Secrets escrita por crazy girl, yunamoon


Capítulo 3
Mike Hulten vs. Scott Hardin.


Notas iniciais do capítulo

Espero que curtam.

kisses!



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Eu fiquei em silêncio por alguns segundos até finalmente pensar alguma coisa. O garoto deu a volta numa mesa qualquer do pátio e se sentou sozinho, algumas garotas metidas foram até ele. Olhei para Hanna, que voltava para nossa mesa, e fiz um pequeno gesto com minha mão, apontando para o garoto discretamente. Tão discreta quanto eu conseguia ser no momento, o que não era lá grande coisa.

– Que tipo de distúrbios você tem garota?

– Lembra da historia do executivo sexy que eu disse que me deu uma carona hoje pela manhã?

– Lembro, mas... Foi o...?! Você está apontando paro o Scott Hardin! Foi o Scott?! – a boca dela caiu e os olhos ficaram arregalados.

Olhei ao redor, para me certificar que ninguém além de mim tinha escutado os berros de Hanna, e encontrei o olhar fixo de Scott em mim, ele deixou um sorrisinho escapar de seus lábios e sussurrou um "oi", eu me virei para Hanna extremamente constrangida.

– Sim e, agora, graças a você, Scott sabe que é o assunto principal da nossa conversa, parabéns senhorita descrição. – eu reclamei, Hanna revirou os olhos.

– Tenho certeza que a última coisa com que ele está se importando agora é com a minha descrição, aposto que Scott adorou saber que estamos falando dele. Deve estar dando gritinhos estéricos internamente. – ela sorriu.

– Aposto duas pratas que ele acha que estamos apostando o quanto ele é bom de cama. – eu brinquei, Hanna riu um tanto chocada e depois concordou com a cabeça.

Pouco depois disso, ela estava me puxando para a saída do refeitório. Esbarramos com Mike e seus seguidores idiotas, e por mais que eu tentasse ignorar a existência dele, não pude deixar de reparar que ele me encarava, assim como Scott, numa mesa distante. Por um segundo, na pequena dimensão onde só nos três existíamos, Scott e Mike se viram rapidamente. Os dois olhares se fincaram um ao outro como imãs, e eu pensei ter visto uma troca brutal de farpas entre eles.

Rapidamente, eu e Hanna voltamos a andar normalmente. Ela me levou para uma espécie de sala empoeirada e antiga, nos fundos da academia. O lugar parado no tempo, que ela gostava de usar como esconderijo do mundo.

– Retiro o que disse sobre sua sorte antes de te conhecer, você é muito ferrada. – Hanna entrou na sala e acendeu a lâmpada fraca de um abajur. Era uma sala de estudos ultrapassada, ninguém entrava ali alem dela.

– E com mais uma dessas você vai subir minha auto-estima o bastante para eu me suicidar. – falei, Hanna franziu as sobrancelhas contrariada. - Tem razão, isso não é nada que eu não ature diariamente.

– Agora está melhor. – ela gargalhou. – E então, vai me perguntar porque fugimos do refeitório ou tanto faz pra você?

– Agora que você falou... – Eu comecei tentando disfarçar minha falta de interesse. O que poderia ser afinal? Provavelmente uma bobagem.

– É melhor você se preparar, essa fofoca vai mudar sua vida. – ela cruzou os braços.

– Como aqueles separadores de ovos da tupperware? Realmente indispensáveis na minha vida. – eu disse e Hanna revirou os olhos, em seguida.

– Você não deve conhecer tanto sobre a família fundadora da cidade, nem sobre as tradições da casa Hulten por aqui, mas...

– Hanna, você disse Hulten? – eu perguntei paralisada, o que o nome da família do Heitor, quer dizer, da minha família tem a ver com tudo isso?

– Agora que eu finalmente comecei você vai ficar interrompendo? – ela me repreendeu e eu fiz que não com a cabeça, Hanna parecia estar prestes a narrar um conto de terror. – Como eu dizia, os Hulten tem um sobrenome de peso para zelar por aqui, e não seria diferente com seus primogênitos. Mike Hulten é o primeiro em tudo nesta escola desde o jardim de infância, melhores notas, amigos, privilégios secretos... O queridinho dos diretores, que fechavam os olhos para tudo de errado que ele fazia, tornando o garoto imune a qualquer tipo de punição. Um lugar ocupado garantido na sociedade divina da Spencer Academy e da cidade, ou... Bem, pelo menos era assim antes da chegada do novo aluno. Desde que Scott Hardin começou a frequentar a Spencer Academy, Mike passou a ser o segundo melhor, e como já era de se esperar, o senhor mimadinho Mike Hulten não encarou o fato de um novato se tornar um semelhante assim, tão facilmente. Há pouco mais de doze meses atrás e, até hoje, os dois competem por tudo, e passam dos limites sempre que podem. Fizeram tantas coisas terríveis um para o outro, o bastante para se assumirem publicamente como, não só rivais, inimigos mortais.

– Inimigos mortais...? – engoli em seco, ainda sem conseguir assimilar as informações.

– E falando no Scott, toda aquela atmosfera de mistério e suspense sob ele, não é em vão. Ninguém sabe de onde ele veio ou como veio, o sobrenome dele é quase um enigma para todos os alunos desta escola, que já apostaram alto, mas nunca descobriram. As únicas coisas que se sabe sobre Scott Hardin, é que ele está na última série, atrasado aos 19 anos, porque viajou pelo mundo durante um ano, quando deveria estar na escola como todos nós, reles mortais.

– O que os Hulten tem a ver com esta escola? – eu perguntei desconfiada, Hanna fechou a expressão.

– E por que você está tão interessada nisso?

– Porque eu... – comecei, soando como se a resposta fosse óbvia. Ate me dar conta de que não havia falado realmente tudo sobre a minha vida para ela, não com riqueza de detalhes. Não nomeei as pessoas, disse apenas que havia me mudado para cá com minha mãe recém casada. Não disse para onde, ou com quem morava. – Porque eu sou um deles, Hanna. Sou uma Hulten, assim como minha mãe, casada com Heitor Hulten, e meu mais novo irmão, Mike Hulten.

– Wow, então era por isso que aqueles imbecis estavam te cercando, Mike Hulten é seu irmão… Não deve ser nada fácil aguentar...

– Na verdade, nós não nos encontramos muitas vezes, apenas nos últimos dois dias de ação de graça, e começamos a conviver agora… Mas o que é que eu estou dizendo? Moro com ele há algumas horas que mais pareceram um pesadelo...

– Eu ia dizer que não deve ser fácil aguentar os diretores cobrando você, quer dizer, eles já começaram a cobrar?

– Cobraram milhares de dólares ao Heitor, isso conta? – eu ri, Hanna deu um sorrisinho amarelo.

– Como se sente sendo disputada pelos caras mais desejados da Spencer Academy? – ela perguntou sorrindo enquanto andava para a fora da sala e eu a seguia, o tom da voz me espantou.

– Mike é um completo idiota e... Scott não está me disputando coisa nenhuma.

– Não, não está. Ele não pode disputar o que já ganhou. – ela gargalhou, eu cruzei os braços.

– Aquele cara vai ter que me dar muito mais que uma simples carona para me ganhar.

– É assim que se fala, garota, seja forte, resista. – Hanna sorriu. – E você acha que o Mike vai gostar de saber que você e Scott são próximos? Ele vai te infernizar até cansar.

– Ele já faz isso... E quantas vezes eu tenho que repetir? Enquanto você está aí planejando meu casamento imaginário com o Senhor Hardin, ele nem mesmo deve lembrar meu nome.

– Acha mesmo que ele te mandaria aquele olhar sexy se não soubesse seu nome? Você deveria ser mais pessimista, as fofocas se espalham rápido por aqui, sendo elas verdade ou não. É melhor se prevenir. – Hanna aconselhou, e eu sabia que havia algo a mais nas palavras dela.

Andamos de braços dados e em silêncio por alguns corredores, até que o sinal do segundo período tocou e cada uma seguiu para sua respectiva sala de aula. Meu novo professor de física teve uma crise de pânico antes de lecionar, depois que um garoto idiota disse que os óculos dele estavam tortos, e nós fomos liberados uma aula antes do fim do dia.

Encontrei a sala de Hanna ao lado de uns blocos próximos ao meu, mas todos ainda estavam na aula avançada de biologia. Fiquei esperando ela sair na frente da porta mas alguns inspetores me olharam feio, o que eu deduzi ser uma dica para sair dali o mais rápido possível.

Pensei em ir para casa, mas não fazia ideia do caminho. Provavelmente iria me perder no enorme campus da Spencer Academy, e quando finalmente conseguisse achar a saída me perderia novamente na ruas confusas da cidade. Se eu esperasse Hanna pelo menos teria companhia nesse processo.

Entrei no refeitório, onde alguns veteranos estavam. Percebi que eram do terceiro ano quando vi Scott, logo ele estava andando até mim com um sorriso sinistro no rosto.

– Esta gostando do colégio kathy?

– Porque fazer uma pergunta quando você sabe a resposta? – eu cruzei os braços e arrumei a mochila nas costas. – Aliás… Por qual motivo não me disse que também estudava aqui? Queria fazer um misteriosinho?

– Exatamente, você acertou. Eu queria mesmo fazer um misteriosinho. – Ele riu, eu estava convencida a achar a graça da piada, mas me distrai quando vi que os outros alunos nos encaravam duramente. Juntei as sobrancelhas. – Algum problema?

– Aquilo – apontei para os alunos, que viraram o rosto rapidamente quando Scott voltou os olhos para eles. – Eu me tornei a nova atração de circo da Spencer Academy.

– Se você não saísse por aí com mochilas de unicórnios…

– Isso aqui não é uma mochila de unicórnios! – eu falei irritada – São símbolos coloridos das minhas sagas preferidas, coisa que você não faz id...

– Relíquias da morte, tridente de Poseidon... E um círculo em chamas, você é da audácia? Que corajosa. – Ele sorriu satisfeito, minha boca caiu. – Agora vamos para um lugar onde ninguém vai te olhar, apontar para você ou te jogar migalhas.

– Outra dimensão? – eu perguntei, ele sorriu e me puxou pela porta.

– Ainda está aqui porque quer, ou por que você não sabe voltar para casa? – Scott perguntou, se apoiando em um dos armários à sua direita.

– Porque eu não sei voltar para casa.

– Foi o que eu pensei – Scott deu um sorriso doce que logo foi apagado. Eu olhei para trás para entender o motivo e vi Mike caminhando até nós.

Mike estava a poucos passos e Scott se preparou para ir embora.

– Se quiser uma carona sabe onde me encontrar... – Ele disse antes de se virar e andar para longe. Olhei para Mike cuidadosamente e vi uma terrível expressão de ódio em sua face.

– Está fazendo isso para me irritar? – Ele perguntou, respirando fundo.

– Não sei do que está falando. – eu afirmei e andei para a entrada do corredor, Mike ficou paralisado onde estava.

– Fique longe dele. – ele disse simplesmente, em voz alta.

– O que tem a ver com minha vida Mike? Me mande um relatório mais tarde.

– Katherine… – ele andou até mim lentamente – Se eu ver você com esse cara de novo… Acha que eu sou mau com você, garotinha? Eu posso ser muito pior do que já fui algum dia. – ele agarrou meu pulso, eu arregalei os olhos, totalmente chocada. Tudo bem, é uma ameaça...

– O que você… Está me machucando Mike...

– Você é mesmo uma vadia, não é Kathy? O Scott aparece e você fica se oferecendo, Scott estala os dedos e você entra no carro dele! Você não passa de uma vadia fingindo ser uma puritana inocente! – ele berrou, as palavras me atingiram com violência.

– E quem você acha que é?! Que direito tem de me apontar o certo e o errado? Você é um cretino, Mike! – eu gritei, separei sua mão do meu pulso. – Não sabe nada sobre mim… E quer saber? Minha mãe pode estar feliz na sua casa de cristal impecável! Mas eu não estou, e não sou obrigada a continuar com isto!

– Kathy, espera… – Mike pediu enquanto eu saia do corredor como uma ventania. Por um momento, olhando para trás, o vi parado, com uma angústia refletida no rosto. Mas é tarde demais…

Me dizer aquelas coisas, perder o auto-controle daquela forma… Como ele pôde? Mike é um idiota, ele é simplesmente um estúpido controlador. Um mimadinho cujas as únicas aspirações na vida estão relacionados ao dinheiro e a superioridade, como todos me avisaram. Eu estava errada quando achei que ele realmente poderia demonstrar algum traço de humanidade comigo.

Andando apressada pelos corredores, eu encontrei com uma das secretárias magrelas do diretor. Ela disse que precisava me dar algumas informações sobre meu papel na academia, e que, antes que eu pudesse recusar, logo, logo, eu seria colocada no comitê de organização de um jantar beneficente.


***


A secretária loira e alta me prendeu na sala por mais de uma hora, e quando eu sai, parte dos blocos já estavam trancados e apenas algumas salas com alunos. A sala de Hanna estava vazia.

Passei algum tempo xingando mentalmente aquela secretária estúpida, e consegui achar o estacionamento. Se eu desse sorte encontraria Hanna e sua bike amarela.

Para minha surpresa, eu vi a uma certa distância o carro de Scott, quando eu me aproximei notei que havia alguém dentro. Eu realmente achei que era um manequim, ou alguém com sérios problemas mentais, congelado no banco do motorista, mas era apenas Scott, imóvel.

Preferir assumir que ele estava ali parado refletindo na vida, e não me esperando por mais de uma hora, como um psicopata.

– Hey… – falei, estalando os dedos na janela.

Scott acordou do transe e teve uma surpresa ao me ver, ele destravou as portas, e eu dei a volta no carro.

– Resolveu aceitar minha oferta? – ele girou a chave de ignição, ligando o motor, enquanto eu sentava ao seu lado e fechava a porta.

– Era isso ou ir à pe, me perder e provavelmente ser estuprada por algum estranho numa rua estranha. – eu disse derrotada, Scott sorriu.

– Que honra ter você aqui, fico feliz de ter escolhido a opção mais perigosa. – ele disse, me lançando um olhar travesso, eu revirei os olhos.

– Por favor, me diga que não estava me esperando aqui todo esse tempo. – eu brinquei.

– Eu só… Não queria ir para casa. – ele falou num tom sério.

– Err… Tenho certeza que você deve ter um bom motivo.

Tenho certeza que você está se matando de curiosidade para saber qual é. – ele apertou as mãos no volante do carro.

– E se caso eu estiver?

– Seria péssimo, porque eu não estou nem um pouco disposto a falar sobre isso. – Scott fixou os olhos no retrovisor, parecia chateado.

– Então… Que bom que eu não estou. – eu ironizei, sua expressão preocupada caiu e ele soltou uma risada.

– Aquela ali… – ele apontou e eu segui a direção. – Não é sua amiga?

Havia uma garota deslizando no acostamento em sua bicicleta, reconheci Hanna imediatamente.

– Preciso mesmo pedir para você parar? Nós vamos dar uma carona a ela. – eu decretei incisiva, esperando que ele fosse bondoso o suficiente para não me expulsar dali por insolência. Scott sufocou uma risada, estacionou o carro um pouco a frente do caminho que Hanna seguia e buzinou duas vezes.

Hanna passou por nós, ignorando o carro totalmente. Eu gritei seu nome pela janela, ela procurou por minha voz como uma alucinada, e pareceu ser atingida por um tiro quando virou para trás e nos viu.

– Sobe aí… Hailey? – Scott pediu simpático. Ela arregalou os olhos e nos deu seu melhor exemplar de um sorriso psicopata.

– É Hanna, Scott, Hanna. – eu corrigi. Hanna dobrou a bicicleta em duas com habilidade, abriu a porta traseira e enfiou as engrenagens, logo depois, quando havia espaço, ela se sentou desajeitada e Scott deu a partida no carro.

– Então, você é a famosa Hanna? – Scott perguntou, para puxar assunto.

– Se eu fosse famosa teria um carro muito mais espaçoso que esse... – ela reclamou séria, eu sorri.

– Essa é a Hanna que eu conheço, até parece que ela quer descer e ir de bicicleta. – eu olhei para trás, repreendendo. No mesmo instante, ela sussurrou um: “não força a barra”.

Scott viu tudo pelo retrovisor e começou a rir, logo depois, Hanna se remexeu no banco traseiro, sem disfarçar seu desconforto. Parte por estar apertada entre sua bike e a porta, e parte por ter acabado de dar um fora no cara mais idolatrado da escola, tenho certeza. Isso por que ela se assume como uma pessoa tímida, ou talvez seja apenas nervosismo...

No caminho, passamos a maior parte em silêncio. Convenci Scott a nos deixar na minha casa, pois assim eu poderia ficar mais tempo com Hanna. O que seria uma boa desculpa para pegar o carro de Heitor e deixa-la em casa mais tarde. Na volta serei só eu, finalmente liberdade…

Quando chegamos eu tive uma susto. A porta da garagem estava escancarada, e a grama exibia várias marcas de pneus. Pneus de carros esportivos.

Scott estacionou e eu não escondi minha desconfiança, ele ajudou a retirar a bicicleta do carro, e Hanna agradeceu por mais de vinte vezes. Notando minha impaciência, Scott fez questão de nos acompanhar pelo jardim.

Hanna abriu a porta da casa distraída, e subitamente escutamos gritos e assovios, meu estômago congelou e milhares de coisas vieram a minha mente.

– FELIZ ANIVERSÁ…– algumas dezenas de rostos desconhecidos cantarolaram juntos, parando imediatamente. Havia copos, bebidas e luzes performáticas espalhadas pela sala.

Os olhares foram sugados até Scott, que sorriu radiantemente, e um segundo depois, todos voltaram sua atenção para mim, me encarando com desgosto e decepção.

Encontrei um rosto conhecido no meio da multidão, os olhos pareciam esferas negras, e a face uma terrível tempestade. Era Mike.

– É seu aniversário? – Hanna perguntou paralisada, eu afirmei que sim com a cabeça.






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Notas finais do capítulo

HEY
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