POV Kah
Oi, eu sou Katrine Marie Hunter, uma das três né. Nosso pai nos deixou num orfanato quando eu tinha cinco anos, nossa mãe morreu e ele não tinha como cuidar de três meninas, mas não gosto de falar sobre isso, vamos falar sobre mim: tenho cabelos castanhos e olhos verde azulado. Tenho 17 anos. Eu sou a irmã do meio, tenho duas irmãs:
Emily, estranhamente chamada de Evy, que é a mais velha, com 20 anos, e super protetora, mesmo sendo completamente pirada, tem olhos azuis e um longo cabelo castanho escuro, pele branca, como eu e a Angel.
E Angel, minha irmã gêmea, que não se parece em nada comigo, a quem eu sou mais apegada e tem o mesmo nível de responsabilidade que o meu, tem cabelos castanhos claros mas muda de cor de mês em mês, o que a faz parecer a mais velha de nós.
O dia raiou, e eu dormindo, mas logo já chega alguém abrindo minhas cortinas.
- Emily, feche essas cortinas se ainda quiser viver.
- Não, você tem que acordar.
- Nem vem – eu nem abro os olhos e pego o lençol e me cubro até a cabeça – hoje é sábado.
- Por isso mesmo, dia de sair da cama de manhã que vamos arrumar a casa, você ficou repetindo isso a semana toda e agora não quer participar?
- Droga, tá bom, me convenceu, mas só se depois formos procurar algo de interessante pra fazer, faz tempo que não saímos em caçada.
- Ok, vamos procurar um caso, Angel também está doida pra estar ativa de novo nos casos.
- Tá, agora sai do meu quarto que eu vou tomar banho – ela sai, eu separo minhas roupas, tomo meu banho, escovo os dentes, coloco a roupa que separei e saio pra tomar café – e aí família – esqueci de mencionar, somos caçadoras.
- Oi mana – Angel fala ainda meio sonolenta, foi acordada do mesmo jeito que eu.
Depois de tomarmos café, fomos botar o papo em dia, discutir sobre o término das aulas e o começo da faculdade, já que nós duas vamos cursar biologia, Emily concluiu a mesma faculdade em três anos, ela é um gênio (orgulhosa estou *-*), fomos fazer a faxina, a casa ficou brilhando depois que terminamos, já era noite, pegamos o computador e procuramos alguns crimes próximos ao nosso estado. Achamos um que é a nossa cara.
- Onde?
- Toledo, Ohio.
- Vai demorar um pouco pra chegar lá.
- Quanto tempo, Angel?
- Uma pessoa normal chegaria em 10 horas.
- Você não é normal, então, quantas horas?
- 5 horas, só que não, pode ser trânsito, meu máximo é 8 horas.
- Então vamos começar logo – pegamos a Lola, nosso carro amado (meu carro, na verdade), um modelo clássico, quem tocar e amassar leva porrada, pegamos a estrada e fomos escutando música, Angel cantava como um pato Donald com a garganta inflamada comendo farinha (só que não, minha irmã canta lindamente bem), eu tentava, inutilmente fazer ela parar, mas ela continuava, eu comecei a rir da situação e parei, coloquei uma música no rádio, eu comecei a cantar sem perceber, ela parou de “cantar” pra me ouvir, eu continuei sem perceber nada, quando percebi, parei e vi que ela estava cantando comigo, aí eu continuei.
As músicas daquela estação eram ótimas, conhecíamos todas, fomos numa viagem tranquila, paramos para abastecer e comprar algo pra comer, retomamos a estrada, eu dormi para poder trocar com Angel, ela foi descansar e eu peguei a direção, fui dirigindo normal, ela dormia que roncava do meu lado, eu já estava p da vida, porque odeio barulhos altos e agudos de motor velho do meu lado, eu trouxe uma corneta comigo, eu a peguei e assoprei bem forte no ouvido dela que acordou no susto.
- Menina, eu tava dormindo – Angel diz sonolenta.
- Eu sei, você estava roncando, parecia uma mistura de motor velho e foca morrendo aqui e não é um som agradável, se tu roncar de novo, eu toco a corneta.
Eu toquei a bendita corneta umas cinco vezes, por quê que essa criatura ronca? Compra um Respire Melhor, ou sei lá, mas pelo amor de Deus, eu só parei de tocar a corneta, quando me foquei em uma música na minha cabeça, dirigi em paz até amanhecer quando já estava cansada e troquei com a Angel.
Chegando lá, arranjamos um motel qualquer aí, tiramos as roupas da mala, nos trocamos e fomos até o necrotério.
POV Angel
Meus ouvidos estavam latejando assim como minha cabeça graças a minha bendita irmã Kah e sua maldita corneta, chegando na cidade, nós tratamos de arranjar um motel logo, tomei um banho mais que merecido e a Kah fez o mesmo, vestimos as roupas normais mesmo e Kah colocou seu maldito sobretudo.
- Tira esta porcaria de sobretudo Kah.
- Nem vem, eu tenho amor a esse sobretudo, você sabe que eu amo sobretudos.
- Ah, mas você vai tirar esta merda deste sobretudo é agora, bora, tira – eu falo e ela obedece emburrada, fomos até o necrotério, não encontramos ninguém lá.
- Yo, alguém? – Kah fala olhando a sala, aparece um cara branco, calvo, alto para os padrões da Kah...
- Quem são vocês? – ele pergunta confuso.
- Estudantes de medicina da universidade de Ohio, queremos ver o corpo do senhor Steven – mentir é minha especialidade.
- Outros? – ai, se esses idiotas que estiverem aí forem estudantes de verdade estamos ferradas.
- Não interessa ok – Kah fala e paga o cara, entramos na sala. Quando chegamos lá, tinha dois caras, pareciam estar discutindo, eu aponto pro mais alto (K: alto é apelido, o homem é uma vara de cutucar estrela) – olha Kah, quantas tu de altura ele deve ter?– eu sussurro pra ela e levo um soco bem forte no braço como resposta, eu fico esfregando o local porque doeu mesmo, rapidamente me recomponho quando eles viram pra nós. O cara explica umas coisas, responde umas perguntas e sai.
- Olá, eu sou Dave e esse é o meu irmão Curt – o loiro aponta pro alto (concordo com a Kah, alto é pouco, o homem é um poste ambulante com cabelo comprido).
- Bom dia, eu sou Angel e essa é a Katrine – aponto para a minha pequena encrenqueira.
- Ei, eu ouvi tá – Kah fala na minha mente.
- Ótimo, agora que nos conhecemos, vocês podiam fazer o favor de se retirar, precisamos dessa nota – o poste, vulgo cosplay de Simba falou irritado.
- Kah, assuma essa discussão, se eu continuar eu perco meus bons modos e minha compostura, você fica calma por muito mais tempo que eu – eu me retiro da frente dele, virando com tudo, meus cabelos estão soltos, então fez vento na cara dele quando eu virei.
POV Kah
- Desculpe a minha irmã, ela se estressa com facilidade.
- Tudo bem baixinha – ah, mas não prestou, mexeu com minha altura tá ferrado, eu olhei para guria atrás de mim, ela olhava pra ele tipo “tu tá muito fu...”, eu viro pra ele de novo, já virada no samurai.
- Olha aqui meu querido, você não manda em nós e nós não vamos embora, e não é por que eu tenho 1, 60 de altura e você é muito mais alto parecendo um poste de iluminação ambulante com 1, 94 de altura que nós vamos fazer isso só porque disse para fazermos isso, essa nota é nossa e não vai ser um cosplay de Simba e um projeto de Barbie paraguaia que vão nos impedir – eu estava praticamente gritando pra um homem que estava a vinte centímetros de distância de mim, ele se afastou assustado.
- Nossa, a mais calma da família – o aspirante a Barbie falou debochado, eu já ia responder, mas Angel se adiantou.
- Ah querido, ela é sim a mais calma, e se você não calar a sua maldita boca, eu arranco sua língua fora.
- Duvido.
- Kah, sua adaga, preciso calar a boca de um imbecil – eu tiro a adaga da manga do casaco e ela já estava indo em direção da Barbie tagarela quando o poste apareceu na frente dele.
- Desculpe-nos por qualquer coisa, espero que possamos nos entender agora – ela perto dele parece uma hobbit, eu perto dele devo parecer uma hobbit anã.
- Não precisamos brigar, que tal os dois grupos pegarem o caso? – o loiro fala.
- Ok, estamos de acordo – eu falo, após olhares cúmplices com minha gêmea. Vamos dar uma examinada nos olhos do cara, tinham virado geleia basicamente, prestando atenção nos mínimos detalhes, eu, desastrada, como sempre, tropecei nos meus próprios pés, minha queda só não foi feia porque a vara de cutucar estrela me segurou, numa cena de filme sabe, ele me segurou pela cintura, só que eu me afastei dele dando uma voadora logo.
- Isso é um necrotério, por favor não me toque – eu falo, mas mesmo assim fico envergonhada.
- Para tudo, o mundo vai acabar, Katrine Hun...Rogers está envergonhada – Angel quase nos entregou, eu a olho com uma cara....
- Vocês não são simples estudantes, não é? – o poste pergunta.
- Nem vocês, mas como descobriu a gente? – eu respondo e pergunto ao mesmo tempo.
- Que simples estudante de universidade usa tatuagem anti-possessão? – tarado, como ele viu minha tatuagem sendo que ela fica do lado esquerdo dos meus quadris? – agora como descobriu a gente?
- Digam seus nomes primeiro – agora ferrou, ele não pode saber que eu li a mente dele.
- Isso não tem nada a ver.
- Não interessa – ótima hora pra não falar nada né Angel, vou ler seus pensamentos....
Angel: “Ela que se lasque sozinha, foi ela que nos entregou de vez.” Vou te pegar na porrada depois Angel, tu vai ver.
- Tá bom, o meu nome é Dean Winchester, ele é o Sam, meu irmão mais novo – apontou pro poste – agora me diz como você nos descobriu.
- Ok, nós somos as irmãs Hunter, eu sou a Katrine, mas me chame de Kah, se não quiser ter uma adaga no pescoço, essa é a Angeline – aponto para Angel – mas chame ela de Angel, a não ser que queira uma flecha no seu olho.
- Prazer em conhecer duas mulheres tão lindas – ele fala com um sorriso safado no rosto – você não disse como nos descobriu.
- Eu tenho poderes, posso ler sua mente e eu já li a sua Sam, eu admito, não precisa ficar se perguntando se eu li ou não, eu li mesmo.
- Pelo menos não precisamos de tanta formalidade, vocês são caçadores...e vieram pelo nosso caso, vamos ver se vocês são bons, quem terminar o caso primeiro ganha – Angel diz.
- Isso não é uma aposta, sua apostadora compulsiva.
- Eu aceito – PuDean fala.
- Ei, Kah, eu sei que você gostou do altão, eu apoio – Angel sussurra pra mim, eu olho pra ela de um jeito...
- Tu vai apanhar.
- Ei, você sabe que altão mais baixinha é igual a casal perfeito – ela falou isso alto...sorte que eles já saíram.
- Eu sei, mas se tu falar isso de novo, eu dou um soco na tua cara – nós nos amamos sabe.