Helena--Subi as escadas , entrei no meu quarto e me joguei na cama. O telefone tocou assim que eu dormi.

Atendo sonolenta-- Alô?

Renê- Helena?

Helena- O que você quer??

Renê- Me desculpar, fui muito rude contigo hoje.

Helena- Ta bom Renê, ta bom...

Renê- Me perdoa?

Helena- Não, mas já esqueci, deixa isso pra lá.

Renê- Ahn... Tá! --fiquei meio sem saber oque falar.-- Tchau.

Helena- Tchau.

#Off

Helena-- Senti um aperto no peito, saudade... Vontade de tê-lo por perto, ainda mais agora que tenho um pedacinho dele crescendo dentro de mim. Deixo uma lágrima cair e logo pego no sono novamente...

Cristina-- Subo no quarto da Helena e a encontro dormindo feito um anjo. Ela cresceu tão rápido! Penso. Agora espera uma criança, que veio tarde, não sei se vai conseguir uní-los de novo.

Algumas horas depois.

Helena-- Me levanto, sentindo um peso enorme em meu ventre. Contrações fazem eu me contorcer apoiada na cômoda. Aquilo me deixa aflita, me enjoa, é horrível. -- Áh, para! Já não basta o sofrimento que você está me causando! Precisa ter dor também? Por que eu não acordo e descubro que isso tudo foi só um pesadelo?! --por um instante, sinto uma raiva que me consome por dentro, e dou um murro em minha barriga. Me deito e começo a chorar compulsivamente.

Cristina- Helena?! Que tens? --digo quando abro a porta e a vejo deitada, soluçando. Percebo um hematoma em seu ventre.

Helena- Sai daqui, me deixa em paz.

Cristina- Nada disso, você precisa se acalmar! --tento pegar em seu braço mas ela o tira de minhas mãos, puxando-o.-- Helena, olha pra mim!! CALMA! --digo segurando seu rosto.

Helena- Não consigo. Tira isso de mim antes que eu enlouqueça!!!

Cristina-- Ela literalmente surtou, aquilo estava guardado e a Helena tinha que colocar pra fora. Senti muita pena dela.-- A criança não tem culpa...

Helena- Mas seria tão melhor se ela não existisse!

Cristina- Não dá pra voltar atrás.

Helena- O que eu faço então?!

Cristina- Ame-a como a sua própria vida! Ela depende de você pra viver.

Helena- Ah, mãe... --desabei em seus braços. Chorei, chorei... Lavei a minha alma. Dei um suspiro profundo e ela afagou meus cabelos.

Cristina- Você não está sozinha.

Helena- Eu te amo.

Cristina- Eu também meu anjo.

No dia seguinte.

Ela acorda e se lembra da noite anterior, sentindo uma angústia que não lhe cabia no peito. Ao tentar levantar percebe que está entre os braços de sua mãe, que ainda dorme. Sai da cama com cuidado e desce as escadas, um pouco tonta. O dia está nublado, chuvoso, triste. Ela se encosta na janela e fica observando a chuva ,que caía junto com suas lágrimas.

Helena-- "Por que você me deixou Renê? Eu nunca te traí, eu te amo e preciso de ti pra viver. Preciso da sua ajuda para lidar com isso, essa preocupação está me consumindo, não sei quanto tempo mais eu vou aguentar." Penso, "Como vou dar um futuro pra essa criança longe de você? É possível eu me sentir feliz com essa vida, se ela só me faz lembrar de nós dois? Quem vai segurar a minha mão quando chegar a hora...?"

Esfrego meus braços, está frio. Puxo meus cabelos para trás, fazendo um coque.

Vou até o banheiro e me encosto na pia, de frente pro espelho, fitando meus olhos em mim mesma... Vejo meu rosto pálido, com os olhos inchados e avermelhados.

Sinto um receio profundo quando penso no bebê, mas cedo à curiosidade e levanto minha blusa. Hesito, mas me preocupo. Principalmente quando vejo um hematoma no local, causado

por mim, aquilo me dá tanta culpa. Trago minhas mãos lentamente e abraço a barriga. Nunca tinha percebido o quanto cresceu...

Brota um sorriso no canto de meus lábios, inevitável. Senti meu coração quente, cheio de amor... Me olho no espelho de novo e vejo meu rosto corado. Sorrio e deixo cair uma lágrima, mas de vergonha. Passaria o dia inteiro ali se pudesse, descobrindo cada mudança que se fez no meu corpo...

Cristina- Leninha? --retribuo o seu sorriso, abraçando-a e beijo-lhe a testa.-- Está melhor?

Helena- Eu diria que sim. --sorri de novo.

Cristina- Deixa-me ver! --coloquei minhas mãos em sua barriguinha, acariciando-a.

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO DESSA FIC BEM ZUADA