Integra estava deitada, com seu braço direito em cima de seus olhos quando ouviu passos, suspirou, até que tinha demorado.

— Por uma vez no que você chama de vida, me deixe em paz, sim?

— Quero ouvir sua versão de como acabou aqui. – ele não fez questão de esconder o tom de deboche na voz.

A loira sentou-se e apoiou o rosto nas mãos, seus cabelos caíram para frente e quase roçavam no chão.

— Não Alucard, você quer me importunar o máximo que conseguir só por que a única coisa que posso fazer contra você no momento é gritar.

— Uma noite em uma cela por desacato? Confesso que me surpreendeu. – comentou com uma risada se sentando ao lado dela.

— Vá para o quinto dos Infernos, Alucard! – sua voz soou um pouco mais alta.

— Sabe perfeitamente que já estive lá.

— Então, vá se foder! –seu grito ecoou pelas celas vazias.

— Eu também... – Integra levantou a cabeça e se endireitou lançando em cima dele o olhar que assustava todos, menos ele claro.

A Hellsing levantou-se e foi se encostar-se à parede oposta onde estivera deitada, desejava profundamente ter um de seus cubanos no bolso, mas infelizmente todos estavam no carro apreendido, além disso, não bastava ter sido obrigada a passar a noite naquela jaula, também teria que aguentar a impertinência daquele vampiro que ao que parecia, achava que importuná-la era melhor que beber sangue.

— Eu diria que é tão bom quanto, mestra. – disse, comentando seu último pensamento, depois gargalhou quando ela trincou os dentes. Tirou um charuto do bolso e acendeu-o, ela estreitou os olhos enquanto ele dava uma longa tragada. — Achei que como bom servo, eu deveria vir ser seu companheiro de cela e aproveitar para fazer uma visita particular.

— E como sempre achou errado, não quero você aqui.

— Mas eu quero ficar aqui.

— Claro que quer, sabe que infelizmente não posso fazer nada contra você, por isso fará questão de ficar, então me avise seu próximo movimento, não quero ter que ficar adivinhando.

O vampiro sorriu maliciosamente, aquela era a brecha que ele queria, levantou-se e deu lentamente os passos necessários pra ficar de frente para Integra, apoiou o braço ao lado de sua cabeça e inclinou o rosto na direção do dela.

— Deixa ver se eu entendi direito, você quer saber o que eu pretendo?

— Sim. – ergueu o rosto encarando-o, ela tirou o charuto os lábios dele e levou aos próprios.

— Se me permitir – pegou o charuto novamente e o apagou no chão — Eu pretendo enfiar minha língua na sua boca enquanto você se agarra a mim.

Em menos de trinta segundos Integra estava vermelha.

— Suma daqui Alucard, ou eu juro que você vai ter desejado permanecer no quinto dos Infernos. – estavam com os rostos muito próximos, perigosamente próximos pensou, mas não se deixaria vencer.

— Você disse que não queria ser pega desprevenida, com medo de gostar?

— Do que? Seu beijo? Não me faça rir. – aproximou um pouco mais seu rosto do de Alucard e ele entreabriu os lábios — No dia que isso acontecer, juro que deixo Seras transformar minha mansão em um castelo mal assombrado no halloween.

Saiu de perto dele e voltou a se sentar no banco onde estivera deitada, por um breve momento aquela cela pareceu ter menos ar do que deveria, percebeu que Alucard pretendia ir embora.

— Bom, vou dar a notícia a policial.

— Não seja pretencioso, ela vai acabar se desapontando. – disse voltando a fechar os olhos e se encostando na parede.

— Veremos, Condessa.

— Veremos... Conde. – a última palavra saiu quando sentiu que novamente estava sozinha.