Os deuses ainda velam por nós escrita por Ethereal Serenade


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Tentei fazer algo diferente, e saiu uma personificação das estações onde estas são deuses. Como há muuuuuito era comum explicar com o fantástico as coisas que aconteciam no mundo, nesta one a crença das pessoas de que as estações eram deuses acabou originando os mesmos.

Foi uma coisa feita na pressa, pois estou um pouquinho doente e embora tenha bastante tempo até o prazo final do desafio, o meu tempo livre só vai durar até a semana que vem, então resolvi participar desta vez e fazer logo. Se encontrar algum erro, me avise.

Tenha uma ótima leitura ♥



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Quando não se dava luz à razão e o mundo se explicava através de mitos e parábolas, nós fomos divinizados. Criam-nos espelhados ao que acontecia a este mundo, e na visão dos humanos nós éramos os fiadores de tudo. Das tempestades invernais às manhãs primaveris, o que quer que viesse a ocorrer nestas terras, seria fruto de nossas mãos.

Então a roda do tempo girou. E nós giramos com ela. E os humanos também.

As estações vieram, e nós, agora detentores e causadores das mesmas, vivíamos em função deles. E para eles. Ofertórios nos eram dados, em troca de nossas bênçãos. Para boas colheitas, para fartura, para sobreviver aos impiedosos invernos.

Mas a roda do tempo nunca parou para ninguém, nem mesmo para deuses.

Pouco a pouco, cada um de nós sucumbiu ao cruel ostracismo. Nossas oferendas, nossas bênçãos, e até mesmo nossos nomes, todos pereceram ao tempo e foram atirados à escuridão silenciosa do esquecimento. Fomos substituídos por outros nomes, outros deuses, outras explicações. Deixamos de ser deidades para nos tornar meras manifestações da natureza em seus ciclos contínuos. Fomos resumidos à meras referências de uma época de esparsa elucidação.

No entanto, continuamos existindo, mesmo que creiam o contrário. E continuamos a fazer o que nos fora incumbindo desde que passaram a acreditar em nossa existência.

E nestes tempos de razão, de lucidez e de racionalidade, a humanidade — em sua descrença de tudo que é celeste. —, tenham a força que outrora exigia uma sustentação no onírico para prosseguir em suas existências. O mundo é um lugar inclemente para quem nele vive, e para os deuses ele presenteia com o obsoletismo. Para os humanos, as formas são variadas, e para se sobreviver a elas, também.

Não importa o tempo, nós sempre estaremos velando pela humanidade, mesmo que o tempo em sua ação impiedosa leve nossas memórias ao vazio e nenhuma palavra remeta mais a nossa existência. Estaremos no fulgor do sol de verão, nas folhas alaranjadas do outono, nos frígidos invernos, e no medrar da primavera.

Por mais que nos tenham esquecido, jamais deixaríamos abandonados aqueles que nos deram tanto, para receber em troca o que sempre tiveram.


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Notas finais do capítulo

Mereço feedback? :3

Bjos e obrigada pela leitura!