Natsu on.

Estávamos na reunião convocada por Lucy, ela iria anunciar nosso próximo passo no plano de destruir Jeref.
– E o que iremos fazer? - Mira perguntou.
– Vocês por enquanto não vão fazer nada além de monitorar o Zeref, eu estou aqui para anunciar minha viagem, daqui a três dias eu irei sair em direção aos reinos da família Fulbuster, não sei quando eu voltarei, mas tentarei descobrir uma forma de provar a verdade - Lucy se pronunciou, eu não posso ter ouvido isso, só pode ser brincadeira, eu estava prirando.
– QUE? - gritei querendo acreditar que aquilo não era verdade. Agora eu estou vivendo um conjunto de emoções, raiva por ela não ter me contado, medo de que ela não volte mais e saldades, mesmo que adiantada, só pensar que não vou tê-la por perto já me faz sentir saldades até dos nossos pequenos momentos juntos. Era perceptível minha indignação na minha voz, todos estavam olhando de mim para Lucy e dela para mim, pela sua cara, pude perceber que ainda buscava um jeito para mim explicar.
– Natsu, podemos conversar depois, eu preciso fazer isso e mesmo que não pareça certo, tenho muita conta para acertar com o Zeref.
Eu não tinha o que falar, apenas sentei-me e abaixei minha cabeça, atordoado demais, era assim que eu me sentia.

Lucy on.

Não sei o que vou fazer, Natsu parece estar muito enfurecido, como conseguirem explicar o que quero fazer? Eu sabia que não avisar a ele antes era muito falta de responsabilidade, mas se eu o tivesse dito ele faria qualquer coisa para me impediria de ir. Estávamos indo para casa, Natsu está apenas dirigindo calado e quieto, merda, sei que sou o motivo, eu não quero olha-lo, então apenas fito as paisagens pela janela, acho que nossa conversa não será nada boa.
Quando chegamos em casa, Natsu abriu a porta e me esperou passar estava no mesmo silêncio de antes, eu já não sabia o que fazer, como explicar minha decisão? Assim que entramos eu decidi começar a falar logo.
– Natsu olha, eu não sei o que você está pensando, mas sei que eu deveria ter de tido isso antes, mas eu não tive coragem sabe, eu achei que se eu falasse quando estivesse tudo pronto seria mais fácil de aceitar, então eu quero te pedir descul... - e ele me abraçou, começei a chorar e ele me apertou mais em seu peito.
– Tudo bem, tudo bem, eu sei que você não iria se não fosse necessário - ele estava quase chorando - eu só não conseguia aceitar que você iria para longe, eu quero ir com você, se for possível eu não quero te deixar sozinha.
– Não Natsu, é bem melhor você ficar aqui e seguir com o plano, você sabe tudo que se deve ser feito e eu preciso do seu auxílio aqui, você não pode abandonar a Fairy Tail agora.
– Mas... - Coloquei meu dedo indicador em seu lábio e o fiz para de falar, encarei seu olhos ônix, um mar que pertence só a mim.
– Nada de mas, minha viagem será daqui a três dias, já está decidido e eu vou sozinha, então vamos parar de descultir sobre isso por favor? - Apesar de não gostar da ideia ele asentiu.

Natsu on.

Hoje completa três dias para a viagem, ou seja, amanhã ela não está mais ao meu lado com agora, são 23:15 da noite e Lucy já dormiu, decidimos assistir a um filme para que o assunto da viagem não ficasse toda hora me fazendo lembrar de sua partida, mas quase no meio do filme ela dormiu, eu a carreguei e a coloquei na cama, deitei a seu lado e fiquei adimirando-a, seu cabelo, seu formato de olhos, as olheiras formadas pelas grandes noites fazendo planos, o nariz, a boca, tão linda, passei minha mão pela sua bochecha e uma pequena sombra de sorriso apareceu em seus lábios, meu coração pulou uma batida, meu Deus, como eu amo essa mulher.
Fiquei acordado para aproveitar cada momento perto dela e dediquei esses últimos três dias para conseguir guardar todos os seus detalhes, cada sorriso, cada piscar de olho, cada pequena mania, cada carinha de brava e seus muxoxos. Prometi que não interviria nos planos, mas sinceramente, estou morrendo de vontade de amarra-la aos pés dessa cama e impedir que ela se vá, sei que ela nunca me perdoaria, então não vou nem tentar, deixa-la com raiva seria uma péssima forma de fazê-la entender o quanto a amo.
– Amanhã Lucy, amanhã você se vai, amanhã é o dia dessa maldita viagem, já sinto saldades, estão volte, antes que me mate aqui.

Lucy on.

Acordei com um ótimo cheiro espalhado pela casa.
– Hum, alecrim. Natsu isso é muito infantil!- sorri
– Infantil? Eu acho que é feliz não é? - ele sorriu de volta, entrando no quarto com uma bandeira com um delicioso café da manhã.
– Sim, feliz, minha mãe cantava essa música para mim quando era pequena - suspirei - é uma ótima lembrança, Obrigado!
– Não seja por isso! Então? Vamos comer? Acho que você tem que pegar o trem daqui a uma hora não é? - ele falou isso com uma carinha super triste e meu coração doeu por ter que deixa-lo.
– Sim - foi tudo que eu consegue responder, não tinha como falar algo que fosse ajudar, então preferi não falar nada.
Assim que acabei o café fui me arrumar, a mala para a viagem já estava pronta então eu não tinha motivo para me apressar, mas o tempo parecia não ter piedade, então a uma hora que faltava se passou em um piscar de olhos. Estava olhando no espelho, todas as minha memórias com Natsu passavam pelo meu reflexo a minha frente, estava perdida nelas até que ele veio me chamar.
– Vamos Lucy, vou te levar até o trem, suas malas já estão no carro, só estou esperando você.
– Há, Ok.
Dentro do carro o que reinou foi o silêncio, tínhamos muito para falar, mas mão sabíamos como falar, esperávamos um ao outro e nada aconteceu, logo já estavamos na estação. Natsu já havia colocado as malas no trem e chegou o bendito momento da despedida, então ele falou:
– Você está levando o colar que eu ti dei? - ele perguntou meio envergonhado.
– Sim, nunca o tirei do pescoço desde aquele dia - respondi mais envergonhada ainda - Então, isso é um até mais.
– Esperarei você.
– Ok - Virei as costas e antes que eu desse um único passo, ele me agarrou e me beijou como se fosse o nosso último beijo, desesperado e triste, assim que nos separamos ele falou:
– Volte para mim, estarei te esperando.
– Sim.
Segui meu caminho e entrei no trem que já estava de partida, em minha última olhada para trás, minha última visão de Natsu, minha última lembrança de amor, lágrimas, seus belos olhos ônix derramavam lágrimas.