Ficamos um tempo lá sentados, observando a vista.

Castiel me acompanhou até a porta de casa e eu entrei pulando de felicidade.

Subi as escadas e fui direto para o banheiro tomar um banho quente e relaxante. Vesti meus pijamas http://img.ph2-jpg.posthaus.com.br/Web/posthaus/foto/moda-intima/baby-doll-e-pijamas/pijama-rosa-com-detalhe-de-renda_80719_301_1.jpg (N/A: gente, ignorem essa mulher que ta usando o pijama please !) e fui para o meu quarto e me lancei na cama.

Ouvi alguém bater na porta e gritei:

–Entra !

A porta se abriu e Paloma entrou com uma menina que aparentava ter 10 anos.

–Cristal, essa é a minha filha May. Não sei se o seu pai te contou sobre ela mas ela é sua meia-irmã agora. Esperem que se deêm bem !

Ela saiu do quarto, mas May ficou.

Sem eu nem ter tempo de processar as informações, a menina pulou em minha cama e começou a rir e falar:

–Aiiiiii, eu tô muuuuuito feliz !! Eu sempre quis ter uma irmã ! Nós seremos super amigas. Mamãe me contou que você tá estudando na mesma escola que eu. Mas eu ainda estudo de tarde, infelizmente.

Nossa, ela estava mesmo animada... Era muito bonita, cabelos loiros (um pouco mais claros que o meu) e olhos verdes. Acho que vou me dar bem com ela.

–Ai que bom ! Também sempre quis ter uma irmã. Sempre fui só eu e Henry...-fui interrompida-

–Henry ? Ele é seu irmão né ? Quantos anos ele tem ? Eu to doida pra conhecer a família inteira. Até agora só conheço você, seu pai e minha mãe. É que eu tava passando uns dias na casa da minha vó paterna -ela fez uma cara triste ao falar a palavra paterna- e eu não pude ir buscar você e seu pai no aeroporto...

–Ah, o Henry é meu irmão sim. Ele tem 10 anos. Eu já ia me esquecer, quantos anos você tem ?

–10 !

–Ah, vocês vão se dar super bem. Eu tenho certeza !

Nesse momento a porta do meu quarto foi escancarada e eu já até sabia quem era.

Henry havia chegado da escola(N/A: gente, a May não tava indo pra escola porque tava na casa da avó, mas a partir de agora vai voltar a ir). Ele entrou correndo e se tacou na minha cama. Ele olhou para May, depois para mim. Apontou para a menina e perguntou:

–Quem é ela ?

–May. Ela é filha da Paloma e, agora, nossa meia-irmã.

–Que maneiro ! May, você gosta de jogar trunfo ?

May olhou para ele e sem hesitar respondeu:

–Óbvio ! Qualquer dia desses a gente joga uma partida.

–Ok May. Tchau meninas, eu tenho que fazer as tarefas de casa.

Henry fechou a porta e ficamos só nós duas novamente.

Fiquei conversando com May um tempão. Até nos chamarem para o jantar.

Nossa, minha vida estava virando de cabeça pra baixo mesmo... Acabei de ganhar uma meia-irmã, ficar com um garoto que eu conheço faz menos de uma semana, ganhar uma madrasta, mudar de cidade. Como eu estou cansada.

Voltei para o meu quarto e me taquei na cama. O aposento estava iluminado com a luz fraca do abajur e a janela estava entreaberta, deixando os raios de lua passarem pela janela e refletirem no chão do quarto.

A casa era bem grande, cada filho tinha seu quarto. Bem que eu queria dividir quarto com May, ela era tão animada...

Quando eu estava quase pegando no sono, ouvi soluços vindo do quarto ao lado. Minha curiosidade gritou mais alto que a privacidade da pessoa que soluçava e eu calcei meus chinelos para ver o que estava acontecendo.

Abri a porta do quarto de onde vinham os barulho e vi May com a cabeça enterrada no travesseiro, chorando.

–Vai embora !

–May, olha...

–VAI EMBORA ! SAI DAQUI !

–Eu não vou sair até você me explicar por que você tá chorando, ora.

–Me deixa sozinha...

–Quando estamos tristes é sempre bom ter com quem desabafar. Sem contar que eu não vou conseguir dormir sabendo que você tá chateada e ouvindo seus soluços sem fazer nada !

Ela se sentou na beira da cama, ligou o abajur, que tinha uma luz fraca e amarelada e falou com a voz arrastada:

–Fecha a porta, por favor.

Fechei a porta e sentei ao seu lado na cama. Ela começou a explicar.

–É que... -começaram a escorrer lágrimas de seus olhos, mesmo ela tentando segurar o choro, não conseguia- o-o m-meu p-pai... O meu pai, ele m-morreu...-ela desabou em choro e deitou a cabeça no meu colo- Eu sinto falta dele ! Muita mesmo! Eu sei que vocês são a minha nova família, mas dói não ver o papai ao lado da mamãe... Dói não ver ele preparando o café ou lendo jornal de manhã. Eu adoro seu pai, mas eu sinto falta do meu...