O intervalo acaba num piscar de olhos, e quando ela se dá conta de que havia passado, percebe que ficou todo o tempo sentada em sua mesa com as mãos sobre o rosto, tentando fazer aquele mal-estar parar a todo custo.

Helena-Shhhh, silêncio meus anjos! --digo batendo o queixo.

Adriano- Tá tudo bem Professora?

Helena- Sim. Eu só estou com um pouquinho de frio...

Carmem- Mas está muito quente hoje Professora!

Alicia- Éh!!

Helena- Devo estar com febre.-analiso.

Daniel- O que podemos fazer por você? -diz prestativo.

Helena- Nada meu amor, estou bem, logo passa. Apenas fiquem comportados, sim?

SIM PROFESSORA HELENA... -sussurraram todos eles e, num ato espontâneo, vão abraçá-la, um a um.

Helena-- Eles me aquecem, sempre é o melhor abraço que eu posso receber.

Ela inicia a aula, sentindo calafrios constantes. Mas a Professora Helena nunca muda... Então, continua com a aula até o fim.

Depois, vai para casa.

Cristina-- Bato meus olhos nela assim que entra e percebo algo errado. Primeiro porque a Helena está de blusa num calor de trinta e seis graus...-- Que foi hein?

Helena- Nada! ... Febre... --digo sem dar a mínima.

Cristina- Percebi! Está de blusa. É perigoso!!

Helena- Quê que é perigoso?

Cristina- Febre, oras! -ela revira os olhos- Vem, deita aqui.

Helena-- Obedeço e ela me cobre, trás uns travesseiros e um termômetro.

Cristina- Conta três minutos.

Helena-- Pego meu celular e ponho no cronômetro. Enquanto isso, não sei o que me dá, mas fico vendo fotos minhas com o Renê que jamais tive coragem de apagar...

Cristina- Sua febre tá um pouquinho alta Heleninha. --ponho minha mão em sua testa.

Helena- Tudo bem, eu durmo que passa! --respondi sonolenta.

Cristina- Dorme bem! --beijo sua testa.

Helena-- Acordo completamente desnorteada, me levanto e esfrego os olhos.-- Mãe??

Cristina- Já acordou?

Helena- Como, "já"?

Cristina- Você dormiu dez minutos!

Helena- Me pareceu uma eternidade...

Cristina- Tudo bem? --volto a colocar a mão em sua testa e quase me queimo... Ela está ardendo.-- Meu anjo, se senta um pouco.

Helena-- Minha mãe fala de um modo estranho...-- Algo de errado? -pergunto.

Cristina- Você está febril. Estou preocupada!

Helena- Tá tudo bem Dona Cristina, estou me sentindo bem.

Cristina- Mas pode ser que não esteja.

Helena- Mãe...

Cristina- Helena eu me preocupo! Está grávida, esqueceu?

Helena- Confesso que me esqueço disso de vez enquando... --sorrio, ela permanece séria.

Cristina- Não brinca, é sério. --aliso seu rosto avermelhado.

Helena- Logo passa!

Cristina- Vou te dar um remédio. --pego um na caixinha e dou a ela, que continua teimando que está bem. À essa altura já eram umas 6:20 da tarde...

6:35p.m