The Secret of a Promise escrita por Leh


Capítulo 3
Primeiras impressões


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, obrigada quem comentou, isso me motiva bastante. Boa leitura



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Os vikings chegaram depois de semanas, nem mais nem menos de três barcos que Merida teve a ousadia de ver ao fugir do castelo para poder analisar de perto, porém, por ordem de superiores alguns guardas foram colocados para impedir fugas, então sempre que saia era logo trazida de volta, claro que tinha a habilidade de fugir se quisesse, mas eram apenas homens seguindo ordens, não havia por que faze-los se darem mal.

Por isso naquela manhã acordou cedo e escalou alguns muros necessários para ter uma visão panorâmica no momento em que os vikings se apresentassem no castelo. Sua presença não foi obrigatória a princípio e mesmo se tivesse sido, dificilmente ela apareceria para ver o seu noivo, talvez isso os fariam desistir. Mas ainda estava curiosa, afinal era o seu futuro marido, existiam mil possibilidades de ser algo totalmente negativo, afinal que ser humano bom teria um nome tão estranho.

–Eu sabia que te encontraria aqui.

Merida levou a atenção em direção de onde a voz de seu irmão se fez presente, e calmamente os três se aproximaram e se abaixaram como a irmã, por mais difícil que fosse não chamar atenção de qualquer um que passasse por baixo e vissem os cabelos cor de fogo em exposição ao vento dos de DunBroch.

–Eu só preciso ter certeza de que não preciso fugir. – Comentou tentando parecer engraçada.

O muro era extremamente alto, todos conseguiam ver a caminhada de alguns homens que vinham do horizonte, não tinha dúvida que eram eles. Harris analisou o rosto da irmã se contorcer algumas vezes, temendo o próprio futuro.

–Eu entenderia se você fizesse isso. – Ele comentou, de certa forma incentivando Merida na fuga. Mas ela sabia que não podia fazer isso, por mais que quisesse, não podia. Não respondeu o comentário do irmão.

–Eu lembro de cada visitante que entrou nesse castelo, e de como vocês gostam de brincar com eles. Como presente de despedida eu adoraria ver esses vikings saindo correndo do castelo ou gritando... Vocês não podem?

Os três encararam Merida de imediato, depois dividiram os olhares e por fim, Harris e Hubert encararam Hamish como se esperassem a decisão dele. Aquela tinha sido difícil, primeiro ele pensou na fama dos vikings de não serem tão tolerantes assim, depois pensou em como Merida deveria estar se sentindo em relação tudo aquilo.

–Nós três ficaremos aqui depois que você partir. A vida toda. Temos a vida toda para ficarmos de castigo.

Aquela não foi a resposta que Merida esperava e por isso ela apenas assentiu e fechou os olhos, os outros dois estavam incrédulos pela resposta séria de Hamish, mas o pequeno não tinha dado seu veredito.

–Sabe que a gente não se importa nem um pouco com isso.

Merida direcionou-se novamente para ele sorrindo, foram questões de segundos, mas pequenas trocas de olhares fizeram com que os três parecessem como se já soubessem exatamente o que fazer, Merida gostou do suspense a ponto de não perguntar o plano dos três, apenas sorriu e voltou a analisar os homens embaixo de si. Não foi difícil reconhecer o noivo a alguns metros abaixo e ainda pouco distante depois das descrições da carta.

Soluço era de estatura baixa, comparado aos outros vikings, era magro e usava uma armadura preta e sua perna era substituída pela prótese de ferro. A visão de Merida foi boa o suficiente para conseguir ver a relutância dele perante o castelo ia chegando, mesmo a paisagem escocesa sendo no mínimo admirável, considerando alguém que vinha de um local onde a neve era absoluta.

Seus irmãos estavam tão curiosos quanto, mas antes de Soluço levantar os olhos a parte do castelo onde se encontravam eles se abaixaram.

Soluço arfou, respirando bem fundo o vento forte que lhe soprava no rosto. Era lindo o lugar, a construção de pedra do castelo propriamente para guerra era muito impressionante, porém, não conseguia se concentrar em nada. Depois de anos viajando, explorando e até mesmo indo comprar pão em cima de um dragão, passar dias em um barco foi no mínimo torturante.

Todavia, quanto mais o castelo se aproximava e ficava cada vez maior, ele sentia que iria ter um ataque do coração a qualquer instante. Por gentileza de seu pai ao não informar das feras, Banguela fora obrigado a ficar em Berk, estava sentindo falta do amigo, nunca ficara tanto tempo sem ele, a abstinência estava o matando.

O céu de Dunbroch estava totalmente fechado e cinza e o vento era extremamente arrebatador e por isso foi obrigado a ignorar os estranhos cabelos ruivos voando em um muro aleatório do castelo, julgou ele que nenhum de seus companheiros de viajem tenha notado esse detalhe adicional na paisagem. A grama estava molhada, em suma, talvez em outra ocasião Soluço teria aproveitado aquelas terras, mas em hora tudo era negativo e pior aos olhos do jovem viking.

Assim que ouviu os portões sendo aberto Merida se inclinou um pouco mais para poder ver, mas Hubert chamou sua atenção e eles removeram algumas pedras do chão. Merida se aproximou curiosa, sabia que seus irmãos tinham uma maneira única de andar rapidamente pelo castelo, mas nunca tinha se perguntado como.

–Você vai poder assistir tudo. – Comentou Harris convencido.

–Não posso me apresentar formalmente, lembra? – Contra argumentou Merida.

–Não se preocupa com isso, você vai ver tudo de camarote. Depois de todos esses anos ainda duvida da nossa capacidade?

Merida deu risada divertida e negou com a cabeça, o irmão estendeu a mão para auxilia-la a descer, no buraco escuro. Ao descer Merida olhou em volta, era um túnel mel-iluminado e úmido, tinham teias de aranha espalhadas em todo o decorrer. E assim que os três entraram e fecharam a entrada a luz foi diminuída a quase nada. O túnel era pequeno para um adulto como Fergus, por exemplo, mas Merida não teve dificuldades de se mover rapidamente atrás dos irmãos. Ela só parou quando Hamishi se virou para ela.

–É aqui. – Ele disse pausadamente como se a irmã não fosse entender, mas naquele momento Merida não contestou, estava curiosa de mais para tal. Hamish se aproximou e removeu algumas pedras o suficiente para Merida conseguir ver a Sala do trono inteira, desde onde os vikings estavam, aos criados e até mesmo sua mãe em pé dizendo algumas coisas que no momento não fora importante.

–Mas onde vocês... – Merida parou de falar quando viu que os irmãos não estavam mais lá. Então atentamente ela observou a movimentação na sala a sua frente.

Soluço estava inquieto, pensava no que podia estar fazendo caso estivesse em Berk, bom com o inverno intenso provavelmente estaria dormindo ou se esquentando próximo ao seu dragão. Ele próprio não tinha feito questão nenhuma de prestar atenção no que a rainha dizia, seu pai cuidava daquilo, só em poucas ocasiões quando seu nome vinha a tona que tinha a obrigação de dialogar com os escoceses tirando isso, achou que do mesmo modo que a princesa não estava lá, ele também não precisaria.

Ele conseguiu ouvir a pequena movimentação abaixo de si, naquele momento ele gelou não entendendo o fosse, a estatua esculpida em madeira em formato de urso que dava a impressão a Soluço que estava o encarando era o suficiente para tudo ali parecer incrivelmente perturbado.

Antes de sentir a mão do príncipe em seu pé ele se moveu para outro lugar, recebendo o olhar gélido de seu pai, que ele apenas ignorou. Quando aconteceu novamente, ele teve a mesma reação.

–Algo o incomoda? – A voz de Elinor foi alta e seu olhar preocupado estava diante dele. Soluço se sentiu incomodado com a palavra de Elinor, mas apenas negou com a cabeça e manteve seu sorriso falso no rosto. Estoico se aproximou do filho e sussurrou em seu ouvido.

–Soluço você sabe o quanto esse acordo é importante para mim?

Soluço estava incrédulo, e demostrou isso claramente.

–Se você quiser pode dar um volta, sinta-se em casa. – Elinor disse gentilmente e terminou a frase com um sorriso no rosto e as mãos juntas diante de seu corpo. Soluço encarou novamente seu pai e pode perceber o que estava estampado em seu rosto “É melhor você sair...” ele dizia silenciosamente.

E assim Soluço faria, se não fosse uma das pedras a sua frente ser removida. Mas Soluço tinha um bom reflexo a ponto de desviar da massa que caiu em direção ao seu único pé.

Todos olharam.

–Eu sabia que não estava louco! – Ele disse desmascarando Harris, completamente corado. O pequeno ouviu a voz do irmão o chamando para dentro, mas antes de descer tão rápido quanto apareceu conseguiu ver os olhos severos da mãe perante ele. O silencio foi feito alguns segundos e a feição confusa de Stoico pedia de Elinor uma explicação.

Fergus começou a rir descontrolado e alguns segundos foi somente ele, mas aos poucos os vikings que acompanhavam Soluço começaram a rir também. Até mesmo Stoico cedeu.

–Crianças. – Comentou por fim e a conversa aos poucos começou a ficar séria novamente. Soluço não ignorou o fato de quase ter perdido mais um pé. Se antes estava entediado, agora estava irritado.

Merida assistiu tudo, até conseguir ver o rosto de Soluço se contorcer até ficar completamente sério, cruzou os braços e sua postura ficou rígida. Ela pegou a pedra no chão e fechou o buraco na parede, Colocou as mãos no rosto, inconformada. Esperou os irmãos voltarem para busca-la.


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