–O que foi Mariana, pode nem chegar perto de você que já fica arrepiada- idiota, eu odeio ele- não sabia que eu causava isso em você.

–Você me causa nojo seu idiota- ele faz uma cara de quem estava ofendido, mas era mentira- você não passa de um imbecil, sem coração, um menino filho de mamãe, riquinho, metido a besta- despejei tudo sem me importar.

–Assim você me ofende- ele riu alto, ai como eu o odeio.

–Não me importo com suas mentiras- ele ainda segurava meu braço muito forte -agora me licença vai-ia saindo do braço dele quando ele me aperta mais ainda.

–você não estará livre de mim, idiota.

Vi ele saindo da sala, ele me dava medo, nunca sabia o que ele poderia fazer comigo, ele já me faz coisas que nunca conseguirei esquecer, das suas risadas quando eu caia, das piadas sem graça, das vezes que ele me ofendeu. Uma lagrima insistiu em cair dos meu olhos, enxuguei-a rápido e me sentei no meu lugar.

***

As ultimas aulas passaram rápido, não via a hora de sair daquele lugar e ficar livre. Minha amiga pergunto porque eu estava triste, apenas menti dizendo que não era nada, mas por dentro meu coração doía, doía de uma forma sem explicação. Já sofri muito com o meu jeito quieto, com a minha forma de vestir, por causa dos meus óculos, do jeito que eu estudava, sempre foi assim, nunca consigo entender por que tudo perece que esta contra mim, o que me faz sentir melhor são os livros, eles me entendem como ninguém, la não tem tanto sofrimento que nem aqui na vida real, la todo mundo acaba bem, mas aqui na vida real tudo parece ser mais difícil.

Cheguei em casa, meu irmão não estava, ele estudava a tarde inteira, minha mãe era médiaca então ela ficava a maioria do tempo no hospital e as vezes a noite ela me ligava para avisar que ficaria no hospital por mais algum tempo.

Almoço. Ligo a televisão, estava passando um filme de romance, não gosto de coisas melosas, não acredito em amor verdadeiro, nunca me apaixonei por ninguém e acho que nunca alguém se apaixonou por mim, também nunca ninguém iria gostar de mim, uma menina sem sal, estranha que é mais conhecida como a nerd sem graça do terceiro ano. Termino de assistir o filme e acabo dormindo no sofá mesmo.

O dia passou rápido e logo a noite estava presente, amanhã seria mais um longo dia então resolvi ir dormir para esquecer um pouco de tudo

***

O corredor da escola estava cheia de gente, encontro minha amiga vinda em minha direção.

–Mariana meu amor, que saudades de você- não tem como ela ser menos metirosa.

–Pare de menir, nós se vimos ontem e nem faz tento tempo assim- digo fazendo careta pra ela e retribui com uma risada.

–hoje eu acordei digamos que feliz- que novidade- esse final de semana eu irei viajar para a casa dos meus avós, to com saudades deles.

–Nossa que legal, vê se dessa vez você não apronta nada menina- da ultima vez ela aprontou de mais e foi super engraçado.

–Faz três anos que eu não vejo eles!- ela diz com a mão no coração, dou risada e vamos para sala de aula.

Tudo estava correndo bem,Diogo ainda não tinha me irritado, já estava cheia daquilo e iria dar um jeito de acabar com isso, fico nervosa, meu coração começa a palpitar e quando olho para porta o diretor entra nas sala parando as atenções dos alunos.

–Professora com licença- a professora assentiu com a cabeça e logo ele prosseguiu- Boa dia alunos. Eu vim aqui para conversar com dois respectivos alunos, posso professora?

–Pode sim, fique a vontade- ela disse e se sentou na cadeira logo prestando atenção no diretor.

–Eu gostaria de falar com a aluna Mariana Menezes- meu coração palpitou, o que aconteceu será? Juro que não fui eu- e o aluno Diogo Proença, por favor- ótimo ele estava junto nessa também.

Levanto-me do meu lugar e acompanho o diretor em sua sala junto com Diogo que olhava para o chão. Fico pensando em tudo o que eu poderia ter feito, mas pra Diogo ir junto acho que é algo sério.

O diretor abriu a porta da sua sala e deu passagem para que entrássemos, eu fui na frente e me sentei em uma das cadeira ali e o diretor foi logo se pronunciando.

–Fiquem tranquilos vocês não fizeram nada de errado- e deu um sorriso de lado, um alivio tomou conta do meu corpo, olhei pro lado e Diogo parecia ter causado o mesmo efeito- eu chamei você Diogo para falar um pouco da sua nota da prova de matemática- Diogo parecia estar compreendendo pois não tirou os olhos do diretor.

–Ta, mas o que quer dizer com isso?

–bom, estive pensando já que a senhorita Menezes tem boas notas, ainda mais em matemática, eu gostaria de pedir que você o ajudasse a estudar- o encarei incrédulo, ele só podia estar brincando, eu jamais iria ensinar matemática para um ser desse.

–Eu não quero estudar matemática com ela- ele apontou para mim, ótimo.

–Ou você melhora suas notas ou esta fora do time de futebol quero que os jogadores tenham boas notas inclusive você que é o líder-ele falou se aproximando mais de Diogo.

–Bom diretor, eu acho que é um boa ideia- menti e Diogo me olhou incrédulo- mais não sei se vai dar certo isso- isso era verdade, não queria perder meu tempo com ele.

–Bom vamos ver no que vai dar, e na próxima prova quero ver uma nota azul, ouviu senhor Proença?

–Esta bom diretor, eu vou me esforçar para ter uma boa nota na próxima prova- ele repetiu a frase do diretor com desanimo e eu quis rir.

–Bom então estamos entendidos, agora podem voltar para suas salas. Ele falou arrumando umas papeladas em cima de sua mesa.

Saímos sem falar nada, fomos o caminho da sala sem trocar absolutamente nenhuma palavra e antes de entrar na sala ele se pronunciou.

–Eu estava certo quando falei que você não estaria livre de mim tão fácil- ele piscou, idiota - Esteja amanhã na minha casa as 14:30, ouviu, sem discussão!- falou e entrou na sala. Ótimo que azar eu tenho. Bufei e entrei na sala recebendo vários olhares curiosos dos alunos e tentei prestar atenção no que a professora dizia.