Estrela do mar escrita por Cherrys moon


Capítulo 22
Capítulo 22




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Estou em choque por descobrir que tenho uma família e que Danilo sabe onde eles estão. Levanto-me e vou até a janela. Preciso de ar

__ Você esta bem? __ pergunta Danilo

Inspiro e expiro profundamente. Não, eu não estou bem. Eu estou confusa, mas não quero que Danilo se preocupe ainda mais comigo

__ Estou bem __ minto __ Me conta o que você descobriu

Caminho até o sofá e Danilo se senta ao meu lado. Denise e Catarina se sentam no outro sofá e na verdade eu nem noto a presença delas ali. Danilo pega na minha mão

__ Fui na delegacia e disse que era estudante de jornalismo e estava fazendo um trabalho sobre o caso do homem encontrado morto algumas semanas atrás. No começo não quiseram colaborar, mas eu fui insistente e um policial gentil aceitou me ajudar.

__ O que ele disse? __ pergunto

__ Ele disse, que um vizinho reparou que o portão da casa de Fernando, esse era o nome do homem, estava aberto. Ele achou estranho, mas não fez nada porque Fernando não era um homem muito simpático e mal falava com os vizinhos. Dois dias depois, o vizinho reparou que o portão ainda estava aberto e decidiu avisar a policia. Eles revistaram a casa e encontraram uma passagem numa espécie de oficina, que os levou até um quarto subterrâneo. Fernando estava caído no chão. Morto. Pelo o que disseram há uns três dias. A pericia constatou que foi ataque cardíaco.

Meu coração está acelerado e minhas mãos suando. Fernando, esse era o nome do meu pai. E ele está morto.

__ Tudo bem? __ pergunta Danilo

__ Sim, por favor continue

Danilo se ajeita no sofá, mas não larga minha mão

__ A policia achou estranho à presença daquele quarto subterrâneo, pois ele continha uma cama, um minúsculo banheiro atrás de uma cortina, alguns brinquedos de madeira e roupas de menina. Tudo levava a crer que ele mantinha uma garota prisioneira ali.

Sinto um frio percorrer minha espinha.

Danilo continua

__ Eles começaram a investigar, conversaram com vizinhos e todos disseram que Fernando era um homem muito reservado. Ele trabalhava como carpinteiro numa oficina nos fundos da própria casa. Aceitava encomendas de concertos de móveis e passava o dia todo dentro de casa trabalhando. Não tinha nenhum ajudante e poucas vezes o viram na companhia de outra pessoa. Ninguém jamais suspeitou que ele mantivesse alguém em cativeiro.

__ Você disse que tinha encontrado a minha família __ sussurro

__ Sim, vou chegar lá. __ diz Danilo __ A policia investigou os antecedentes dele, mas não achou nada. Na verdade eles não acharam nenhum tipo de registro no nome dele, e acharam isso muito estranho, então durante uma busca pela casa eles encontraram uma pasta com os documentos dele, todos com o nome de Fernando Pereira, porém havia uma antiga carteirinha de estudante com a foto dele, mas um nome diferente, Gustavo de Castro.

Fico confusa, como alguém pode ter dois nomes?

__ Então o nome dele era Gustavo? __ pergunto

__ Sim, o nome verdadeiro dele era Gustavo __ responde Danilo __ A policia levantou as antecedentes de Gustavo de Castro e descobriu que ele estava desaparecido a cerca de quinze anos e que é acusado do sequestro de uma criança numa cidade bem longe daqui, em outro Estado.

Sinto minha vista escurecer e por um momento acho que vou desmaiar. Danilo percebe e me abraça perguntando se estou bem. Fico imóvel nos braços deles durante algum tempo me recompondo.

__ Estou bem __ digo __ por favor continue

__ Tem certeza de que esta bem? __ sinto a preocupação na voz dele

__ Sim

Ele me dá um beijo no alto da cabeça

__ Eles entraram em contato com a mãe da criança sequestrada e contaram que tinham encontrado Gustavo morto, mas infelizmente não tinham nenhum sinal da menina. O policial disse que a mulher ficou muito emocionada, pegou um avião no dia seguinte e veio pra cá atrás de noticias da filha, mas voltou pra casa sem descobrir nada sobre ela.

Lágrimas começam a escorrer de meus olhos.

__ Ela é sua mãe Estrela __ diz Danilo enxugando minhas lagrimas com os dedos __ e nunca desistiu de te encontrar

Desabo em lagrimas e Danilo me abraça. Consigo ver Denise e Catarina chorando no outro sofá também, embora elas não digam nada.

Um turbilhão de emoções esta tomando conta de mim. São tantas coisas para assimilar, mas no momento só consigo pensar que eu tenho uma mãe. Eu tenho uma família.

De repente me lembro de algo que Danilo me disse e que ainda não entendo

__ Quando eu disse que você precisava tirar seus pais da cadeia, você disse que não tinha como fazer nada, mas que eu tinha. O que você quis dizer?

__ Se você se entregar pra policia, pode contar que não foi sequestrada, então eles vão soltar os meus pais, e vão te levar pra sua mãe e não para um abrigo.

Danilo solta um suspiro e sinto que ele esta chorando também

__ Mas se você não quiser ir com sua família, tudo bem, a gente continua junto e eu penso em outra forma de soltar meus pais.

Não digo nada, apenas o abraço. Eu acho que quero conhecer minha mãe, quero ter uma família, mas não quero deixar Danilo. Ele me disse que minha mãe mora em outro Estado, eu não quero ficar longe dele, mas não posso deixar Júlio e Malena na cadeia e a Catarina ser levada para um abrigo.

Respiro fundo e sei que já tenho uma decisão

__ Eu quero encontrar minha mãe


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