Diário de Autoajuda escrita por Miss B


Capítulo 1
O começo e o motivo.


Notas iniciais do capítulo

Oi! Bem, estou bem empenhada a escrever isso e espero que gostem. Torço em ajudar algum leitor que passe pela mesma situação.



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Terça-feria 16/06

Hm... Oi. Eu não vou começar isso com o clichê “querido diário”. Não estou escrevendo isso porque sou uma guria de 15 anos que pensa que seus segredos devem ser anotados em pedaço de papel, mas, sim porque eu queria colocar todas as merdas diárias que me ocorrem na intenção de me aliviar e compartilhar. Por que compartilhar com um pedaço de papel? Bem, isso está poupando os ouvidos de alguém. Pense que esse é o diário de John Winchester, só que sem os monstros, espíritos e demônios.

Assinarei nessas folhas como Astarte. Okay! Vamos começar.

Desde pequena sou uma garota meio solitária. – Não, eu não sou antissocial. – Eu praticamente não tive infância, só tive duas amigas e não me socializava com os meus colegas de classe fora da escola. Eu não podia sair. Minha obrigação, desde que aprendi a maldita matemática, era ajudar minha mãe em um pequeno mercado que ela possuía e trabalhava fazendo companhia e, às vezes, atender algum cliente. Esta é a primeira merda da minha vida.

A segunda foi algo que me abalou muito, algo que nenhuma criança deveria passar. Aos 10 anos, na véspera do meu aniversário, meus pais se separaram. Lembra-se do desenho Coiote e Papa-Léguas? Lembra que o Coiote sempre caia de um penhasco enorme e se esborrachava no chão? Foi exatamente assim que eu me senti quando recebi a notícia, caindo de uma altura imensa e levando um grande baque ao me chocar no chão. Mal sabia eu que dali para frente só pioraria.

Após a separação, minha mãe e eu nos mudamos para uma cidadezinha onde minha avó e algumas tias moravam. Se o CellBit reclama da cidade dele,– com mais de 60 mil habitantes – ele surtaria se viesse à esse fim de mundo onde eu moro. – um pouco mais de 5 mil habitantes. – Se você mora em Carazinhos, ou em uma cidade que tenha mais de 10 mil habitantes, ou se até mesmo se mora em uma cidade onde tenha uma pizzaria, você nunca, NUNCA deve reclamar. Sim, eu moro em um lugar onde não existe pizzaria. Como eu sobrevivo? Não tenho a mínima ideia.

Os anos foram se passando e não teve lá suas vantagens. Tive que me habitar a uma vida financeira mais baixa, sem lugares de lazer, um cara debaixo do mesmo teto que o meu que eu não chamaria de pai e, novamente, a uma véspera de aniversário horrível. Dessa vez, meu avô acabara de descobrir que tinha câncer. Eu fiz meus 13 anos.

A convivência na minha casa não foi um mar de rosas, graças a Deus também não foi nada comparável a Cinderela. Minha relação com meu padrasto não foi, e nem é, boa. Isso tudo piorou no ano de 2015. Ele bebe muito, não chega a ser um alcoólatra, mas, bebe o suficiente para ser insuportável.

Foi aos meus 15 anos que eu descobri que meu aniversario atraia as piores coisas pra mim. Uma semana depois da minha incrível passagem de adolescente para mulher, meu avô veio a óbito. Durante todo o mês de abril ele esteve internado em um hospital, e no começo de maio ele nos deixou. Mais uma queda do penhasco.

Todos esses fatores, e mais alguns que não senti necessidade de citar, me levam a derramar lágrimas e me fizeram a escrever isso para me ajudar e, quem sabe, até uma pobre alma com um maldito karma como o meu.

Acho que já tem desastres de mais para a primeira folha.

hurt now but just wait just wait a while If it don't’’
(Se não dói agora, é só esperar, só esperar mais um pouco)

–Ain’t it fun, Paramore.


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Notas finais do capítulo

Se você leu até aqui, obrigada! Se você gostou: comente, critique, divulgue. Eu agradeço.Se não gostou: comente o que não lhe agradou, critique e me ajude a melhorar.