As estacas foram fincadas no chão. O toldo posto em cima. Algo ia acontecendo, e, definitivamente, era algo colorido.

O cheiro de grama molhada foi substituído pelo de algodão-doce. Em algum lugar, um leão rugia. O malabarista treinava num canto, sozinho. Sorria enquanto usava cinco pinos. Ele nem parecia muito preocupado com os pinos, só concentrado.

Seu tio se aproximou com meio sorriso, olhando pro sobrinho. Ele escondia algo atrás das costas, e ao ver que o sobrinho parara o treino, ele exclamou:

- Feliz aniversário, Craig. Trouxe seu presente.

Craig sorriu de leve.

- Meu dia preferido do ano na minha cidade preferida. – pegou seu presente, abriu e sorriu, tirando um moletom estampado com um furacão na frente, e a palavra Huracán atrás. – E também, meu nome e minha estampa. Obrigado, tio. – Craig abraçou seu tio, feliz.

- Sabe, eu nunca entendi qual é a sua com essa cidade. Você tinha seus treze anos, e você estava sendo pressionado pra escolher um nome artístico, aquele ano, e foi só você vir que escolheu. É estranho.

Craig sorriu.

- Essa cidade tem uma coisa que nenhuma outra tem. Essa semana, em todos os dias, não importa o quanto nosso show esteja repetitivo, essa coisa aparece. Pessoa, na verdade.

- Oh, é uma garota. Você é apaixonado por ela desde então?

O garoto corou e passou a mão na parte de trás da cabeça, envergonhado, e mordeu o próprio lábio.

- Bom... É, mais ou menos.

- Ainda não entendo o porquê do seu nome, também.

- Pelo mesmo motivo do meu amor por essa cidade. – ele riu. – A garota... Katrina Willow.

O tio deu uma gargalhada.

- Ótima ideia, garoto. Assim você leva esse furacão onde quer que você vá. – ele piscou com um olho, enquanto o sobrinho revirava os olhos. – E ela sabe da sua quedinha?

O garoto suspirou.

- Quase certeza que ela faz tanta ideia quanto é recíproco: zero.

Ah, inocente Craig...