Paixões gregas - Destinos Cruzados (Degustação) escrita por moni


Capítulo 3
Capitulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oiiiieeee
Espero que gostem! Agora vou terminar Resumption e posto ainda hoje.



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Pov – Heitor

Assim que liberam meu embarque sigo para o jato, quando entro Ulisses acena em seu jeans velho e fone de ouvidos. Nick ainda de terno e com documentos nas mãos me encara com um leve sorriso.

Me sento um pouco distante dos dois, quero pensar um pouco e não estou interessado em conversa.

─Dia ruim? – Ulisses pergunta, não vou conseguir me livrar dele, Nick é diferente, bastou que sentasse longe para ele entender que quero ficar quieto, mas Ulisses vai me torturar toda a viagem.

─Só cansado Ulisses, vou dormir um pouco. – Me encosto no banco aperto o cinto e fecho os olhos. O jato começa a taxiar, Nick volta para seus papéis.

─Problemas no escritório? – Ulisses questiona. – Foi aquela coisa com o Nick. Você irritou nosso irmão Nick?

─Deixa de ser bobo Ulisses, resolvemos aquilo ainda pela manhã. – Nick responde sem tirar os olhos do papel.

─Mulher? – Ulisses pergunta cinco minutos depois.

─Só quero dormir um pouco Ulisses. – Ele se cala, mas fica me olhando, fecho os olhos mais uma vez. Menos de cinco minutos depois ele volta a me questionar.

─É bonita? Casada? Não deu certo?

─Pega uns papéis na pasta e finge que está lendo, quem sabe ele te esquece. – Nick aconselha ainda lendo qualquer coisa e começo a achar que está só se livrando de Ulisses.

─Boa noite Ulisses.

─Vamos pousar logo se dormir vai acordar de mau humor.

─Já estou de mau humor.

─Nunca fico de mau humor, será que eu tenho problemas? – Ele encara Nick, o mais novo desvia os olhos dos papeis um segundo.

─Quer uma resposta? Achei que era retórica por que sim eu acho que tem.

─Também está de mau humor?

─Não, estou trabalhando, volta para sua música Ulisses.

─Viagem chata! – Ele resmunga, o avião balança em uma turbulência forte, troco um olhar tenso com Nick, Ulisses ri. Adora qualquer espécie de adrenalina, tudo o diverte. Queria ver como agiria se estivesse no meu lugar.

─Uma nuvem garotos, nada demais, não entrem em pânico! Queria estar pilotando, mas estava cansado demais e achei melhor não arriscar, mas vou voltar no comando.

─Se está cansado dorme um pouco Ulisses.

─Quando eu morrer vou ter muito tempo para descanso. Ela é bonita?

Linda eu penso, e ainda sinto o gosto do seu beijo e isso me deixa com raiva, porque ela quer me tomar minha filha e não quero sentir nada por ela que não seja raiva.

─Entendi, esse silencio diz que sim, ela te deu o cano e ficou bravo? Já tem alguém?

─Boa noite Ulisses. – Decido ignora-lo o resto do caminho, ele desiste colocando de volta os fones de ouvidos, Nick nem parecia nos notar a seu lado e me deixo relaxar, ou tentar, vou deixar para contar a eles quando estivermos todos juntos, não quero me prender a perguntas sem fim só para ter que responde-las todas de novo para Leon e Lissa.

Tony prometeu saber mais sobre ela, é bom ter um amigo da Interpol, não é nada oficial, mas ele garantiu falar com umas pessoas e olhar uns arquivos, preciso saber qualquer coisa sobre essa Olívia Barnes.

Ela é bonita, jovem e apesar de viver um apartamento minúsculo num bairro perigoso, pareceu ter cuidado bem da minha filha, minha garotinha faz ballet, sorrio, tão linda com os cabelos presos num coque e o vestido rosa, de meias e sapatilha, delicada, parecia um anjinho no breve momento em que ficamos cara a cara.

Quis abraça-la, dizer ao menos oi, mas só fiquei ali, parado, olhando aquela pequena parte de mim que não vi nascer, penso no dia do seu nascimento, no quanto queria ter estado lá, andando de um lado para outro ansioso.

Meus irmãos estariam comigo e teria sido muito confuso depois porque ainda não tínhamos Lissa e éramos todos muito jovens.

Mesmo assim eu teria dado tudo a ela, todo amor que podia, todo carinho e cuidado, daria um jeito de me entender com Patrícia e quem sabe pudéssemos ser amigos? Talvez eu pudesse ter pago um bom tratamento médico e ela ainda estaria viva? O que aquela idiota destruiu não tem como calcular.

O rosto de Lizzie me volta a mente, a voz suave e infantil quando se aproximou chamando a mãe. Não ela não é a mãe dela, a mãe dela está morta, mas eu não estou e o certo é ficar com minha filha.

Caminho para o helicóptero em silencio, aperto mais um cinto de segurança, me recosto em mais um banco e de novo fecho os olhos, é tarde e a ilha vai estar mergulhada no sono. Melhor assim. Não quero conversar hoje.

Penso no momento em que Lizzie estiver ao meu lado nesse mesmo helicóptero vindo conhecer a família, nos olhos curiosos, na voz doce me chamando de pai, sorrio com a ideia.

─Esse sorriso é coisa de homem apaixonado, estou com medo! – Ulisses me diz e olho para ele.

─Tem certeza que sua vida é mesmo boa como diz? Anda cuidando muito da minha a sua deve estar um tédio!

─Achei que o cara das patadas era o Nick!

─Falta muito para a gente descer e eu poder me livrar de vocês? – Nick pergunta pegando mais papéis.

─Dois minutos! – Ulisses responde no comando do helicóptero. – Vamos acordar toda a ilha, é uma gente que dorme cedo!

Chegamos, finalmente posso arrumar uma desculpa e me trancar no meu quarto até amanhã cedo, depois do café reúno a família e conto para todos juntos.

Só Lissa e Leon nos esperavam. Depois dos abraços e cumprimentos acho que já posso me retirar sem parecer o Nick.

─Que bom que chegaram bem. Com fome?

─Não Lissa obrigado, vou para cama, amanhã nos vemos. – Nick diz acenando.

─Eu também vou dormir, boa noite. – Digo caminhando na mesma direção que Nick.

─Está com algum problema Heitor? – Leon questiona e suspiro.

─Porque ninguém pergunta se o Nick tem problemas?

─Fui! – Nick apressa o passo.

─Por isso, o Nick tem por abito se livrar da gente.

─Olha eu realmente tenho um grande problema, mas prefiro me abrir amanhã, agora quero deitar um pouco e organizar as ideias. Amanhã conversamos.

─Tudo bem, descanse! – Lissa diz sorrindo.

─Viu como é simples, se tivesse dito isso eu não teria ficado tentando adivinhar. Tão simples! – Ulisses me recrimina. – Eu estou com fome e com vontade de conversar, vamos para cozinha Lissa, se quiser pode vir Leon, mas nada de ciúme.

Acabo rindo quando dou as costas a eles, essa é minha família que amo, e tenho certeza vão amar e proteger minha filha e Ulisses vai enche-la de mimos querendo ser o tio preferido.

Mau consigo dormir, hora pensando em Olívia, hora em Lizzie e no modo como vou contar a eles que tenho uma filha, isso vai ser um carnaval. Pela manhã depois do banho e quando me preparava para descer o celular toca, é Tony e atendo apressado.

─Tony! Que bom.

─Bom dia Heitor, está em Kirus?

─Bom dia, sim, estou na ilha, e então conseguiu apurar alguma coisa?

─Não muito o que é bom, significa que ela não tem ficha na polícia e nem se meteu em nada ilegal. Conversei com umas pessoas, procurei uns registros, coisas como cartão de credito, carteira de motorista.

─Não descobriu nada então?

─Ela tem vinte e quatro anos, o pai era dono de uma fábrica que faliu, ela, a madrasta e a irmã, Patrícia que na verdade é filha adotiva, parece que quando o pai se casou adotou a filha da esposa. – Então elas não têm nenhum parentesco sanguíneo, isso deve ser bom para mim. – Elas dividiram a herança, consegui olhar seu saldo bancário, tem umas poucas economias, isso é ilegal, não quero que ninguém saiba que fiz isso. – Ele me avisa.

─Não se preocupe. É só mesmo porque como te disse ela cria minha filha.

─Nenhum registro médico, da sua filha, já Olívia esteve internada duas vezes, uma na infância e outra na adolescência, mas nada grave, nenhuma doença fatal ou contagiosa.

─Puxa, você é bom, Obrigado.

─De nada, se precisar de qualquer coisa avise, mande um abraço para todos.

─Vou mandar Tony, obrigado.

Desligo um pouco esperançoso, estranhamente Lizzie até que se parece com a ela, tem muito dos Stefanos, mas os cabelos castanhos os olhos igualmente castanhos eu achei que lembravam ela. Patrícia era loira e de olhos azuis. Completamente oposta a Olívia e Lizzie.

Quando chego a sala de jantar a família está toda lá. Ulisses tomando café com Luka e Alana nos braços, os dois completaram dois anos.

─Tio! – Alana me vê e sorri, me abaixo para beijar seus cabelos e fazer o mesmo com Luka.

─Bola tio! – Luka me pede.

─Eu já disse que jogo Luka, eu que sou o tio legal e esportista.

─É! – Luka concorda.

Alana me estica os braços eu a pego no colo, penso de novo na minha filha, que não vi dar seus primeiros passos ou dizer as primeiras palavras.

─Como vai princesinha.

─Vamos pintar tio?

─Depois está bem?

─Quem quer passear no jardim com o vovô? – Lissa pergunta e os dois se contorcem querendo se soltar, Ulisses faz careta, eu apenas aceito soltar Alana.

─Jogada suja Lissa! – Ulisses reclama. Olho para Nick tomando uma xicara de café e assistindo a confusão de crianças pela mesa. Sempre atento a eles.

─Vem papai! – Luka e Alana puxavam Leon cada um por uma mão. – Vamos!

─Vamos, vou leva-los com o vovô, mas nada de se molhar com a mangueira.

─Ah! – Os dois resmungam.

─Só um pouquinho papai. – Alana pede quando se afastavam.

─Já que estão implorando desse jeito tudo bem, que posso fazer, mas não molhem a vovó, só pode molhar o vovô.

─Não se esqueçam que a vovó vira bruxa em contato com a água! – Ulisses grita quando eles sumiam. Acabo rindo, as vantagens de não se estar sozinho num momento desses.

Quando Leon retorna sozinho nos reunimos na biblioteca, é agora que me abro e juntos chegamos a uma decisão, espero tê-los ao meu lado.

─Pronto Heitor, estamos todos aqui, agora diga, o que está te perturbando tanto? – Leon me pergunta sentado ao lado de Lissa. Olho para todos eles, todos me encarando atentos a espera de minhas palavras, dou um longo suspiro, como eu começo?

─Acaba logo com essa angustia Heitor! – Lissa me pede e só tem um jeito de contar isso, contando.

─Eu tenho uma filha. – Pronto, assim de uma vez, despejo a notícia e encaro os olhos perplexos.

─Outro bebê? Vocês não cansam de...

─Nick! – Interrompo meu irmão apavorado. – Não é um bebê, ela tem seis anos.

─Escondeu uma filha de nós por seis anos! – Leon parece querer me arrancar o couro, não acaba nunca essa mania de se atropelar e querer adivinhar a verdade.

─Teve medo e por isso não assumiu? Ou assumiu e só esqueceu de mencionar que era pai? – Ulisses questiona.

─Não é isso, eu só descobri ontem! – Aviso antes que seja jogado ao mar.

─Filha de quem? – Ulisses pergunta.

─É. Porque só agora a mãe resolveu te contar? Ela que te...

─Querem por favor calar a boca? – Lissa coloca ordem, todos olhamos para ela. – Acho que o Heitor quer nos contar uma história e vamos ouvir em silencio – Ela enfatiza brava.

─Era uma princesinha toda tímida quando chegou, agora só quer mandar em todo mundo! – Ulisses reclama, Lissa sorri, mas é o sorriso bravo de quem está nos ameaçando, ela tem esse sorriso. – Pronto, vou ficar calado.

Leon aperta a mão da esposa, por isso ela é tão mandona, ele faz tudo que ela quer e a gente sempre faz o mesmo e acabamos nas mãos dela e é bom que ela fique do meu lado ou ninguém vai ficar.

─Vou começar do começo. Acho que se lembram que há sete anos eu fiz uma pequena viagem a Tailândia, tinha fechado meu primeiro contrato sozinho e fui comemorar, foram quatro dias, conheci Patrícia nessa viagem, passamos esses dias juntos e depois eu voltei e nunca mais nos vimos.

─E ela ficou grávida? – Ulisses pergunta.

─Parece bem óbvio não? – Nick responde.

─Nessa época minha secretária era a Krystal, alguém se lembra dela?

─Sim, a que entrou na sua sala se declarou e depois se demitiu. Bizarro! – Ulisses comenta.

─Exato. Patrícia tentou me contar, me procurou muitas vezes, mas Krystal com ciúme nunca me avisou, como último recurso antes de desistir, Patrícia me mandou uma carta que Krystal trancou numa gaveta antes de ir embora, descobri ontem, Gracie encontrou.

─Uma filha! Seis aninhos! Que delicia, você já a encontrou? – Lissa sorria.

─Muito rapidamente, a mãe dela, Patrícia morreu quando ela tinha três meses, quem a cria é uma tia. Irmã adotiva de Patrícia.

─E como foi esse encontro? – Leon questiona.

─Um desastre. Olívia, a tia, não me deixou falar com Elizabeth, disse que tinha que preparar Lizzie para esse encontro.

─Elizabeth, Lizzie, gosto do nome. – Lissa comenta sem parar de sorrir.

─Nós discutimos, ela não quer abrir mão da minha filha!

─E o que vai fazer agora? – Leon me pergunta.

─Eu disse a ela que voltaria na segunda-feira para conhecer minha filha e vou trazer minha filha comigo. Lizzie a chama de mãe e ela a cria desde os três meses, mas não tem nenhum parentesco realmente, além disso não tem condições de criar minha filha, mora num apartamento minúsculo no bairro mais perigoso de Londres.

─Ele pode fazer isso Nick? – Leon questiona nosso brilhante advogado.

─Não é minha especialidade, mas acho que não pode simplesmente arrancar a garotinha de lá, precisa fazer tudo por meios legais, primeiro reconhecer a paternidade e depois entrar com um pedido para ter a guarda da sua filha. A menina vive com ela, então Olívia? – Ele me pergunta e afirmo. – Olívia pode provar que vem cuidando da garota, mas você é um desconhecido, mas claro que tem as leis inglesas que vamos ter que estudar. Evidente que estabelecendo a paternidade acho que ganha fácil.

─Não vejo porque ela acha que pode brigar comigo sobre isso! – Digo mostrando minha indignação.

─Ela cria a menina desde os três meses e a menina a chama de mãe? – Lissa me pergunta, parece pensativa.

─Sim. Lizzie a chama de mamãe. – Eu conto meio irritado por ela ter tanto e eu nada. – Ofereci uma boa quantia para não irmos aos tribunais, ela é bem jovem, e patrícia era tão fútil que achei que isso era o mais prático a fazer. A maluca se ofendeu, me deu um tapa e me acusou de tentar comprar minha filha!

─Um tapa? – Ulisses ria. – Bem dado no meio dessa sua cara? – Afirmo com ele se dobrando de rir. – Minha heroína! Já gosto dela!

─Acho que foi merecido, acho até que foi bem razoável! – Nick reclama cruzando os braços.

─Já eu acho que foi pouco, foi exatamente isso que fez, tentou comprar sua filha, como se atreveu a tratar sua filha como um de seus negócios? – Lissa pergunta indignada, quero me defender, mas agora olhando para meu comportamento eu fui um arrogante estúpido e fiz tudo errado.

─É foi o que fiz. Na verdade, eu fui muito arrogante, para ser honesto não trato ninguém do modo como a tratei, mas estava ansioso, confuso, tinha acabado de descobrir que tinha uma filha, a minha filha a chamando de mãe, com seis anos, ela tendo tudo e eu nada!

Me calo, não acredito que coloquei tudo a perder, justo eu.

─Você sempre foi o irmão sensato, o que deu em você? – Leon me questiona e dou de ombros.

─Ela é tão linda! Faz ballet e estava vestida como uma bailarina, parece com a gente, a mãe era loira de olhos claros, mas ela é como nós, olhos escuros e cabelos castanhos. – O clima se acalma mais uma vez, todos sorrindo como eu. – Leon, eu quero pedir a ajuda de vocês dois. Olha eu vou pegar minha filha, é minha e não quero mais ficar longe dela, mas sabe como é minha vida, não posso assumir a menina de uma hora para outra. Pensei em traze-la para a ilha, ela fica com vocês, eu venho todo fim de semana, só por umas semanas, até eu encontrar uma boa escola, uma babá, acertar minha agenda. Depois ela fica comigo, vocês têm um batalhão de ajudantes, experiência, ela vai se acostumar.

─Não! – Lissa responde antes mesmo de Leon abrir a boca. – Lizzie já tem uma mãe, não posso fazer parte disso. Tirar a garotinha dos braços da mãe se nem mesmo pretende ficar com ela. Quantos anos disse que Olívia tem?

─Ela tem vinte e quatro anos.

─Significa que cria sua filha desde os dezoito anos. Disse que elas vivem em condições precárias, o que vejo é uma jovem que se esforçou para dar amor e cuidados a uma criança sem mãe, mesmo sendo ela mesma quase uma criança. Isso enquanto você agia como um irresponsável.

─Eu não sabia sobre ela. – Me defendo sem muita convicção.

─Mas sabia que tinha feito sexo sem proteção, devia ter pelo menos procurado a moça umas semanas depois para ter certeza que tudo estava bem. – Nick me diz firme e ele está certo, mas ele está sempre certo, é o certinho da família, olho para Ulisses pedindo socorro. Ele balança a cabeça em negação.

─Nunca arrisco Heitor, sou definitivo quanto a isso!

─Tudo bem, eu errei, sei disso. Mas o que faço agora?

─Ajude Olívia, se aproxime com calma, cuide de mãe e filha se é isso que são, ganhe a confiança e o respeito dela e então entre em um acordo, tenho certeza que podem cuidar de Lizzie juntos, muitos casais separados vivem assim. – Lissa diz com os olhos marejados. – Mas não tome a garotinha dos braços da mãe, Deus eu nem posso pensar em algo assim acontecendo comigo, meus filhos sendo arrancados de mim. – Leon seca suas lágrimas, beija Lissa e a envolve.

─Está tudo bem Afrodite, nunca vai ficar sem nossos bebês e o Heitor não vai fazer isso com a filha. – Leon me olha. – Se não por ela, pela menina, antes de tudo um pai quer seus filhos felizes, se tira-la da mãe ela vai sofrer, vá com calma.

─Traz as duas para a ilha, pega uns dias de folga, eu e o Nick te cobrimos, fico em Londres e fica aqui, conhece ela melhor, conhece as duas melhor. – Ulisses se oferece, parece que não tenho escolha.

─Ela é uma Stefanos, não a vi nascer, mas não quero perder mais nada.

─Heitor isso é bem melhor que um litígio, uma briga na justiça só machucaria mais sua filha.

─Está certo Nick. Sempre está.

─Heitor. – Lissa se senta ao meu lado, segura minhas mãos. – Essa casa é sua, é a casa de todos os Stefanos, sua filha sempre vai ser bem-vinda aqui, não estamos de modo algum contra você, só querendo o melhor para ela e para você.

─Eu sei Lissa, por isso vim, sabia que vocês teriam a cabeça mais fria para me ajudar.

─Parabéns papai! – Ela abre um largo sorriso, me abraça forte. Depois todos os outros fazem o mesmo.

─Agora vamos ao que importa. O que fez depois do tapa? – Ulisses me pergunta e sabia que não esqueceria disso fácil, nem sei porque abri minha boca.

─Eu?

─É Heitor, ninguém fica imune a um tapa, o que fez?

─Bom, eu não podia bater nela, então eu... Eu... Beijei Olívia.

─Isso é assedio seu idiota! – Nick me avisa chocado. Ulisses gargalhava.

─Ela é gata? Sabia! É gata não é?

─Na verdade... ela é... Sim é linda! – Confesso por fim.

─Claro que é, e aposto que queria beija-la mesmo sem o tapa.

─Não é engraçado Ulisses, não se faz algo assim, Leon mesmo com tudo que vivemos nunca avançou um passo sem que eu quisesse. – Lissa reclama.

─Mas ela correspondeu. – Conto já que resolvi ser o cara mais honesto do mundo. – E acho que no fim até que gostou.

─Como ela é? Muito gata? Pouco gata? Porque não me dá o telefone dela e cuido disso para você! – Ulisses me provoca, mas odeio a brincadeira, imagino ele com ela e sinto raiva.

─Fica longe dela! – Ameaço e ele apenas se diverte mais. – Não se atreva a jogar charme para cima dela!

─Eu não posso evitar! Sou assim cheio de charme, e somos irmãos, o que tem demais? Eu e Lissa vamos fugir assim que os gêmeos completarem cinco anos e forem independentes.

─Leon você não diz nada? – Como ele aguenta isso?

─É o Ulisses Heitor! – Leon diz com ar enfadonho. – Eu e Lissa somos felizes e confiamos um no outro.

─E o Ulisses é o rei dos paspalhos. – Lissa brinca.

─Bom quando encontrar a Olívia, ao menos agradeça por ela ter cuidado da sua filha e não deixado ela ser atirada num maldito orfanato! – Nick diz ficando de pé. – Eu vou nadar um pouco.

─E como eu sou do time dos solteiros e sem filhos vou com o Nick, tchau papai Heitor! – Ulisses caminha ao lado de Nick. – Um tapa, garota incrível, adoro ela.

Ficamos eu, Lissa e Leon. Suspiro cansado, no fim foi bom conversar, abrir minha cabeça para todas as coisas envolvidas, me sinto arrependido pelo modo como tratei Olivia e vou me desculpar.

─Vai ficar tudo bem, vai dar certo! Não está sozinho! – Leon bate no meu ombro e afirmo sem convicção.

O fim de semana custa a passar, fico ansioso para ver Lizzie, com medo de como vai ser esse encontro, medo do que ela pensa sobre mim, quem sabe me acha um canalha que a abandonou, não tenho ideia do que a tia contou a ela.

Não fosse estar com a família teria tido um ataque e nunca poderia suportar esperar dois dias. Mas finalmente a segunda-feira chega e deixo meu trabalho em direção a casa de Olivia um tanto tenso e ansioso, com medo, mas juro a mim mesmo que vou ser educado, paciente e me desculpar, isso é fundamental.


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Notas finais do capítulo

Beijosssssssssssssssss
Deixem um comentário.
Gente linda!!!!!!!!!!