A Reunião dos Heróis escrita por MaçãPêra


Capítulo 25
...Ou Melhor: Guiana Francesa!


Notas iniciais do capítulo

Oeeeee. Demorei demais dessa vez. Demoro nas ferias, demoro nas aulas. Ta difícil hein... Mas aqui está! Um cap relativamente curto em comparação com o anterior, mas é assim mesmo.
Esse devia ser um ADTA, mas tenho novos planos... Um dia eu conto.
Bora lá.
(Percebam q no início nao tem o P.O.V. Personagem. Depois vcs vão ver o que acontece...)



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O salão é imenso. Os tetos chegam a cinco metros de altura. Parece o interior de uma igreja sem as cadeiras e decorações. Todas as janelas estão cobertas por grossas cortinas que deixam o espaço mergulhado na escuridão, que só é interrompida por velas espalhadas pelo lugar. Isso torna o lugar ainda mais sombrio.

Mas o salão não está completamente vazio. No lado oposto ao das grandes portas de madeira, é possível discernir os contornos de uma cadeira. Não uma cadeira, mas um trono, por toda a sua magnitude. O trono está virado de costas para a entrada do lugar. Ao lado do trono encontra-se a figura quase indistinta de um ser humano de estatura média.

As grandes portas de madeira fazem um grande barulho quando alguém as empurra para dentro, permitindo a entrada de um ar confortavelmente quente, se comparado ao frio místico do salão. Há um tremular da luz das velas até as portas serem fechadas novamente depois que duas pessoas passam por elas.

A primeira figura é um homem baixo, com um rosto que lembra um rato. Este empurra o segundo homem para frente, sem o menor respeito. O segundo homem é uma figura muito familiar. Apesar das mãos amarradas atrás das costas, do sangue escorrendo pelas bochechas, pelo rosto completamente sujo e a expressão confusa, as vestes, o corpo magro, os cabelos castanhos e os olhos cor de âmbar tornam Remo Lupin um homem impossível de não reconhecer.

— Capturei-o, Milorde – disse o homem com cara de rato.

A figura ao lado do trono permanece imóvel. Não dá para saber com exatidão, mas provavelmente foi ele quem fez a pergunta:

— E o Carrow? – sua voz soou familiar.

— Morto por imprudência. Ele não esperou eu chegar para começar o ataque. Não me acostumei ainda com essa nova habilidade que meu Senhor ensinou.

Momento de silêncio.

— E os outros?

— Desaparecidos. Provavelmente estão mortos, senhor. Tive sorte de encontrar este vivo.

Cara-de-rato empurra Remo novamente, fazendo-o tropeçar, mas ainda de pé.

— Não, não. Eles estão vivos. Minha confiança em você, Rabicho, ainda não está completa. Tenho muitos desafios pra você, mas, por ora, está liberado. Pode se retirar.

Rabicho faz que sim com a cabeça e pega Lupin pela manga, puxando-o na direção das portas de madeira.

— Deixe-o – ordena o homem nas sombras.

Pettigrew para no meio do caminho e vira o corpo, hesitante.

— Como disse, Milorde?

— Tenho assuntos a tratar com meu prisioneiro.

Rabicho olha para Remo por um segundo.

— Como quiser. – Dá meia volta e sai do salão com passos rápidos.

Quando a porta é fechada, o silêncio reina. Remo, pálido e de olhos arregalados, olha para todos os lados desesperadamente, como se procurando alguém amigo.

O homem nas sombras se aproxima, saindo das sombras e revelando seu rosto conhecido. Bernard, o guarda-costas de Dolores Umbridge, que apontou uma pistola para a nuca de Ian.

— Quem são os outros? – pergunta, chegando mais perto.

Lupin olha para ele sem entender.

— Onde estou? – pergunta com a voz trêmula.

— Quantos personagens você já encontrou?

As mãos de Remo tremem e ele começa a suar.

— O que está acontecendo? Do que você está falando?

Bernard dá um soco no rosto de Remo. O bruxo cai no chão. Ele treme e não tenta mais se levantar. O ex-segurança de Umbridge analisa Remo e parece perceber uma coisa.

— Alguém apagou sua memória?

O bruxo soluça, mas não responde.

— Quem foi? O Carrow? Rabicho? Você mesmo? – Bernard se irrita pela falta de reação por parte do outro. – Diga alguma coisa!

Lupin para de tremer e sussurra:

— Snape...

 Bernard chega mais perto.

— Snape apagou sua memória?

— Não – responde – Foi Snape...

— Foi Snape o quê?

— Foi... Snape...

Bernard chuta as costas de Remo. O bruxo rola pelo chão, gemendo de dor.

— O que Snape fez?!

— Foi... Sempre foi... Snape.

Bernard prepara outro chute, mas uma voz ecoa por todo o salão.

— Já chega Bernard.

O guarda-costas fica ereto. Seus olhos brilham e sua expressão fica calma.

— Sim, Milorde. – obedientemente, Bernard se afasta de Remo e retorna para sua posição ao lado do trono, na escuridão.

Isso é só um sonho.

— Remo – diz a voz estranhamente jovem. – farei uma pergunta a você. Ficarei muito decepcionado se não me responder.

Uma figura se levanta do trono. Sua sombra se aproxima um pouco, mas não o suficiente para ver sua aparência.

Acorde, Ted.

— Onde está Severo Snape? – A figura ergue uma varinha de bruxo e a aponta para Remo.

Lupin olha para a outra figura, confuso. Ele não responde.

— É uma pena. – Isso não é real! — Crúcio!

Eu acordo no meio do nada, com água do mar em meus pulmões.

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P.O.V Zeke

Aconteceu tudo tão rápido, que nem posso realmente dizer o que aconteceu. Em um momento, eu estava dormindo confortavelmente no avião. Depois, estava caindo em direção ao mar, o céu girando. Água para todo lado. No instante seguinte, que é, basicamente, agora, estou arrastando o corpo desmaiado de Ted pela areia de uma praia, na costa da Guiana Francesa.

É tudo muito confuso. Mas foco em levar Ted para longe do mar. Meus músculos estão extremamente doloridos. Tive que nadar muito para chegar até ali. Com meu irmão inconsciente, o esforço foi o dobro. Ele pode ser magro, mas seu peso é muito desproporcional em relação a isso.

Quando alcanço uma região boa, desabo na areia. Respiro fundo. Estou exausto e poderia dormir ali mesmo, mas Percy aparece cambaleante. Ele cai ao lado de Ted. Vejo que ele está mais pálido que o normal e seus olhos lutam para continuar abertos, mas ele se ajoelha e apoia as duas mãos no peito de Ted. Ele concentra toda a sua energia e faz com que um pouco de água saia pela boca do meu irmão.

Ted acorda de repente. Ele se senta e cospe mais água na areia. Ele tosse bastante, enquanto Percy fecha os olhos e adormece na praia.

— O que... Onde... – Ted não termina sua frase. Ele olha ao redor e demora seus olhos em mim. – Zeke! Estamos vivos? Cadê os outros? – Ele vê Percy, inconsciente, ao seu lado. – O que houve com ele?

Cansado demais para responder, permaneço imóvel, sentindo a brisa em meu rosto. Estou quase fechando os olhos, até Ian e Tris aparecerem também.

— Espero nunca mais ter que fazer isso – diz Ian, deitando-se na areia também.

— Nem foi tão ruim assim – confessa Tris. Ela imita todos nós, caindo na areia.

Dou um sorriso fraco para eles, até Ian perguntar:

— Onde está Remo?

E meu sorriso desaparece. Lembro-me da luta que ele teve com o Comensal da Morte e do jeito como ele ficou inconsciente e caiu do avião. Ted deve ter pensado nisso, pois seu rosto fica pálido.

— Acho que ele está vivo. Tive um sonho... – Ted conta o sonho que teve. O salão, o trono, Remo, Rabicho, etc.

Ao final do relato, Ted não era mais o único com a brancura no rosto.

— Isso não é nada bom... – comento.

— O que é a “Maldição Cruciatus”? – pergunta Tris, já sabendo que não era uma coisa boa só de olhar para nossos rostos.

— É um feitiço de tortura – explica Ted. – Em casos extremos, pode deixar a vítima maluca.

— E a parte sobre alguém ter apagado a memória dele? – questiona Ian.

— O feitiço usado para isso é o “Obliviate”, se não me engano – informo a ele. Viro-me para Ted. – Quem você acha que fez isso com ele? Rabicho? Snape?

Ted reflete sobre o assunto. Ele franze as sobrancelhas em concentração.

— Acho que não foi nenhum dos dois... Acho que ele tirou a própria memória. Assim ele não saberia dizer nossa localização! – esclarece. – Acho que ele só queria... Ele só queria...

Sua voz falha. Meu irmão arregala os olhos e tampa a boca com as mãos. Ele sempre faz isso quando percebe que fez uma grande idiotice e fosse tarde demais para consertá-la.

—... Nos proteger – completo.

Ted concorda com a cabeça.

Ainda me sinto incomodado com aquilo. Será que Lupin seria capaz de apagar sua própria memória para nos proteger? Ou isso seria algum tipo de teste bem planejado? O sonho de Ted pode nem mesmo ser real.

“Lembre-se, não confie nele” foram as últimas palavras de Rachel para mim.

Ela teria levado o futuro em conta quando disse isso? Ou não previra o que aconteceu há pouco?

Subitamente, me lembro de uma coisa importante que ela disse antes de decidir que devia ficar em Brasília. Lembro as exatas palavras que ela disse, agora que tudo aconteceu:

"O próximo personagem que vocês encontrarão é uma garota, não sei dizer quem ela é ou onde a encontrarão. Vi uma batalha de magia, não sei quem vai estar dos dois lados da batalha. Vi um avião sobrevoando o oceano.”

A garota que encontramos foi Tris, e a encontramos em Fortaleza. Essa batalha de magia deve ter sido a que tivemos contra o cara vermelho na casa de Mariana. E o avião sobrevoando o oceano está mais para “submergindo no oceano”.

Conto minha descoberta para os outros.

— Você se lembra do que ela disse depois? Talvez isso nos ajude a pensar no que fazer em seguida. – pergunta Ted.

— Sei que ela mencionou a... Mensagem Quatro!

Ted rapidamente coloca a mão no bolso e tira de lá a folha de papel. Ela está tão seca que nem parece que caímos em alto mar. Meu irmão nem parece se importar com isso.

Fazemos um círculo em torno da Mensagem aberta.

Snape, Dolores, Remo e Rachel desaparecem lentamente da lista de nomes. O desenho do Brasil também se apaga e um ponto de luz desliza pelo papel até tomar a forma da Guiana Francesa.

— Pelo menos vamos saber se um desses quatro decidirem fazer um passeio pelo país – pondera Ted. Ele olha para o céu – Acho melhor acharmos um lugar melhor pra ficar.

Olho na direção do sol. Estamos no meio do nada e, em menos de duas horas, vai ficar de noite.

— Pra que lado nós vamos? – pergunta Tris.

Olho ao nosso redor, guiando-me em relação ao sol. Ao norte, o mar. Ao sul, alguns metro de areia até chegar à uma mata fechada de manguezais. Ao leste e oeste, uma infinidade de areia.

— Vamos para oeste – respondo. – Indo pro leste só nos faria voltar para o Brasil. Precisamos continuar nosso caminho para os EUA.

Os Estados Unidos da América ficam pro norte, mas não podemos simplesmente ir nanado até lá.

Nós todos nos levantamos. Bem, nem todos. Percy está inconsciente, quase me esqueci disso. Nem tento acordá-lo, só preciso ver a palidez em seu rosto pra saber que ele não tem força nem pra abrir os olhos. Dou uma olhada nos outros. Ian e Ted olham para mim, suplicantes.

— Ok, ok. Eu o carrego – falo. Passo meus braços por baixo das axilas do semideus e ergo um pouco da parte superior de seu corpo. – Vocês dois. Levem as mochilas.

— Eu te ajudo – diz Tris.

Nem consigo contestar. Ela segura Percy pelas pernas. Ted e Ian carregam nossas mochilas (que, surpreendentemente, não estão molhadas). Tenho a sensação de deja vu quando observo o ambiente de praia e a situação de Percy.

Seguimos em direção ao pôr do sol.

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Caminhamos por um longo tempo em silêncio. Metade do sol passava da linha do horizonte. O céu estava cada vez mais escuro, quando Tris pergunta:

— O que ela disse depois?

— O que? – não entendo sua pergunta.

— O que a garota que prevê o futuro disse depois? Ou a previsão acaba com essa da Mensagem Quatro?

Entendo sua pergunta, mas não consigo responder. Estou extremamente cansado, por ter carregado Ted e por estar levando Percy pela praia.

— Acho que eu me lembro dessa parte! – exclama Ted. – É... Sei que ela mencionou meu nome em algum momento. Não é uma previsão muito boa. Rachel diz que teria alguém com uma fa...

Ted interrompe sua fala ao ver uma coisa surpreendente e inesperada em uma região que separa a areia da floresta. Uma esfera luminosa aparece, de repente, e paira uns segundos entre as árvores. Depois de um tempo ela se apaga e nada mais acontece. Ficamos olhando para lá, ver se mais alguma coisa acontecia, até decidirmos ir até o lugar.

Chegamos ao limite praia/floresta e sinto um arrepio na nuca. Coloco Percy no chão e avanço na direção das árvores. Faço um sinal para Tris permanecer ao lado de Percy. Ian e Ted me seguiram pelos dois lados. Percebo que aquela região é uma das únicas em todo o perímetro da floresta que não é impenetrável, mas ainda me impede de me locomover com mais rapidez.

Até eu pisar no lugar errado.

Em uma fração de segundos, sinto meu pé sendo puxado e o mundo vira de cabeça para baixo. Pessoas vestindo capas escuras surgem de todo lada. Diretamente à minha frente, alguém empurra Ted contra uma árvore e vejo a imagem invertida desse alguém apontando uma faca para a garganta do meu irmão.


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Notas finais do capítulo

Fica a pergunta super nada a ver com a fic: quem assistiu Deadpool? Recomendo.
Meu próximo filme a assistir esse ano: Convergente.
E aí? O que acharam do cap?
Algum erro gramatical? Algum acontecimento que ficou confuso?