Era muito cedo e ainda estava um pouco escuro, a neve caia com mais intensidade lá fora. Mac fora acordado mais cedo para uma caminhada matinal, ele já estava conseguindo ficar de pé, mas ainda era cansativo para ele andar, mesmo assim ele queria tentar nem que fosse com a ajuda das muletas. Quem estava ajudando-o era o enfermeiro Carver, um rapaz muito animado que estava sempre levantando o humor dos pacientes. Como seria o primeiro dia que Mac voltaria a andar, eles tiveram que tomar alguns cuidados antecipados, e o terapeuta tinha vindo para ajudar a ajustar Mac fora da cama e manter sua compostura, seu corpo ainda não respondia totalmente aos seus comandos então ainda era difícil para ele. E claro, Stella estava junto a ele o tempo todo, ela até parecia mais ansiosa que ele que era quem iria andar.

— Pronto?- Carver perguntou em direção a Mac que estava de pé com o apoio das muletas.

Stella estava com as duas mãos juntas com se estivesse fazendo uma oração, e com uma cara de entusiasmo. Ela esperava por isso por muito tempo, era importante para ela que Mac voltasse a ser “seu Mac” novamente, pois, mesmo que eles estivessem se entendido, ainda tinha uma tensão entre eles, ciúmes da parte dela, e um pouco de rancor dele por não poder fazer coisas simples que ele podia fazer antes. Com um sorriso nervosa, ela olhava para ele esperando que ele tivesse o mesmo entusiasmo que ela, ou que pelo menos dissesse que estava pronto para ir.

Mac não queria mostrar, mas estava com dores em seu abdômen, ficar em pé foi, ao mesmo tempo cansativo, e doloroso para ele. E claro, ele não queria demonstrar seu desconforto, ele queria voltar logo a andar mesmo que soubesse que não seria como antes, seus músculos não respondiam aos comandos de sua cabeça como antes, ele parecia mais vulnerável e isso o incomodava, tirando o fato da dor desconcertante por toda extremidade de seu corpo, e a náusea que sentia por causa das drogas que estava tomando. Respirando fundo, ele olhou para o rosto esperançoso de Stella e isso o deu mais força, ele queria ser forte por ela, não queria a decepcionar. Soltou sua respiração e sorriu passando confiança.

— Sim, estou pronto.- Confirmou Mac depois de alguns segundos em silêncio.

Stella soltou um gritinho abafado e ajudou o enfermeiro com Mac... Na verdade, ela mal tocara nele, tinha medo que ele reagisse estranhamente depois, que não gostasse desse ato. Um turbilhão de pensamentos passou pela cabeça dela, e concluiu que era melhor Mac dar o primeiro passo por si só. Ele já estava de pé, era o suficiente para ela.
E ela viu ele conseguindo mover sua perna pela primeira vez, viu que ele tentou duramente para aguentar o peso de seu corpo enquanto segurava as muletas fortemente, viu que ele estava tentando mesmo porque ele queria e ela estava orgulhosa disso. Mordeu o lábio inferior com as mãos ainda juntas, inclinou a cabeça para o lado como se fosse deita-la em seu ombro e viu ele arrastando a outra perna, viu que os braços do enfermeiro quase em volta dele o incomodava mais que sua ferida. Mas ele estava lutando o suficiente para ela estar mais que orgulhosa dele, e então uma lágrima caiu de seu olho, e mais outra em seguida até sua face estar completamente encharcada. Sorriu quando o viu repetir o primeiro passo mais uma vez, e mais e mais outras vezes até estar movendo seu corpo até a saída do quarto, apesar de ter dado 10 passos pequenos, foi uma coisa grande para ele que ficara dias sem mesmo conseguir mover suas pernas.

Ele olhou para ela com um sorriso, e ela não pôde deixar de sorrir para ele também. Pressionou seus lábios um contra o outro e engoliu em seco, deu uns passos até ele ficando ao seu lado como suporte, voltara a sorrir quando ele ainda sorria, mas não era para ela que ele estava sorrindo. Ele moveu-se mais uma vez, agora mais difícil, foi um passo grande, e ele conseguiu, mas isso lhe causou uma ardência em seu abdômen que ele ignorou, apenas parou por uns segundos para descansar. Para ele, aqueles pequenos 11 passos até a porta cansou-o mais que uma corrida de 11m. Tudo foi questão dele conseguir seu equilíbrio de volta.

— Podemos continuar.- Pediu Mac olhando para o enfermeiro.

— Você está indo muito bem, meu amor.- Elogiou Stella com um sorriso no rosto que não tinha tamanho, seus olhos mais iluminados cheio de orgulho dele, e claro ela secara seu rosto quando teve a primeira oportunidade.

Então eles continuaram até estarem na porta finalmente, dessa vez Mac não parara, continuou a andar até que estavam no meio do corredor do hospital, foi só ai que Mac quis parar para descansar. Com cuidado, o enfermeiro levou Mac até um dos bancos e o sentou para ele poder descansar um pouco.

— Você está indo muito bem.- Repetiu Stella sentando ao lado dele e pondo a mão em sua perna.

Mac sorrir.

— Sério.- Disse ela como se ele tivesse a contrariado por alguma coisa. – Mandou muito bem fofuxo.- Brincou ela apertando a bochecha dele com a mão.

Mac bufou e riu. – Só não me chama de fofuxo, tá legal?- Pediu ele fazendo uma careta.

Stella apenas rir.

— Vamos continuar.- Pediu Mac.

Eles concordaram e ajudaram Mac a ficar em pé, logo eles estavam voltando a andar, e viram que Mac não era o único paciente a vagar pelos corredores do hospital. Depois de uma volta inteira sem parar pelo mesmo andar, Mac parou e sentou-se em um dos sofás da sala de espera cansado, aquela caminha o deixou exausto – E ele estava andando mais vagarosamente possível –. Stella sentou-se ao lado dele e beijou o canto de sua bochecha, ele olhou para com um sorriso enquanto ela acariciava seus curtos cabelos com uma de suas mãos, a outra mão livre usou para pegar a dele e mover até sua pequena barriga descansando ali.

Olhando para ela, ele não pôde deixar de sorrir, ainda não estava acostumado com o fato que tinha duas coisinhas pequenas dentro dela... Não foi bem sobre estar acostumado, era apenas um pouco estranho para ele ter que colocar a mão na barriga pequeninha dela – Se bem que ele sentiu uma pequena protuberância ali –, mas ele tinha certeza que tinha dois alguéns que ele ajudou a fazer ali dentro e parecia menos estranho depois.

— Daddy é o campeão!— Exclamou Stella com uma voz infantil que fez Mac rir. – Tá ouvindo papai, seus bebês já te acham um campeão.- Falou Stella com uma voz meiga enquanto aproximava seu corpo com o dele. – O melhor.- Ela sussurrou quando seu rosto estava bem próximo ao dele. – E muito safado.- Mordeu o lábio inferior se afastando dele quando o viu olhando para seus seios. Riu encostando-se no sofá e inclinado a cabeça um pouco para trás para olha-lo.

Mac estava rindo, levara a mão até o rosto dela e acariciou, só não se aproximou mais dela porque seria um pouco doloroso para ele fazer isso. Ela sorriu com esse ato ao dele e fechou os olhos sentindo seu toque suave.

*****

Quando o relógio marcava 07:00h da manhã, Mac já estava em seu quarto descansando para recomeçar seu tratamento diário. Stella tinha mandado uma mensagem para Clarisse assim que acordara, avisou a menina que o pai dela já estava conseguindo ficar de pé e andar com a ajuda das muletas, e claro isso deixou a adolescente muito animada. Depois do café da manhã de Mac, Stella aproveitou para conversar com ele sobre ficar em Nova York, mas ele não quis falar e ela não sabia o porquê. Ela tentou, mas ele não quis falar sobre isso ainda, sempre desviava o assunto para outro e ela acabou esquecendo.

— Nós temos que contar para nossos amigos, e tem que ser antes do natal.- Disse Stella depois da “discussão” que tiveram sobre contar para os amigos sobre eles estarem juntos e esperando dois bebês, ela achara que ele estava com vergonha dela por isso ainda não tinha contado aos amigos, e ele achava que ainda “não era a hora”. Então Stella decidiu antes dele, e nada mais saiu de sua boca.

— Eu vou fazer 3 meses, Mac, minha barriga já vai estar à amostra daqui para lá.- Discursou ela. Parecia um pouco enfurecida com ele. – São gêmeos. Você sabe disso.- Resmungou com os braços cruzados como se fosse uma criança de 6 anos emburrada porque a mãe não deixou comer a sobremesa antes do jantar.

Mac sorriu vendo-a assim.

— Eu sei, a culpa é minha.- Respondeu ele com brincadeira.

Ela o olhou sem sorrir, inclinou a cabeça um pouco para o lado e balançou a cabeça em concordância.

— É claro que é sua, se não fosse por você eu não estaria carregando dois minis Macs no meu útero.- Concordou ela com uma pontada de ironia.

Então ele percebeu que era apenas os hormônios falando por ela novamente, fazia um tempo que ela não ficava tão emocional. Respirando fundo, ele se inclinou para lado para pegar um copo com água para ele, quando pegou o copo o levou até sua boca bebendo o líquido que continha ali, depois disso voltou com o copo na mesinha ao seu lado e voltou-se para Stella.

— Já está chegando o natal e eu quero que seja inesquecível.- Encolheu os ombros com um suspiro, tinha esperança em seu olhar misturado com entusiasmo, ele podia ver isso. Aliás, ele vira muito entusiasmo dela depois dessa gravidez, ele conhecia muito bem a “Stella” para saber que ela não era tão “do jeito que estava sendo” que ele não tinha como descrever porque não sabia como. – Porque é a nossa primeira vez juntos, como uma família. Eu, você, Clarisse e Millie.- Os olhos dela brilhavam enquanto falava. – E eu quero ver que valeu apena deixar tudo em NO por você e pela Clarisse, e quero estar junto à equipe, principalmente à Lindsay, eu quero reconstruir nossa amizade. Entende?- Olhou para ele esperando alguma reação. Ele apenas balançou a cabeça positivamente como resposta.

Antes que qualquer pudesse dizer alguma coisa, alguém abre a porta chamando-os a atenção. Quando eles olham em direção a porta sorriem, era Clarisse, a menina também tinha um grande sorriso no rosto quando entrou, correu até o pai em primeiro lugar gritando um “bom dia” e o abraçando apertado, depois que cumprimentou o pai foi até Stella, a abraçou e saudou com um caloroso “bom dia” para ela também. Millie entrou no quarto logo depois, estava segurando sua bolsa e a de Clarisse, a mulher logo entrou para cumprimentar o filho e a nora. Beijando Mac, ela perguntara do jeito dela preocupada como ele estava indo depois do esforço que tivera essa manhã, ele apenas sorriu e tranquilizo-a dizendo-a que estava melhor do que nunca, mais tranquila foi abraçar Stella e os Beans.

— Como estão meus Bens?- Perguntou a mais velha com brincadeira. Stella riu e foi abraça-la.

— Saudades da vovó e da irmãzinha deles.- Respondeu Stella nos braços calorosos da mulher mais velha.

Miliie riu com a resposta da grega esfregando suas costas, mas logo voltou sua aparência séria... Mais preocupada na verdade.

— E como você está?- Ela perguntou parecendo mais preocupada, sua voz mais séria quase não saiu, foi apenas para Stella escutar.

Stella sorriu um pouco ainda com os braços em volta dela.

— Bem.- Respondeu Stella. – Só um pouco enjoada.- Revelou isso separando-se de Millie.

A mulher mais velha ficou a encarar Stella um pouco séria por alguns segundos, e então riu. Após isso, Clarisse roubou um pouco a mãe e a puxou para ficar sentada na cama, lá ela abraçou a cintura da mãe dizendo que tinha que ter uma conversa séria com os seus irmãozinhos. Os adultos não puderam deixar de rir com a mais nova, ela foi, de um modo, engraçada para eles.

— Você não tem que estar na escola?- Stella perguntou antes de Clarisse ter a “conversa séria” com os gêmeos.

A menina sorriu olhando para Stella e levantou seu corpo ficando reta, olhou para o pai e para a avó, e então finalmente encarou Stella. – Sim, mas eles revogaram por causa da neve. Afetou muito para aquele lado.- Explicou ela balançando a cabeça concordando com si mesma, o que fez Stella rir.

E então ela voltara para mais perto dos Beans e começara a explica-los como seria depois que eles nascerem. Stella estava adorando tudo aquilo, estava contente que sua ursinha já se acostumara com a ideia de ter dois irmãozinhos. Não imaginava mais outra coisa, ela queria que tudo fosse bem, queria que desse certo, esperava isso pelos seus Beans e por Clarisse.

— Eu espero que vocês estejam acordados, pois o que eu tenho para dizer é importante.- Sussurra Clarisse para a barriga de Stella.

A grega que ouvia tudo que a menina dizia, riu um pouco olhando para baixo para ver Clarisse pondo sua mão sobre sua pequena barriga.

— Eu sei que quando vocês nasceram não vão deixar a mamãe e o papai dormirem à noite, mas olha, vocês têm a vovó e a mim, então, por favor, pelo menos uma noite, durmam feito bebês como serão assim que saírem de dentro da barriga da mamãe.- Falou Clarisse como se os bebês estivessem a sua frente “literalmente”. Fez uma careta ao pensar no que acabara de dizer. – Não imagino como a mamãe vai ter vocês, e nem quero!- Fez uma careta engraçada. Todos que ouviram ela falar ali riram da menina. – Tudo bem, eu amo vocês Bean e Pea!- Ao terminar de falar o que queria ela levantou-se, quando encontrou os olhos de Stella além de vê-los inundando, viu a carranca que ela ficou depois da “declaração” dela.

— Pea?- Questionou Stella.

Apenas Millie e Mac riram, Clarisse apenas deu de ombros e explicou rapidamente.

— Não vou chamar os dois de Bean. E além do mais, ervilha e feijão são do mesmo tamanho.

Stella riu dessa afirmação.

— Tudo bem querida. Chame-os do que você quiser.- Respondeu Stella puxando a menina para um abraço de lado e beijando sua cabeça.

— Serão dois garotões!- Disse Mac todo orgulhoso atrás delas.

As duas olharam para ele como se ele tivesse dito alguma asneira (o que para elas realmente foi) e se olharam.

— Nah!- Disseram as duas juntas com uma careta.

Millie que estava observando os três não tirava o sorriso do rosto, sabia que agora seu filho seria completamente feliz, pelo menos esperava. Tudo que sempre mais ansiou foi ver as duas pessoas a quem mais ama feliz, e ela sabia que Stella seria quem faria sua neta e seu filho felizes.

— Tem que ser um menininho e uma menininha.- Disse Clarisse com uma risadinha marota.

— É claro, assim não tem tanta competição.- Concordou Stella.

Mac a olhou com uma de suas sobrancelhas levantadas.

— É amor, menina e menino têm coisas diferentes.- Explicou ela quando pegou o olhar de Mac. Ele riu. – E o que a gente for comprar para um, tem que comprar para o outro.- Ao falar isso, Clarisse a olhou fazendo uma carinha inocente. – Você não querida, tem muito brinquedo antigo no seu armário.- Disse ela puxando Clarisse para abraça-la de lado.

Clarisse riu manhosamente.

— Não é justo.- Ela cruzou os braços fazendo um biquinho infantil.

Os adultos riram da reação da menina, e ela riu junto com eles. Pelo menos estavam se divertindo juntos sem nenhuma preocupação.

— Stell, já comeu?- Perguntou Millie preocupada com Stella depois que eles param de rir.

— Sim, Matty comprou alguma coisa para mim lá embaixo.- Respondeu Stella.

— Você está explorando demais os enfermeiros, Stell.- Brincou Mac fazendo a grega rir.

— Ela está grávida.- Defendeu Clarisse abraçando Stella com uma carinha inocente. Mac a olhou incrédulo.

— Hey! Eu sou o seu favorito.- Choramingou Mac fazendo biquinho de choro.

Millie revirou os olhos para eles. Toda vez que os estiveram juntos pareciam duas crianças, ela nunca viu seu filho se divertir mais do que se diverte com sua própria filha.

— Mamãe disse que não devemos ter um preferido.- Respondeu Clarisse.

Mac bufou.

— Sua mãe diz muita coisa.

Stella não pôde deixar de rir ao ver seu namorado tão infantil competindo com a filha... Ou seria com ela? Ela não sabia, mas era engraçado ver isso, e ela percebeu que não queria perder mais disso, porque ela tinha encontrado sua real casa, e foram eles sua casa. Sua família era o único lugar que ela queria ir agora, era onde ela estava e não iria mais sair.

— Eu amo os dois igualmente.- Retrucou a menina balançando a cabeça como se tivesse dito algo inteligente.

— Sabe que eu também.- Respondeu Mac fazendo cocegas nela.

Stella os observava com um sorriso bobo no rosto. Seus olhos se encontraram com o de Millie e as duas sorriram uma para outra como se uma tivesse descoberto o pensamento da outra, e então voltaram seus olhares para Mac e Clarisse.

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— Duas crianças...- Falou Stella quebrando o silêncio entre eles.

Ela estava junto com Mac no telhado do hospital, os dois queriam “fugir” um pouco e ficar a sós. Ficaram juntos ao lado da grade que impediam de “cair”, Mac abraçava Stella por trás e a mesma estava segurando os braços deles. Desde que chegaram até o andar de cima, nenhum falou nenhuma palavra, até Stella falar agora.

Com um sorriso, Mac a respondeu. – Duas crianças, meu amor. Duas.- Repetiu ele beijando a bochecha dela, com isso Stella sorriu.

— Deus, já é difícil cuidar de uma, imagina duas.- Disse ela, parecia que ainda não podia acreditar no que estava acontecendo, ela teria dois bebês. Eram dois, e de uma vez só, ela não sabia como poderia lidar com isso, não mesmo.

— Nós vamos conseguir.- Garantiu ele.

Ela a olhou como se não acreditasse nele.

— Nós vamos conseguir!- Repetiu ele com certeza.

Mordendo seu lábio inferior, ela abaixou o olhar, queria poder ter a mesma certeza que Mac tinha sobre isso, sobre seus bebês, mas ela não tinha. A questão foi ela, e se ela não estivesse preparada? Se ela não conseguisse levar essa gravidez a diante? Sabia dos riscos que tinha, ela já não era mais uma adolescente, e eram gêmeos, todo cuidado seria pouco.

Mac passou seus braços pelos dela a confortando do frio, deixou outro beijo em sua bochecha e olhou para os grandes prédios que preenchiam a cidade a sua frente. Respirou fundo, ele tinha a certeza de que eles conseguiriam passar por isso, logo ele estava saindo do hospital (pelo menos assim pensava) e os dois estariam construindo uma vida juntos, seus três filhos e ela... Então lembrou, lembrou do que tinha perdido em sua mente, foi uma coisa que ele fizera um dia antes de ser baleado, sua mente clareou mais, ele ainda estava mal por não conseguir mais, mas ele conseguiu o bastante para conectar tudo ao que Stella dissera no dia anterior. Ele estava com uma cara de pensativo quando ouviu Stella chamar por ele.

— Amor?- Perguntou ela, para garantir que ele estava ouvindo-a.

— Sim.- Ele respondeu, sua voz um pouco rachada por estar calado a um tempo e tudo veio junto com a emoção.

— Eu não me sentiria bem se te perdesse.- Confessou ela, seus olhos vidrados nos prédios a frente.

Ele sorriu.

— Vocês são tudo o que eu tenho.- Disse ela, ainda com os olhos para os prédios.

Mac ficou sério por alguns segundos então suavizou sua expressão. Ele nunca pensou direito sobre o que ela passou no passado, sobre “não ter ninguém”, e estava disposto a mostrar a ela tudo o que ela perdera. Esperava que ela dissesse sim, ou ele seria um homem perdido, Stella é a mulher que ele ama e que quer passar o resto da vida com. Sua decisão era fácil, ele não iria perde-la mais, nunca mais.

— Stella.- Chamou ele fazendo-a virar-se para ficar frente a frente com ele. Agora encarando-o ele conseguiu prosseguir. Mas seu coração batia mais que qualquer coisa. Era a hora... – Você se casaria comigo?- Perguntou ele, temendo um pouco a resposta.

Ela engoliu em seco, não sabia o que falar, apenas ficou o encarando-o com os olhos arregalados. E ele espera ansiosamente por sua reposta, até com um pouco de medo de ser negativa.

— ...- Ela abriu a boca para falar, mas nada saiu. Outra tentativa de falar, mas sua voz não saíra. Ela realmente não esperava por essa questão... Quer dizer, ela estava grávida dele, é claro que esperava, mas temia por essa questão como ninguém. – Ah...- Apenas um “ruído” saiu de sua boca, nenhum uma resposta, apenas um “Ah”.

Ela viu quão esperançoso ele parecia, ele segurava seus dois braços, mas não estava muito próximo a ela, apenas a encarava e isso meio que a deixou sem jeito.

Continua...

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Mac Taylor – "É bom ir pra casa para encontrar quem você ama, quem te faz falta."