Bom, vamos começar pelo primeiro amor que conhecemos: o amor de pais. Caso você não foi criado (a) pelos pais, considere a pessoa responsável pelo teu crescimento até hoje, pode ser avós, irmãos, tios, primos, amigos etc. Eles são o seu primeiro amor, pois te viram nascer, crescer, te educaram e por aí vai. Eles são a nossa primeira visão do amor, seja no cuidado, nos sermões e no blá blá blá que ouvimos. Há dois grupos dentro do amor familiar que tem a total influência que determinam a nossa busca de amores futuros que são:

Familiares Presentes:
São os responsáveis que se preocupam, que pegam no pé, que ficam naquele famoso blá blá blá que nós odiamos. Eles nos amam e querem o nosso melhor, mesmo que no nosso ver, não é tão melhor assim agora, mas lá na frente vamos agradecer.

Familiares Ausentes:

São os responsáveis que estão ali mas não tem aquela pegação de pé, tem um certo blá blá blá mas não é constantes. Não significa que eles não nos amem, mas não se tem aquele grau alto de preocupação. Muito visto em casos de pais separados, pai/mãe sozinhos, ou algo no passado desses familiares que faça esse “desleixo” ser algo considerado natural.

Ambas divisões tem seus lados positivos e negativos que podem ser vistos como no caso:

Familiares Presentes:
– Positivo:

Nos privam de passarmos coisas negativas e frustrantes, e muitas vezes desnecessárias.

– Negativo:

Excesso de amor, de preocupação, enfim de tudo. E tudo que é demais, exagerado, estraga.

Familiares Ausentes:

– Positivo:

Você adquire uma independência mais cedo, aprende e amadurece um pouco mais rápido.

– Negativo:

Você acaba buscando em outras pessoas, coisas, essa falta que você tem. Você passa a buscar algo ou alguém que supra esse amor familiar que você não teve, e isso acaba gerando frustrações dolorosas.

Esse amor é muito comum hoje em dia, e como ele é o primeiro amor que conhecemos, acaba gerando feridas, marcas que vão ter consequências dolorosas lá na frente. A melhor solução é a conversa. Sim, a conversa. Muita gente sofre no futuro por sentimentos, palavras retidas. Conversar é uma coisa tão fácil, mas se torna algo totalmente assustador e receoso quando temos que confrontar, pedir, explicar o que sentimos. Já tentou parar de buscar essa “carência” nas pessoas erradas, e buscar isso nas pessoas certas? Desabafe. Se te faz falta, se você sente uma certa carência familiar, não hesite, fale com o responsável. Dores emocionais tem consequências tão drásticas no futuro, que se não forem tratadas com a pessoa certa (a que causou aquilo) dificilmente serão curadas com o tempo. Analise sua família agora, dizem que cada um tem a família que merece, mas ninguém merece ser desfalcado familiarmente falando. Não estou dizendo que existem famílias perfeitas, longe disso, isso sim é uma utopia. Quando estiver preparado (a), sente com o responsável pelo seu desfalque emocional e desabafe. Não altere o tom de voz, não acuse, o primeiro passo do amor é a calma e o conversar. Tente fazer que a pessoa entenda essa sua carência, que ela entenda o seu lado, mas que principalmente, você possa ouvir a justificativa para tal falha. Não seja vítima, exponha o seu lado, mas não comece sendo vitimismo do ocorrido, problemas ocorrem e é necessária uma certa maturidade para se resolver. Entrem em um acordo, busquem soluções para o atual problema. Procure enfrentar a dificuldade de desabafar, não é errado você admitir que foi magoado, mas lembre-se sempre que após ouvir o outro você tem que perdoar. Às vezes magoamos quem amamos por não termos uma bola de cristal pra adivinhar que magoamos, então procure se abrir.

Falar sobre essa carência, essa falta não é mendigar amor, é você fazer o próximo perceber que você se importa e que você quer um relacionamento recíproco. Procure passar para suas futuras gerações reciprocidade de tudo que for bom, inclusive conversar. Pode parecer algo insignificante, mas a maioria das famílias que conheço, acabaram pela simples falta de diálogo. Muitos relacionamento que parecem dar certo acabam porque um acaba ferindo o outro sem saber que feriu, e isso acaba em um total desgaste, pessoas acabam frustradas e decepcionadas. Fale o que sente, seja bom ou ruim. Se resolva. Hoje a maior causa de decepções são de pessoas mal resolvidas. Procure entender também que cada um encara a vida de um jeito, e talvez esse familiar encara o jeito que te cria/criou como bom pra você, mas nem sempre o que é bom para nós é bom para o outro. Então sim, converse, dialogue. Exponha, ouça, mude. As coisas mudam se você mudar. Se você não falar, ninguém vai saber. Mas aconselho não desandar a falar, pense no que vai falar porque as palavras magoam e muito, e uma vez que você fala não se pode voltar atrás, quem ouve nunca esquece. Não é o que você fala, mas como fala que pode ofender e magoar alguém, fale calmamente, saiba seu tempo de falar e seu tempo de ouvir. Após o que foi dito, pensem na futura solução e coloque em prática, é como dizem: A prática é melhor que a teoria. Você vai ver que começando pelo o seu lar, muita coisa pode e vai mudar. Você que já conhece, vai amar continuar conhecendo desse amor, e você que ainda não conhece, vai experimentar uma sensação de paz, carinho. Mas como eu disse, não há famílias perfeitas. Vai ter briguinhas, falatório, mas saiba admitir seus erros, pedir perdão e voltar a harmonia. Não existe uma receita certa pra isso, você precisa desenvolver com o tempo, e isso leva a um processo que pode ser rápido ou um pouco mais lento, mas garanto que quando se começa aquilo deixa de ser uma obrigação e acaba sendo um hábito, e que coisa gostosa essa de amor de família hein?! Experimente. Se permita mudar e sentir algo que é bom!