The Zuera Never Ends escrita por Ruby Clearwater


Capítulo 19
Cadê o Papel?


Notas iniciais do capítulo

E naquela noite fria, andei até um ponto distante da minha cama. Distante o suficiente para me fazer sair do quarto.
Deixei as apostilas na bolsa. Elas não importavam agora.
E então eu o vi.
Estava um pouco mais bagunçado desde a última vez que me sentei em sua frente.
Estralei os dedos. Uma mania.
Coloquei meus fones e selecionei uma playlist qualquer.
Estava inspirada.
Revisei os últimos capítulos com calma.
E então escrevi.

AI QUE SAUDADE!
Sei que demorei demais, me desculpem de verdade, do fundo do meu coração de pedra (mentira), principalmente a Ruby (obrigada por não meter a faca no meu pescoço, sei que se eu demorasse mais, eu mesma teria metido).
Estava com saudades de escrever!
E que bom que as férias estão chegando! Prometo que vou escrever mais nelas.
PROMETO!
Então... é isso.
Desculpem novamente.
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/624592/chapter/19

Spike P.O.V

Havíamos acabado de chegar no parque.

Andávamos lado-a-lado, como naqueles filmes.

Mentira.

Nesse exato momento estávamos brincando do nosso melhor jogo: pegue os pombos.

—OLHAS AS POMBAS, VÁRIAS POMBAS! – Berrava Leo enquanto pulava como um canguru, com os bracinhos encolhidos e tudo.

Eu, Nico e James estávamos logo atrás.

Sirius, que sempre brincava com a gente, estava mais para trás ainda, entre altos beijos com Marlene.

—Ai ai... lindos os pombinhos... – comentou Thalia zombando.

—P-pombinhos...? – perguntou Nico tendo um tique no olho.

Nessa hora, Leo se virou como se tivesse escutado “comida de graça” e saiu dando várias piruetas e voadoras giratórias (sem acertar ninguém), até que parou na frente do casal e se jogou contra eles, abanando os braços como se quisesse sair voando.

—Olhas os pombos! – gritava girando ao redor do casal, que estava meio em choque.

—Pega eles!- James berrou.

Juntos, nós quatro agarramos os dois e jogamos em cima do cocô de cachorro que tinha lá.

Ríamos da cara dos dois. Todos nós.

Até que nossas risadas foram caladas por uma voz chorosa e desesperada:

—Vocês mataram a Cocotilna! O amor da minha vida! Oh, privadas, como puderam?

—Você... você é um cocô? – perguntou Lily espantada e maravilhada ao mesmo tempo.

—Não, sou um bolinho de feijão... QUE QUE VOCÊ ACHA?

—E qual é o seu nome? –Perguntei.

—Cocô, o rei dos cocô tudo.

Fizemos uma reverência coletiva.

—Podemos ajudar em algo, senhor Cocô?

—Podem.

—O que? Qualquer coisa para salvar o seu amor. – Disse Coope

—Esquece. Ela está no reino das privadas agora. Então quero que vocês me encontrem um novo amor à altura.

Estávamos meio assustados, claro, mas quem perderia a oportunidade de ajudar um cocô falante?

Meus filhos iriam amar essa história.

Nos sentamos no banco da praça e começamos a discutir sobre como escolheríamos um par para Cocô.

—Poderíamos nos separar. Trios ou duplas, e em até três horas trazemos as cocôs para o rei escolher. – sugeriu Dorcas.

—QUEM ACHAR POR ÚLTIMO PAGA A JANTA DE TODO MUNDO! E O DONO DO MELHOR COCÔ ESCOLHE O LUGAR!– Lupin, que até então estava quieto, se manifestou para começar a ver o circo pegar fogo.

Como ninguém tinha ideia melhor (e todos queriam comer de graça), logo nos dividimos.

Eu, Leo e Nico decidimos ir juntos, e é claro que daria muita merda, porque somo pessoas muito responsáveis e tal...

—MAS EU QUERO COMER! –Berrava Nico como se estivesse sendo ameaçado de morte.

—Cala a boca... – repetia eu.

Estava tão concentrado na tarefa de olhar para o chão e encontrar a pretendente, que nem ligava para o que meu amigo dizia.

—VOCÊ TÁ ME OUVINDO? NÃO NÉ?

Nem mesmo Leo se manifestava. Ele provavelmente já tinha ideia de onde queria comer.

E então eu vi.

O cocô mais bonito que já tinha visto.

Era igual aqueles de filme.

Igualzinho.

Eu teria me apaixonado se fosse um cocô.

—Ei, venham aqui... – comentei meio lesado por conta do brilho de sua beleza.

Me agachei, com Leo ao meu lado.

—Achamos... – comentou ele, também fascinado.

—SEUS BICHO DO MATO!

Nico berrou e de uma só vez, enfiou nossas caras na bosta, matando-a.

Levantei meu rosto (apenas o rosto, e não o corpo. Não tinha forças) e comecei a chorar, berrando “NÃO”.

Algumas pessoas do parque paravam para perguntar se estava tudo bem e se eu queria ajuda.

Duas delas tentavam convencer Nico a me internar.

Leo estava na mesma, chorando tanto quanto eu.

—Poxa Nico, a gente ia ganhar!

—Desculpa, mas eu viro um ogro quando tô com fome.

Já estávamos de pé, vendo Nico comer dois cachorros-quentes ao mesmo tempo, enquanto dividíamos um.

Depois disso, fizemos o gótico vestir um biquíni para se desculpar e lá fomos nós. Dois caras analisando cocôs de cachorro pelo caminho e mais um cara com um biquíni maravilhoso bolando nossa apresentação.

—Apresentamos este bonito.. – começou a apresentar suas ideias, mas logo Leo o cortou.

—Bonito não. Pode exagerar mais. Que tal “esplêndido”?

—PERFEITO! – berramos nós dois juntos.

Passamos por mais um cocô que não seria o responsável por nossa escolha de janta.

—Apresentamos este esplêndido cocô. Tão cheiroso quanto um pode ser...

—E...? - perguntei

—Sei lá! Não se pode julgar um cocô sem antes contar seus milhos! – rebateu Nico, indignado.

—Mas que deselegante... – comentou Leo com a mão no coração.

Nossa conversa foi interrompida por gritos de felicidade.

Nos viramos em direção ao som e vimos Annie e Percy correndo, enquanto o mesmo segurava um belo cocô nas mãos.

—CONSEGUIMOS!

Então Lily, que estava ao longe, tacou um sapato na cabeça de uma criança irritada, que se virou lentamente, como nos filmes de terror.

—FOI ELE! –berrei.

Não me entenda mal, mas eu não queria correr o risco de ver os dois ganharem.

A criança se virou contra o casal e deu uma voadora como a do Leo, porém, desta vez acertando Percy, que derrubou o cocô, acabando com a vida desse.

Se não tivesse saído correndo, teria sido morto por Annie, que com certeza se vingaria na primeira oportunidade.

Corremos até uma região mais vazia do parque, e então voltamos à inspeção.

O dia estava difícil.

Umas duas horas depois e nós ainda não havíamos encontrado nenhuma cocô para o rei.

Os outros grupos também não, senão teriam avisado.

—Mas que droga... Não encontramos nenhuma cocô para o rei ainda... – até Nico, o desinteressado de biquíni, se lamentava.

Ele havia atraído alguns olhares surpresos, mas tinha uma arma secreta.

Sua própria brancura, que cegava mais do que Colgate Luminous White (é sério! Você já colocou aquilo no olho?), então estava tranquilo.

—Gente... – disse Leo logo sendo interrompido por um barulho em sua barriga - eu preciso de um banheiro urgente.

Olhamos para ele abismados.

Estávamos no meio do nada.

Só tinha árvore e... mais nada.

—Segura ae, amigo. Aqui não tem lugar nenhum. – disse eu debochado.

—Cara, você não tá me entendendo... Eu PRECISO ir ao banheiro.

Leo tinha chegado em um estágio desesperado.

Eu comecei a me desesperar também e em poucos segundos estávamos como três bichos do mato berrando e correndo nas redondezas a procura de um banheiro.

—E AGORA?! – Berrou Leo.

—Agora você abaixa as calças e faz ia mesmo.

Engoliu em seco.

—Vão para longe, mas fique perto o suficiente para me ouvirem gritar, não quero morrer nessa situação.

E assim fizemos.

Nos afastamos o suficiente e ficamos trocando cards do Star Wars.

—SOCORRO!

Depois de alguns segundos e hesitação, chegamos perto com os olhos fechados.

—QUE QUE FOI? –perguntou Nico alterado.

—GENTE, CADÊ O PAPEL? – berrou Leo.

Virei de costas e troquei um olhar com Nico.

—Não tem.

—AI MEU SANTO COCÔ, ME SALVE! COMO PODE ISSO ACONTECER?

E então, algo inesperado aconteceu.

—Me chamou por quê?

Lá estava o rei cocô, na minha frente (por sorte não tive que me virar).

—Eu te chamei? – perguntou Leo confuso.

—É, você falou “AI MEU SANTO COCÔ”, daí eu vim. Que foi?

—Ér... cê tem papel? – perguntou acanhado.

Cocô não respondeu. Estava com os olhinhos arregalados.

—Moleque, afasta aí que eu acho que encontrei meu amor.

Leo se afastou meio desajeitado para trás da árvore, deixando apenas a sua cabeça de fora.

—Oi, você é a cocô mais bonita que eu já vi, quer casar comigo?

E foi assim que ganhamos a aposta.

Mandei mensagem pro pessoal e logo estávamos todos celebrando o casamento recém-feito por James como padre e todo o resto como padrinhos e madrinhas, mesmo sem pares, pois só queríamos ver a festa.

Enquanto dançávamos em meio os cocôs, ouvimos:

—Tá gente, bem bonito, mas como eu me limpo?

Rimos muito. Leo ficou bravo. Se limpou com qualquer folha que achou.

Não demos muita atenção à ele depois disso, até o momento em que o mesmo começou a correr e se coçar, como se tivesse pó de mico na cueca.

Estávamos assustados com a cena, então Luke se aproximou da árvore e rindo disse:

—Ele se limpou com urtiga.

Rimos muito. Leo quase nos matou.

Depois de mais alguns minutos dançando, decidimos ir embora.

Como tudo havia sido confuso e só nós conseguimos um cocô, decidimos comer numa barraquinha qualquer mesmo.

Nosso maior erro do dia.

Parece que Annie convenceu o tiozinho a colocar laxante nas nossas coxinhas, como uma forma de vingança, tomando cuidado para não comer uma e ficar mal também.

E assim terminou nossa noite.

Com um projeto de Edward vestido de biquíni, um menino que não parava quieto por ter se limpado com urtiga e um bando de adolescentes fazendo competição para ver quem estava mais podre, enquanto uma histérica (Annie) ria, vitoriosa.

Nada fora do normal.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É isso, espero que tenham gostado.
Obrigada desde já por não me matarem (não me matem).
Obrigada à Ruby, principalmente.
Até logo!
Lua.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Zuera Never Ends" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.