A Reunião dos Heróis escrita por MaçãPêra


Capítulo 15
Antes de Tudo Acontecer - Percy - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Olá! Heheheuhue
Fui rápido, não fui?
Sou muito bom em fazer suapense... Acharam que esse cap seria a continuação do anterior? Hu3.
Agradeço à Misses Ghost por ter comentado no cap anterior...
Esse é o último AdTA do Percy. No cap 20 vou trazer o AdTA de outro personagem... Fiquem esperos...
Espero que gostem!
:):):)



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P.O.V. Percy

– Quíron, Sr. D, Rachel e os dois Magos da Casa da Vida, preciso falar urgentemente com vocês... – Nico rolou seus olhos por toda a sala, encarando os campistas confusos, assustados e desconfiados – ...em particular.

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Todos os que não foram chamados por Nico saíram da Casa Grande. A maioria lançava olhares desconfiados ou de ofensa para Nico por não poderem ouvir o que ele tinha a dizer. Também fiquei um pouco decepcionado, depois da Guerra Contra Gaia participei de todas as outras reuniões da Casa Grande: Mudanças na estrutura do Acampamento Meio-Sangue, relações de paz com o Acampamento Júpiter, decisões em missões, construção de templos e novos Chalés para o Acampamento, etc.

Nenhum semideus está lá dentro, além de Nico, notei. A situação deve ser mais séria do que eu imaginei.

O último a sair da Casa Grande foi Will Solace. Ele parecia irritado e nervoso, coçava os cabelos loiros e cruzava os braços em frente ao peito. Hazel seguia ao lado dele, parecendo mais preocupada do que irritada. Aproximei-me deles.

– O que está aconteceu? – perguntei.

– Nico foi para uma missão no Mundo Inferior – respondeu Hazel. – O pai pediu a ele para investigar um caso lá. Não sei os detalhes da missão, nem mesmo sei qual foi o problema. Hades falou que só Nico poderia resolvê-lo.

– O próprio Hades deu uma missão?! – indaguei perplexo.

– Irresponsável da parte dele – replicou Will. – Dos dois, pai e filho. Duas semanas não é tempo suficiente para ele se recuperar da Guerra. Não duvido que ele tenha usado viagem nas sombras para ir até aquele lugar. – O filho de Apolo franziu a testa. – Você viu o estado dele? Viu a mancha de sangue que ele tinha na camisa? – ele me encarou com os olhos azuis cheios de preocupação.

– Não deve ter sido um dos melhores dias dele. – comentei.

Solace me olhou furiosamente pela minha aparente falta de preocupação. Ergui uma sobrancelha pelo excesso de preocupação por parte dele. A verdade é que não há muitos motivos para se preocupar. Nico conseguiu chegar ao Acampamento vivo, com todos os membros em seus lugares. Mesmo com ferimentos, Nico é um garoto forte, já passou por mil situações mais difíceis e dolorosas. Não entendo por que ele está tão preocupado...

– Vou voltar pra enfermaria... – disse o loiro, ainda me olhando acusadoramente.

– Alguma ideia do que pode estar acontecendo lá dentro? – me dirigi a Hazel, ignorando o olhar acusador de Will.

– Provavelmente está relacionado com a reunião que tivemos. – sugeriu a garota, com olhar pensativo. – É provável que a missão esteja relacionada a essa loucura de “Outro Mundo” ou “Universo Paralelo”, como eles quiseram chamar.

– Você não parece acreditar muito nessa história... – observei.

– Percy, é difícil acreditar em alguma coisa quando tem muita coisa para acreditar. Mas, ao mesmo tempo, é fácil acreditar em alguma coisa quando você sabe que todas as outras são reais. – ela percebeu minha expressão confusa e suspirou. – Andei conversando com alguns filhos de Hécate sobre a Névoa. Alguns acreditam que o mundo inteiro é feito de Névoa, que nunca enxergaremos o que realmente acontece. Eles dizem que nada do que acontece pode ser real.

Não entendi direito o que ela quis dizer, mas perguntei:

– E você acredita nisso?

– Não! Claro que não! – a filha de Plutão respondeu. – É exatamente disso que estou falando. Só por que deuses gregos, romanos e egípcios existem, qualquer outra coisa possa ser real.

– Então... Você não acredita? – questionei.

A garota revirou os olhos.

– Só estou dizendo que não devemos acreditar em tudo o que falam. Pode até ser verdade, mas a verdade pode sair distorcida...

– Hazel! – ouvi alguém chamar.

Era Quíron. O centauro estava na porta da Casa Grande. A porta estava entreaberta, deixando que só víssemos sua cabeça barbuda. A garota na minha frente virou a cabeça para olhá-lo.

– Senhor?

– Nico quer que você entre.

Hazel olhou para mim com o canto do olho. Balancei a cabeça para frente.

– Estou indo. – disse ela. – Até mais tarde, Percy.

– Tchau. – despedi-me.

A garota de pele escura se dirigiu à grande casa azul.

A multidão de pessoas que havia ali alguns minutos antes já tinha se dispersado. Não encontrei Annabeth. Ela já deve ter ido.

Repentinamente, senti o nervosismo fazer cócegas em minha barriga. Uma gota de suor caiu sobre minha testa. O dia teria que chegar alguma hora. E esse dia é hoje. Inspirei o ar profundamente e expirei. Com as mãos tremendo, me virei na direção da floresta do acampamento.

Já enfrentei muitos monstros, gigantes, deuses, semideuses e outras coisas que não consigo classificar. Mas o que estou prestes a enfrentar não é um vilão ou inimigo, não é algo que se enfrente com uma espada... Aí depende de qual espada você está falando.

Senti minha pele esquentar só por ter esse tipo de pensamento. É agora ou nunca.

Segui em frente.

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Estava exatamente do jeito que eu tinha deixado antes de ir para a reunião. Encontrava-me na perto de um pequeno lago que encontrei recentemente no meio da floresta. As grandes árvores envolviam um espaço aberto e plano na beira do lago. O sol ainda estava baixo.

O pano listrado estava estendido no chão da clareira com uma cesta de piquenique. A cesta e os alimentos contidos nela eu havia arranjado com um filho de Deméter e uma filha de Dionísio, depois de ajudá-los com um problema há irrigação de morangos.

Ouvi um barulho de galho se partindo. Virei minha cabeça na direção do som. Parecia vir de trás de uma árvore. Aproximei devagar do tronco. Havia alguns galhos e folhas caídas ao redor dele. Passei pela arvore e espiei o que estava atrás dela. Nada.

Será que o barulho veio de mais longe? Ou meu nervosismo me fez imaginar coisas?

– Acho que não tem ninguém aí – disse a voz de Annabeth, bem atrás de mim.

– Pelo Tridente de Poseidon! -Virei rapidamente para trás. Meu coração quase tinha saído pela boca. – Annie! Quase me matou de susto!

A filha de Atena não tinha se controlado e chorava de rir. Levantando a cabeça bruscamente e dando uma gargalhada contagiante. Ela estava segurando o boné dos Yankees. Meu coração começou a desacelerar.

– Sua reação foi mais engraçada do que imaginei – ele conseguiu se contiver, mas ainda tinha aquele lindo sorriso estampado no rosto.

– Não sei pra quê fazer isso... – retruquei. Cruzei os braços.

A loira envolveu meu pescoço com os dois braços, aproximando nossos rostos.

– Dizem que o medo e o desejo sexual são emoções intimamente interligadas. – sussurrou sedutoramente. Deu-me um longo beijo, que só fez meu coração acelerar novamente.

Envolvi sua cintura com meus braços, apertando-a contra meu corpo. Devido à falta de ar, Annabeth interrompeu o beijo.

– Estou morrendo de fome. Nem tomei café da manhã! – A garota deu uma olhada por cima de meu ombro. Espiando a cesta de piquenique - Espero que tenha comida ali.

Ela se desvencilhou de mim e sentou-se em cima do pano listrado. Sentei-me a seu lado e abri a cesta.

– Tenho aqui uns sanduíches... – falei pegando dois sanduíches embrulhados em guardanapos. – Maçãs, morangos, suco de uva, um pacote de cookies e... Dois pacotes de KitKat.

Annabeth escolheu um dos sanduiches, desembrulhou-o e mordeu um pedaço.

– Hum... – observei-a enquanto mastigava. – Está muito bom.

Peguei um sanduíche e comecei a comê-lo.

– Então... Quer falar sobre a reunião que tivemos? – sugeri. Eu precisava muito saber a opinião que ela tinha sobre isso, mesmo interrompendo um pouco o clima romântico.

Ela ficou um tempo mastigando o pedaço do sanduíche.

– Não sei o que dizer sobre isso. Só precisamos ter cuidado.

–Hazel disse que não devemos acreditar em toda loucura que vier pela frente. – falei.

– Ela pode estar certa. – a filha de Atena bebeu do suco de uva. – Esse Felix pode ter sido enfeitiçado ou algo parecido, ele pode ter sido enganado. Mas por que alguém inventaria uma situação tão complexa como essa?

– Pra nos fazer acreditar? –sugeri.

– Essa técnica de manipulação é interessante... – comentou. – Mas duvido muito que seja isso. Há um fundo de verdade nisso. Rachel disse que teve uma visão.

Mudei de posição, ficando de frente para Annabeth.

– Uma nova profecia? – sugeri. – Um novo vilão? Repetimos tudo outra vez?

– Provavelmente. “No novo mundo acontecerá a reunião dos heróis”, foi o que Rachel disse. – A loira se virou, ficando cara a cara comigo. – Eu me pergunto: Por que justo agora? Poderia ser mais tarde, tipo, daqui a 50 anos.

– Rachel também disse que não podemos impedir isso. – falei segurando sua mão. – Mas podemos adiar.

– E se a gente não conseguir? E se nós formos levados para esse outro mundo, na companhia de bruxos e o que mais possa ter por aí? Isso pode acontecer ainda hoje.

Inclinei meu corpo em sua direção.

– Então temos que fazer tudo o que precisamos antes que os problemas comecem.

Beijei-a. Um beijo mais curto. Mordi levemente seu lábio inferior enquanto me separava dela. Annabeth segurou meu rosto, mantendo minha testa encostada à dela.

– Zia falou que, se formos levados para esse outro mundo ainda hoje, vamos nos esquecer de tudo o que acontecer agora.

Meu pulso estava acelerando novamente. Nunca vou conseguir manter minhas emoções controladas enquanto estiver perto dela,pensei, sorrindo comigo mesmo.

– Então vamos fazer de agora. – deitei na toalha de piquenique, puxando Annabeth para cima de mim. – Um momento inesquecível.

Então colei nossos lábios. Senti um grande arrepio percorrer todo o meu corpo. Algo começou a se agitar na parte inferior do meu corpo enquanto eu apertava a garota para mais perto de mim. Beijei-a como se não houvesse amanhã.

E não é que eu estava certo?

A coisa estava ficando... Com a temperatura mais elevada. Senti todo canto do corpo de minha namorada encostado ao meu. Por cima das roupas, é claro... O tecido da camisa que Annie usava estava me incomodando bastante, mas, antes que eu pudesse fazer algo para resolver o problema. Senti que a camisa dela já não estava mais ali... E Annabeth também não.

Abri os olhos. A loira estava sendo arrastada por uma criatura imensa, com asas, penas e garras. Um Grifo. Não tive tempo para pensar, corri atrás da criatura que arrastava a filha de Atena para longe. Joguei água do lago na cara do bicho usando meus poderes, mas ele começou a levantar voo, levando Annabeth junto.

O monstro já tinha se elevado um metro no ar. Eu corria a toda velocidade, cobrindo distância pela floresta. Um metro e meio. As garras do animal cobriam toda a cintura da garota. Ela gritava meu nome, pedindo ajuda, tentando se livrar daquele monstro.

Pulei. Agarrando uma perna de Annabeth. O grifo nem percebeu o aumento do peso, já estava a dois metros e meio do chão. Minhas mãos suavam. O tênis que Annie usava estava saído de seu pé. As árvores passavam como um borrão. Estiquei a outra mão para tentar agarrar o outro pé.

Alguma outra coisa agarrou meu pé. Soltei o tênis de Annabeth. Caí no chão de terra da floresta. Rolando e espalhando lama por todo lado. Meu peito estava dolorido. Senti uma ardência em meu rosto. Virei meu corpo para cima, e vislumbrei um boné cair do céu enquanto Annie desaparecia por entre as árvores.

Soltei um gemido de dor. E ouvi o barulho de passos se aproximando. Virei minha cabeça para o lado, a fim de ver quem tinha me impedido de salvar Annabeth.

Nico Di Angelo ajoelhou-se quando chegou perto de mim.

– Por que fez isso? – minha voz estava fraca. Senti uma pontada de dor no braço em que segurei o tênis de Annabeth. – Eu poderia ter salvado ela.

– Não adiantaria nada. – respondeu o garoto, sentando ao meu lado. – Vai acontecer hoje. Agora. Annabeth está sendo levada para quem quer que tenha aberto esse portal. Todos vão ser levados para o outro mundo, não importa onde estejamos.

– Então por que você não me deixou ir? Todos vão para o outro mundo de qualquer jeito.

Nico colocou sua mão sobre a minha testa, como se medisse minha temperatura. Ele ficou ajoelhado ao meu lado e fechou os olhos, concentrado.

– Porque... – sua mão já estava gelada, mas ficou mais fria ainda. – Se você fosse com o grifo, o portal te levaria para um lugar aleatório do mundo. Se for eu a te enviar, posso escolher exatamente o lugar onde você aparecerá.

– Você sabe abrir um portal? – perguntei. O ar ficou mais frio e o dia, mais escuro. A pele do filho de Hades ficou mais branca do que papel, parecia brilhar. – Para onde você vai me enviar?

O sol tinha desaparecido. Não existia mais luz ou calor. Nico agora era um flash de luz tremeluzindo. Ele colocou alguma coisa em minha boca e me obrigou a engolir. Eu não sabia o que era. Era redondo e quente, mas não tinha gosto de nada. O que é isso?

– Essa é a sua mensagem. – respondeu como se tivesse lido meus pensamentos. - Vou te enviar para o lugar que você deve estar. Nos encontraremos do outro lado, amigo.

Então o mundo começou a girar. Flashes de luz corriam para todo lado em meio à escuridão. Em um momento, pensei ter visto o grifo carregando Annabeth, o boné da invisibilidade caindo do bolso da garota enquanto ela passava por entre galhos e folhas.

Em um momento, senti que estava me afogando. Tinha água em meus pulmões, mas a sensação foi embora.

Acordei gritando, dentro de um carro com três estranhos dentro dele, sem memórias do dia anterior.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam?
O que aconteceu na missão do Nico?
O que ele descobriu? E o que ele falou na reunião?
Por que Hazel teve que entrar lá?
O que aconteceu com Annie?
O que Percy quis dizer com: "Fazer desse momento inesquecível"?
(Aquela Carinha)
Espero que tenham gostado! Até o próximo....
Aviso: Semana que vem vai ser semana de prova, então... Se eu demorar pra postar... Já sabem.
;):):)