Eldrwin E O Medalhão Real escrita por KyuHumi


Capítulo 11
Missão




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— ANYA!

O rei exclamou levantando-se ao olhar a filha parada frente a todos.

— Papai! Eu também passei por tudo o que eles disseram. Lutei de igual maneira e acho que também tenho direito de ir a Betta.

Eldrwin e Kairou não sabiam ao certo o que dizer. Aparentemente, Anya ouvira toda a história por trás da porta e, provavelmente, não aceitaria um não como resposta.

— Princesa Anya – Villian começou a dizer – É importante que saiba que o risco para esta missão é enorme. Você faz parte da família real, e como tal, é importante que fique no castelo.

— Então, por que treinei durante todo esse tempo? Para ficar parada vendo o reino sendo atacado? É para isso que fui treinada? Eu posso ser a princesa do reino, mas sou uma guerreira e mereço respeito por ocupar tal posição!

Todos ainda permaneciam em silencio ouvindo Anya explodir. Suhoz tornou a dizer calmamente.

— Majestade. Apesar de estar contando apenas com os dois jovens aqui, vejo que a princesa tem a mesma determinação do que eles para ajudar. Eu aceitaria sem sombra de dúvidas, mas o senhor ao final decidirá.

Anya estava em pé. Ofegante e com o rosto rubro de raiva. O rei então foi se levantando e aproximando-se pouco a pouco da filha com os olhos bem sérios mirando-a. Eldrwin e Kairou observavam atentamente a tudo num misto de excitação que poderia vim com o sim do rei, ou o desapontamento que viria com o não. Nenhum deles ainda havia obtido a autorização para a tal missão, e com Anya ali, talvez as coisas se complicassem totalmente e a falha no plano seria magistral. Agora frente a frente à princesa que o encarava sem desviar o olhar, Gallic declarou pesadamente.

— Eu nunca consegui controla-la. Está no seu sangue. Não me peça para não me preocupar Anya ou ignorar o fato de que você correu riscos dos quais eu como pai não aceito que você corra. Mas, foi sua escolha ser guerreira e será escolha sua acompanhar Eldrwin e Kairou.

A princesa agora se deparava com uma situação a qual não havia previsto. Sentiu o coração bater forte. Seria medo que estava sentindo? Medo de que pela primeira vez na vida poderia escolher entre participar de uma missão ou ficar ali, no conforto do castelo? Procurou não pensar. Respirou fundo e ainda encarando os olhos do pai disse com a voz falha.

— Eu... Eu irei. Escolho ir. Quero ir!

O rei cerrou os olhos e não se sabia dizer se eram por imensa preocupação, orgulho ou desapontamento. Virou-se de costas para Anya, dirigiu-se para onde estava e sentou-se.

— Deixo agora nas mãos de Villian e Jedah o destino de vocês três. É importante dizer que ninguém os forçou a participar de tal missão. Vocês chegaram até aqui – E disse agora mirando Eldrwin e Kairou – por suas próprias pernas, cientes do perigo que se encontram e dos riscos que o reino pode estar sofrendo. Mas, como soldados, possuem autoridade para agirem quando necessário para garantir a ordem e a paz. Villian, sua palavra final.

Villian permanecia sério, analisava intensamente os dois jovens e a princesa. Levantou-se lentamente e cruzou os braços até dizer firmemente:

— Autorizados! Os três. Jedah?

O guardião do reino agora se colocou em pé. O cajado em sua mão emitindo um fraco brilho azul. Olhou para Anya, Kairou e deteve seu olhar em Eldrwin.

— Acredito que os três já passaram por bastante coisa para não considerarmos o fato de que possuem experiência o suficiente para lidar com isso. Saibam, porém, que os riscos são grandes. Estarão agindo agora por conta própria. Lutarão como soldados e – Fez uma pausa longa e tornou a falar – Poderão morrer como soldados.

Os três agora ouvindo aquelas palavras começavam a ter real noção do que estavam prestes a fazer. Eldrwin sentiu algo revirando na barriga e sem que quisesse lembrou-se do pai e de como havia dado a vida em batalha para proteger Orion. Será que aquele seria seu destino se tudo desse errado? Pensou e, antes que pudesse concluir seu raciocínio, antes de pensar nas possíveis consequências ruins que poderiam vir da escolha que fizera, levando junto consigo Kairou e agora Anya, ouviu Jedah proferir palavras que lhe soaram ao ouvido mais como uma sentença do que como qualquer outra coisa.

— Pois bem. Os três estão autorizados a irem ao reino de Betta para cumprirem a missão. Que Orion os proteja.

Suhoz levantou-se e calmamente disse aos jovens.

— Estarei partindo para Betta logo pelo inicio da manhã. É provável que cheguemos ao inicio da noite se não enfrentarmos tempestades ou algum outro perigo. Estejam preparados.

Gallic, Jedah, Suhoz e Villian se encaminharam para saída. O chefe da guarda real porém, antes de seguir, fez questão de dizer baixinho quase em um sussurro a Eldrwin e a Kairou.

— Cuidem da princesa a qualquer custo! E Kairou, antes de ir para casa vá até a arena. – Seguiu para porta de saída cumprimentando Anya que ainda permanecia parada e a deixou sozinha com os dois jovens. Eles ainda não haviam se falado e na realidade, estavam todos ainda atônitos com o que ouviram. A princesa aproximou-se da mesa, sentou-se e disse em seguida:

— Conseguimos! Conseguimos a autorização!

— Conseguimos! – Disse Kairou – Eu estou sonhando certo? Nós vamos sair do reino mesmo? Como soldados?

— Sim! Nós vamos – Disse Eldrwin talvez não conseguindo acreditar de certo que havia conquistado o que conquistou. Mas agora que estava de fato em missão, começou a pensar em várias coisas.

— Então, - Disse Anya – O medalhão real consegue realizar trocas. Certo? Foi que Jedah havia dito.

— Sim. – Respondeu Eldrwin agora percebendo que, assim como fora com o pergaminho de Orion, não tinha nenhuma ideia de onde começar a procurar – Dmitri queria usar o pergaminho de Orion para abrir o portal do mundo dos mortos para trazer Ahzzarafh de volta. O medalhão deve ser usado do mesmo jeito não acham?

— Uma vida por outra. Isso é muito obvio – Disse Kairou – Pessoal, o que irá acontecer se não conseguimos achar o medalhão e ele cair em mãos erradas?

— Não é hora para pensar muito nisso Kairou – Disse Eldrwin colocando-se em pé – Conseguimos impedir Dmitri da ultima vez. Temos que conseguir achar este medalhão antes que caia em mãos erradas.

— Precisamos pensar sobre os lugares que devemos procurar primeiro – Disse Anya agora mais decidida – Se esse medalhão foi passado de geração em geração e pertenceu somente à família real, temos que começar pelo rei de Betta.

— Mas Suhoz disse que o medalhão nunca foi visto em Betta. – Disse Eldrwin confuso.

— É. E, além disto – Kairou agora se colocava de pé – Os próprios guerreiros negros foram mandados para atacar primeiramente os reis e não acharam nada.

— Não temos muitas opções. Dessa vez realmente teremos que fazer uma busca completa pelo reino. Pelo visto o medalhão não está com ninguém - Disse Eldrwin saindo do lugar onde estava e seguiu para a porta seguido por Anya e Kairou

Andando pelo corredor, os três se dirigiram a escadaria principal do castelo.

— Mamãe nem vai acreditar quando disser a ela que estou indo em uma expedição para o reino de Betta – Disse Kairou – O que será que ela irá pensar?

— Mamãe também não saber que irei com vocês. Terei de conta-la. Ela irá desmaiar sem sombra de dúvidas – Disse Anya mostrando um sorriso de canto de boca.

Desceram então a escadaria e passos apressados até chegarem ao salão principal frente a porta do castelo. Eldrwin então se dirigiu a princesa e disse:

— Bom. Amanhã nós nos encontramos e... – Dizia agora bem perto de Kairou e Anya para impedir que os outros soldados e funcionários ouvissem o que estavam conversando – Não se esqueçam de que tudo que iremos fazer é completamente secreto está bem? Pela paz do reino!

— Pela paz do reino! – Anya despediu-se de Eldrwin e Kairou com um “até amanhã” e tornou a subir a escadaria principal. Os jovens então se dirigiram para a entrada principal do castelo, passaram pelas imensas portas de carvalho e, após seguirem pelo belo jardim florido, finalmente estavam de volta às ruas movimentadas do reino de Orion. O sol agora brilhava com toda intensidade sobre os dois enquanto seguiam lado a lado.

— Amigo, tenho que ir até à arena primeiro. Villian quer falar algo comigo. Logo mais nós nos encontramos – Kairou então seguiu rumo ao local deixando Eldrwin sozinho em meio à multidão observando o amigo se afastar. Por mais que pensasse na conquista da autorização, as palavras de Kairou continuavam a ressoar em sua mente, somadas às de Jedah. “ E se algo der errado? Com um de nós?” “Lutarão como soldados e... Poderão morrer como soldados. Sentiu a espada brilhar brevemente e um aperto na boca do estômago antes de continuar seu caminho.


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