Além do seu Olhar escrita por Miimi Hye da Lua, Incrível


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Hey Guys!
Tava notando que eu sempre coloco um "Hey" nas notas iniciais. Tenho que pensar em algo mais criativo rs.
A Miimi sempre agradece e eu não, e isso me deixa parecendo uma ingrata, então: Muitíssimo obrigada pelo apoio, tanto nos reviews, quanto nos favoritos!
#Incrível



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/624019/chapter/12

Pelo jeito o povo todo resolveu aparecer junto. Fran, Cami, Naty, Maxi, Diego, Broduey, Tomás, André e Marco estavam com belos sorrisos nos rostos, quando eu abri a porta.

Abri o melhor sorriso que consegui, pensando em quantos minutos Leon teria de passar em cima da árvore, naquela tarde fria de sábado.

— Oi, Vilu! — eles disseram em uníssono.

— E ai, galera. Podem entrar — falei, dando espaço para que eles adentrassem.

Todos entraram e eu fechei a porta, enquanto meus queridos amigos se sentaram no sofá, no chão ou no banco do piano.

— Como conseguiram chegar todos juntos? — perguntei.

— Fácil — disse Fran. — Eu fui à casa da Cami, ai fomos à casa do Maxi, então encontramos Naty e Diego no meio do caminho e...

— Já entendi — ri. — Imagino onde isso vai dar.

— O importante é que estamos aqui, e principalmente, que queremos comer — disse Diego.

— Agora? — perguntou Cami, indignada. — Não, vamos fazer outra coisa.

— Tipo o que? — indagou Maxi.

— Tipo... Falar sobre o You Mix — sugeriu Cami.

— Ah, eu precisava falar com vocês exatamente isso — começou, Marco. — Vocês sairam mais cedo e o Pablo me mandou dar o recado de que ele quer que façamos uma música juntos pra passar no You Mix. E ele também... — dizia, mas foi interrompido.

— Show! — Sorri Maxi.

Todos começaram a falar ao mesmo tempo, cada um com uma reação diferente, pensando já em como faríamos aquela música. Pra falar a verdade, uma das coisas que eu mais gostava era trabalhar em grupo. Eu me sentia mais à vontade e como cada um tinha uma qualidade única na música, nossas músicas em grupo se tornavam maravilhosas.

— Ei, ei — chamei, pois a conversa virou gritaria. — Acho que o Marco tinha mais uma coisa pra dizer mas vocês não deixaram — disse autoritária.

— Ui, desculpa, Vilu — disse Diego com um sorriso.

— Conta, Marco — falei, retribuindo o sorriso para Diego.

— Obrigada, Vilu. E esse aviso era pra você. O Pablo disse que uns caras do You Mix vão pro Studio e querem muito ouvir você cantando. Mas tem que ser uma música nova.

— Mas, quando eles vêm? — perguntei assustada.

— Sexta que vem — respondeu.

Ótimo, agora teria de compor uma música em menos de uma semana...

— Olha a Vilu, ta ficando importante — disse Fran, com um sorriso.

— Pois é. Quando for famosa, vê se não esquece as amigas viu? — disse Cami, no mesmo tom.

— Claro... Se quiserem eu dou um autógrafo agora — falei em tom divertido, jogando os cabelos pra trás, igual Ludmila e fazendo uma pose de "Diva", o que fez todos rirem.

— Gente, perceberam que está faltando alguém? — pergunta Naty. — O Leon ainda não chegou.

Aquilo já serviu para me deixar tensa.

— Verdade. Sabe de alguma coisa, Diego? — perguntou Broduey.

— Não, eu e ele não conversamos hoje. Eu tentei ligar, mas só ia pra caixa de mensagem — respondeu.

Ufa! Pelo menos perguntaram pra Diego e não pra mim.

— Ei, Vilu. Você não sabe de nada? Leon anda muito com você — disse Tomás, desgostoso enquanto todos se focavam em mim.

— Han... Eu? Não, não sei... — engoli em seco. — Não seria melhor fazermos algo enquanto esperamos ele chegar?

— Tem razão, Vilu. Vamos tocar um pouco, juntos. Faz muito tempo que não temos essa oportunidade, com a divisão de aulas, às vezes nos encontramos e as vezes não. Além do mais, precisamos de inspiração para a música — disse Fran.

Havia conseguido escapar! Por sorte, a minha ideia foi aceita por todos. Marco e Diego trouxeram violões, enquanto Fran trouxe um pandeiro e Naty foi pro meu piano. Decidimos começar a cantar Ser Mejor, e essa foi a deixa perfeita para eu avisar Leon de que o caminho estava limpo.

— Gente, podem começar sem mim, preciso pegar meu celular lá no quarto — disse me levantando.

Eles assentiram e eu subi as escadas calmamente, enquanto a música começava. Tinha vontade de sair correndo escada à cima, para saber se estava tudo bem com Leon e lhe avisar que ele poderia entrar, mas me controlei, afinal precisava manter as aparências. O que eles poderiam pensar se soubessem que eu e Leon havíamos passado a manhã juntos?

Adentrando o quarto, eu caminhei apressadamente para a janela. Encontrei Leon encostado num galho da árvore, olhando o céu tranquilamente. Assim que notou minha presença, sorriu.

— Que bom que está bem, fiquei com medo que tivesse caído — disse aliviada.

— Eu tenho 17 anos, Violetta. Nunca eu cairia de uma árvore — riu pelo nariz. — Aliás, você poderia trazer um suquinho de laranja pra mim? Coado e puro, por favor. Obrigada — disse na maior cara de pau, colocando as mãos atrás da cabeça.

— Desculpe, mas o serviço de entrega para folgados está fechado hoje — entrei na brincadeira e ele respondeu com uma careta. — Vossa Majestade. Se não for incomodo, gostaria de avisar que você já pode entrar em minha casa — falei, cruzando os braços.

— Que bom! Não aguentava mais ficar aqui — disse, se espreguiçando.

— Pois agora pouco você parecia estar aproveitando bem ai. Não quer ficar mais? — ergui uma sobrancelha.

— Não, obrigada. Quero descer.

— Quero só ver como Leon Vargas desce de uma árvore — ri.

— Observe o mestre — sorriu largamente.

Com agilidade ele começou a se movimentar, passando para um galho mais a baixo. Realmente ele era muito bom, até parecia que havia sido treinado para aquilo. Mas algo aconteceu. Quando ele pisou no galho que estava mais próximo do solo, o mesmo cedeu o que fez Leon ir de encontro ao gramado do meu jardim.

— Leon! — gritei assustada.

O mesmo gemeu, e tentou se levantar, mas não deu muito certo. Meu maior medo era ele ter quebrado algo. Resolvi descer para ajuda-lo.

— Não se mexa! Estou descendo pra te ajudar! — gritei e ele assentiu com uma careta de dor.

Decidi não descer pela arvore e correr o risco de cair também. Eu não era boa em coisas como escalar. Então, saí de meu quarto com um baque na porta e desci as escadas de dois em dois degraus, "voando".

— O que aconteceu, Vilu? — perguntou Tomás, enquanto todos paravam de tocar e cantar.

— Nada, eu... — enrolei, tentando pensar em uma boa desculpa. — Lembrei que deixei meu celular no mercado aqui perto, hoje de manhã e tenho que busca-lo. Podem continuar — sorri nervosa.

— Tem certeza? Não quer que eu vá com você ou coisa do tipo? — perguntou Fran.

— Tenho, está tudo bem.

— Okay — respondeu.

Eles começaram a tocar, enquanto eu saía rapidamente pela porta. Corri até o jardim e encontrei Leon sentado, olhando para o chão.

— Você está bem? — perguntei lhe estendendo a mão.

— Sim, só um pouco dolorido — disse, esticando o braço e pegando minha mão.

Eu o puxei e ele levantou com um gemido. Foi então que reparei que em seu braço havia uma grande mancha vermelha de sangue, que escondia uma ferida.

— Você está ferido — disse, preocupada.

— Isso não é nada — disse indiferente. — Vamos entrar.

— Ha...han, nós vamos entrar pela cozinha e cuidar disso agora mesmo — disse autoritária. — E não discuta comigo.

Ele, simplesmente sorriu e me deixou guia-lo para dentro da casa. Caminhamos em silêncio e logo adentramos a cozinha. A porta que dava para a sala estava fechada, e os garotos estavam cantando, ainda por cima alto.

Fiz Leon se sentar na bancada e fui pegar o kit de primeiros socorros que havia na cozinha. Quando o encontrei, voltei para a bancada e fiquei de frente para Leon.

Analisei seu braço e notei o corte enorme na lateral de seu bíceps definido. Era muito sangue. Peguei um pano limpo e molhei-o numa bacia de água morna, passando pela ferida. Minha mão estava tremendo por conta de ver tanto sangue.

Leon notou meu nervosismo e com a mão livre, agarrou a minha que limpava seu braço. Meus olhos se focaram nos dele e me perdi naquele olhar profundo. Ele, porém, permaneceu sério.

— Você está bem? — perguntou preocupado.

— Sim, é que... Você está assim e eu não tenho muito costume em mexer com sangue — disse, tentando voltar à realidade.

— Então porque resolveu limpar uma ferida?

— Não podia te deixar assim. Precisava de ajuda — respondi.

— Eu posso me cuidar sozinho.

— Isso não quer dizer que eu não queira cuidar de você. — falei, apesar de não acreditar que aquilo havia saído de minha boca.

Ele ficou me encarando com olhos frios por alguns segundos. Então, um sorriso escapou de seus lábios, enquanto seus olhos se suavizaram. Admirando seus olhos verdes me aproximei mais e me apoiei na bancada para ficar mais alta. Perto de seu rosto, notei cada traço que ele possuía, me focalizando em sua boca. Aproximei-me mais e ele também, sem deixar seus olhos serenos. Quando eu ia fechar os olhos e já sentia sua respiração em minha boca, Leon virou o rosto, como se tivesse tomado controle de si. Permaneci ali, meio confusa.

— Então... Está bem feio esse machucado — falou, olhando para o braço.

— Pois é — disfarço. — Mas não foi tão grave. Você deve ter raspado ele no galho que quebrou.

— Sim. Acho melhor irmos logo... Eles logo vão notar sua demora — disse evasivo.

— Tem razão.

Terminei de limpar a ferida e enrolei uma atadura em seu braço. Não voltamos a conversar novamente.

Depois dele sair pela porta da cozinha eu fui pra sala, cantando com o pessoal. Cinco minutos depois, Leon tocou a campainha e eu abri a porta, dando um caloroso "oi, Leon", junto com um sorriso, o deixando entrar. Todos o cumprimentaram e perguntaram o por quê do braço enfaixado. Leon deu a desculpa de que havia se machucado descendo de uma árvore na praça (mentindo parcialmente), afirmando que não foi nada muito grave.

Mas o que serviu pra me deixar irritada foi quando me juntei às meninas e ouvi o comentário de Cami.

— Nossa ta quente aqui, neh? — disse se abanando com a mão.

A encarei por alguns segundos, mas logo suavizei o olhar, pois ela olhou pra mim e não podia nem pensar na possibilidade de que talvez eu estivesse com ciúmes do cara que ela queria como namorado. Nem eu havia entendido esse fato ainda!

Depois de jogar conversa fora e cantar um pouco mais, resolvemos comer, trazendo todas as guloseimas que "Olga" fez, pra sala de jantar. Todos comeram e aprovaram as sobremesas, enquanto eu e Leon sorriamos disfarçadamente um para o outro. Havíamos feito um bom trabalho e isso podia ser notado na comida que sobrou, ou seja, nada.

Como estava um frio gostoso naquela tarde, tivemos a ideia de fazer uma maratona de filmes de baixo das cobertas. Então, eu peguei alguns colchões e nós os espalhamos pelo chão. Depois, fui buscar os cobertores enquanto eles escolhiam os filmes. Leon se ofereceu para me ajudar, já que eu tinha que trazer 6 cobertores.

Quando voltamos com os cobertores, distribuímos os mesmos para o pessoal, que começava a assistir o filme. A,questão foi que Fran e Cami ficaram com um cobertor, enquanto Naty ficou com André. Então eu só poderia ficar com Tomás, que estava sozinho, ou dividir com Leon, que estava se ajeitando naquele momento.

— Vem cá, Vilu — chamou Tomás no momento em que percebeu meus pensamentos.

Olhei para Leon, pedindo desculpas com os olhos, mas ele simplesmente se sentou no canto contrário ao de Tomás, sem fazer contato visual comigo. Fui para o lado de Tomás e me envolvi no cobertor.

Assistimos cinco filmes de comédia já que André tinha medo de filmes de terror. Mas apesar dos apesares foi bem legal, e eles me ajudaram a arrumar tudo depois, imdo embora umas 21h. Até achei que eles fossem dormir aqui, mas eles tinham coisas pra fazer no domingo... Então eu fiquei sozinha.

Apaguei as luzes da sala e fui para a cozinha, para fazer o mesmo. Parei por alguns segundos no cômodo, passando os olhos por ele. Isso me fez lembrar Leon.

Qual era o problema dele? Quase havíamos nos beijado e ele parecia querer, assim como eu, mas havia desviado o rosto. Sempre, quando parecíamos nos aproximar, ele se afastava e começávamos tudo de novo. Era como se ele quisesse que eu gostasse dele, ao mesmo tempo em que não quisesse... Por que a dificuldade em assumir que algo acontecia entre nós?

Apaguei as luzes da cozinha e fui para meu quarto. Quando sentei em minha cama, comecei a pensar sobre Leon. Gostaria de falar com ele, na verdade lhe confrontar. Várias frases vieram a minha cabeça e decidi as escrever em meu diário. Prestando atenção naquelas palavras, notei que elas formavam uma poesia, ou melhor, uma música. Sorri.

Fiz as modificações necessárias eu consegui formar metade da música.

Dime lo que quieres
Y no me hagas llorar
No juegues conmigo
Me hagas a ilusionar

O, oh, o, oh

Dime las palabras
Que digan la verdad
No, no prometa cosas
Que no van a pasar

O, oh, o, oh

Sabes que yo cambio
Cuando tu estas aquí
Me siento distinta
Porque me haces feliz

Como quieres que te quiera
Si te quiero y tu
No quieres que te quiera
Como yo quiero quererte

Estava ficando muito boa, e apesar de ser tarde eu estava feliz com o resultado. Se eu cantasse aquela música, tecnicamente estaria confrontando Leon, indiretamente. O que estava acontecendo comigo? Eu não escrevia músicas de pessoas ou sobre pessoas, muito menos as usava para confrontar pessoas...

Uma pergunta que ficou em minha cabeça, foi: Como Leon agiria comigo segunda-feira?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom, foi isso!
Desculpa pelos caps longos.
Valeu meus amores e até a próxima.