Sim! Eu sei! Devia ser “Até nunca” em vez de “Até segunda-feira”.

Bom, mas eu tenho uma explicação para isso. A tia Banner obrigou-me a ficar até as minhas aulas acabarem… Finalmente estou de férias mas devolvi o meu apartamento alugado, acabei de arrumar tudo o que era meu e passei a viver inteiramente em casa da tia Banner. Para Sempre.

Mas não é isso que me incomoda. O que me incomoda mesmo é a parte de ter de passar todos os dias da minha vida enfiada no quarto com quem partilho com um rapaz muito mal-encarado, resmungão e extremamente carrancudo. Sim! Eu partilho o quarto com o Sr. Mikoto. E para ser franca, este mês que passou foi o mais infernal que passou.

Logo no meu primeiro dia em cassa da tia Banner, dirijo-me ao “meu novo quarto” e encontro um homem ruivo de troco nu, apenas com uma toalha minúscula a cintura. Saí a gritar claro. Estava a desabafar com a tia Banner no sofá quando ele do nada aparece (já vestido) e começa a discutir, chamando-me “deficiente” ”mal-educada” e perguntou se eu não sabia bater á porta. Bem eu apenas disse ”Era o meu novo quarto, claro que ia bater á porta para um quarto vazio que iria passar a ser meu!” Ele não fazia a mínima ideia do que eu estava a falar e por isso a Tia Banner teve de explicar tudo. Resumindo: Vamos ter de dormir no mesmo quarto pois não há quartos de vago. Eu sugeri que dormisse no sofá, o Mikoto sugeriu que dormisse na rua, mas a tia Banner não respondeu a nenhum. Apenas disse “Vós ireis dormir juntos no mesmo quarto”. A conversa acabou e fomos cada um para o seu quarto.

A primeira coisa que ele faz é deitar-se na cama do lado esquerdo do quarto. Enquanto eu desfazia as minhas coisas já conseguia ouvi-lo ressonar baixinho. Ainda bem que não será um incómodo.

As coisas foram sempre assim, ninguém falava com ninguém, ele entrava no quarto para tomar banho ou dormir. Até ao final de jantar em que eu me despedia da tia Banner e agradecia por tudo o que ela tinha feito por mim. Ela mostrou-me uma carta da minha avó onde implorava que ficasse em casa da tia até ela se sentir melhor pois tinha medo. A minha reação foi óbvia. Eu não aguentava dois dias a viver debaixo do mesmo teto daquele passaroco e vou ter de passar o resto da minha vida? Acho que preferia morrer primeiro, mas como era o desejo da minha avó, só tinha de o concretizar, não é verdade?

E o tempo passava, o Mikoto faltava as aulas todas do primeiro tempo por isso eu saia mais tempo. Até ao dia dos meus anos, onde, por alguma razão fantasmagórica, o despertador não tocou, pelo que tive de correr pela porta fora e chegar 30min atrasada á aula de inglês. A professora Kyala ficou passada mas eu tentei redimir-me estando com atenção e participativa na aula. Quando saímos da aula, a May foi a primeira a desejar-me os parabéns, e de seguida vieram todos. Até o Castiel foi simpático e me deu os parabéns imagina, lembro-me bem das palavras dele: ”Parabéns! Quanto fazes? 25? Com esses melões só pode ser 25!”

Pouco tempo depois, algo aparece e toda a gente para de rir. Olho na mesma direção e era o Mikoto. Dirigiu-se ao Castiel e disse-lhe algo que o deixou bem animado. Com isso olha-me, vem na minha direção e retém-se: “Só não te esqueces da cabeça porque ela está agarrada, não é?” Não entendi bem o que essas palavras significaram, mas de certeza não era nada bom!

Ops! Há gente que não consegue dormir por causa do candeeiro aceso. Peço desculpa mas parece que vou ter de acabar por aqui. Deixo-vos com os vossos pensamentos.

Até amanhã!

DastanDrake