Some Hearts escrita por Kleia Santos


Capítulo 12
Capitulo 12




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Lois adentrou no primeiro andar do Talon e deu uma leve risada maléfica antes de seguir com o seu plano. O lugar estava um caos: a farra com certeza entrara pela madrugada, pois havia mulheres amontoadas pelo chão, dormindo de qualquer jeito.Entre as conhecidas, Sol e uma das amigas de Chloe dormiam abraçadas à mesma almofada atrás do balcão. Laud e Fal compartilhavam o sofá com algumas garrafas vazias enquanto Carol ressonava aos pés do mesmo
cobrindo-se com uma saia que não era a dela. Seus pés faziam cócegas na cara de uma outra mulher, quem Lois nem mesmo conseguiu identificar. Um pouco adiante, a morena pôde ver
Barbarella, a blusa entreaberta melada de algo que parecia Chantilly.
“Deve haver uma série de frangas na lista de desaparecidos dessa manhã...” Lois disse para si mesma parando no meio do salão para em seguida puxar um apito do bolso de sua calça preta.
PPPPRRRRRRRRRRRRRRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!!!!!!!
O apito militar soou alto e forte, fazendo a maior parte da mulherada levantar de sobressalto.
“Acorda, povo!! São 7 horas da manhã e nós temos um casamento para preparar!!!!!”
Lois berrou e soou o apito mais uma vez, acordando as mais resistentes. CCF se mexeu para debaixo da mesinha de centro, como se ali estivesse protegida da General Lane,
“Ah, não quero! Ta tão bom aqui o soninho...”
Laud e Fal se ergueram derrubando as garrafas que estavam sobre elas.
“Aff, to mal aqui...” disse Laud levando a mão à cabeça, “Alguém anotou o número da placa?”
“Andreas, 29 anos, 1,88 de altura...” disse
Fal ajudando a amiga. Junto às escadas, Barbs olhava em volta fechando a blusa,“Alguém viu a Manu e a Sol?”
“Srta. x na testa está aqui...” Lois caminhou até o balcão e percebeu que a caçula do grupo ainda dormia, e parecia dizer alguma coisa em seu sono:
“Oh, isso.. ai, mais pra cá, mais pra cá...”
“Ok, essa vai precisar de um balde gelado” Lois estendeu as sobrancelhas e se voltou para as amigas, “Gente, vamos lá! Preciso da ajuda de vocês hoje mais do que nunca! Temos um casamento em algumas horas e eu estou quase enlouquecendo!”
“O que quer de nós, é só dizer que a gente manda ver...” Carol disse se levantando enfim, “Alguém sabe por que minha calcinha está ao contrário?”
“Ok, então” Lois sacou seu caderninho e uma caneta, olhando para as garotas, “Eu meio que estou
presa em uma matéria para o DP, então terei que me virar em duas hoje. Laud, pega a Manu e vai buscar o resto do pessoal no aeroporto, o vôo chega às 10h30. Fal e Sol, vocês ficam aqui para. ajudar a Chloe com os preparativos, etc, ela vai terminar de se vestir lá na fazenda. Carol e Barbs,
vocês vão para a Fazenda adiantar os últimos detalhes no celeiro, eu encontro vocês lá mais tarde.
As meninas confirmaram e Lois subiu as escadas para o segundo andar. Abriu a porta e de cara viu a Manu dormindo no sofá, somente de lingerie. Chloe estava estirada na cama, e uma gravata
borboleta estava presa ao seu calcanhar.
“Ok, round dois...” Lois riu para apitar mais uma vez, fazendo Manu e Chloe despertarem no ato. “
“Oh meu Deus, Lois?!” Chloe disse com a cara amassada, saindo da cama e cambaleando até Lois, “Onde você se meteu ontem?”
“Comemorando sua despedida de uma forma super, se é que pode me entender...” ela falou mais baixo para que a Manu, que se aproximava das duas, não ouvisse.
“Oi, povo, vocês viram minha roupa por aí?” a jovem disse desnorteada de sono.
“Eu não sei do pacote completo, mas Carol parece ter achado uma utilidade noturna para a sua saia...” Lois respondeu apontando para o andar debaixo.
“Aquela mosquita! Vou matar ela, fatão!” resmungou Manu saindo do lugar. Chloe voltou-se para Lois,
“Que horas são?”
“Sete, mas não se preocupe, temos tempo de sobra! Eu já dividi tarefas com todo mundo, e tudo estará pronto na hora para o seu momento maravilhoso!”
Chloe sorriu, sentindo-se empolgada com o dia que estava diante dela. Olhou para a prima ainda sorridente,
“E você, está indo para a fazenda?”
“Ainda não, eu tenho essa matéria sobre um contrabandista de armas e hoje pela manhã um informante que eu andava atrás decidiu falar e eu vou encontrá-lo amanhã em Star City...
Assim eu terei o suficiente para escrever a história, tirar meu editor do meu pé, comemorar seu casamento e ter uma matéria de capa!”.
“Soa muito intenso!” Chloe disse surpresa, “Então você vai viajar amanhã?”
“Coisa rápida... Ao contrário de sua lua-de mel..”
Chloe sorriu, mas o nervosismo estava transparente em seu olhar.
“Lois...”
“Vai dar tudo certo, Chlo. Hoje será perfeito” ela concluiu beijando a testa da prima e envolvendo-a num abraço terno, fazendo-a se sentir verdadeiramente bem.***

Em Star City, um homem de barba e cabelos grisalhos caminhava apressadamente para o seu apartamento. Olhou para os lados antes de adentrar o prédio e subiu as escadas correndo, aparentemente com medo de algo ou alguém.
Sacou as chaves ainda no corredor e abriu a porta rapidamente, entrando e batendo-a em seguida.
O apartamento estava um pouco escuro por causa das cortinhas fechadas, apenas uma pequena fresta de luz podia ser vista ao leste da pequena sala.
Foi o suficiente para o homem parar com os olhos arregalados:
Havia deixado a cortina aberta ao sair.
Antes mesmo de esboçar qualquer reação, foi atingido por um soco vindo da sua lateral direita. Caiu sangrando no chão e olhou para o alto, onde um homem alto e forte se estendia sobre ele com um olhar de nenhum amigo.
“Bom dia, Doug..”
A voz rasgada surgiu à sua frente, mas o dono do apartamento não mostrou surpresa ao ver aquele homem alto e magro caminhando em sua direção. Apesar da escuridão, podia ver seu volumoso bigode e o bico de viúva em seus cabelos castanhos que lhe era tão familiar.
“O que quer, Naga?”
“O que eu quero?” o homem de bigode ironizou, sacando um cigarro de sua calça e apontando para o guarda-costas, que ascendeu rapidamente,
“Quero saber por que você está me vendendo, seu sacana!”
“Eu não fiz nada!” Doug cuspiu um pouco de sangue tentando se erguer, mas o capanga repousou o pé sobre as costas dele mantendo-o rente ao piso sujo.
“Não? Eu fui muito generoso quando te deixei ir sem pagar as conseqüências, Doug. Mas aí você me traiu, me vendendo para um jornal barato. Agora eu soube que você entrou em contato com
um jornalista de Metropolis, hun? Quem é ele?”
“Não sei do que está falando.”
“Sei...” Naga fez sinal para o capanga que chutou Doug nas costas com força. O homem urrou de dor e o capanga segurou o pé sobre a cabeça dele desta vez.
“Tem certeza que não sabe?”
Doug se manteve calado, mas um outro capanga surgiu saindo de seu quarto. Trazia nas mãos um pedaço de papel que entregou a Naga.
“Acho que pode ser isso, Senhor”
Naga pegou o papel e leu. Uma caligrafia terrível, mas os dizeres estavam claros:
Lois Lane, Daily Planet. lane@dailyplanet.org.
“Lois Lane… Não é a repórter que fez aquela matéria sobre o super herói de Metropolis?” Naga questionou, voltando-se para Doug, “Foi para ela que você me vendeu, hun? O que você disse a ela?”
Doug não disse mais nada.
Sabia que estava acabado. Considerando o que realmente sabia sobre Naga, era um homem morto. Naga colocou o papel no bolso e olhou para os capangas, se dirigindo para a saída do apartamento.
“Limpem esse lixo e depois me encontrem no hangar. Parece que terei que fazer uma escala em Metropolis antes de irmos para a Colômbia...”

***
Clark parou sua caminhonete próxima a uma banca de revistas e atravessou a rua. Já havia feito praticamente tudo que ficara sobre seus cuidados, desde pegar o terno dele e de Jimmy aprovidenciar mais algumas flores para o celeiro. As coisas pareciam ir muito bem e ele mal podia
acreditar que sua amiga estava mesmo casando. Mas não era bem isso que lhe ocupava a mente naquele momento.
Acordara com essa idéia fixa na cabeça.
Era mais do que um pensamento,na verdade.
Era um sentimento contínuo de que ele precisava fazer aquilo.
A noite anterior ao lado de Lois o fez
visualizar um futuro que ele jamais conseguiu vislumbrar antes, e o sorriso dela preenchia cada centímetro dele.
Clark entrou na joalheria e imediatamente um atendente caminhou em sua direção.
“Bom dia, senhor.. Em que posso ajudá-lo?”
“Bom dia”, Clark disse um pouco nervoso, olhando em volta, “Eu estou atrás de uma joia. Um anel.”
“Temos muitos, senhor, tenho certeza de que irá gostar de um deles. Mas que tipo de anel?”
“Não, não” Clark se corrigiu caminhando até o centro da loja onde havia um pequeno box de vidro com as mais belas joias da loja, “Eu estou procurando por um anel específico. Eu já estive aqui antes, no dia em que o antigo dono foi preso. Ela escolheu o anel, estava aqui”.Clark apontou para o box de vidro e o atendente tentou acompanhar o raciocínio dele.
“Muitas peças foram vendidas desde aquele dia, senhor, ou transferidas para nossa filial em Star City. E se ela estava neste box, era uma peça exclusiva...”
“Deve estar em outro lugar então” Clark disse tentando não acreditar que a peça havia sido vendida.
“Temos outros aneis de noivado que o senhor pode gostar também..”
“Não, tem que ser aquele, ela colocou no dedo, ela adorou aquele anel... Por favor!”
O atendente percebeu que aquele homem não aceitaria um não como resposta. Não porque aparentasse ser persuasivo ou teimoso. Simplesmente porque pôde ver em seu olhar o quão apaixonado ele estava...

***
De volta à fazenda, Lois sentou com o pessoal do buffet para encerrar os últimos detalhes da recepção.
Fez inúmeras ligações para o pessoal do som que ainda não havia chegado, além de verificar se o pessoal no Talon estava dentro do horário. Aproveitou para comprar sua passagem para Star City e reservar um hotel para uma noite. Por mais incrível que pudesse parecer, tudo parecia estar dando certo, e ela nem sentia mais o nervosismo de dias antes. Sentou-se em um dos bancos da cozinha e mordiscou um pequeno doce de morango enquanto riscava de sua lista o
que já havia conseguido dar conta. Sorriu feliz. Havia conseguido preparar uma super festa para sua prima e nada a poderia deixá-la mais feliz. Ao menos, era o que ela achava.
Lois não percebeu Clark parado junto à porta da cozinha a observá-la. Ele repousou seus olhos
sobre ela como se não houvesse mais nada naquele espaço além dela. Observou-a morder o doce suavemente, voltar sua atenção para o bloco de notas enquanto cruzava as pernas.
Distraída com o mundo real, era ainda mais adorável. Só fazia Clark pensar que valera a pena todo o esforço que fizera.
Não havia mais ninguém na cozinha amarrotada de comida e Clark deu um fino assopro na direção de Lois. Estava a cerca de três metros dela e aquilo chegou até ela como uma leve brisa, agitando seus cabelos o suficiente para chamar sua atenção.
Lois olhou na direção da porta e sorriu ao vê-lo parado ali, olhando para ela. Por um momento não disseram nada, apenas namoraram a distância por meio do olhar.
“Eu sabia que uma brisa tão suave e gostosa só poderia ter vindo de você...” Ela quebrou o silêncio, girando um pouco no banco para que ficasse de frente para ele.
Clark tomou um pouco de ar e assoprou de novo, tão delicado como o primeiro. Lois fechou os olhos ao sentir aquela carícia à distância eriçando a sua pele, uma brincadeira que só ela poderia ter o prazer de vivenciar. Era incrível como desde que soubera do segredo de Clark, ele sempre
procurava uma forma de usar seus poderes com ela, nem que fosse para acariciar-lhe com o vento. Poder ser ele mesmo o deixava radiante, e a forma como Lois aceitava aquilo o fazia ainda mais seguro e feliz.
Clark caminhou na direção de Lois e ela ofereceu o pedaço do doce que estava comendo.
Ele abriu os lábios, deixando que ela colocasse o doce em sua boca. Mordeu de forma prazerosa, era realmente gostoso.
“Onde está todo mundo?” ele perguntou olhando em volta.
“Por aí..” ela disse mordendo outro doce.
Antes mesmo de Lois se dar conta, Clark a levantou do banco com uma única mão e sentou ele mesmo na peça de madeira.
Lois preparou um pequeno protesto, mas desistiu no momento em que Clark a trouxe para seu colo, beijando-a romanticamente. Eles sorriram um para o outro, mas Lois percebeu que havia algo diferente em Clark.
“O que foi?” Ela perguntou cruzando as pernas tal como estava no banco, só que agora sentada no colo dele.
“O quê?” Ele perguntou sorrindo descaradamente para ela.
“Você está super feliz.. Quer dizer, depois da última noite, eu sei que você tem muitos motivos para estar todo sorridente, eu certamente tenho...” Ela sorri pensando nos momentos que passara com ele, “... mas você está mais serelepe do que o normal”
Ele deu um beijo na bochecha dela em resposta, realmente estava feliz e sorridente além do normal.
Mal podia conter tanta excitação em si próprio. Lois não podia ver da forma como estava sentada, mas Clark levara sua mão esquerda ao bolso de sua calça. Passou a mão na pequena caixa de veludo que ali se encontrava e teve vontade de sacar ali mesmo, perante aquele momento perfeito. Mas acabou por decidir esperar.
Tinha que ser mais do que especial.
“Clark?...” Lois insistiu curiosa, mas ele conteve a vontade de fazer o que tanto queria.
“Tem gente vindo...” Ele disse e ela sabia que poderia tanto ser alguém na porta da sala como na rodovia. A super audição de Clark tinha dessas coisas.
Lois desceu do colo dele ao ver Barbs e Carol adentrando a cozinha.
“Ooops, não queríamos estragar o momento do casal..” comentou Barbs sorrindo. “Chloe já chegou, vamos ajudar ela a se arrumar”
“Yeap, e o celeiro já está um luxo!” completou Carol.
“Ok, então...” Lois seguiu na direção das meninas, “Eu vou ver se ela precisa de alguma coisa”
Virou-se para Clark e depositou um beijo em seus lábios, “Depois terminamos essa conversa, Mr. Misterioso”
Clark sorriu, observando Lois subir as escadas. Levantou ao ouvir a campainha, mas Carol estava mais próxima da porta e abriu.
“Olá...” Disse a jovem mulher de olhos claros e cabelos negros, “O Clark está?”
“Sim”, respondeu Carol dando sinal para que ela entrasse. A mulher entrou e parou ao ver Clark,
que fez o mesmo. Ele mal podia acreditar no que estava acontecendo.
“Lana?”
Carol e Barbs entreolharam-se discretamente.
“Quem é essa tripa seca?” questionou Carol ao pé do ouvido da amiga
“Não sei..” Barbs respondeu igual,
“Mas seja lá quem for, cheira a problema.”E dos grandes.


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