Never Alone escrita por Arizona


Capítulo 9
Reunião de família


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, demorei não foi? rsrsrs.

Foi mal, mas realmente não tava dando para atualizar. Mas finalmente consegui.

Perdão pela demora :

Divirtam-se! Boa leitura *-*

Beijos!



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Não estou mais correndo de mim mesmo

Juntos vamos conseguir tudo

Eu não estou correndo, correndo, correndo, correndo

Correndo, correndo, correndo

Não estou mais correndo de mim mesmo

Vamos enfrentar todos

Se eu perder a mim mesmo, eu perco tudo

— Runnin '(Lose It All) (feat. Beyoncé e Arrow Benjamin)





Nicolleta correu para os braços da amiga feito uma criança em dia de festa. Nem sua barriga redondamente pesada de grávida a impediu de correr.

Fico imaginando como é que América ficou quando grávida de Alice. Não menos que linda eu tenho certeza. Minha América deve ter arrancando suspiros por aí, mesmo com a protuberância em seu ventre, experiência essa que pretendo particularmente viver.

Meu objetivo de hoje: engravidar América Singer, por mais que ela não queira.

Alice saltita agarrada as pernas das duas tentando chamar a atenção. Minha filhinha não sossega até está no colo de Nicolleta que faz um esforço danada para pega-la. Instantaneamente América repreende sua ação, dizendo que não deveria pôr a menina nos braços.

— Ora, América! Eu estou grávida, não invalida. E além do mais, la madrina estava morrendo de saudades da minha piguxa. Não é, meu amor?

— É sim, madinha. Eu também táva moledo de saudades da senhola.

— Oh, viu América? A gente só se falava por telefono, dar nisso. Muitas saudades!

Ela enche o rosto de Alice com beijos, o que faz minha filha rir de um jeito tão contagiante em sua inocência. Fico feliz de saber que alguém como ela, com um coração tão grande, tenha ajudado América e nossa filha quando mais precisavam. E além do mais, acabo de descobrir que Nicolleta é madrinha da minha pequena.

As três estão tão absolvidas pela conversa que nem percebem quando chego mais perto. América dar até um pulinho de susto quando passo minha mão pelos seus ombros. Ela me olha sorrindo pelo canto, como costuma fazer, e eu a correspondo.

Viro-me para Nicolleta, que me encara com o rosto franzido, meio que... com raiva, mas eu ainda assim abro um sorriso para lhe cumprimentar, esticando a mão para pegar a sua.

— É um pra...

— Che cosa ci fai qui, figlio di una cagna? – ela pergunta em italiano, me cortando a palavra.

— Rainha Nicolleta, eu não...

— Io detto, che cosa ci fai qui, bastardo?

— Nicolleta! – América quase grita com ela - Non giura solo deve essere in italiano?

— Eu o xingaria em russo, se eu soubesse falar russo!

Madinha, essa é o meu papai. – Alice se estica em minha direção e a pego do colo de Nicolleta – Ele não é bonitão? E eu amo tanto o meu papai.

— Ama minha princesa? – pergunto maravilhado a minha filha.

— Amo um tantão assim, ó! – ela abra os bracinho para simbolizar o tamanho do seu amor por mim.

Me surpreendo cada vez mais com ela. Como alguém tão pequena quanto ela pode ser tão perfeita? Alguém que eu conheço a pouco mais de um dia, e encheu meu coração de orgulho no mesmo instante.

Alice não nega o mesmo nariz arrebitado que a mãe tem, nem a minha tola timidez. É por isso que ela uma criança encantadora.

— Io perguntei, o que você está fazendo qui, Maxon? – Nicolleta volta a me interrogar misturando os idiomas, afinando ainda mais seu sotaque em meu ouvidos.

— Bom, eu vim trazer minha mulher para ver a família dela.

— Tua moglie? – ela olha boquiaberta para América, com quem duvida do que eu disse – América, está louca ou o que? Como te juntas a esse bastardo de uma figa, e ainda mais mostra Alice a ele!

— Nica, eu sei que...

— Non, non. – mais uma vez ela corta as palavras, dessa vez de América – Se tu soubestes, América, não estarias com esse... ah, esse maldito que fez o que fez contigo.

Nicolleta está vermelha dos pés à cabeça, furiosa com a situação. Respiro fundo para não me enfurecer também, afinal, além de eu estar com minha filha nos braços, Nicolleta está grávida, e já se descontrolou demais para uma grávida.

Mas o que ela tem a ver com o que eu e América decidimos? Tá certo que foi ela quem deu abrigo, cuidou do meu amor. Mas... porra! Eu errei, eu não sabia da nossa filha até pouco mais de 24 horas. Será que é tão difícil de entender que eu amo essas duas? Será?

— Nicolleta. – uma homem aparece atrás dela, mas ela continua me encarando - Mio amore, dar pra ouvir tu gritando do outro lado dos salões. O que está...

O homem para de falar ao nos ver. Ele é o marido de Nicolleta, o príncipe italiano. Lembro-me dele das fotos nas revistas, o típico charmoso galanteador. Moreno, de olhos verdes, alto, forte. Faz qualquer mulher suspirar por sua beleza.

A Corte de Illéa recebeu o convite do casamento deles a mais ou menos dois anos atrás, mas não comparecemos, nem mandamos presentes ou uma carta formal. Foi justamente nessa época que eu estava afundado totalmente na minha depressão. Não havia conseguido encontrar América em Carolina, o país tinha fome, um punhado morria todos os dias e eu não sabia o que fazer.

— América! Com é bom te ver de novo.

Ele abraça minha mulher a tirando do chão e fazendo ela rodopiar. Assim que a solta, ele se volta para mim sorrindo abertamente e estendendo a mão como gesto de educação.

— Rei Maxon, é um prazer conhece-lo pessoalmente. Acho o senhor incrível, e o que fez por Illéa nesses anos foi...

— Pare de elogiar esse imundo, Lorenzo. Ele não merece.

— Mio amore, por que está falando desse jeito como o rei Maxon?

— Ah, não se preocupe com os xingamentos da sua esposa, príncipe Lorenzo. Em certa parte ela tem razão, mas em outras... precisamos ter uma conversinha.

— Conversar? Para que? – estou vendo a hora Nicolleta explodir – Lorenzo, traga minha espingarda de caça, preciso abater uma praga que está nos meus jardins.

— Ora, já chega! – América cala nossa calorosa discussão com um grito de ordem, até Alice que não está entendendo nada, se encolheu no meu peito – Nós precisamos sim conversar, todos nós, mas não agora. Agora eu quero ver a minha mãe, as minhas irmãs e o Gerard. E não precisam me acompanhar, ainda sei o caminho.

Ela pega Alice do meu colo, levando-a junto para rever sua família. Penso alguns segundos antes de segui-la, porém América não me repreendo por estar atrás dela. Temos que contornar quase todo o castelo italiano para podermos chegar até um pequena vila, escondida atrás de um bosque.

A vila tem casinha simples, decoradas com cores vivas nas suas paredes, e cercas brancas. É um lugar singelo, no entanto acolhedor, provavelmente é onde os criados do castelo moram, uma ótima ideia devo admitir. Isso evita certas situações constrangedoras presenciadas por criados.

Andamos mais algumas metros até que ela para enfrente a uma casinha amarela. Vejo América respirar fundo enquanto põe Alice no chão, segurando a mão da nossa filha. Percebo ela engolir em seco para controlar as lágrimas.

Ela deve estar muito emocionada em revê-los.

— Tudo bem? – pergunto acariciando seu rosto.

— Está. – América segura minha mão no seu rosto – É que já faz tanto tempo...

— Eu sei, meu amor, eu sei. – dou um beijinho nos seus lábios para acalma-la.

Finalmente tomando coragem, América segui para a porta a sua frente, na expectativa de encontrar os que ama atrás dela.

A alegria parece transbordar dos olhos de May quando ela ver a irmã mais velha, agarrando o seu pescoço e a beijando no rosto. A mesma cena se repete quando a senhora Magda encontra a filha, seguida pelo pequeno Gerard, que já não é tão pequeno assim.

Alice é abraçada pela avó em questão de segundos, elogiando-a dizendo o quanto ela está uma mocinha. Mas como imaginava, os risos cessam logo que minha presença é notada.

E outra vez tenho pares de olhos rancorosos sobre mim. América por sua vez me puxa para junto de se, unindo nossas mãos. Ela pede uma reunião de família, pois quer explicar tudo o que aconteceu. Kenna e James também são chamados, recebendo América com a mesma alegria.

Eles trazem Astra para ver a tia, mas ela fica completamente entretida com Alice. A prima que é só dois anos mais velha que ela, se gruda na minha filha como uma cola, menos de um minuto depois há porções de bonecas espalhadas pela sala misturadas a risos infantis.

Em quanto as crianças se distraem, América e eu começamos uma batalha de justificativas para sua família. E como se não bastasse, Nicolleta e Lorenzo aparecem na porta entrando na discussão.

Fui imaginado sendo queimado vivo, tendo a pele esfolada, as unhas arrancadas com alicates, ah, e os dentes também. E o pior dos castigos que poderiam de dar, arrancar o meu saco fora caso eu magoasse América outra vez, e ainda mais agora que Alice também estava envolvida.

No final, sou aceito na família.

Assumi o meu amor por ela, fiz a promessa de ama-la, de cuida-la. Eu seria o homem que nunca fui antes, eu protegeria minha família. A família que eu nem sabia que tinha, mas que ganhei como um presente que veio dos céus.

Nicolleta deixou a carranca de lado, e foi compartilhar sua felicidade de ser mãe com América. Pelo que parece, o príncipe Augustus nasceria dentro de três meses, ela e Lorenzo estavam numa ansiedade contagiante para a chegada dele. Além de ser o primeiro filho, tinha a questão de que Augustus será o sucessor da mãe no trono da Itália.

Foi ai que me veio essa questão também.

Quem me sucederia em Illéa?

Obviamente o trono seria do meu primogênito, e Alice é esse primogênito. Só que no meu caso, minha filha já tem três anos, e nem imagina que é uma princesa. Existe também o fato de que teremos que lhe dar com uma possível rejeição em Illéa.

América tem razão, podem muito bem inventar uma história de que ela sempre foi minha amante, de que Alice é uma bastarda, e eu estou colocando a minha puta para suceder a doce e adorável rainha falecida.

Mas isso não é verdade.

Eu terei... Nós teremos que enfrentar isso juntos. Teremos que convencer o povo de que Alice foi um acidente bem gostoso de se fazer, e que eu nem imaginava que ela existia.

Oh, Deus! Não quero nem imaginar por quantas divergências teremos que passar.

Estava preocupado, queria voltar para casa na noite daquele mesmo dia, mas América me pediu com tonto carinho para ficarmos mais uns dias. Ela queria matar as saudades.

E eu me dobrei ao seu capricho.

Numa tarde de sábado, estávamos todos nos jardins reais nos divertindo. América está com nossa filha uma pouco mais na minha frente, brincando com ela. Eu estou sentado em uma cadeira as olhando com um sorriso bobalhão no rosto, admirando-as.

Minha América, minha Alice. As meninas dos meus olhos, tão belas e sublimes. Minha vida é totalmente e integralmente delas agora.

— Você as ama de verdade. – A voz de Nicolleta me traz de volta a realidade.

— Mas do que qualquer outra coisa. – deixo de olha-as e viro-me para Nicolleta – Disso você pode ter certeza.

Ela sorrir para mim acenando em positivo. Suas mãos vão sua barriga, alisando com carinho o lugar. Ela andou reclamando que Gus anda chutando muito nos últimos dias, certamente mudando de posição na barriga da mãe.

— Amar é coisa de Deus, Maxon. A gente só pega emprestado.

— É um bom empréstimo esse, você não acha? Amar! É o que nos faz sermos eternos.

E é por isso que eu as amo.

É a minha razão de viver.


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