Mr. Darcy em minha vida escrita por hatake


Capítulo 13
Debussy




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Eles pegaram um táxi para o coquetel e quando chegaram Darcy ajudou Hannah a descer do veículo. Dois homens aguardavam na porta do salão. O primeiro pegou os convites e o segundo ajudou Hannah a tirar seu casaco.

A festa estava ótima. Uma bela decoração, comida gostosa e bebidas geladas. Hannah aos poucos ia apresentando Darcy aos seus colegas. O rapaz estava abobalhado, mas Hannah imaginou que tivesse algo a haver com a quantidade de pessoas novas, o ambiente e também as mulheres que se jogavam aos pés de Darcy.

Em um dado momento Lúcia chamou Hannah para que fossem ao toalete.

—Meu Deus! Que homem é esse... – Lúcia como não podia deixar de ser estava encantada com a beleza e educação de Darcy – Com certeza vale até o tinteiro...

Hannah apenas ria, imaginando a reação da amiga se soubesse a verdade.

Enquanto isso no salão, Darcy virava um copo de água sôfrego.

Tire esses pensamentos da cabeça seu energúmeno, pensava o rapaz. Ela é quase que sua irmã... Mas aquele vestido... Como pode? Se ela não estivesse de casaco eu não teria permitido de maneira alguma que saísse de casa com aquilo. Só de vê-la com aquele vestido que mostrava curvas que ele nunca reparara antes já imaginava puxando-a para seus braços e... Idiota!  A Hannah é minha amiga, uma pessoa que eu admiro e respeito... Mas eu sou homem, droga! E aquele vestido... Aquele vestido é uma tentação...

—Droga! – praguejou baixinho.

—Darcy? – Hannah aproximou-se dele.

—Hannah... Eu...

A moça percebeu que alguma coisa incomodava o rapaz.

—Está tudo bem? Você quer ir embora?

—Eu sinto muito. Estou muito cansado... Você se importaria se nós fossemos agora?

—De forma alguma! – sorriu-lhe simpática.

Ir embora... Ótimo... Voltar a normalidade... Voltar a ser apenas Darcy e Hannah... Merda! Ficar sozinho com ela nessa noite não parece a melhor idéia.

No táxi Hannah apertou a mão de Darcy e sorriu-lhe num gesto tranqüilizador. Para Darcy, porém foi mais uma tortura. Dentro do táxi, sentados tão próximos, ele podia sentir o perfume suave que emanava da jovem e ao sentir a maciez de sua mão por pouco não segurou um suspiro.

Chegaram em casa e dessa vez Darcy não conseguiu reprimir um suspiro, dessa vez de alívio.

—Sinto muito se a festa foi tão torturante para você Darcy. Se eu soubesse quão penoso seria para você não teria lhe convidado. – Hannah estava chateada, apesar de Darcy ter se saído bem.

—Não foi torturante baixinha... Apenas muito diferente do que estou acostumado.

Hannah olhou-o magoada, sem nem saber direito a razão de sua chateação.

—Qual o problema? – Darcy percebeu-lhe os olhos tristes.

—Eu queria ter dançado ao menos uma vez com você...

Darcy assustou-se com essas palavras e Hannah não saberia dizer quais suas razões para dizê-las... Se realmente queria dizê-las ou se apenas estava jogando charme para ele...

—Dançar? Comigo? – Darcy estava completamente sem jeito.

—Deixa para lá Darcy, eu vou dormir. – respondeu saindo da sala.

—Ei... Espera... – Darcy odiava vê-la chateada.

—O quê? – a garota voltou-se para o homem.

—A senhorita concede-me está dança? – perguntou o rapaz com um meio sorriso estendendo-lhe a mão.

Hannah estava emocionada o suficiente para faltar-lhe palavras... Algo tão comum desde que Darcy apareceu em sua vida... Sorriu-lhe entregando-lhe sua mão.

Darcy ficou sem jeito com o consentimento de Hannah. Esperava que ela fosse negar.

—Falta a música.

—O quê? – o rapaz ficou aéreo por alguns instantes.

—Eu vou colocar.

Hannah atravessou a sala até o aparelho de música e ligou em uma de suas músicas favoritas, Clair de Lune, de Debussy.

Aos primeiros acordes os dois se aproximaram. Darcy passou uma mão pela cintura de Hannah e segurou sua mão, como viu alguns homens fazendo na recepção. Os dois se moviam de maneira lenta, pareciam sequer respirar... Os olhos não se desgrudavam... As bocas permaneciam fechadas, palavras não eram necessárias neste momento.

Aproximadamente na metade da música Hannah apoiou sua cabeça sobre o peito de Darcy e fechou os olhos. Ela sentia-se tão relaxada, tão certa de que aquele era o seu lugar...

Darcy não sabia o que pensar... O que estava sentindo... O desejo, a vontade de... Não... Era errado... Seu corpo e sua razão brigavam para vencer... Cansado deste embate, decidiu apenas fechar seus olhos e aproveitar o momento... Quando Hannah deitou a cabeça em seu peito instintivamente levou sua mão aos cabelos dela, tocando-os enquanto moviam-se ao som maravilhoso de Debussy.

Ao fim da música, nenhum dos dois sabia bem o que dizer... Então apenas se separaram e foram cada um para o seu quarto. Mais uma vez palavras não foram necessárias... Afinal nenhum dos dois estava disposto a analisar o momento passado ou mesmo estragá-lo com palavras inúteis...


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