POV Kah

Voltei dos mortos, literalmente.

Quando cheguei em casa, depois de ter tido o melhor sono de toda a minha vida, eu me senti num interrogatório, Evy soltava várias perguntas de uma vez, como, “por que você foi pra New Orleans?”, “por que tinha que ir sozinha?”, “o que aconteceu lá?”, eu explodi depois das vinte.

– Evy, sabe o que eu fui resolver? – eu gritei – eu tava morrendo, eu tinha sido enfeitiçada por uma bruxa que odeia nossa família, eu fui para New Orleans pra ver se pelo menos eu tinha uma chance de sobreviver, as bruxas de lá fizeram um ritual e eu fui sozinha porque eu sabia que vocês iam ficar me enchendo e não deixariam ela fazer o ritual.

– E que ritual foi esse? – Angel perguntou, de repente, achava que ela não estava nem prestando atenção nessa conversa.

– Elas tiveram que me matar, Angel, e depois me ressuscitaram, pelo tempo que demorou, elas acharam que não tinham conseguido.

– E por que você concordou com isso? – Evy diz desesperada – você podia ter morrido de verdade.

– Eu sei, Evy, mas se eu não fizesse, eu morreria do mesmo jeito, e sofreria mais, assim eu não sofreria, ia ser rápido.

– E nós, Kah? Você não pensou em como nós ficaríamos se descobríssemos que você morreu?

– Claro que pensei, por isso que eu fiz, Henry já sabia o que dizer a vocês, ele só quis me ajudar e conseguiu, como pode ver, ainda estou viva – ficamos nos encarando por um tempo – agora eu vou para o meu quarto, depois eu vou sair, tenho que comprar meu vestido pro baile, que é nesse fim de semana.

– Ah, eu também tenho que comprar o meu – Angel fala e se aproxima de mim – você vai me ajudar né?

– Vou, claro – eu sinto algo estranho quando ela me abraça.

– Falando nisso, eu também – Evy fala.

– Você vai ao baile? – Eu pergunto.

– É tradição a antiga rainha passar a coroa para sua sucessora.

– Mas você saiu da escola a três anos – Angel fala.

– A rainha do ano passado tá no hospital.

– Ah – nós duas falamos juntas mostrando compreensão.

Depois de todas tomarmos um banho (não juntas, cada uma tem seu banheiro aqui em casa tá) fomos às compras. Depois de horas, voltamos com lindos vestidos longos (é escolha pessoal) o resto da semana passou rápido, já que quase não tivemos aula, todos os testes tinham sido feitos, então não tinha mais o que fazer, finalmente chegou o dia, sábado da festa, nós três fomos na Lola.

Chegando lá, nossos pares (uns meninos muito fofos com quem aceitamos vir) já nos esperavam lá, Evy foi andar por aí, eu fiquei conversando com o meu par, Angel entrou, eu estava nervosa, de boas conversando com ele quando vejo duas pessoas que conheço (na verdade, reconheci pelo carro), mas que nunca mais quero encontrar (mentira, quero sim).

– Não, não pode ser, não acredito, não...justo hoje... – eu reclamo.

– O que foi, Kah? – meu par, que se chama Jackson “Jack”, fala preocupado.

– Espera aqui, tá, eu já volto – eu ando até as duas pessoas que haviam acabado de sair de um Impala – o que vocês estão fazendo aqui? – eu pergunto, cruzando os braços.

– Kah, é você? – Sam me pergunta.

– Não, sou a Angelina Jolie, claro que sou eu, Sam.

– Soubemos de um caso aqui perto – Dean fala

– E por que pararam aqui, na frente de uma escola, onde está acontecendo um baile? E ainda mais a minha escola?

– E nós lá sabíamos que essa era a tua escola?

– Ah, ok. Mas por que pararam aqui?

– O caso foi nessa escola – Dean fala.

– Sério? Conte-me, mexeu com a minha escola, mexeu comigo – eles me olham tipo “ahn?”, aí eu só falei – sou líder de torcida, me preocupo muito com a escola.

– Parece que duas meninas, as mais empenhadas, faltaram por dois dias e nem se comunicaram, quando voltaram, estavam diferentes, a mais nova, desapareceu por mais um dia e quando voltou, tinha uma atitude completamente diferente – eu fico corada e rio sem graça.

– Sabe, né...já resolvi o caso.

– Já? – os dois perguntam surpresos.

– Já...somos eu e a Angel.

– Quê? – Dean fala indignado.

– Sabe, aconteceram coisas assim que voltamos, certas coisas que não quero comentar, e nem devo, então, por favor, agora, vão embora, meu par está louco me esperando e Angel me mata se eu não entrar em 5 segundos.

– Tá, nós vamos, mas você nos deve uma explicação – Dean fala, Sam não fazia nada, só ficava me encarando, isso está me deixando constrangida.

– Ok, me dê seu número de telefone.

– Não, me dê o seu – ele fala – aliás, você está muito gata hoje.

– Faço o que posso, mas não tem como, é diagnóstico, definitivo, eu sou gata – rimos – agora me dá o número – eu falo logo irritada.

– Ok – ele me anota num papel que eu guardo na bolsa que eu levava na mão – tchau meninos, foi bom ver vocês – eu abraço Dean, olhando diretamente para Sam, mando beijinho enquanto isso e logo depois vou abraça-lo, eles entram no carro e vão embora – eu sabia que não ia demorar nada – eu falo, e volto correndo, isso mesmo, correndo para onde eu tinha deixado meu par, sabe por quê? Porque esses dois tinham estacionado o carro na esquina da outra rua.

– Achei que tinha fugido – Jack fala, sentado no banco.

– Eu não, Angel ia me matar – eu falo sorrindo e entramos, Angel estava na porta me esperando com um olhar mortal – antes de qualquer coisa, vem comigo Angel, Jack, eu preciso ir ao banheiro rapidinho, conversa aí com o Joey – eu falo, mas pouco me importava ele, na verdade, vou esclarecer, esses garotos são um pé no saco, é verdade, eles nos seguem pra tudo que é lado, eles chegam a ser obsessivos.

– Ok, abre o jogo, demorou tanto por quê?

– Porque eu tava falando com os Winchester.

– O quê? – ela fala surpresa.

(Continua...)