O Amor e o Tempo escrita por kahak


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

mais um capítulo, espero que gostem.



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Capítulo 2

E um ano se passou

Era o ano de 1923 Edward já tinha 4 anos e era praticamente a miniatura do pai se não fosse pelo cabelo castanho. Só eu o chamava de Edward, os outros o chamavam de Anthony.
Agora nós morávamos em Gatlinburg no Tennessee, nós morávamos bem afastados das pessoas, mas em todo caso nós eramos irmãos que tinham perdido os pais.
Já estava mais do que acostumada com a minha vida de vampira, meu filho já sabia de tudo e aceitava quase toda a situação, se não fosse pelo fato dele também querer se transformar nesse monstro, o que definitivamente eu não permitiria.
Mas infelizmente na vida nem tudo o que você deseja acontece. No dia 5 de março de 1923 Edward havia sumido logo cedo, a porta da frente estava aberta, provavelmente tinha ido brincar perto da floresta, sai desesperada em sua busca.
As horas foram se passando, já era tarde e o sol já tinha se posto, e nem sinal dele ainda.
Fiquei muito preocupada, pois ele nunca havia feito isso antes.
Percorri toda a floresta e senti um cheiro de sangue, fui chegando cada vez mais perto do possível local e o cheiro se intensificava, escutei um animal que deveria ser um urso indo embora, quando finalmente vi o que estava sangrando senti que iria "morrer", meu filho estava estirado no chão da floresta muito machucado, sangrava muito por todos os lados. Comecei a entrar em desespero, o seu coração dava batidas cada vez mais pesadas e escassas.
Fiquei com muito medo de perde-lo, então o meu lado materno e egoísta mordeu-o, nem me preocupei com as consequências, e o veneno foi se espalhando pelo seu sangue, peguei ele no colo e levei para casa.
Ele gritava, pedia para acabar com a queimação, aquilo me doía muito, mas só haviam se passado quinze minutos desde o início da transformação, e iria demorar pelo menos mais uns três dias. Não aguentava mais ver a dor do meu filho.
Então fiquei pensando em como seria, afinal ele é apenas uma criança e pelas minhas "leis" eu não poderia transformá-lo em uma criança imortal, provavelmente se descobrissem nós dois seriamos mortos pelos Volturi, mas eu não me importei com isso, nem que eu passasse o resto da minha eternidade fugindo deles, o que não seria tão difícil com o meu escudo, o meu filho era mais importante.
O tempo da sua transformação se arrastou, e depois de três dias, mais precisamente no dia 8 de março de 1923 ás 21h e 35min, eu escutei a ultima batida do seu coração.
Esperei apreensiva a sua reação, não sabia o que ele iria fazer quando entendesse o que havia acontecido.
Quando ele abriu os olhos, ficou confuso, eu sabia o que ele estava sentindo, foi tudo o que eu senti, pois você consegue ouvir melhor, ver melhor, tudo fica tão aguçado que chega a te deixar atordoado.
Resolvi dar um tempo para ele falar algo, estava com medo da sua reação. Ele me encarava com as suas feições confusas, e um olhar selvagem, igual ao meu quando eu fui transformada. Depois de um breve período ele resolveu falar.
- Mamãe o qu.. - ele parou no meio da frase assutado com a sua própria voz.
- Calma meu filho, você consegue se lembrar do que aconteceu?- perguntei hesitante.
Ele negou com a cabeça.
- No começo é assim mesmo, as coisas ficam confusas, mais depois você acaba se acostumando. - eu disse tentado reconforta-lo.
Nisso ele pôs as mãos na garganta como se quisesse parar algo que o incomodava.
- Você deve estar com sede, eu vou te levar para caçar. - disse por fim segurando a sua mão.
Depois de caçar tentei conversar algumas vezes com ele sobre o ataque, mas ele não conseguia se lembrar de nada. Resolvi não o forçar mais, pois ele estava muito temperamental.
No começo foi muito difícil explicar que ele não poderia mais sair no sol, que iria ficar um tempo sem entrar em contato com as pessoas. Ele ficou fora de controle, mas foi só eu mencionar que caso ele não se comportasse provavelmente alguem iria nos descobrir e ai nós iriamos morrer, eu sei que foi golpe baixo, mas eu já estava desesperada, provavelmente se o meu Edward estivesse vivo ele iria saber o que fazer.
Depois disso ele se conteve, ele era muito apegado a mim, sempre me respeitou e me obedecia.
Nós só caçávamos juntos, íamos para todos os lugares juntos, eu vivia constantemente com medo de sermos descobertos, por isso não ficávamos mais de dois anos em cada lugar, eu usava o meu escudo direto não o tirava de nós dois para nada, nem para caçar.

Alguns anos já haviam se passado, os olhos do meu filho já eram âmbar como os meus, ele tinha um grande auto controle admirável para um vampiro e principalmente para uma criança, agora nós já conseguíamos conviver com as pessoas, ele tinha uma capacidade incrível de se socializar com as pessoas, muito diferente de mim. Eu sabia que elas nos estranhavam pela nossa beleza e principalmente pela nossa falta de envelhecimento. E foi a partir dai que eu descobri o poder do meu filho.
Certo dia estávamos nos preparando para mudar de cidade, e senti que o Edward estava muito triste.
- O que aconteceu, meu amor - eu disse e fiquei esperando a sua resposta.
- É que eu não queria me mudar mamãe, eu tenho uns amigos aqui - disse ele olhando para os pés.
- Edward, filho. Nós já conversamos sobre isso, você sabe da nossa condição de vampiro, nós não podemos deixar ninguém descobrir a verdade. - disse isso cortando meu coração, não queria que ele tivesse que passar por isso.
- Mas mamãe isso é injusto, por que as outras crianças crescem e eu não - ele disse, e eu sei que se pudesse estaríamos os dois chorando.
Me ajoelhei ficando na altura dele e lhe dei um abraço apertando, ele hesitou um pouco e depois me abraçou, quando nos separamos ele ainda estava com os olhos bem fechados, segurava bem forte a minha mão e murmurava algo como "eu quero crescer, nem que seja um pouco para ser igual as outras crianças", dito isso ele ficou diferente, como se instantaneamente tivesse envelhecido uns dois anos.
Fique estática olhando para suas feições que agora estavam mais e mais parecidas com o pai, pensei em dizer algo, mas ele me cortou.
- Mamãe o que aconteceu, você tá diferente? - disse ele me encarando confuso.
Rapidamente me levantei e olhei no espelho, eu realmente estava diferente, eu estava aparentemente mais velha. Me olhei mais alguns segundos e me voltei para o meu filho que também se encarava, fiquei o observando, e depois de mais alguns minutos ele voltou ao normal.
- Filho como você fez isso? - ele me olho pensativo e respondeu.
- Eu não sei, só sei que eu fique pensando em querer ser grande, dai senti um elástico sair da minha cabeça e nos cobrir, dai nós ficamos mais velhos. - quando ele terminou fique num misto de perplexidade, orgulho, choque e muitas outras coisas.
- Então o seu dom é.. - Hesitei um pouco e terminei - poder alterar a aparência física, ficar mais velho e deixar os outros também quando quiser. - disse mais para mim do que para ele.
- Então nó podemos ficar, em mamãe deixa. - pensei por um instante, isso seria perfeito, pois assim ele poderia fingir ficar mais velho e ninguém descobriria que ele é uma "criança".

1938
1939
1940
1941
1942
1943
1944
1945
1946...

...2004
2005
2006
2007
2008

E os anos foram se passando, agora nós ficávamos mais de dez anos em cada lugar e ninguém desconfiava. As vezes eu me passava por irmã, ou tia, mais a maioria das vezes era com mãe.
Agora vez que íamos caçar Edward usava seu dom para aparentar uns 17, 18 anos. Ele já ia sozinho, pois não me preocupava tanto.
Mesmo depois de descobrir o seu dom e o usá-lo muito Edward já quase não fazia mais questão de se envelhecer. E logo que nos mudávamos ele era a criança de 4 anos ou menos e eu sua mãe.
Lembrei de tudo isso enquanto esperava para pegar nossas malas e sair do aeroporto de Seattle, rumo a chuvosa cidade de Forks, nosso próximo lar.

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