Sob um olhar mais Severo escrita por Céu Costa


Capítulo 4
Expresso de Hogwarts. Cabine do medo.


Notas iniciais do capítulo

Bom, esse ficou maior para compensar o outro. Accio!



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Sentimento: nostalgia. A plataforma 9³/4 continuava do mesmo jeitinho, cheio de alunos de Hogwarts caminhando apressados para cá e para lá, carregando suas malas. Louis gemeu baixinho, olhando na multidão, ganindo, triste. Seus olhinhos azuis brilhavam com lágrimas de Chanel n°5.

– Calma, mon petit, ela está aqui. - eu me abaixei, acariciando suas orelhas macias - Tem que estar.

Louis lambeu minha mão, e depois deitou no chão, triste. Eu sabia quem ele estava procurando.

– Para, Eric! Segura direito, que droga!

– Eu to tentando!

Louis se levantou em um salto, e saiu correndo, me carregando no meio da multidão. Eu derrubei acho que uns dois ou três pais que estavam no meio do caminho, e por fim caí no chão. Na verdade, não bem no chão...

– Sai de cima do meu namorado, sua vadia! - Belle me bateu.

Eric abriu os olhos e me viu, e abriu o maior sorriso de toda a sua vida. Ele me prendeu em seus braços, me abraçando forte, e ria, contente, o que enfurecia ainda mais a Belle.

– Já mandei sair de cima do meu namorado! - Belle me puxou pelo braço, me fazendo ficar de joelhos.

– Belle, pare com isso! - Eric gritava, rindo.

– Vadia, desgraçada! Atacando o namorado dos outros! - ela me socava, e eu protegia o rosto com as mãos, rindo - Eu vou te matar, te esquartejar, te enterrar, te desinterrar, te clonar, matar todos os teus clones, afogar aqueles que sobreviverem, e...

– Que droga, Belle! - eu ri - Sou eu!

Belle parou de me bater por um momento. Ela puxou meus pulsos, e olhou para o meu rosto. Eric gargalhava do meu lado.

– Sophie, sua vadia! - ela berrou - Por que atacou o Eric?!

Louis pulou em cima dela, lambendo seu rosto e abanando o rabo, feliz.

– Acho que isso responde sua pergunta! - Eric se levantou, me ajudando a levantar.

– Você deveria pensar em castrar esse cachorro! Assim, talvez ele fique menos assanhado perto de amigos! - Belle reclamou.

– Castrar um cachorro de feitiço? - eu ri - É mais fácil usar impedimenta ou finiti com ele! Não vale a pena adestrá-lo. E ele é meu petit!

– Seu petit é um pit bull assassino! - Belle reclamou, enquanto caminhávamos.

– Ele é um lorde, viu! - eu retruquei - Muito bem comportado!

– Deu pra ver! - Eric riu.

Entramos no trem, e fomos para a cabine de sempre, nos alojar. Mas ela estava ocupada. Com três grifinórios do segundo ano.

– Cadê o Harry? - Eric sussurrou para Belle.

Eu abaixei a cabeça. Automaticamente, levei minha mão até o pingente, e o girei por entre meus dedos, sentindo seu metal frio. Nem o Rony nem a Mione estavam ali.

– Vem, vamos pra cabine da Sonserina. - Belle sussurrou para mim, me puxando levemente, eu apenas concordei, seguindo ela.

A cabine que a Sonserina costuma usar, estranhamente estava ocupada pelos grifinórios do último ano. Cormaco me olhou estranho, meio bravo. Mas Neville sorriu.

– Sophie! - ele se levantou e me abraçou amigavelmente - Como vai? Tudo bem?

– Tudo! - eu apenas sorri, sem jeito.

– O que está procurando? - ele me soltou, sorrindo.

– Um lugar para ficar. - eu falei - Os pirralhos do primeiro ano pegaram nossa cabine...

– Eles fazem isso mesmo! - Neville riu - Hum... Siga até o fim do corredor e vai encontrar um vagão com cabines. Os sonserinos estão depois.

– Valeu, pé de valsa. - eu brinquei. Ele ficou corado.

– Você ainda se lembra...

– Vem Sophie. - Belle me puxou - Obrigado denovo, Longbottom!

– De nada. - o tom de voz dele mudou.

Caminhamos por um tempo curto, seguindo as instruções do Neville. Na primeira cabine vazia que vimos, entramos.

– Precisava ser tão rude com ele? - eu briguei.

– É um grifinório. Fazemos isso sempre. - Belle sentou no sofá.

– Neville Longbottom veio de uma família honrada. Sofreu muito. - eu lembrei das coisas que o Tio Remo me contou - E é meu amigo. Grifinória, Sonserina, são apenas casas idiotas! Ele é menos bruxo que você por estar em outra casa?

– Sim, ele é menos bruxo do que eu! Sabe por quê? - Belle revidou - Eu sou uma Scolfh! Minha família é nobre! Meu sangue é puro! E o seu também é! Não devia se misturar com essa gente!

Eric olhava para nós duas, atordoado. Realmente não sabia se me defendia, defendia a Belle ou brigava com nós duas.

– Você parece a Umbrigde falando! Vai usar vestidinho rosa e toma chá enquanto tortura criancinhas agora? - eu briguei.

– Talvez ela esteja certa, se as criancinhas forem trouxas! - ela gritou.

Eu dei um belo e estalado tapa no rosto dela.

– Trouxas são tão humanos quanto nós. Magia não nos torna superiores. - e eu saí da cabine.

Caminhei pelo corredor, chorando. Não acredito que eu ouvi isso da Belle. Não da Belle. Ela deveria ser racional, saber que os trouxas são tão normais quanto nós, afinal, ela viveu a vida toda no meio deles! Eu não entendo por que ela dizer isso! Será que ela enlouqueceu?

Eu nem notei que ainda estava andando quando esbarrei em alguém.

– Sophie?

Ergui meus olhos e encontrei os dele, prateados, brilhantes, bem preocupados. Ele olhou para os lados, aflito, constatando que não vinha ninguém. Então me arrastou pelo braço para a cabine vazia do nosso lado. Ele fechou a porta, e a cortina da porta. E depois, sentou do meu lado, de frente para mim. Ele fez a coisa que eu jamais esperei dele. Não nesses últimos anos.

– Calma, Sophie, calma... - Draco acariciava meus cabelos, me abraçando.

– Não dá para me acalmar, Draco... - eu solucei - Está tudo uma bagunça! Não consigo entender mais nada!...

– Calma, Sophie... - ele sussurrava.

Eu o abracei mais forte, chorando em seu paletó preto. Apesar de tudo, ele ainda era o mesmo Draco, o menino que conversava comigo na beira do lago, dizendo o quanto o Potter o irritava. Chegava a ser engraçado ver ele nervoso, contando como o Potter escapara de suas travessuras.

Eu segurei seu pulso suavemente, e abri os botões de sua manga, revelando aquela maldita marca. A caveira e as cobras.

– Todos temos fardos para carregar. - ele sussurrou. Eu sorri - Quem sabe um dia, eu possa cobrir isso, de algum jeito. O seu fardo você descobriu como cobrir.

Ele segurou minha mão esquerda, olhando para minha luva. Ele não sabia o que eu escondo, mas sabe que eu escondo algo importante.

– Obrigada, Draco. - eu me afastei, olhando nos olhos dele.

– Só espera um pouco antes de sair daqui. Sabe, tenho que manter minha reputação de durão. - ele disse, se levantando.

– Ah, claro. Uma reputação falsa é tudo na vida. - eu falei, fazendo ele rir.

– Se precisar, já sabe. - ele sorriu.

De repente, escutamos murmúrios no trem. Era esquisito.

– O que está acontecendo? - eu perguntei.

– Rápido! Atrás da porta! - ele disse.

Eu me levantei e fiquei atrás da porta. Draco a abriu, e começou a conversar com as pessoas do lado de fora da cabine. Eu vi, pela fresta da cortina, dois homens de roupas negras, altos e mal-encarados. Um deles olhou na minha direção. Eu larguei a cortina, com o coração aos altos.

– Podem ir. - Draco disse.

Eu ouvi o som dos passos deles desaparecendo pelo corredor.

– Quem eram aqueles? - eu perguntei, quando Draco fechou a porta.

– Comensais. Enviados pelo Ministério. As coisas mudaram, Sophie. E vão só piorar.

E o Draco desapareceu pelo corredor.


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Notas finais do capítulo

Esse pede rewiews, fala sério!



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