A Reunião dos Heróis escrita por MaçãPêra


Capítulo 17
Mensagem 4


Notas iniciais do capítulo

Oláaa pessoal! Estou de volta!
Somente Misses Ghost comentou no cap anterior (16), mas tbm vou agradecer a Nutella Potter por comentários no cap 12 e 8.
Volto aqui com um cap do Zeke. Temos algumas explicações e respostas, mas tbm temos mais problemas sem soluções...
Espero que gostem!



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P.O.V. Zeke

Comparando com Ted, meu cérebro não consegue processar as coisas a uma velocidade tão rápida quanto o dele.

Eu ainda me pergunto sobre como foi possível eu ter acertado o tiro e o arremesso. O pote de Nutella explodindo foi pura sorte, mas e quanto ao tiro na perna do guarda? Nunca usei uma arma antes. Minhas únicas experiências relacionadas a isso são em partidas de Multijogador em Call of Duty com os amigos ou em séries e programas de TV. Apesar de, nos jogos, usar uma arma de fogo parecer fácil, sei muito bem que não é tão simples quanto parece.

O frio congelante que senti em minha nuca no momento do tiro ainda persiste em mim, mas a dor do momento já tinha passado. Eu conhecia essa sensação, só não me lembro de onde.

Também quero entender como Ted descobrira a senha de Ian. Não sei se estou surpreso por meu irmão ter usado algum tipo de raciocínio lógico que não entendo para chegar àquela conclusão, ou se é por Ian, que colocou o nome de uma garota como senha. Sei que Ted não sabia qual era a senha. Lembro-me da expressão concentrada dele enquanto olhava diretamente para o teclado, antes de digitar as três letras.

Quanto a Ian... Acho que ele conseguiu minha confiança. Suspeitei dele desde o início (até considerei que ele pudesse nos trair), mas ele parece um pouco diferente do Ian que vi nos livros. Além disso, eu já coloquei o nome de uma garota que eu gosto como senha do Facebook... Mas isso é outra história.

Ainda tenho minhas dúvidas em relação à Remo. Ele é um personagem bem legal nos livros, mas ele (SPOILER) morreu. Isso é o que mais intriga, além do fato de ele ser um lobisomem. Será que todos os outros personagens que morreram também poderão retornar?

Meus pensamentos se dirigem à Rue, de Jogos Vorazes, e à certo personagem de Divergente. Pra falar a verdade, nem sei se os personagens dessas Sagas vieram a esse mundo. Até agora só sabemos de Percy Jackson e os Olimpianos, Os Heróis do Olimpo, Harry Potter, A Crônicas dos Kane e The 39 Clues. Será que existem outros? Talvez de “Legados de Lorien”, “Os Instrumentos Mortais”, “Maze Runner” ou “As Crônicas de Gelo e Fogo”.

Meu cérebro parece que vai explodir com a infinidade de opções diferentes. Séries de TV? Filmes? Quadrinhos? Animes? Mangás?

Não.

Sei que não é desse jeito. Se fosse, o mundo já teria explodido ou algo assim. Não descarto a ideia.

De volta para o presente: Percy está nos mostrando o boné dos Yankees. O boné de Annabeth. Recordo-me das celas no porão de Dolores. O longo corredor com celas abertas e guardas desmaiados. Será que Umbridge mantinha a filha de Atena presa?

Sugiro isso para Ted e Percy.

– Temos que voltar pra lá! – exige o semideus, desesperado – Agora!

Jackson tenta se levantar, mas acaba caindo de volta na grama.

– Você não tem força para isso – lembro-o – e não vejo como ela ainda pode estar lá dentro, quando o boné está aqui fora!

– Vocês não podem nem dar uma olhada? – implora o garoto.

Eu e Ted trocamos olhares, então ordeno:

– Ted, vá lá. Rápido.

Enquanto meu irmão volta correndo na direção da Mansão de Dolores, passo um dos braços de Percy sobre meus ombros.

– Consegue se levantar? – pergunto.

Ele assente, apesar de não parecer estar em condições disso. Com minha ajuda, ele consegue ficar de pé. Eu o guio até o rio que Remo disse que encontraríamos. O rio não é estreito, mas não é tão comprido quanto a maioria. O que importa é que tem água e é disso que Percy precisa.

Deixo o garoto na beira do rio. Apesar da água amarronzada e de alguns sacos plásticos flutuando, Percy se deitou, cobrindo todo o corpo com o líquido. Temo que ele possa se afogar, como aconteceu ontem, na praia, mas, logo, o semideus ergue o corpo de modo brusco, jogando um pouco de água em mim. Ele balança a cabeça, molhando-me mais um pouco, parecendo mais vivo do que nunca.

– Estou melhor – diz ele. As cores voltam para seu rosto e o sangue volta a circular rápido. – Se for preciso, posso carregar o peso do céu!

– Espero que isso não seja necessário – comento.

Vejo Ted correndo de volta para nós. Ele está assustado, tentando alertar-nos de algo. Ele chega até nós, ofegante. Para um pouco para respirar.

– Temos que ir. – Ele olha para trás. Vejo que há um segurança saindo do alçapão de onde Ted viera. Meu irmão limpa o suor da testa. – Percy está melhor?

O filho de Poseidon pega nossos pulsos.

– Segurem firme! – Então pula na direção do rio, levando a mim e a Ted junto.

Percy nos leva pelo rio como se fosse uma lancha com braços. Ele nos guia até o ponto de encontro com Remo.

Antes de chegar ao local indicado, vemos o bruxo parado na borda direita do rio, com o carro voador ao seu lado, acenando para nós. Percy nos leva até ele. Remo ajuda a colocar-me de pé. Eu ajudo Ted a se levantar. A animação um pouco exagerada de Remo me deixa desconfortável, principalmente porque é outro sentimento o que vejo em seus olhos, parece apreensão. Ou até mesmo medo.

– Como foram? – Ele olha rapidamente para cada um de nós, se demorando um pouco em Ted. – Vocês conseguiram?

– Conseguimos – responde Ted. Ele tira a Mensagem do bolso. A Mensagem está milagrosamente seca. – Precisamos voltar para o hotel. Umbridge está por lá.

Remo ergue uma sobrancelha, mas não faz objeções. Antes de entrar no carro, Percy usa seu poder para deixar-nos secos. Dessa vez, Percy entra na parte traseira do carro, ficando entre mim e Ted. O bruxo liga o carro e logo estamos voando em alta velocidade (N/ Zeke: Isso pareceu um pleonasmo...). Nem conversamos direito no caminho, a viagem de volta dura menos que a metade do caminho de ida. Antes de pousarmos, já podemos ver um tumulto lá embaixo. Remo “estaciona” o carro a uma distância considerável da confusão que ocorre.

O que vejo dá vontade de rir, mas logo percebo as consequências desse tumulto. Há dezenas de travesseiros flutuando ao redor de Dolores Umbridge no meio da rua. Os travesseiros se jogavam na direção da bruxa, fazendo-a cambalear de um lado para o outro. Ela tenta gritar alguns feitiços para se proteger, mas quase nenhum funciona. Um travesseiro sai voando por uma janela aberta do hotel e atinge a mulher em cheio no rosto.

O problema é que essa confusão parou o transito. Pessoas saem de seus carros para confirmar o que estão vendo. Muitas das pessoas estão tirando fotos e vejo uma repórter de costas para os travesseiros e de frente para um homem com uma câmera.

As pessoas ao redor do mundo vão começar a perceber que algo está errado. Nem imagino que tipo de confusões os personagens estão fazendo fora do país.

Meus olhos encontram Ian e Rachel correndo em nossa direção com suas mochilas nas costas. Fico aliviado ao perceber que ela está viva... E Ian também. Não há nenhum sinal de Bernard, o guarda-costas de Umbridge. Saímos do carro para recebê-los.

Quando nos alcança, Ian está vermelho de adrenalina e respira fundo. Rachel dá um forte abraço em Percy. Olho para o céu. Já deve ser meio-dia. A ruiva dá um rápido abraço em Ted, que fica vermelho. Depois ela olha pra mim com seus olhos cor de jade e me abraça forte.

– Graças aos deuses vocês estão vivos – ela sussurra.

– Graças aos travesseiros você está viva – sussurro em resposta.

Ela ri e, por um momento, esqueço todos os outros problemas. Rachel me solta e se vira para Lupin. O bruxo está apontando sua varinha para Dolores. Ele se concentra por cinco segundos, depois grita firmemente:

Estupefaça!

A luz vermelha que sai da varinha atinge Umbridge bem no estômago. A bruxa desmaia instantaneamente e todos os travesseiros caem sobre ela. Isso chama a atenção de alguns dos espectadores para nós.

– Entrem no carro! – ordena Lupin.

Rachel e Ian colocam suas mochilas no porta-malas e todos nós entramos apressadamente no automóvel. Percy vai no banco da frente, junto com Remo. Eu, Rachel, Ted e Ian, nessa ordem, ficamos espremidos no banco de trás. Remo nem tinha desligado o carro, então só foi preciso mexer em alguns controles para deixar o carro invisível e fazê-lo voar.

Ao mesmo tempo, todos suspiram aliviados.

– Isso vai dar uma boa matéria no Jornal Nacional – brincou Ted.

– Isso vai nos causar muitos problemas no futuro – comentou Rachel. A garota está sentada bem ao meu lado. Essa aproximação me deixa desconfortável. – Pode alertar algumas pessoas indesejadas.

– Por ora, nós estamos seguros. O que interessa agora é o que têm nessa Mensagem. – Remo parece extremamente ansioso.

Ted pegou a Mensagem do bolso. Era um papel diferente, mais frágil e amarelado que os normais, porém tem as mesmas dimensões que uma simples folha A4. Ted olha a frente e o verso da folha.

– Ué! Aqui não tem nada! – Ted virou o papel de todos os jeitos, mas nada de diferente aconteceu – Essa era pra ser a Mensagem 4...

Como se algo tivesse sido ativado, uma luz dourada sai do papel. Ted afasta o papel do rosto, estreitando os olhos para tentar ver o que acontecia. O brilho diminui até ficar somente um ponto dourado na parte superior da folha. Esse ponto desliza sobre o papel como se tivesse um lápis invisível sobre ele, escrevendo letras e palavras.

Mensagem Quatro é o que foi escrito. O ponto dourado desaparece e as palavras ficam negras. O ponto reaparece no papel, um pouco abaixo e mais à direita. O ponto desliza novamente sobre a folha, mas não forma nenhuma palavra, ele faz linhas tortas e desniveladas. Esses traços fazem decidas e subidas bruscas, sempre indo para a direita. Quando está quase atingindo o limite direito da folha, o traço dourado desvia seu percurso para baixo, em uma curva gradual, até seguir em diagonal para esquerda.

Ele está desenhando.

Observamos o traço percorrendo seu caminho e terminando seu desenho no mesmo ponto em que começou. O desenho brilhou em dourado e sua cor foi substituída pelo preto.

O desenho é inconfundível. Tem uma forma que é impossível de eu não reconhecer: O Brasil.

O ponto dourado reapareceu no canto esquerdo da folha, dessa vez, ele começou a escrever nomes.

Percy Jackson.

Ian Kabra.

Rachel Dare.

Dolores Umbridge.

Remo Lupin.

O nome de todos os personagens que encontramos até agora...

Severo Snape.

É como se o tempo tivesse parado. Ninguém se move, ninguém emite nenhum barulho. Todos estão com os olhos fixos naquele nome específico. Lupin, que virara a cabeça para ver o que acontecia com a Mensagem, está inexpressivo. Percy está coçando a cabeça, tentado lembrar-se de onde ouvira esse nome antes. Sinto o corpo tenso de Rachel ao meu lado, ela franze a testa. A boca de Ted está ligeiramente aberta. Ian tem uma das sobrancelhas levantadas.

O objetivo dessa Mensagem parece ser óbvio: Mostrar todos os personagens que estão no Brasil. Porém...

– Annie não está aí – lamenta Percy.

– Hipnos também não – indaga Rachel – não é possível que ele já tenha fugido do país.

– Não podemos esquecer que Snape está nessa lista – lembra Ted, ele olha para Remo – o que você acha?

Lupin mexe em alguns controles do carro e volta sua atenção para nós.

– Não sei o que pensar em relação a isso. Snape matou Dumbledore e era um Comensal da Morte quando eu... – o bruxo limpa a garganta – quando eu morri. Mesmo assim... Vocês devem conhecê-lo melhor do que eu. – Remo mantém os olhos fixos em Ted.

Meu irmão se vira pra mim, meio desconfortável.

– Snape está do nosso lado – explico para Lupin, atraindo sua atenção para mim – Ele não era um Comensal de verdade. O próprio Dumbledore pediu para Snape matá-lo, assim ele ganharia a confiança de Voldemort. – É estranho falar esses nomes, principalmente sabendo que qualquer um deles pode estar por aí. – No final, Snape morreu, mas Harry pôde ver todas as suas lembranças através da Penseira. Foi assim que descobrimos que o cara não é tão mal assim.

– Isso explica muita coisa... – diz Remo, pensativo. – Então, vocês confiam nele?

Eu e Ted nos entreolhamos. Começamos uma guerra silenciosa envolvendo movimentos de cabeça e das sobrancelhas. Eu e Ted já tivemos uma briga em relação à Snape. Antes de tudo isso acontecer, nós discutimos se Snape realmente era um cara bom ou não... Nossas opiniões eram quase contrárias, mas conseguimos chegar a um acordo.

– É complicado – responde meu irmão por mim – acho que não devemos sair procurando por ele. Snape pode estar em qualquer lugar! Além disso, não podemos confirmar, com toda a certeza do mundo, que essa Mensagem diz sobre os personagens que estão no Brasil. – Ted analisa o papel atentamente. – Apesar de essa ser a suposição mais óbvia, devo lembrar que Annabeth provavelmente esteve por perto da Mansão e ela não aparece nessa lista.

– Só por que o boné dos Yankees apareceu por lá, não significa necessariamente que ela passou por lá – observo – Annabeth pode ter vindo a esse mundo separada do boné.

– Espere aí... – começa Ian – Annabeth, por acaso, é loira?

– Você assistiu ao filme? – pergunto. Depois respondo – Sim, ela é.

– Ted e Zeke, vocês se lembram do corredor de celas lá no porão da Umbridge – interrogou o Lucian.

– O que todas as celas estavam abertas e os guardas desmaiados? – pergunta Ted.

– Esse mesmo. Antes de vocês descerem para lá, o alarme de emergência foi ativado por causa de Percy, não foi? – confirmo com a cabeça, lembrando-me do medo que senti ao perceber que o alarme vinha do quintal. – Nesse momento, todos os guardas estavam acordados e todas as celas estavam fechadas e trancadas por senha. Quando o alarme soou, uma dúzia de seguranças pegou as armas e foram na direção do quintal. Percebi que Percy estaria em perigo se todos aqueles guardas o alcançasse. Eu precisava de uma distração, então destranquei todas as celas. Uns cinco segundos depois, todos os guardas que estavam lá começaram a desmaiar. Acho que Hipnos, o deus do sono, estava lá. Duas pessoas saíram de celas diferentes, um garoto e uma garota. Não pude ver o rosto de nenhum deles, mas vi que a garota era loira e vestia uma camisa parecida com aquela que Percy tem, da cor laranja. Os dois fugiram.

– Não é possível que ela já tenha saído do país! – exclama Percy – Nós temos que procurá-la! Ela não deve ter ido muito longe!

– Não podemos – diz Remo – Temos que nos apressar, precisamos sair do país.

– Não podemos deixá-la sozinha!

– Ela deve saber cuidar de si mesma. Nós temos que...

Eu devia ter percebido que Rachel estava quieta demais. Os olhos dela brilham intensamente como se fossem faróis, seu corpo começa a tremer e ela grita. Um grito tão alto e inumano que meus tímpanos ameaçam explodir.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam?
O que está acontecendo com Zeke?
O que vai ser de Dolores? Onde está Bernard?
Como essa Mensagem 4 funciona?
Por que Annie e Hipnos não estão lá? Por que Snape está lá?
Quem é o garoto que acompanhava Annabeth no corredor das celas? Era Hipnos?
O que aconteceu com Rachel?
Aguardem...