Estrela do mar escrita por Cherrys moon


Capítulo 25
Capitulo 26




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__ O que? __ pergunto com entusiasmo. __ O que aconteceu naquela noite?

Beatriz solta um suspiro

__ Eu cheguei em casa por volta das sete da noite. Tomei um banho e me sentei no sofá com uma lasanha de micro-ondas. Alguns minutos depois, o interfone tocou, era o porteiro do prédio pedindo a todos os moradores que apagassem as luzes, trancassem bem as portas e janelas e não abrissem pra ninguém, até segundas ordens. Eu gelei. Não sabia o que estava acontecendo, mas meu primeiro pensamento foi que alguém tivesse invadido o prédio. Nunca tive tanto medo na vida. Justo naquela noite em que Gustavo não estava em casa, um bandido tinha decido invadir nosso prédio.

__ Meu Deus! O que você fez?

__ Fiz exatamente o que o porteiro mandou. Fechei tudo, apaguei as luzes e fiquei quietinha rezando. No inicio foi um silêncio e escuro total, acho que todos os moradores fizeram o mesmo. Mas depois comecei a ouvir uns barulhos, passos de gente correndo e uma gritaria. Foi aterrorizante. Eu estava em pânico. Graças a Deus em poucos minutos ouvi a sirene da policia

__ Conseguiram pegar o ladrão? __ pergunto

__ Sim. Era um pivete que tinha resolvido invadir o apartamento de uma senhora que estava viajando. A policia conseguiu pega-lo e ninguém ficou ferido, mas foi um susto que jamais vou esquecer.

__ Nossa! Eu ia ficar com tanto medo que acho que teria desmaiado

Beatriz abre um singelo sorriso

__ O que aconteceu depois? __ pergunto muito curiosa

Vejo o sorriso dela desaparecer.

__ Bom, pouco depois das dez horas, a campainha tocou. Eu tive medo de abrir, apesar da policia já ter avisado que não existia mais nenhum perigo. Continuei no quarto, imóvel e com medo, mas aí a campainha tocou de novo e eu percebi que se o porteiro não avisou é porque era alguém com permissão para subir direto. Fui ate a sala e olhei pelo olho magico. Era Cesar.

__ O que ele foi fazer na sua casa às dez da noite?

__ Ele costumava ir à noite para trabalhar com Gustavo no projeto. Ele sabia que a noite era o horário que Gustavo estaria em casa e já tínhamos combinado dele não ir mais lá quando eu estivesse sozinha. Só que nessa noite, ele não sabia que Gustavo tinha viajado, tudo aconteceu tão de repente que não tivemos tempo de avisar

__ Você deixou ele entrar? __ pergunto

Beatriz abaixa a cabeça

__ Sim, eu o deixei entrar. Eu disse que Gustavo não estava e que era melhor ele ir embora, mas ele percebeu que eu estava estranha e eu contei sobre a invasão que tinha acontecido no prédio um pouco antes. Ele me abraçou e eu desabei em choro, meu corpo todo tremia. Eu tive tanto medo, precisava tanto de um abraço, de alguém que me protegesse e os braços de Cesar era tudo isso. Eu o amava e sentia o amor dele por mim. Foi aí que nós...

Sinto meu rosto queimar

__ Tudo bem eu já entendi __ digo envergonhada

__ Eu quebrei minha promessa __ diz Beatriz em meio a lagrimas __ disse que jamais iria trair, mas eu trai meu marido. Fui pra cama com o melhor amigo dele.

Abraço Beatriz e tento consola-la, mas ela não consegue parar de chorar e soluçar

__ Eu fui fraca, não consegui resistir

__ Você o amava. Eu entendo

Ficamos abraças por um bom tempo. Depois eu enxugo os olhos dela com o lenço e lhe entrego um copo de agua.

__ Obrigada Isabela.

Ainda não me acostei a ouvir alguém me chamando de Isabela, mas não digo nada. Eu gosto do nome.

Depois de alguns minutos abraçadas, ela toma outro gole de água e continua me contando a sua historia

__ Assim que amanheceu pedi que Cesar que fosse embora. Eu estava muito confusa e infinitamente envergonhada por ter traído meu marido, enquanto ele estava no hospital com o pai a beira da morte. Isso me arrasou. Eu não me reconhecia, como tive coragem de fazer isso com Gustavo? Eu estava me sentindo um lixo

Faço um carinho no rosto dela

__ Decidi que queria ficar um tempo sozinha, pra pensar na minha vida. Pedi a Cesar que não me procurasse nos próximos dias, e eu não sabia quando Gustavo ia voltar. Ele tinha me ligado e contado que o pai estava muito mal, então não tinha ideia de quanto tempo ficaria fora. Eu tentei me concentrar no estagio e na faculdade, deixar minha cabeça ocupada para não pensar besteiras.

Beatriz toma outro gole d'água e seca as lágrimas com um lenço

__ Alguns dias depois esbarrei com Cesar na faculdade e meu coração disparou. Eu o amava, eu o desejava com todas as células do meu corpo. Precisava dele. Ele me convidou para um café e eu aceitei. Conversamos bastante e eu prometi que iria terminar tudo com Gustavo assim que ele voltasse.

__ E você fez isso? __ perguntei

__ Pretendia. Mas Gustavo me ligou naquela noite para contar que o pai tinha falecido

__ Nossa! Que triste

__ É, ele ficou arrasado, embora já esperasse por isso. Eu peguei um avião no dia seguinte bem cedo para ir ao enterro, precisava consolar meu marido

__ Não dava pra falar em separação num momento como esse né __ digo

__ É, não dava. __ diz Beatriz com lágrimas nos olhos __ Falei com Cesar e expliquei a situação, disse que iria conversar com Gustavo assim que aquela tristeza do luto se acalmasse. Cesar entendeu a situação, ele também estava muito triste por Gustavo, mas tentou se manter afastado. A amizade dos dois já não era mais a mesma, Cesar tinha se afastado dele pois se sentia mal por estar apaixonado pela esposa de seu amigo. Gustavo não entendia o porque desse afastamento, mas eu dizia que Cesar devia estar muito ocupado com as coisas da faculdade.

__ Devia ser uma situação muito difícil pra você __ digo

__ Você nem imagina o quanto

__ E o que aconteceu?

__ Nos dias que se seguiram, Gustavo e eu tentávamos levar nossa vida normal, mas eu não permitia nenhuma relação intima entre nós. Ele ainda estava muito abalado com a morte do pai, e tentava se concentrar na reta final da faculdade para manter a mente ocupada. Uns dez dias depois, eu decidi que estava na hora de abrir com o jogo com ele, contar que precisávamos nos separar porque eu amava outro. Não ia ser uma conversa fácil, mas eu precisava fazer. Sai da faculdade, entrei no carro e dei a partida. Quando parei no sinal, senti minha vista começar a escurecer, minhas mãos estavam suando. Tudo girava, ouvi a buzina dos outros carros me avisando que o sinal já estava aberto, mas eu não conseguia mais dirigir, tudo girava e eu desmaiei

__ Meu Deus! __ digo assustada __ que sorte você estar parada, senão poderia ter sofrido um grave acidente

__ Sim, foi muita sorte

__ Você estava doente? __ pergunto preocupada

__ Não. Eu estava gravida. De você


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