – Eu...-Tentou se controlar tomando respirações profundas. Caroline riu lembrando que ela também era sensível e chorava por qualquer coisa, como da última vez em um restaurante ela chorou por que seu prato veio errado. – Eu queria que minhas calças entrassem em mim e meus quadris não aumentassem...-Chorou ela, desesperada que quem estava nos arredores começou a olhar para ela. – Só tem dois meses, e eu sinto que estão com quadris largos!-Ela já estava entre soluços.

Caroline riu e tentou confortar sua nova amiga. Quando viu que Stella estava sendo o centro das atenções, resolveu intervir. – Hormônios de grávida, começa assim, piora depois!-Gritou ela e duas mulheres riram pois entendiam muito bem disso. – Querida, seus quadris não estão largos, e se suas calças não estão entrando mais em você é porque sempre foram menores que os seus quadris.-Tentou ajudar, mas falhou, Stella continuou a chorar.

— Eu nunca me senti tão frágil, isso não é justo.-Limpou as lágrimas que escorriam pelo seu rosto e sorriu. – Desculpa, eu só... Queria tanto usar aquela calça!-Lamentou Stella, não por ter chorado na frente de todo mundo, mas por não poder entrar em suas calças, que realmente ela achava que nunca foi do seu tamanho certo, mas sempre entrou.

Caroline confortou. – É normal, os hormônios pioram a cada dia.-Tá, não foi de grande ajuda, mas ela avisou. – Pense bem, eu comecei a me sentir frágil no meu período fértil, antes de engravidar.-Confessou ela. Stella riu dessa admissão da loira. – Eu ainda choro por bobagem, e como eu disse, suas calças só estão apertadas porque já eram.-Limpou o rosto de Stella com um lenço. – E o seu bebê não te chuta parecendo que quer danificar os seus órgãos, ou quebrar a sua costela.-Comentou sorrindo.

Stella riu novamente, agora estava mais calma. Não iria mais chorar por uma calça estúpida... Mas a calça era tão linda... Tratou-se de tirar o pensamento “calça” de sua cabeça para não chorar novamente.

— Mas com aquela blusa...-Pensou Stella deixando Caroline confusa. Então a mulher loira entendeu o que a grega falava e riu.

Stella ainda pensava na calça.

*****

 Depois de tanto conversar com Caroline, Stella finalmente estava de volta ao hospital, quando chegou no quarto de Mac ele ainda dormia então ela ficou por lá velando o sono de seu amado. Ele dormia tão calmamente, sua respiração era tão doce para ela, que ela não conseguiu resistir e inclinou-se para frente para deixar um selinho nos lábios secos dele. Alisou o cabelo dele com um sorriso no rosto ao vê-lo dormir. Se seu bebê fosse um menino, ela queria que ele tivesse os traços dele, queria que seu filho compartilhasse com o pai e com a irmã os olhos azuis e o nariz deles. Claro, ela queria que seu Bean tivesse algo dela também, mas que fosse como o seu pai e a sua irmãzinha. Seu sorriso aumentou ainda mais com o pensamento de poder ver seu bebê novamente, seu Bean.

Não querendo acordar Mac, ela foi vagarosamente até o sofá e sentou-se lá com um livro de maternidade na mão, sua mão repousada em sua barriga e acariciando o seu Bean que ainda não mostrava-se presente, mas estava ali. Por mais que soubesse que era perigoso estar assim, ela não se importou. Ao ver Mac ali, e conhecer Caroline, tudo que ela mais desejou foi contar para Mac em primeiro lugar, apesar de querer contar ao mesmo tempo para Clarisse... Bom, ela resolveria isso na parte da manhã quando ela fosse junto com Millie fazer uma ultrassom completa. Não via a hora de poder ouvir o coraçãozinho dele bater de novo.

Suspirou e checou o seu celular que estava cheia de mensagens de sua ursinha... De Clarisse. Não pôde deixar de sorrir com as mensagens preocupadas e carinhosas que a menina lhe enviara. Clarisse era um doce, mas quando era para se impor por alguém (assim como fez com Stella quando Christine a enfrentou) a menina virava uma fera. Talvez fosse por esse motivo que Stella estava com tanto medo de contar para Clarisse, pensava que ela iria, de algum modo, tentar proteger seu pai e não aceitar o bebê que Stella carregava. Pensou que seria mais fácil contar para Mac juntamente com Clarisse, assim ela viria a reação dos dois em conjunto. Mas ela queria tanto contar para ele...

  – Onde eu estou?-A voz de Mac despertando assustou Stella, em um pulo ela escondeu o livro que estava lendo e foi até ele, tocou com uma de suas a mão fria do homem e usou a outra mão para colocar no rosto dele, assim quando ele a visse se acalmaria.

— Você está em um hospital.-Avisou Stella. Sua voz doce trouxe o perturbado Mac de volta.

O homem soltou um suspiro alto e fez uma careta de dor. Ao tentar levantar-se Stella obviamente o impediu, ele já estava com dor, fazendo esse esforço iria piorar.

— Calma, amor .-Pediu Stella o segurando agora para que não fizesse nem um esforço, pelo mínimo que fosse. – Vou chamar a enfermeira.-Avisou ela, mas Mac segurou sua mão a impedindo que fosse. Ela lhe deu um olhar repreensivo, mas ele não a soltou.

Os dois ficaram se encarando sem dizer uma palavra. Não era preciso. Só em estar na presença um do outro era mais do que suficiente, nenhuma necessidade de cansar suas vozes. Aquele olhar que ela bem conhecia parecia penetra-la, e ela não se importou. Ele queria conversar, ela sabia, mas sabia também que se ele falasse qualquer coisa ela iria se derramar em lágrimas e acabar contando para ele que está grávida e isso arruinaria tudo. Pelo menos assim ela pensou.

— Você está bem?-Perguntou ele, preocupado com o seu bem-estar. Isso fez com que Stella sorrisse, mesmo doente Mac se preocupava mais com as outras pessoas do que com si mesmo. – Você sabe...-Tentou mudar de posição, mas a dor aguda voltou, então permaneceu quieto. – Pode me contar tudo que está sentindo...-O sorriso de Stella desapareceu quando encontrou com o semblante sério que Mac carregava no rosto. Era uma conversa séria, se fosse, ela teria que ser franca com ele. Mas ela não sabia como começar.

Mac só queria conversar com ela, saber o que estava havendo, se ela estava bem com toda situação, com Christine, a propósito ele terminou com a loira para ficar com ela, porque é a ela que ele ama. Quando falou para ela que ela poderia contar tudo o que estava sentindo, viu o pequeno sorriso no rosto dela desaparecer, então ele soube; ela tinha algo que escondia dele. Ele sempre sabia quando ela guardava um segredo dele... Bom, quase sempre. Mas dessa vez ele a pegou desprevenida, e ela acabou de entregar a si própria.

— Você está escondendo algo de mim.-Afirmou Mac convicto do que falava. Stella percebeu, toda essa convicção na voz dele a assustou, como se ele estivesse a pegando na mentira, como se soubesse do que fez. A olhava como se estivesse feito algo errado, e Stella sentiu-se constrangida como se ele estivesse a vendo nua (não que ele já não tivesse visto antes), foi como se ela estivesse encarando um completo estranho naquele momento.

Seus olhos se arregalaram a entregando-a. Agora ela não tinha como escapar dele, e não iria, só não sabia o que fazer. A voz em sua cabeça lhe orientava, mas parecia que sua própria voz tinha ficado apenas na cabeça pois não a encontrou quando abriu a boca para falar e não saíra nem um som. Engoliu em seco. Sua mão suava. Ela não estava nervosa, seria estúpido, não, ela estava enjoada. Estava demorando demais. Ela pensou. Sua pele parecia estar mais branca e sua mão parecia que tinha entrando em um freezer de tão gelada que ficou, ela até tentou soltar sua mão da de Mac, mas o homem não deixou. Ao invés de soltar ela, ele ficou com uma expressão preocupada, uma de suas sobrancelhas levantadas para cima em confusão.

— Mac, eu preciso muito...-Respirou fundo para continuar. Fechou os olhos. – Banheiro...-Avisou e então Mac entendeu e a soltou. Ela correu para o banheiro e se amaldiçoou por estar enjoada justo agora, na frente dele. Logo dele, a quem ela queria esconder isso. Maldito croissant. Amaldiçoou seu lanche, sua fase, se amaldiçoou de todas as formas que conseguira, claro foi só em pensamento pois estava muito ocupada colocando seu lanche para fora.

Novamente Mac tentou levantar para verificar se Stella estava bem, mas não conseguira. Claro que ele ficou preocupado, e se odiou por estar naquela cama sem poder se mexer para não sentir dor. Ele estava doente de tudo isso, era um saco ficar ali, deitado sem poder ajudar sua namorada... Namorada? Ele pensou. Em que idade ele estava para pode-la chamar assim, além de doente se achou também um velho. As vezes se perguntava se era muito velho para Stella, quer dizer ele tinha uma filha adolescente, já se casara uma vez e quase casou-se de novo, mas seria um erro, e não houve pedido oficial, eles só disseram um para o outro que ficaram juntos e que se amavam, mas ele foi tolo em não pergunta-la oficialmente se ela queria algo sério com ele. Não seria um pedido de namoro, eles já esperaram tanto tempo, ele lembrou que comprara um anel para ela, mas não queria apressar as coisas agora, esperaria ter sua conversa com ela... Lembrando da conversa, ela ainda estava no banheiro e ele pôde ouvi-la do quarto. Fechou os olhos tentando se concentrar em outro som, pois já sentia humilhado demais por não conseguir socorrer sua (amante?) mulher?  Bom, ela era sua Stella, mas ele não estava interessado em discutir seus títulos agora, se preocupava mais com a mulher que estava no banheiro colocando o que comera para fora.

— Stella?-Chamou quando não a ouviu mais. Ele esperou 2 minutos até Stella sair do banheiro. Ela parecia doente, estava tão pálida, até mais que ele, seus lábios rachados e seus olhos avermelhados, ela queria chorar, mas não conseguia. Antes que ela dissesse qualquer coisa, uma enfermeira entra no quarto e sorrir para Stella que estava na porta do banheiro, Stella sorrir de volta, mas para um pequeno sorriso, e a enfermeira vai até Mac.

— Olá senhor Taylor, como está se sentido hoje?-A gentil enfermeira perguntou, ela tinha uma aparência mais velha do que das outras e parecia mais gentil.

Mac olhou par a enfermeira e sorriu. – Com um pouco de dor, mas isso não é tudo. Obrigado por perguntar, Rose!-Sorriu para ela e olhou seriamente para Stella com uma carranca no rosto. A grega se aproximou da cama, mas não tocou em Mac, pensava que ele estava chateado, mas ao invés de ignora-la lá, ele estendeu sua mão para que ela o tomasse e assim ela fez, segurou a mão forte do homem e o olhou nos olhos fixadamente.

— Vamos trocar o soro e, eu tenho uma infeliz notícia...-A gentil mulher avisou com uma cara triste, ela puxou de sua bandeja uma seringa. Mac fez uma careta, isso significava que ele seria furado mais uma vez, e ele estava cansado disso também. – Primeiro eu trocarei o soro, depois usaremos a agulha.-Anunciou ela e Mac concordou.

— Você está melhor?-Seu semblante de preocupado voltou, a face de Stella ainda estava branca, parecia que ela iria sumir. Isso quebrou o coração de Mac, só em não saber o que a mulher de sua vida estava passando.

— Estou bem, só, preciso de uma água.-Disse ela. Mac concordou e a deixou ir.

Quando estavam a sós, Rose resolveu falar com Mac assim como sempre fazia quando visitava o seu quarto. – Ela parece doente.-Comentou Rose.

— É...-Concordou Mac. Seria mesmo que Stella estava doente e não contara para ele? Esperava que não fosse nada grave e quando ela voltasse explicaria tudo para ele. Pelo menos era o que ele esperava, uma confissão de Stella, seja lá o que for.

*****

Já fazia um tempo desde que Clarisse chegou em casa com sua avó e Adam, os três prepararam um lanche para eles e foram para sala, sentaram no tapete (até mesmo Millie) e conversaram entre gargalhadas. Clarisse sentia falta disso, ter o seu tio junto para eles rirem juntos, e ela não via a hora de ver Lucy novamente, sentia tanta falta daquela garota. Também sentia falta de Stella ali, mas estava confortada com ela no hospital junto com o seu pai. Tinha um tempo desde que se juntou com sua avó para uma conversa divertida, apesar de estarem na presença de Adam, foi bom terem uma só para a outra ali, e agora elas teriam todo o tempo do mundo para que pudessem ficar juntas.

Quando os três perceberam já estava entardecendo, Millie tinha que voltar para o hospital para passar a noite com Mac, e apesar de Clarisse choramingar para que ela ficasse, a mulher convencera a menina de aproveitar o momento com Adam que Stella estaria voltando assim que ela chegasse no hospital. Clarisse sorriu abraçando fortemente sua avó para uma despedida, quando as duas disseram “tchau”, Millie saiu pela porta deixando sua neta e Adam a sós.

— Nós poderíamos chamar Lucy.-Só foi Adam fechar a boca e a campainha tocou.

Clarisse sorriu, concordava com o seu tio, ela adoraria que Lucy viesse ao seu apartamento e elas conversassem como sempre faziam e deixassem Adam um louco enquanto jogavam banco imobiliário ou detetive. – Acho uma boa ideia!-Concordou Clarisse a caminho da porta. Ao colocar a mão na maçaneta da porta ela o girou e puxou a porta a abrindo. Tomou uma surpresa ao ver as duas pessoas que estavam ali presente. – Acho que nem precisamos mais ligar, tio Adam!-Gritou para dentro. Lindsay e Lucy estavam em frente a Clarisse com um sorriso bem largo. Resolveram irem para casa de Mac porque Lucy estava perguntando muito sobre a prima e sobre sua tia Stella, e como Clarisse estava melhor agora ela resolveu levar a menina para ver sua prima, sabia que Clarisse iria adorar vê-la,  e Adam mandara uma mensagem para ela além de tudo. E Clarisse adorou mesmo elas terem vindo vê-la.

— Vamos, entrem!-Pediu Clarisse animada. Assim que as duas colocaram o pé dentro do apartamento, Clarisse as puxou para um abraço apertado bem longo.

Adam estava atrás delas com um sorriso. Antes de Millie sair (bem antes), Adam mandara uma mensagem para Lindsay pedindo que trouxesse Lucy para que Clarisse não ficasse sozinha, e como Lindsay estava indo buscar Lucy ela rapidamente chegou.

— Hey.-Cumprimentou as duas que chegaram assim que Clarisse as soltou, Lucy correu para os braços do tio para abraça-lo, o abraço foi correspondido e Adam estava com a menina no colo.

— Que bom que vieram!-Comentou Clarisse fechando a porta atrás dela. Virou-se para encara-las com um sorriso, se aproximou da mulher mais velha e a puxou para sala, Adam estava com Lucy no colo e foi logo atrás das duas. – Hoje vamos ver quem leva  a melhor em detetive.-Desafiou ela. Os adultos riram acompanhados por Lucy. Clarisse deixou-os na sala para pegar o jogo que iriam jogar e ela estava certa de que iria ganhar.

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Lindsay M. – “A mais lamentável de todas as perdas é a perda do tempo.” Philip Chesterfield.