Além do seu Olhar escrita por Miimi Hye da Lua, Incrível


Capítulo 25
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

OLÁÁÁÁÁ, TERRÁQUEOS. Tudo certo?
Bom, pra começar, eu quero mandar um beijo enorme pra Portugal e pra pessoa que lá reside, Anjali. Obrigada pelo carinho, sua linda e maravilhosa pessoa que possui um sotaque muito fofo, te adoro. Também agradeço a todas vocês que leem a fic, comentam, favoritam, etc, se não fosse por vocês nosso pequeno trabalho não existiria hehe, eu acho que não, né. Acho que estou falando demais kkkk.
GENTEEEEEEE, a Incrível e eu estamos planejando o futuro da fanfic E MEU JORGE BLANCO MARAVILHOSO, na minha opinião, tá ficando muito daora. Só posso dizer que vai ter bastante ação e que novos personagens virão ~ rimou ~
Chega de papo hahahaha.



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Quando a regra é se preocupar excessivamente com os problemas do trabalho, família e até mesmo saúde, o nosso organismo permanece em estado de alerta permanente durante a noite, também conhecemos isso por insônia. Nenhum dos fatores citados a cima é o meu caso, não, jamais. Meu fator é bem distinto desses, além disso, ele tem um belo nome: Violetta.

Foi (e continua sendo) impossível tirar a frase de Diego da minha cabeça 'Eles estão mais próximos do que você imagina, León'. Como eu poderia dormir em paz sabendo que a qualquer minuto um maluco mafioso pode entrar nesse hotel e levar Violetta?

Acho que você e eu concordamos que é tecnicamente impossível.

Exatamente por isso passei o começo da noite me revirando na cama, sem conseguir fechar os olhos e simplesmente descansar.

Avaliei por um bom tempo a ideia de Vilu, que sem dúvida, foi incrível.

'Poderíamos ficar em constante movimento'.

Levantei-me sem fazer nenhum ruído, peguei meu celular, que estava ao lado da cama, e atravessei o quarto em passos largos. Abri a porta de fininho e fui para a pequena sala de estar. Meu notebook estava no sofá. Sentei, colocando-o em meu colo.

O que era mais importante para fugirmos, nós já tínhamos; um carro. Claro, dinheiro também, além de vários disfarces.

Agora... Um destino.

Abri o Google Maps e pesquisei uma cidade que não era tão próxima, mas que também não era muito longe.

Apesar de ser 1h24 da manhã, era necessário ligar para Diego (mesmo que lá seja outra hora).

— Quem ousa interromper meu sono de beleza, às 2h25 da manhã? — brincou Diego, atendendo no quarto toque.

— O bicho papão. — respondi.

— Ah, então é o León — riu idiotamente. — Por que está me ligando a essa hora, meu caro?

— Sinto muito atrapalhar o sono da princesa, mas eu preciso de ajuda.

— Fazer o que? — murmurou. — Brincadeira, amigo. Eu nem estava dormindo, estou fazendo maratona de filmes com Francesca.

Uau! Que legal — expressei sem nenhum humor. — Depois eu ligo, então...

— Não, não precisa. Fala que eu te escuto. Fran foi escovar os dentes.

— Tudo bem — concordei, abrindo um mínimo sorriso quase que imperceptível. Diego sempre estava disposto a me ajudar. — Violetta teve uma boa ideia: e se nós dois não parássemos em nenhum lugar? Virássemos completos nômades aventureiros? Claro, talvez tenhamos que passar algumas noites em algum hotel no pé da rodovia, para descansar um pouco. Mas, sabe, só rodar pelos EUA.

— Isso, de fato, é bom. Será bem difícil para eles, digo, os mafiosos, encontrarem a dupla dinâmica, vulgo Violetta e você — afirmou.

— Sabe, Diego, acho que acabei perdendo o foco inicial.

— Eu me lembro de que o foco inicial era manter Violetta viva e a proteger, e pelo que sei, ela ainda está viva.

— Não, cara, você confundiu, esse é o foco principal. O foco inicial é encontrar e destruir a sede da máfia.

Ahhh, verdade! Mas não era ao contrário?

— Ah, tanto faz. Enfim, eu ainda não fiz nada para encontrar a base. A única informação que tenho a respeito desse lugar é que fica nos EUA.

— Mas, León, a culpa não é sua. Isso não é simples, até porque não tem como você jogar no Google: 'Sede da máfia americana.'

— Eu sei, porém... — comecei.

— Porém nada — falou. — Olha, só mantém sua garota viva. Eu posso te ajudar daqui.

— Não sei, não, Diego — suspirei. — Eu estava pensando quase agora: é melhor nós não nos falarmos com frequência.

— Por que, cara? — perguntou atônito.

— Diego, meu pai não é idiota, ele sabe que você tem informações sobre Violetta e eu. Vai chegar um dia em que sua vida estará correndo risco, e eu não vou poder te proteger de onde eu estiver.

— Primeiro, eu não quero que você me proteja, eu sei fazer isso sozinho. E segundo, deixe que seu pai venha, eu sei muito bem mentir.

— Eu só estava querendo ajudar.

— Essa é uma decisão que cabe a mim — retrucou. — Bem, mas vamos continuar nos falando, né?

— Claro, eu preciso de você, quer você queira ou não.

— Eu sei que você precisa de mim. Então, fazemos o seguinte, nos falamos duas vezes ou uma por semana, ou quando você precisar. Assim está bom?

— Na minha humilde opinião, sim, assim está bom. Ah, e eu também não vou te informar nossa localização.

— Se assim desejar.

— Não, acho que vou te informar sim.

— Tá bom.

— Ah, eu não sei.

— León, vai dormir.

— Não consigo.

— Então vai assistir, ou procurar seu próximo destino.

— Já encontrei — sorri vitorioso, mesmo que ele não pudesse me ver.

— E qual é? — indagou.

— Eu não vou falar — ri maldosamente. — Cara, tem como você me explicar rapidamente como invadir o sistema da máfia? Essa era outra coisa que queria te perguntar.

— Vamos lá — falou ranzinza.

— Credo. Você está parecendo um velho mal-humorado, sabia?

— Eu sei. Agora cala a matraca e me escuta. Sabe o que eu descobri? O sistema da máfia do seu pai não é tão diferente quanto o sistema do nosso antigo colégio.

— Mentira? — disse eu, surpreso.

— Sério — respondeu empolgado. — Então, são oito núcleos de segurança. O quarto núcleo foi o mais complicado e eu quase joguei tudo para o alto no quinto. Mas depois, o sexto, sétimo e o oitavo se tornam tão mais fáceis do que quebra cabeça de 100 peças.

— Entendi.

— Só isso?

— Sim. Vou deixar você descansar, agora. Aproveite e obrigado.

— Não precisa agradecer — disse ele. — Gostaria de dar um 'Oi' para León, Fran?

— Oi, León — falou Francesca, do outro lado.

— Olá, Fran, tudo bem?

— Sim. Agora Tchau que eu quero assistir o filme. — E a doce e amigável italiana desligou a chamada.

— Valeu, Fran — agradeci irônico, para o nada.

+++

Acordei mais cedo que Violetta. Óbvio, acho que isso sempre vai acontecer enquanto nós vivermos.

Abri a mala de disfarces, cuja equipe do meu amigo cantor, Federico, havia nos dado de presente. Peguei um recipiente, que continha um líquido amarelo, e misturei com um pouco de água. Fui até o banheiro. Entrei no box e tomei um banho rápido, aplicando o líquido amarelo no meu cabelo.

Coloquei uma calça jeans, que havia separado, e me olhei no espelho.

Meu Deus, eu estava louro.

Percebi que minha barba tinha crescido um pouco, então aproveitei o momento, peguei um prestobarba e fiz rapidamente. Senti minha pele lisa como a de um bebê recém-nascido.

Saí do banheiro, apanhei uma camiseta na minha mala, joguei-a por cima do ombro e fui fazer o café da manhã, tanto para mim quanto para Violetta.

Liguei o rádio do meu celular e me distraí com a música, dançando e cantarolando no ritmo da mesma.

Senti algo estranho pelo meu corpo, era uma corrente elétrica e também como se estivesse sendo observado. Automaticamente, me virei de costas e fitei a porta do quarto, onde uma pessoa maravilhosa de estatura média me olhava.

— Louro? É sério isso? — perguntou, caminhando até onde eu estava.

— Você gostou? — perguntei receoso.

— Ficou diferente, mas um diferente bom, e apesar de você já ser lindo moreno, gostei assim. Mas eu prefiro você moreno — ela piscou, me fazendo sorrir.

— Não vou ficar muito tempo assim. Mas agora precisamos nos disfarçar e ficarmos mais atentos a nossa volta — anunciei, recebendo um aceno positivo com a cabeça. — Mas então, você quer alguma coisa?

— Quero você e esse seu corpo perfeito.

— Violetta! — ri nervosamente, ficando sem graça, provavelmente muito vermelho. — Eu sou tímido, tá?

— Calma, é brincadeira, León — falou Violetta, também corando. — Eu não sou uma pessoa indecente. Ah, e vista essa camisa, por favor. Você já é lindo, agora cozinhando, sem camisa e louro? Tirando o fato que estou apaixonada por você, que complica tudo.

— Tudo bem, nunca mais eu cozinho sem camisa. É uma promessa.

— Assim espero.

Tomamos café em menos de sete minutos, graças a minha pressão, é claro. Eu queria sair o mais breve possível de Harrisburg.

— Vem cá, preciso tirar uma foto sua e fazer outra identidade falsa. — chamei-a.

— Vou ganhar outro nome?

— Se você quiser — dei de ombros.

— Que tal você escolher o meu nome, León? E eu escolho o seu...

— Parece uma proposta genial. — falei. — Fica de costas pra essa parede branca, por favor — pedi. — Agora sorria, meu bem — e, como um fotógrafo não profissional, eu tirei sua foto.

— Sua vez — disse ela. Concordei e entreguei a câmera. — Sorria, meu bem — imitou-me. — Prontinho. Será que eu posso tomar um banho? Já que vamos cair na estrada — perguntou-me.

— Claro que pode. Mas seja rápida.

— Tudo bem.

— Espera! — gritei exageradamente, obrigando-a a parar. — Qual é o meu nome, Sarah Andersen?

— Sarah Andersen é o meu nome? — indagou ela. Assenti, sorrindo. — Bem, se eu sou Sarah, você é o John Baker.

— Que nome original, Vilu— zombei. — Agora a metade dos EUA e eu nos chamamos John.

— É Sarah pra você, querido.

— Gostei, é assim que entra na personagem — ri.

Vilu entrou no banheiro, enquanto eu saí correndo pelo apartamento, arrumando e juntando nossas coisas. Tudo já estava na sala. Passei as imagens para o notebook e as editei. Pintei o cabelo da Violetta de ruivo e deixei seus olhos verdes claros, o que combinou perfeitamente.

Peguei meus óculos escuros e o coloquei. Vesti uma blusa com touca e a coloquei, tapando meu novo cabelo louro. Imprimi as identidades falsas, que mais pareciam verdadeiras. Graças a Deus eu já tinha o layout do ID (Um RG, mas nos EUA chamamos de ID)

Uau! Você está parecendo um bandido.

— Obrigado pelo elogio e devo dizer que essa era justamente a intenção — brinquei. — Está pronta para virar nômade? — indaguei.

— Nasci pronta, baby.

— Que bom! Ah, eu só vou pedir pra você colocar essa touca — entreguei-lhe uma daquelas toucas pretas, que geralmente ladrões usam para assaltar.

— Está brincando, né?

— Não. Eu não quero ser o único a parecer um bandido, além disso, vamos sair correndo pelas escadas de emergência e vazar.

— Você não vai pagar pelo hotel?

— Nós só dormimos aqui, não quebramos nada nem roubamos, não acho que devemos algo.

— Você é louco.

— Sim, eu sei. Mas ontem alguém gastou bastante dinheiro, e precisamos economizar. — olhei feio para ela, que abriu um sorriso cínico. — Enfim, pega essa mochila e o violão que eu levo o resto.

— Okay.

Descemos rapidamente pela escada de emergência. Por sorte, não encontramos ninguém durante o caminho. Coloquei nossas malas na enorme parte traseira da nossa s10. Vilu colocou o violão no banco de trás, já que a cabine era dupla.

— Puxa! Esse é um ótimo exercício para emagrecer: descer três andares de escadas carregando três malas.

— Eu disse para você me dar outra mala, mas você é muito teimoso — reclamou ela.

— Relaxa, eu estou bem — respondi.

— É, eu estou vendo. — riu, enquanto eu massageava meu ombro direito.

Aproximei-me dela, de repente, fazendo-a recuar e, consequentemente, encostar as costas na porta da nossa caminhonete.

— Você está encantadoramente sexy com essa touca de criminoso — falei, tomando seu rosto em minhas mãos e a beijando. Suas mãos grudaram firmemente na barra da minha jaqueta.

— Precisamos ir, Vargas — disse ela com dificuldade, entre o beijo. Ri fracamente, mas nem eu nem ela ousamos parar o beijo, que a propósito, estava maravilhoso.

— Agora, sim, nós precisamos ir — disse eu, quando o ar acabou.

Entrei no banco do motorista e saí o mais de pressa possível do estacionamento do hotel.

— Parece que acabei de beijar o homem-aranha. Foi estranho te beijar de touca — falei, e acabamos os dois rindo. — Ah, e já pode tirar essa touca. A não ser que queira ficar assim por resto da vida, aí a escolha e sua.

— Ótima ideia, León. Assim nenhum mafioso me encontrará. — Brincou. Vilu tirou a touca, jogando-a no banco de trás. Como sua janela estava aberta, uma forte corrente de ar bagunçou seus lisos cabelos. Tirando o fato de que o vento guiou seu maravilhoso cheiro até minhas narinas, me fazendo suspirar.

Ficamos em silêncio nos primeiros dez minutos, só curtindo a vista americana de Harrisburg desfalecendo-se à medida que o carro avançava.

— León, quanto custou esse carro? Parece ter sido caro.

— Parece ter sido muito caro, né? — ela concordou. — Parece, mas não foi. O antigo dono precisava vender esse carro urgentemente porque precisava ir para Miami. O preço inicial era de U$ 60,000.00 (dólares), então eu negociei com ele, e consegui por U$ 30,000.00.

— Conseguiu essa máquina pela metade do preço?

— Sim, negociar é mais um dos meus diversos talentos. Legal, né?

— Muito. Mas como sabe que esse carro não tem tipo uma bomba ou um rastreador que vai nos explodir enquanto estivermos na estrada?

— Eu sei disso porque eu o revistei todinho.

— Duvido! — falou, estreitando os olhos, desconfiada.

— É sério — defendi-me. — Enquanto você dormia, eu fiquei das 8h40 até as 10h10 olhando o carro.

— Se você diz — deu de ombros, sorrindo.

— Se eu digo é a verdade — afirmei, convicto. — Ah, tome sua nova identidade — tirei do meu bolso e entreguei a ela.

— Ruiva dos olhos claros — visualizou Violetta. — León, você é daltônico ou o que? — rimos.

— Não, eu não sou daltônico. E é exatamente por isso que vamos pintar seu cabelo.

Fiz um pequeno retorno, e parei no posto de gasolina do outro lado da pista, estacionando um pouco longe das bombas de combustível.

— O que? — ela gritou, assustada. — Eu vou pintar meu cabelo de vermelho?

— Calma — pedi, logo rindo de seu desespero. — É ruivo — ri ainda mais da sua cara.

— Eu não vou pintar meu cabelo, Vargas — avisou.

Soltei o cinto de segurança e saí do carro, indo até a porta de Vilu. Ela me lançou um olhar mortal, além de trancar sua porta. Revirei meus olhos e fui até a parte traseira, pegando a tinta.

— Voltei — falei. — Vamos lá — chamei-a de novo.

— Eu não vou, León Var... quero dizer, John Baker.

— Mas por que? Olha, essa tinta não tem química, além disso, ela sai quando você lava o cabelo, não tem nada demais.

— Certeza? — concordei com a cabeça. — Tá legal! — ela desistiu. — Eu vou. Feliz, agora? — perguntou, quando pulou da caminhonete.

— Muito.

Havia dois banheiros naquele lugar, masculino e feminino. Entramos no banheiro feminino, por questões de higiene. Tranquei a porta atrás de mim, assustando Violetta.

— Por que trancou?

— Quer mesmo ser interrompida enquanto pinta o cabelo?

— Não sei, seria uma experiência interessante — zoou.

— Talvez sim.

— Então, mestre, como pintar o cabelo com isso? — indagou.

— É simples, você tem que lavar o cabelo com esse produto.

— E por acaso você está vendo algum chuveiro aqui, John?

— Não, mas vejo uma pia, gatinha — apontei para o lavatório.

— Além de pintar meu cabelo no banheiro sujo de um posto de gasolina, eu vou ter que fazer isso usando um lavatório?

— Pode parecer estranho, mas acredite, você vai lembrar-se desse momento no futuro, e vai rir bastante. Essas coisas são chamadas de histórias, meu bem — sorri de canto.

Vi que ela segurava um sorriso.

— Tudo bem, parei de reclamar. — falou ela. — Mas... Eu vou molhar toda a minha blusa, e tenho grandes chances de adquirir um resfriado.

— Não, não vai — tirei minha camiseta e pendurei em seus costas. — Pronto. Vamos, eu te ajudo. E tente não olhar para o meu corpo, por favor.

+++

— Você trancou o carro, não é, Baker Vargas Robin?

— Claro que sim, se não, nessa hora, já estaríamos sem um carro.

— Há quanto tempo estamos aqui?

— Acho que uns vinte minutos. O que você acha?

— Acho que uns vinte e dois minutos.

Uau! Quanta diferença, Sarah.

— Dois minutos são importantes, okay?

— Tudo bem. Não vou contrariar sua teoria sobre 'minutos'.

— Ótimo — concluiu ela. — Obrigada pela camiseta — Vilu tirou minha camisa de suas costas e me entregou. — Ops! Acho que ela está um pouquinho encharcada.

— Um pouquinho? — ironizei. — Acho que toda a água do Lago Michigan está aqui.

— Também não é pra tanto.

— Tudo bem, tudo bem. Sabe, eu até gosto de ficar sem camisa. — dei de ombros. — No carro eu pego outra.

— Eu realmente não acredito que estou ruiva.

— Bem, acredite, pois a senhorita está — falei. — Vamos?

— Vamos.

— Você continua linda, mas acho que já sabia.

Consegui tirar um lindo sorriso de seus lábios, e isso era mais do que suficiente para me fazer sorrir.

Destranquei a porta e me deparei com uma mulher baixa, que usava um uniforme com a logo do posto. Ela parecia nervosa.

— Mas que droga! Tem um motel há dez minutos daqui. Por que vocês vêm logo pra cá? — gritou.

— O que? — retruquei. — Não é isso que a senhora está pensando — nos defendi.

— Ah, é? E o que eu estou pensando, rapaz?

— Ele é gay — interviu Violetta, referindo-se a mim. E engraçado é que ela nem entendia o que a mulher estava falando.

— Sou? — indaguei, olhando-a confuso. Vilu me jogou um olhar repreensivo.

— Então, se seu amigo é gay, por que está sem camisa e você saiu com um sorriso bobo? — Vilu olhou confusa pra mulher, tentando compreender as palavras.

— Vamos embora, Sarah. — puxei ela delicadamente pelo braço.

— Delinquentes! — xingou-nos.

Peguei outra camiseta dentro da mala, vesti e entramos no carro. Algumas pessoas nos olhavam devido à cena nada decente que viram. O rosto de Violetta estava mais vermelho do que seu cabelo, talvez o meu não estivesse tão diferente, já que sentia minhas bochechas quentes.

— Então eu sou gay? — quebrei o silêncio do carro.

— Desculpa, saiu por impulso. Não queria que ela pensasse besteira de nós.

— Bem, agora ela pensa besteira de mim. Obrigado — conclui sarcástico.

— Desculpa, León — pediu.

— Era brincadeira. Vamos esquecer isso — ela concordou.

Dois minutos depois, eu simplesmente caí na risada. Tornou-se impossível parar de rir, tudo isso porque eu relembrei a cena de dez minutos atrás.

— O que foi? — perguntou Vilu, sendo contagiada pela minha gargalhada.

— Eu não sei, só me lembrei de alguns minutos atrás e comecei a rir.

— Você é doido.

— Essa é a segunda vez que me diz isso. E em menos de três horas.

— Eu sei, apenas gosto de lembrar você.

— Percebi — brinquei.

— Ei! Sabe uma coisa que eu não entendo? Não cai a ficha pra mim? — neguei com a cabeça, mantendo minha atenção na estrada. — É estranho pensar que eu fui a primeira garota a te beijar.

— Por que é estranho? — sorri, ficando envergonhado.

— Ah, tipo assim, você tem 19 anos, é um garoto bonito, e provavelmente era popular no ensino médio. Muitas garotas deveriam dar em cima de você — disse ela, enrolando-se nas palavras.

— Você acertou em alguns pontos. Eu sou um garoto lindo — comecei rindo, mas recebendo aquele mesmo olhar de quando eu me auto-elogiava. — E muitas garotas davam em cima de mim, mas nunca senti vontade de beijar nenhuma delas. Pode parecer muito estranho, e até 'gay' para um garoto, mas eu queria que meu primeiro beijo fosse com uma garota especial.

— E foi? — ela perguntou, corando.

— Foi mais que especial, isso você pode ter certeza. — a fitei por alguns segundos.

— Aquele não foi o meu primeiro Beijo, mas foi o melhor — ela falou.

— Algum dia, eu supero aquele — pisquei maliciosamente. Violetta riu sem graça e virou a cabeça na direção oposta.

Durante o caminho, fiquei explicando várias coisas sobre o inglês, tentando ajudá-la. A fiz relembrar de muitas coisas que com o tempo ela havia esquecido e para ser sincero, ela é incrível, pega as coisas muito rápido. Tivemos um simples diálogo em inglês, apenas para treinar.

+++

— Federico! Olá, meu amigo. Como você está? — cumprimentei ele.

— León, quem você pensa que é para não me ligar por dois dias? — indagou ele, bravo.

— Desculpa, Fede, mas rolou muita coisa, tipo... Fomos atacados em Nova York e tivemos que sair às pressas.

— O que?! É sério?

Seríssimo.

— E Violetta? Como ela está?

— Graças ao León, estou bem, Fede — respondeu Vilu.

— Deixa eu adivinhar... Viva voz?

— É — Vilu e eu concordamos.

— Oi, Vilu. Que bom que está bem. Como estão as coisas?

— Agora estamos bem. León comprou um carro daora, acabei de pintar meu cabelo de vermelho, León está loiro, e viramos nômades.

— Que legal — disse o topetudo, impressionado. — León, você não faz ideia de quem está cantando sua música.

— Você?

— Não, meu produtor não me deixou cantar ela.

— Então quem está cantando? Estou meio desatualizado nesses últimos dias.

— Ninguém mais e ninguém menos que Bruno Mars.

— O que? — gritei exageradamente, completamente e absolutamente feliz. — Não acredito.

— Nem eu. Quando passou pela primeira vez na rádio eu pensei 'eu conheço essa música', depois eu me lembrei que era a sua música e no final o cara disse 'esse é o novo sucesso do Bruno Mars'.

— Meu Deus, eu não acredito. Que dia maravilhoso.

— Enfim, era isso que eu tinha pra te dizer. Boa sorte, amigos. Vejo vocês em breve.

Assim espero, pensei.

Era estranha a convicção de Fede, de que tudo isso daria certo.

Eu confesso que tenho medo de falhar, mas, esse é um medo que eu tenho de superar. Não há tempo para temer, só de agir.

— Até mais, Fede — despediu Vilu.

— Tchau, cara! — falei, e Violetta desligou a chamada.

+++

Ficamos presos no trânsito, graças a um acidente de carro. Estava um absurdo tédio para mim, até porque Violetta havia adormecido.

Soltei o volante e suspirei, cansado. Minhas costas estavam doendo de ficar por, praticamente, duas horas e meia na mesma posição.

— Onde estamos? — perguntou Vilu, sonolenta.

— Na estrada.

— Ainda?

— Sim, ainda.

— Há quantas horas estamos aqui?

— Acho que umas 3 horas e meia, no total.

— E quantas faltam?

— Não sei, talvez umas duas.

— Para onde estamos indo?

— Ohio, Arkon.

— Temos alguma coisa pra comer?

— Para de fazer pergunta — reclamei, mas de um jeito engraçado.

— Nossa, que sensível você é.

— Desculpa. Também estou com fome.

— Por que não vamos para uma lanchonete?

— Porque não temos como sair daqui, oras.

Ahhh — grunhiu, irritada. — Que tédio.

— Ah, que tédio? — repeti irônico. — Pelo menos não foi você quem ficou dirigindo sem companhia por duas horas.

Awwn, que dó do cavaleiro charmoso e solitário.

— Boba — mostrei a língua. — Daqui a pouco saímos da rodovia I-80 W e procuramos uma lanchonete, certo?

— Certo — confirmou. — Tem algo interessante para me contar, Baker?

— Não sei, defina interessante — disse eu.

— Que desperta interesse, que motiva, que não entedia — respondeu.

— Muito bem, acho que tem algo — comecei. — Hoje, de madrugada, enquanto você dormia que nem um lindo anjinho, eu levantei, te desobedeci e liguei para Diego. Invadi o sistema da máfia e descobri a estratégia que meu pai está usando para nos encontrar.

— Sério? — perguntou surpresa.

— Aham — concordei. — Bom, ele mandou um único cara para Nova York, e esse único infeliz acabou tirando a sorte e nos encontrou. Meu pai acha que nós vamos montar a guarda e ficarmos alertas, então, nesse tempo, ele não vai mandar ninguém atrás de nós, diretamente. Daí, quando nós abaixarmos a guarda, aí sim ele vai mandar um pessoal atrás da gente. E uma equipe grande.

— Uau! Bem esperto seu papai.

— Não tanto quanto eu, que acabei descobrindo tudo.

— E o que vai fazer, gênio? Já tem um plano?

— Não, ainda não. — Neguei. — Sabe o que acontece, Vilu? Acontece que não é mais 'eu e você', agora, a questão é 'nós', entendeu? Nós estamos juntos nessa.

— E o que 'nós' somos?

— Nós somos parceiros de fuga e fugitivos legais — respondi normalmente.

— Não, León, não digo nesse sentido — falou, ficando frustrada de repente.

— Então em qual? — perguntei confuso.

— Tipo assim... Antes da fuga, éramos melhores amigos, e nós nos beijamos. Até aí, tudo bem, mas agora eu realmente não sei o que somos, já que nos beijamos, e conversamos e tudo.

— O que você acha que somos? — Finalmente compreendia aonde ela queria chegar.

— Se eu estou te perguntando, é porque não sei, né, León... — falou obviamente.

— Tudo bem. Talvez nós sejamos...


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Notas finais do capítulo

Eu realmente não sei o que dizer, hoje estou sem assunto, mas enfim, espero que tenham gostado do capítulo. Desculpa se está muito meloso ou coisa do tipo, mas é Leonetta kkkk. Bem, continuem acompanhando, comentando, o que quiserem... E não se esquecem que novas surpresas virão, acompanhadas de muita ação.
#Miimi e um beijão pra vocês e para a família de vocês.