Era a mulher que amava demais, amava a todos, não escolhia, apenas amava. Amor de verdade, sincero, capaz de enlouquecer qualquer uma - se já não a tinha enlouquecido. Pobre moça, se entregava fácil, de corpo e alma, coração e tudo o que lhe tinha direito.

Nos braços de um alguém sorria, amava, iludia-se, se fazia. Via-se gritar e chorar por todos e gostava de tudo isso, sentia prazer em sua dor, amava o sofrimento. Se sentia completa amando dessa forma e sendo jogada fora logo em seguida. Imaginava coisas, suspirava e sonhava com seus milhares de amores. E eles? Faziam de tudo com ela, se divertiam. Era bom ter esse amo, melhor ainda somente brincar com ele, com esse coração, essa ilusão.

Ouvia todos dizendo para deixar essa vida, ser feliz de verdade, porém mal sabiam que era assim que ela encontrou sua felicidade, sendo “amada” nos braços de todos e todas por aí, mesmo que por uma noite, ela conhecia inteiramente cada um, tinha esse dom. Não era vadia, era apenas aquela capaz de lhe amar por toda eternidade, se essa permissão ela tivesse, se satisfazia assim, sobrevivia assim, amava e continuaria amando assim, para sempre.