*Sonho*

*Eu estava correndo pela neve com meu capuz vermelho, e deixando pegadas minhas por onde passava, mas era pegadas de sangue que se destacava na neve, via o fogo, e meus pais gritando ao serem queimados, meu irmão estava se afogando no lago, pois o gelo tinha rachado, e eu estava parada feito uma inútil sem fazer nada, apenas chorando, comecei a correr, cada vez mais até uma parte fechada da floresta, estava com medo, meu cabelo loiro estava sujo de sangue, e ouvia vozes, de sussurros repetindo a mesma coisa:-''VOCÊ OS DEIXOU MORRER!''. Corri o mais rápido que pudo, mas cai no lago, o frio começou a tomar conta de mim, vi minha morte quando comecei a afundar, mas eu conseguia ver a lua cheia, ela me dava apoio, e as estrelas giravam em torno dela, mas uma explosão atrapalhou tudo, me fazendo voltar para terra firme, mas ainda sentia medo, é como se sentisse a presença de outras pessoas, mas não tinha ninguém lá.''

Acordei suada, quase caindo da cama. Me encostei na travesseira da cama e comecei a chorar, chorei porque aquilo não era um sonho, chorei porque aquilo aconteceu realmente, faz dois anos que aconteceu o acidente, e venho me refugiando em uma cabana abandonada no meio da floresta, o que mais me incomoda é que aqui só neve, nunca vejo as flores brotarem,não existe o verão, e não tenho coragem de ir pra fora da floresta, é como uma prisão, uma forma que arrumei de me isolar, tendo a companhia apenas da minha dor. Olhei para a foto de meus pais e meu irmão, e eu atras deles, eu tinha apenas 15 anos quando aconteceu o acidente, agora tenho 17, e vivo da caça, vivo com meu arco e flecha nas mãos, e com um cavalo roubado, não é muito, mas se o rei me achar, nunca mais iria voltar para o floresta(sim a história se passa em 1840).

A dor era um sentimento poderoso, que com o tempo cresce, até explodir, nos corroendo por dentro como ácido, muitas vezes digo que não tenho medo da morte, mas na verdade tenho, sei que tem alguém próximo de mim, me amaldiçoando com o medo, nunca entendi o que aconteceu naquele dia, mas irie, sei que sou diferente, mas no que?

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Levantei calcei minha botas de couro, uma calça marrom, uma blusa branca de ceda e coloquei minha capa vermelha, sei que tudo aconteceu quando eu usava ela, mas ela me dava conforto e segurança de algo invisível, um fantasma do meu passado...