O barulho insistente do despertador foi a única coisa capaz de fazer a mão preguiçosa e irritada se mover, obrigando seu dono a finalmente abrir os olhos na manhã chuvosa de domingo. Não queria sair de lá e, mesmo que tivesse essa intenção, o peso do braço grande e bronzeado lhe era um obstáculo. Sentir a respiração compassada do homem atrás de si tornava a situação simples de levantar uma tarefa árdua, fazendo-o desejar se deslocar para coisas mais... interessantes.

Seu sequestrador ronronou, num sono profundo e sem intenções de ser interrompido. Akashi permitiu que um leve sorriso brincasse em seus lábios, deslizando a mão pelo lençol de seda preta na cama até as pernas do homem-tigre. De repente o sono desaparecera ao sentir o pedaço de carne desnuda e grande endurecida por culpa de algum sonho pervertido. Apalpou-o sem cerimônias, empurrando o quadril para trás, a fim de encontrar os glúteos com o falo ao qual provou na noite tempestuosa.

Taiga mais do que imediatamente despertou, grudando o quadril branco de Seijuurou com a mão outrora apoiada no mesmo.

— Não tem uma forma menos pervertida de me acordar? — foi o sussurro que escapou da boca sedenta de Kagami, colada à orelha do outro ruivo.

— Cogitei a hipótese de lhe colocar uma sela e cavalgar — o menor não parou com os movimentos leves na cabeça de sua adorada diversão.

O tigre resmungou, usando da mão livre para segurar o tronco de Akashi.

— Não reclame se eu o machucar depois.

— Se continuar conversando a única coisa que irá me causar é tédio.

Mesmo nas manhãs de domingo, Akashi conseguia fazer o sangue de seu ex-rival ferver, e mesmo agora, enquanto era forçado a se apoiar nos joelhos, não perdia o ar de superioridade; quanto mais provocado o jogador fosse, maior era a força que usava.

Kagami ainda não entendia como toda aquela relação fora acontecer, mas lá estava ele, como há muitos domingos fazia, saboreando-se com a visão do corpo pequeno de Seijuurou sendo preenchido por si, cravando as unhas na pele branca a cada gemido escapado com seu nome na voz baixa do outro. Seus encontros se tornavam cada vez mais rotineiros, cada vez mais sólidos.

E, naquele momento, decidiu que, com Akashi, queria muito mais do que apenas domingos.