Celest escrita por Alpha, Borges


Capítulo 6
Hanna / VI - O Arco de Luz


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo, com créditos para Borges. Espero que gostem, e desejo uma boa leitura ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/624012/chapter/6

Dentro da caixa havia muitas fotografias de sua mãe. Algumas ela nunca tinha visto, outras percebeu que ela mesma tinha tirado quando notou que estavam meio tortas. Um sorriso iluminou seu rosto ao ver as fotos ao mesmo tempo em que os olhos liberaram as lágrimas. Hanna ficou um tempo lembrando-se daquele passado, no qual se sentia tão feliz. Podia até ver o sorriso da mãe como se ela estivesse ali ao seu lado.

Enquanto olhava as fotos percebeu algo refletindo dentro da caixa a luz do suntuoso lustre da sala. Colocou-as em cima da mesinha e o pegou. Era uma chave prateada. Parecia aquelas chaves antigas de armário. Só que esta era grande e nova. Estava presa a um cordão também prateado. Olhando a chave percebeu algo escrito em sua parte mais longa.

Leu em voz baixa.

– Porão B. – não entendeu muito bem o que significava. Mas ignorou voltando sua atenção para os outros objetos.

Dentro da caixa além das fotos e da chave havia uma garrafinha prateada dessas de uísque com a inscrição PARA PROTEÇÃO em um dos lados e um bilhete pequeno dobrado ao meio. Pegou o bilhete e mal pode acreditar no que leu.

Tenho que fazer isso para proteger vocês dois.

Não tente me encontrar.

Cuide bem da minha menina.

Amo vocês.

Eliz

Hanna deixou a pequena garrafa cair de suas mãos assim que terminou de ler o bilhete. Era a letra de sua mãe e estava assinado como ELIZ que era como Edgar a chamava.

Após alguns segundos chegou a uma conclusão assustadora. Sua mãe tinha a deixado e não sequestrada ou algo do tipo como sempre pensou. O pavor tomou conta da garota. As perguntas não paravam de surgir. Por que ela faria isso? Do que ela queria me proteger? Por que Ed nunca me disse?

Depois de um tempo pensando desesperadamente percebeu que as respostas só viriam se ela procurasse por elas. Então olhou para a chave sobre a mesinha de centro. Sem pensar duas vezes a pegou e ficou pensando onde seria esse porão B, enquanto passava os dedos sobre o baixo relevo formado pela palavra gravada na chave. Era sua melhor pista.

Sem ter nenhuma outra ideia, decidiu começar pelo porão da casa. Se pudesse encontrar esse porão B na casa, era por lá que deveria começar.

Mas antes que se aproximasse da porta na parede que sustentava a escada, ouviu o portão da garagem se abrir. Logo percebeu que era Edgar que chegava.

Correu para juntar as coisas. Colocou tudo de volta na caixa. Quando ia colocar a chave de prata, hesitou. Ficou pensando o que faria. Se guardasse as chaves poderia não ter outra chance de recuperá-la, mas se não guardasse o padrasto descobriria que ela sabia de seu segredo.

Ela não tinha muito tempo para decidir. Fechou os olhos como se em pensamento perguntasse a alguém o que deveria fazer. Então se lembrou de parte de uma frase de um livro de fotografia que havia lido recentemente para um trabalho da faculdade. “... na dúvida confie no coração.”

Momentos antes de a porta abrir guardou a caixa e organizou o sofá. No desespero, se jogou sobre ele para fingir que estava deitada.

Edgar entrou na sala.

– Hanni. – parou perto do sofá. – Olha me desculpa pelo que aconteceu, eu só...

– Tudo bem. Já estou acostumada a não ter respostas. – tentou disfarçar mostrando que ainda estava brava com ele.

– Eu trouxe comida chinesa. – ele mostrou as duas sacolas brancas com desenho de uma caixa com macarrão e dois palitos dentro levantando-as no ar.

– Não estou com fome. Vou para meu quarto. – levantou e foi em direção as escadas.

– Vou deixar na cozinha. Quando quiser é só pegar. – gritou sem demonstrar surpresa pela reação da garota.

Chegando ao quarto o coração de Hanna estava acelerado. Ficou parada em pé atrás da porta, com os olhos fechados tentando se recuperar de tudo que aconteceu. Abriu os olhos, andou até a janela para observar a vista e respirar um ar puro. Até que levantou o braço na altura da barriga e abriu as mãos. Brilhando no meio da palma de sua mão estava a chave com a inscrição PORÃO B. Um breve sorriso surgiu. Voltou a olhar para o horizonte cheio de morros longínquos, buscando confiança e se preparando para o que quer que fosse encontrar.

O som do toque do smartphone a despertou dos seus pensamentos trazendo-a de volta a realidade. O identificador na tela mostrava que era Lucas. Depois de dois toques, atendeu.

– Oi, Luc! O que foi? – guardou a chave pendurando-a no pescoço como um colar e escondendo por dentro da blusa.

– Onde você se meteu? Procurei você por toda a parte na galeria. – Lucas falou com preocupação. – Tive que inventar uma desculpa para a senhora Angie. Disse que você teve uma emergência de família.

– Valeu Luc. Te devo essa.

– Ah sem essa! Você vem na aula de história da arte à tarde?

– Vou sim. Preciso falar uma coisa com você. Tenho que ir senão vou me atrasar.

– Beleza! Vou ficar te esperando. Até depois gata. – ele desligou o telefone.

Hanna pegou a mochila do chão e desceu. Chegando à sala viu Edgar. Quando já se aproximava da porta ele a chamou.

– Hanni, aonde você vai? – Ed falou enquanto sentado no sofá segurava o jornal que estava lendo, sem olhar para a garota.

– Tenho aula ainda. Você praticamente me sequestrou da turma. – já segurava a maçaneta da porta para abri-la.

– Me desculpe por isso. Eu levo você. – levantou-se do sofá. – Vou pegar as chaves.

Hanna respirou fundo revirando os olhos, mas não protestou. Saiu e resolveu esperar do lado de fora.

O percurso de carro foi rápido. Ele tentou conversar durante o trajeto, mas desistiu porque ela insistia em pedir respostas. Chegando ao portão do campus desceu do carro e bateu a porta sem se despedir.

O campus da universidade era bonito. Tinha muitas árvores e bastante grama. Do pórtico uma rua de pedras achatadas adentrava passando por todas as faculdades. Os prédios ficavam a direita da rua que formava um círculo quase perfeito retornando para o pórtico. Do lado esquerdo abria-se um grande pátio com a biblioteca no canto mais afastado do pórtico. Partindo dele o primeiro prédio era o da faculdade de artes. Destacava-se pelas cores e forma, organizada por planos que seguiam direções próprias, concluindo em um conjunto harmonioso e bem contemporâneo.

Quando entrou no prédio notou algo diferente. Do teto do saguão pendiam vários balões azuis e apenas um amarelo. Na parede um grafite dizia “Não seja apenas mais um, seja único.”. Enquanto estava parada observando a obra, alguém se aproximou.

– Legal néh. Coisa da turma de artes!

Ela nem precisou se virar para saber quem era. Reconheceu a voz.

– Luc, será que um dia vamos fazer a diferença?! – disse ainda olhando para a parede.

– Claro! – respondeu com otimismo.

Ele não estava sozinho. Ao se virar reconheceu o garoto que o acompanhava. Ele tinha o cabelo do tipo black power. Usava calças largas e uma camisa de time de basquete. Era Will, o garoto da turma de dança de rua. Ela e Lucas costumavam fotografar o grupo de dança dele para fazer divulgação.

– Oi, Will. Tudo bem? – cumprimentou Hanna.

– E ai Hanna! Tudo legal. E você?

– Estou bem. – ela sorriu em sinal de simpatia. – Luc, preciso conversar com você. É importante.

– Está bem. – ele demonstrou preocupação, mas não disse nada. – Will, depois nós combinamos tudo certinho. – falou cumprimentando-o com um toque desses com soquinhos.

– Beleza. Vou ficar ensaiando na sala de dança com a galera. Depois da sua aula passa lá. Você também Hanna. Precisamos da sua mágica com a câmera.

– Obrigada! – ela abriu um sorriso envergonhado.

Will se afastou enquanto eles se encaminhavam para sala.

– Então, sobre o que você quer conversar? – lembrou ao começarem a subir as escadas.

– Eu descobri que minha mãe não foi sequestrada ou desapareceu. Quer dizer, ela desapareceu, mas não foi sequestrada.

– Então o que aconteceu? – ficou intrigado e um pouco confuso.

– Bem, Ed escondia uma caixa com vários objetos na sala. Eu descobri isso hoje sem querer depois que voltei da galeria.

– Espera. Por que você desapareceu da galeria hoje cedo? O que houve?

– Ed apareceu do nada depois que eu... – ela não podia contar sobre a senhora e as tatuagens escondidas sob a roupa por mais que confiasse em Lucas. – Enfim, ele apareceu e me levou embora. Eu não entendi nada, mas quando chegamos em casa discutimos ai ele saiu. Então quando tirei uma almofada do sofá com raiva descobri um compartimento secreto, onde tinha uma caixa. – já estavam no corredor do segundo pavimento onde ficava a sala de aula.

– Essa história está ficando cada vez mais interessante. – Lucas arrumou seus óculos.

– Eu consegui abrir a caixa com o truque do cadeado...

– Muito bem jovem Padawan. – brincou o garoto.

– Luc, foco! – continuou. – Depois de abrir a caixa eu descobri que minha mãe não foi sequestrada, mas foi embora para me proteger.

– Que louco cara. Te proteger do que? – Lucas tentava entender a história.

– Essa é a questão. Mas eu tenho uma pista. – Hanna tirou a chave prateada do pescoço e mostrou a ele. – Olha o que eu achei dentro da caixa.

Ele pegou a chave e ficou analisando.

– Bonita chave. O que é porão B?

– Não sei, mas vou procurar o que ela abre quando tiver uma chance.

Chegaram à sala que ficava no fim do corredor. Entraram e se sentaram no fundo.

– Ora, ora. Se não é a senhorita fujona molho de macarrão. – Alice a líder de um dos grupinhos da sala se aproximou dos dois. – Por que você foi embora antes de todos? A visita não estava boa o suficiente para você? – provocou.

Hanna levantou e a encarou.

– Isso não é da sua conta garota! – se surpreendeu ao perceber que estava enfrentando-a, o que nunca tinha feito antes. Talvez as tatuagens tivessem lhe dado coragem.

Ao perceber a discussão alguns alunos se aproximaram para ver o que estava acontecendo.

– O que vai fazer, ruivinha? – Alice continuava a provocar com um sorriso sínico no rosto.

A turma observava tudo atenciosamente esperando o desfecho do embate. Logo uma roda se formou em volta delas. De um lado Lucas e Hanna, do outro Alice e suas amigas.

– Nem sua mãe quis você. Fugiu na primeira oportunidade. – Alice se virou para ir embora depois das duras palavras pensando ter vencido a discussão, mas foi agarrada pelo braço.

Seus fortes olhos verdes mostravam sua raiva com o que acabara de ouvir. Como aquela garota ousara falar de sua mãe.

– Não fale da minha mãe sua... – apertava com força o braço da menina. Enquanto isso, as tatuagens antes escondidas sob a manga do suéter escorriam por seus braços até alcançar a ponta de seus dedos.

– Ai! Me solta sua louca. – Alice protestou.

Hanna se aproximou da garota e falou bem perto do seu ouvido pausadamente para aumentar o drama.

– Se você falar dela de novo, eu acabo com você. Você está me ouvindo? Fica esperta.

– Hanna, seus braços estão... Seu rosto também! – Lucas falou apavorado com o que presenciava.

Neste momento todos da sala olhavam-na como se ela tivesse uma doença contagiosa. Alguns alunos subiam nas mesas e cadeiras para garantir a melhor vista do que estava acontecendo. Alguns já estavam pegando os celulares para filmar tudo. Hanna não ouviu Lucas, mas ao perceber os olhares assustados dos colegas, notou que as tatuagens em seu corpo estão visíveis, e pior, elas estavam brilhando como na galeria, só que desta vez com uma azul-celeste.

– Chega, chega. Acabou a festa. Voltem para os seus lugares. – Lucas dispersou todo mundo e tomou uns dois celulares que filmavam tudo e apagou os vídeos.

Sobre protestos e com muitos murmúrios eles voltaram para os lugares. No mesmo momento em que ela tentava esconder as tatuagens e saia correndo da sala. Alguns alunos reclamavam por não terem mais o vídeo do ocorrido. Um deles até falou.

– Luc, estraga prazer. Briga de garotas é sempre bom. Ainda mais quando uma delas parece um vagalume.

Enquanto outros tentavam entender e processar o que tinha acontecido e que tatuagens eram aquelas. Alice acuada voltou para o seu lugar na frente perto da porta, seguida por suas escudeiras. Lucas surpreso com o que ocorreu, inventou uma desculpa.

– Gostaram? Esse foi mais um truque de mágica que eu preparei para vocês. – Em seguida saiu para procurar Hanna.

Alguns alunos pareceram acreditar na desculpa chegando até a aplaudirem o que levou alguns desconfiados a fazerem o mesmo. Exceto por Alice que agora parecia assustada.

– Hanna você está bem? O que foi aquilo? – a encontrou na sala do depósito perto da escada. As luzes e as tatuagens já não eram mais visíveis.

Ela não sabia o que dizer. Não podia envolvê-lo naquela história. Afinal, se algo acontecesse com ele ela nunca se perdoaria.

– É uma longa história. Eu... Eu... Preciso ir. – falou enquanto saia sem olhar para ele.

– Mas Hanna... Eu posso ajudar você. Luc e Hanna contra o mundo lembra?

– Não Luc, dessa vez não. – falou se afastando, deixando-o em pé no topo da escada.

Hanna foi direto para casa. Estava exausta com tudo que havia acontecido nesse dia nada comum. Havia conhecido uma estranha que sabia seu nome e lhe deu aparentemente uma maldição, descobriu que sua mãe tinha ido embora para protegê-la de algo que não sabia o que era, e ainda, tinha descoberto uma chave de um lugar que não fazia ideia como encontrar, sem contar a discussão com Alice na sala que terminou com seu show de luzes.

Chegando em casa foi direto para o quarto, porque estava molhada depois de ser surpreendida por uma chuva enquanto subia a rua. Jogou a mochila na cama e foi para o banheiro.

No banho pôde notar todas as inscrições que se estendiam por seu corpo. Havia uma linha de inscrições em cada perna e em cada braço partindo das pontas e chegando até o peito. Era uma linda tinta negra sobre sua pele. De certa forma estava maravilhada com aquilo. Quando se olhou no espelho notou as tatuagens no pescoço e rosto. Logo abaixo do olho direito se prolongando até a lateral vários pequenos círculos se seguiam. O primeiro abaixo do olho era bem pequeno e formado pelo arranjo do desenho de folhas de diferentes tipos de árvores, o segundo igualmente, porém um pouco maior. No total eram cinco, aumentando gradualmente seu tamanho até contornarem parte do olho.

Vindo do corredor, um barulho semelhante à de uma porta batendo, interrompeu seu devaneio. Rapidamente se vestiu e foi investigar o que era.

De início, pensou ser Edgar, mas ao olhar o relógio percebeu que era muito cedo para ele estar em casa.

– Ed! – gritou para checar.

O som veio da sala. Então desceu para ver o que era. Quando estava descendo as escadas ouviu o barulho novamente. Percebeu que tinha sido a porta do porão que havia batido. Terminou de descer e parou na frente da porta abaixo da escada. Respirou fundo ao girar a maçaneta dourada esférica. Um leve rangido saiu das velhas dobradiças.

Descalça foi descendo um degrau após o outro da escada empoeirada de madeira. O lugar estava escuro, mas ao acender a lâmpada de luz amarela, percebeu todo o espaço.

Há muito tempo não entrava no porão, mas os objetos a fizeram ter boas lembranças. Em um canto estava sua bicicleta rosa de quando era criança, estava meio suja, do outro uma velha máquina de escrever e uma escrivaninha. Mais a frente, perto da parede havia vários quadros empilhados, cobertos com plásticos transparentes. Com certeza eram do Edgar, que trabalhava no museu da cidade, mas eles pareciam estar ali há muito tempo.

De repente, um vento como um redemoinho surgiu do piso de madeira. Ele ficava cada vez mais forte. Hanna foi derruba e caiu sentada no chão. Toda a poeira do porão se juntou ao movimento do vento deixando o lugar ligeiramente limpo. Da mesma maneira que surgiu o vento desapareceu. A poeira que girava caiu no chão formando um círculo quase perfeito.

Seu coração quase parou quando percebeu o que tinha dentro do círculo. Uma forte luz azul, semelhante ao neon, formava a palavra “Porão B”. Em volta da palavra surgia um quadrado como se fosse uma porta no piso. Ainda assustada, se aproximou e colocando dois dedos nos dois buracos no chão dentro do quadrado, levantou a tampa, revelando uma pequena escada.

Sem pensar duas vezes desceu pelo buraco, o que fez instantaneamente uma luz se acender. O compartimento não era grande, mas suficiente para guardar algumas estantes e um armário. Em uma delas havia vários frascos com líquidos de diferentes cores, em outra, muitas facas, machados, lanças e outras ferramentas que ela não conhecia.

Na parede do fundo tinha uma estante cheia de livros com capas de couro, parecendo terem sido escritos a mão. No centro dentro de um desenho de uma espécie de estrela, havia um totem com uma grande bacia de pedra no topo. Na frente estava escrito com letras bem rebuscadas “Água Benta". Não entendeu o porquê de ter uma bacia de água benta no lugar cheio de armas e frascos sinistros como aquele.

Porém, o que chamava mais atenção era o armário. Ele era todo de pedra preta com um tímido brilho e parecia bem forte. Estranhamente, nele não tinha poeira. Ao se aproximar percebeu que havia uma fechadura. Não demorou muito para chegar à conclusão de que a chave que tinha pegado na caixa poderia ser daquele armário. Então, tirou-a do pescoço e inseriu na fechadura e girou. Ouviu um clique quando o armário se abriu.

Abriu as portas e olhou dentro procurando qualquer coisa que justificasse tamanha segurança. Mas só havia uma espécie de cilindro metálico do tamanho de um lápis e com o diâmetro de mais ou menos quatro centímetros.

Quando pegou o objeto a sala tremeu e estranhas inscrições apareceram no cilindro como se fossem escritas cuneiformes, semelhantes as que tinha no corpo. Hanna se virou e segurou o objeto no ar tentando ver se reconhecia algum dos símbolos.

– Meu Deus! – disse espantada com o objeto. Não reconheceu nada e nem o metal era familiar. Era leve, brilhante e parecia ser bem resistente. Nunca tinha visto nada parecido.

Assim que terminou de falar surgiu uma luz azul-celeste na ponta de seus dedos que se transferiu para o pequeno cilindro dando-lhe vida. Do topo do objeto saiu um raio que foi crescendo até parar com uma volta na ponta, assim como na parte de baixo, fazendo com que o cilindro ficasse no centro. Inesperadamente um cordão de luz ligou as duas extremidades.

Hanna ficou espantada, mas ao mesmo tempo encantada com o que via. O objeto se transformara em um arco de luz. Institivamente fez o movimento de atirar como se estivesse com uma flecha nas mãos. Na mesma hora que começou a puxar o cordão para trás, surgiu uma flecha exatamente entre seus dedos, ficando no lugar certo para o tiro.

Ficou encarando o objeto sem entender como e por que. O que era aquilo? Como nunca tinha visto esse lugar antes? Inúmeras perguntas passaram por sua cabeça, mas não conseguia chegar a nenhuma resposta. Só sentia que isso não tinha acontecido por acaso.

Segurando o arco de luz, sentia-se forte e invencível. Podia não conseguir responder aquelas perguntas, mas tinha a estranha sensação de que algo esperava por ela em algum lugar longe dali. Ela podia sentir as vibrações de energia que a puxavam para fora da casa. Pensou que talvez tudo aquilo poderia estar relacionado com a carta que lhe prometia respostas.

– O que está acontecendo comigo? Será que essas são as respostas?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem, agora que a aventura começa para a Hanna, ou Hani para os mais íntimos :3

Espero que tenham gostado, e até a próxima!

See ya ;)