Cold Wild( Parte 2)

Deixei de imaginar a morte das pessoas a muito tempo. Eu simplesmente faço, e pronto. Chego a pensar na dor mas nunca, realmente, a deixo tomar conta dos meus pensamentos por completo. Mas agora, diante do homem que amo, vendo o gritar de dor, e sangrando. Tudo está comprimido em um único pensamento, a morte. E quando isso vinha a  tona, eu me submetia a sofrer por dentro, só existem dois lados bons nesse sequestro, exterminar os seres infernais que o fizeram, e fugir. Pra bem longe. 

—Nat? — Steve mantinha uma palidez assustadora.

—Rogers — ele sorri, mesmo tendo cortes pelo corpo, ainda era o Steve Rogers. Musculoso, atraente e especulador.

—Sabe o que mais me atrai em você?— perguntou matendo a seriedade —os seus olhos, são tão…

—brilhantes, como os de uma assasina? — seus olhos vacilam e fecham-se.

—brilhantes sim, mas não de uma assasina, são  os de uma mulher que, jamais, conteve seu dom de dominar a alma de alguém —respirou fundo, e continuou — qualquer um pode amar você, e…

—Não Rogers, você que dominou o meu mundo. Compreendo que queira— olhou-me seriamente—me elogiar, e eu agradeço, mas não sou tão  boazinha. Você sabe que não 

—Por isso que eu te amo — falou, fez uma cara que estava sentindo dor, e se deliciou a ouvir minha voz, disse:

—Mesmo nesse estado, deprimente, você ainda é provocante…

Mordi meu lábio inferior, e ele sorriu brevemente. Incorporando o jeito constrangedor dele.

Senti um enjoo avassalador, creio que eu vomitarei agora. Anunciei que queria ir ao banheiro, se não eu vomitaria ali mesmo, com um pouco de desconfiança, Banner, autorizou. Ameaçando Steve, se eu tentasse algo. 

Me retiraram da cadeira, um erro. Me algemaram, outro erro. Ao sair do espaço, visualizei cada canto daquela instalação.

Havia luzes centrais a cada metro. Muitas portas, celas. Me pararam, me empuram para dentro de uma dessas portas, sorte que ela estava aberta. Disseram onde fica o banheiro e que não era pra mim demorar. Usavam armas, muitas armas. Isso é  bom, não havia muitas pessoas no corredor. Sorri sacártica, ouvindo levemente o coração acelerado de cada um dos guardas, entro no banheiro. E imediatamente vomito na pia, tendo o cuidado com o rastreador, pequeno  e circular, não deixando-o ir junto com a água ao abrir a torneira.

Minhas mãos ainda estão bem firmes nas algemas, o que torna tudo bem mais eficaz para desarmar os dois idiotas. Apertei um pequeno botão central no localizador. Sorrindo.

—Natasha? — escutei a voz de Hill

—Sabe eu odeio ficar presa por muito tempo, aliás —digo baixinho— tenho que executar um plano.

Ela pigarreu, ordenando um agente encontrar o sinal do meu localizador.

—Espero que tenhamos chance de julgar pelo menos um dos sequestradores —indagou, não a ouvir mais

Abrir a porta, e os homens armados apontaram suas armas pra mim, esperando qualquer sinal de ameaça. 

Eu coloco o localizador no bolso da minha calça. Avançando pra cima deles em seguida, subo em cima do primeiro, enquanto o outro atira pra todos os lados atingindo o seu companheiro. Caio no chão,levanto e empurro o outro atirador contra a parede, o forçando a largar a arma, dou um chute em sua barriga. E outro na cabeça, o fazendo cair. Pego a arma e atiro no mesmo. Recolho todas as armas que posso, então saio, ando silenciosa. Até  que vejo um grupo de homens, ao me notarem começam a atirar. Eu atiro precisamente, melhor que eles, desvio de uma bala, e atiro em seu lançador. Logo todos estão no chão, e o sangue se espalha.

—Dá próxima vez, não sequestre uma assasina— falo ao passar pelos corpos. Antes de ir para onde Steve está, entro por uma porta e atiro em dois homens, pego uma ramo de chaves e vou embora.

Entro na sala, Rogers me olha sem compreender, e sua atenção vai toda pra mim por estar me livrando das algemas.

—Coitado do namorado da nossa filha — comenta Steve, sorrindo em seguida. 

—Não acho que ela vai ter um — massageio meus pulsos, e liberto Steve de suas algemas. Quase cai no chão, mas interrompo segurando em sua cintura.

—Claro que vai, talvez não queira muito cedo mas um dia vai ter um, assim como eu tenho você —levanto Rogers. Ele estava fraco mas ainda conseguia andar. Dei uma arma pra ele. 

—Se consegue andar, consegue atirar — justifico ao perceber que ele franzia a testa— só não falo palavrão porque sei o quanto você odeia.

Pisco pra ele, o mesmo sorrir, olho rapidamente seus músculos. Imagino coisas que não deveria imaginar…fazia um bom tempo que Rogers e eu não fazíamos…

—Temos que ir — afirma Rogers, balanço a cabeça positivamente.