Amor quebra barreiras escrita por BrunoR90


Capítulo 2
Capítulo 2 - Licença para amar




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John chegara a Inglaterra no dia 7 de Setembro e logo tivera seu batismo de fogo, tenho entrado várias vezes em combate nesse dia e nos dias seguintes.

Como as alemães haviam dado uma trégua, preparando-se para atacar com força, a RAF concedeu aos pilotos que haviam batalhado demasiadas vezes, 2 dias de licença. Ele aproveitou para fazer uma rápida visita a Londres, apanhando o trem com destino à capital, pois sempre sonhara ver o Big Ben.

Perto da cidade, a linha estava cortada, devido aos combates, notando-se imensas crateras causadas pelas bombas, restos de aviões, alguns projéteis.

Foi nesse momento que ele olhou para o outro lado da linha, numa estrada de terra batida e viu um grupo de pessoas, com várias carroças, muitas pessoas com malas e outros bens, como se tivessem tirado os seus pertences mais queridos de casa. Haviam crianças gritando, bebés a chorar, notava-se que muitas pessoas vinham a andar há muitos dias, sem descanso, comida ou bebida. Observando a cena, seus olhos pousaram sobre uma mulher deitada no chão, com uma jovem de joelhos à sua frente - foi então que John percebeu que a mulher estava a dar à luz, tendo ficado chocado com o que estava a ver, mas logo se recuperou do choque, correu para ajudar.

Chegou ao local e ajoelhou-se perto da jovem, dizendo à mulher:
–Minha senhora, vá com calma, respire fundo, eu sou médico e estou aqui para ajudar.
Reparou que a jovem a seu lado, ao ouvir estas palavras, olhava para ele, surpresa:
–O senhor é médico? - indagou - Mas não me parece inglês, pelo sotaque.
–Depois explico-lhe, agora vamos é ajudar esta mulher a dar à luz... - respondeu John sorrindo.
Ela acenou afirmativamente e assim fizeram, ajudando a pobre mulher a dar à luz. Quando o bebé nasceu, John tirou seu cachecol, enrolando em volta do recém nascido e entregando-o à mãe:
–Parabéns, a senhora acabou de ser mãe de uma linda menina.
Ela pega a bebé em seus braços e sorri para John e para a moça a seu lado:
–Obrigada aos dois, obrigada do fundo do coração...
–De nada - respondem eles em simultâneo.
John vira um homem idoso, sozinho, com uma carroça quase vazia, a não ser algumas malas que trazia, e percebendo que isso era o que a recém-mamã precisava, pois necessitava de repouso, foi pedir ao idoso se podia levá-la na carroça, pedido prontamente aceite pelo mesmo.

Ajudou-a a ir até á carroça e a subir, enquanto a jovem levava o bebé e entregou depois à mãe.
–Agradeço-vos do fundo meu coração, novamente, vocês salvaram-me... - agradeceu ela.
Viu John e a jovem a sorrir e falarem novamente em simultâneo que não havia sido nada, e que estavam felizes em ajudar. Todavia, notou o ar atarantado do rapaz e perguntou:
–Você veio naquele trem ali, não foi? - apontou para o comboio .
John confirmou e respondeu:
–Desculpe a indiscrição, dada a situação e tudo, mas que fila é esta? Que está acontecendo aqui?
–Somos todos refugiados, estamos a fugir do Sul do país, onde os combates aéreos e bombardeamentos têm sido intensos. Mas tem aqui imensa gente, como esta jovem que está a fugir do Continente. Meu marido foi morto, quando nossa casa foi bombardeada, mas eu sobrevivi e decidi fugir, pois Londres sempre será mais segura. - respondeu a mulher - Agora, se de mão licença, preciso de descansar e seguir viagem, minha irmã está me esperando na capital.

John sorriu, tomou a mão da mulher na sua e respondeu:
–Claro, tudo bem... Tenha uma boa viagem, espero que tudo corra bem a si e sua linda princesa - passou a mão ao de leve na cabeça da bebé.
A mulher sorriu, sendo então que a jovem voltou a falar, desejando boa viagem e boa sorte a mãe e filha.
Nesse momento, finalmente John pôde olhar bem para ela, e vice-versa. Foi como se tivessem visto pela primeira vez, durante aquele tempo todo. Ela era baixa, com uma tez branca, ao contrário de John, que era moreno. Tinha um cabelo liso, que pouco lhe passava pelos ombros. Seus olhos eram belos e escuros. Ficaram durante um tempo cotemplando um ao outro, a jovem aparentemente também fascinada com o porte de John, que era um pouco mais alto que ela, e com um sorriso contagiante. John apresentou-se:
–Desculpa não me ter apresentado, meu nome é John Keller.
–O meu é Annie Van Alen - respondeu a jovem, ainda sorrindo envergonhadamente.
–Posso saber o que faz nesta estrada? Também não me parece inglesa... - indagou John
–De fato, eu sou holandesa, venho de Ajax, como sou judia, fugi do país, conseguindo ser das últimas pessoas a entrar aqui no país, antes de vetarem a entrada a mais pessoas.

John percebera que ela ficara com medo de sua reação, devido á confissão da sua religião. Então, pegou na mão dela e disse:
–Não se preocupe, eu sou Americano e vim aqui combater os alemães... Sou totalmente contra isso que eles estão fazendo.
Annie olhou para ele e para as suas mãos entrelaçadas e corou.
Ambos sentiram seus corações aos saltos e ficaram em silêncio por um tempo se olhando nos olhos, sendo que após o que pareceram minutos, John falou:
–Venha comigo, 5km a leste daqui tem outra estação de trem. Vamos pegá-lo juntos, eu te levo a Londres.
Ela consentiu, pegou nas poucas coisas que tinha e seguiram viagem, narrando suas respetivas infâncias um ao outro. Porém, sabiam que algo despertara no interior deles...


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