As mosqueteiras escrita por L Bouth


Capítulo 2
O amor mais pleno.


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo ficou bem grande. Mas ao revisar, nada podia ser tirado dele. A profundidade e as falas tem seu ponto de importância. Foi feito com muito carinho. Espero que gostem.



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O sol iluminava o rosto alvo que repousava tranquilo, com as madeixas escuras, espalhadas pelos travesseiros. Deitada, acariciando cuidadosamente o grande corpo que de maneira suave estava em seus braços, Adele sentiu um leve temor em seu ser. Temor suficiente para obriga-la a se levantar. Decerto havia enlouquecido. Bastaram alguns minutos, horas e conhecia profundamente a alma daquele homem fascinante, assim como ele conhecia a sua. Não pôde evitar, mesmo que sua consciência lhe alertasse de que o que estava fazendo, era perigoso e imprudente, sua mente devaneava com o nome de Aramis cravado nela. Não! Não era apenas a sua mente. Sentia como se sua alma e seu coração estivessem marcados por cada pedacinho que tivera de Aramis para si.

Tratava-se de um rapaz charmoso, belo e sedutor. Chegara a esta conclusão à primeira vista. Após uma breve apresentação, ele designou-se a mostrar-lhe um pouco da cidade, Adele ordenou que sua empregada voltasse para casa. Este havia sido seu primeiro erro. A cada passo que dava, caía lentamente na armadilha daquele homem, caso houvesse alguma. Ela estava se deixando levar por ele. Sabia muito bem que seu corpo tremia a cada sorriso dele, a cada olhar dele. Sabia também que ele sentia o mesmo, podia perceber a luz no rosto de Aramis sempre que ela o chamava pelo nome. Estavam ambos presos a um feitiço doce e cruel.

Mais uma vez, a vida golpeava Adele com o seu melhor ataque. Mais uma vez, Adele perdia-se para as tramas do coração. Ela havia mudado! Não possuía mais seus dezesseis, quinze anos, quando podia se dar ao luxo de desfrutar diversos momentos de tolice sentimental. Era uma mulher vivida, chegara tão longe e havia colocado suas melhores cartas na mesa! Por qual motivo estava arriscando a estabilidade, o luxo e o poder que Armand podia lhe oferecer? O cardeal não era um homem ruim, ao menos para com ela. Era doce e gentil, carinhoso e repleto de paixão. Em alguns momentos, causava-lhe medo, mas não era Armand. Era o poder e a influência que emanava dele. Adele sabia que se ousasse envolver-se com Aramis, nada acabaria bem.

            No dia da briga, horas se passaram repletas de uma conversa alegre, interessante e alguns elogios mútuos. Ele pediu a doce companhia dela em um jantar simples, porém agradável, Adele de imediato aceitou. Fora seu segundo erro, em uma questão de horas. E como algo inevitável da parte de ambos, a amante do Cardeal, o homem mais poderoso da França, lançou-se em um romance sem medidas com um homem que nada podia lhe dar, a não ser um real sentimento de amor e felicidade de tal maneira, que tocava Adele profundamente ao ponto da emoção falar mais alto se tratando de sentimento pelo seu Mosqueteiro.

            Ele resmungou ainda adormecido, seus braços moviam-se, buscando puxar Adele para si novamente, mas ela estava distante, sentada frente ao espelho, escovando pacientemente seus longos cabelos, mergulhada em seus pensamentos. A inquietação de Aramis acabou despertando-o, ele continuava deitado na cama bagunçada e admirava Adele.

— Eu poderia admirá-la o dia inteiro e sempre causaria em mim o mesmo efeito de quando a vi pela primeira vez. ­— Ele disse sorrindo. O reflexo do espelho dava a Adele a visão ideal de Aramis, que ao ver o rosto dele, retribuiu o sorriso docilmente. De repente as feições delicadas tornaram-se tristes. Ela baixou os olhos e Aramis pôde ver que pequenas lágrimas desciam pelo rosto que ele tanto admirava.

— Mas o que houve meu amor? Por que estás chorando? — Ele saltou da cama e correu para abraçá-la.

— Oh Aramis... Como pode uma mulher como eu, apenas mais uma filha de Deus, ser tão feliz e tão triste ao mesmo tempo? — Ela sussurrava entre pequenos soluços. — Amo-te imensamente, mas não posso ser completamente sua...

— Adele, o que...

— Armand! O que ele faria a você se descobrisse nosso amor? Temo por sua segurança meu doce Aramis... Arrisco sua vida em nome de meu amor por você, em nome de minha felicidade, isso me soa tão egoísta. — Dizia Adele com o rosto enterrado no ombro de Aramis.

— Mas meu amor, por que esta conversa agora? Repentinamente? — Ele acariciava carinhosamente os cabelos dourados de Adele com um ar de preocupação em sua voz. Preocupação e sofrimento. Ele sofria profundamente ao vê-la assim. ­— Escute querida, um dia irei levá-la para longe do Cardeal e não terá mais que se preocupar com minha segurança ou a sua. Eu irei protegê-la de qualquer homem que seja. As criadas não nos delataram até este momento... Podemos deitar um pouco e pensar que há somente paz e calmaria nesta casa.

            De fato, o tempo havia passado e as poucas criadas que restaram não haviam delatado Adele para o Cardeal. A vida tende a ser cruel para com as mulheres, principalmente as que estão ligadas sem real compromisso a homens poderosos. Era o caso de Adele. Logo que chegou a Paris, sua casa estava sempre cheia de vida e movimento, pessoas para servi-la e ler seus mais profundos desejos e pensamentos, buscando a cada momento saciá-los.

Não durou muito tempo. Apesar da generosa quantia paga pelo Cardeal em troca da lealdade e discrição dos criados, muitos aos poucos abandonaram seus postos por condenarem o estilo de vida de Adele. Não queriam estar associados a uma cortesã. Essa era a palavra que Adele mais escutava por trás das portas e oculta entre os ambientes da casa. Uma cortesã, pecadora e condenada, dissimulada e ardilosa. Assim ela era vista pela maioria, mas nunca aos olhos de Aramis. Para ele, era apenas Adele, a mulher que fazia seu coração e sangue ferverem. Por fim, sobraram apenas os criados mais leais e que escolheram o dinheiro às virtudes e os que temiam Armand.

— Você ainda não entendeu? Mulheres como eu são propriedades de homens como Armand. Homens perigosos e vingativos. Eu nada temia ao me envolver com ele, buscava apenas dinheiro e poder. Mas quando me apaixonei por você... Coloquei um alvo em suas costas, em seu peito... Se ele descobrisse, não haveria terra neste mundo ou no outro que nos salvasse da fúria do Cardeal da França.

— Adele... Meu amor... Para que todo esse medo? — Ele ergueu gentilmente o rosto dela e beijou apaixonadamente. — Eu irei protegê-la até meu último suspiro, ninguém irá machuca-la enquanto eu viver. Darei um jeito de resolver tudo e poderemos ser felizes, sem Cardeal, França, Rei, nada!

            Ela sorriu. Algo forçado, mas as lágrimas pararam de cair. Aramis rapidamente colocou-a novamente em seus braços e levou-a para a cama. O dia ainda não estava perto de terminar. Era encantador o comportamento de Adele para com ele. Hora mulher, hora criança. Ele deitou-se preguiçosamente enquanto ela admirava e contava cada cicatriz daquele corpo que tanto desejava, perguntava sobre a origem de cada uma e Aramis contava suas aventuras a serviço do Rei.

— E esta? — Ela apontava para a cicatriz na área das costelas.

— Atingido em combate no cerco a Montauban, em 1621.

— E esta? — Apontou para outra, na região do peito.

— Bala de mosquete, Ilha de Re, 1622.

— Pobre Aramis... E esta? — Acariciou as marcas levemente vermelhas na região do abdômen.

— Suas unhas, Jardins de Luxemburgo, antes de ontem. — Disse sorrindo.

            Puxou-a novamente para si, beijando apaixonadamente os lábios dela, com certa ânsia em amá-la novamente. Girou o corpo delicado e leve para o lado e colocou-se por cima dela, beijando-a ainda mais intensamente fazendo o caminho prazeroso de seus lábios, rosto e pescoço. Ela aceitava cada carícia de corpo e alma e a felicidade novamente preenchia seu ser.

— Armand logo vai chegar. — Adele sussurrou para Aramis.

— Ele não a ama como eu. ­— Ele respondeu sorrindo.

— Sim, mas paga por tudo isso. Minhas roupas, criados, casa... — Disse Adele se esquivando lentamente dos beijos apaixonados de seu amado. Aramis sentiu que Adele se entristeceria novamente. Ele parou de beijá-la. Olhou-a fixamente e deitou-se ao lado dela com um barulho em sinal de resmungo.

— Não fique assim. — Ela começou a mexer nas madeixas negras de Aramis.

            De repente, fortes batidas ecoaram do andar debaixo. Adele sentiu um frio mortal tomar conta de seu ser. Seu corpo esguio estremeceu.

— Meu Deus! Ele chegou cedo! — Disse saltando rapidamente para fora da cama.

            Aramis levantou-se apressadamente e olhou para Adele, o pânico estava estampado em seu rosto, branco como a morte. Saiu da cama apressadamente e correu para a porta, mas Adele gritou:

— Não vá por aí! Ele vai ver você!

Aramis fechou a porta, procurando pensar em alguma maneira de sair daquele quarto sem ser notado. Olhou embaixo da cama, mas ficaria preso e não havia nenhum outro local onde poderia se esconder.

— Por favor, me diga que há outra saída, meu amor. — Disse em um riso nervoso.

— A janela! — Respondeu Adele, ainda mais agitada pois a cada segundo que perdiam ali, Armand aproximava-se cada vez mais.

Aramis procurou sua camisa, o casaco e suas armas, mas não havia tempo para vesti-la. Adele colocara um roupão de seda e arrumava a cama apressadamente para parecer o menos bagunçado possível. Ele correu para a janela e olhou para baixo.

— Já viu como é alto? Isso não vai dar certo. — Afirmou enquanto recuava.

            Finalmente Adele havia encontrado a camisa e o casaco de Aramis, passou para ele que vestia em uma velocidade assustadora. Seu rosto demonstrava nervosismo.

— Direi ao Cardeal que tive que entrar aqui... — Começou.

— Em minha cama? — Protestou Adele.

— Você diz que viu um rato e gritou. Eu estava passando e vim ajudar. Simples. — Ele disse sorrindo.

            Adele balançou a cabeça, não sabia se estava rindo da situação ou das desculpas de Aramis. Quando seu amado terminou de calçar as botas, ela pegou o chapéu dele e disse da maneira mais meiga possível.

— Se me você me ama, pule.

— Tudo bem. — Ele disse nervoso e sem tirar os olhos da rua, calculando a altura de sua provável queda. — Espere! Minha espada.

            Ela correu e pegou as armas de Aramis, sem reparar que uma delas havia caído no tapete.

— Por favor, vá agora.

            Ele jogou seus objetos na rua. As pessoas apenas olhavam para cima, algumas com espanto, outras riam da situação. Não era incomum ver um homem se agarrando à beirada de uma janela. Não em Paris.

— Minha pistola! — Exclamou Aramis já com metade do corpo para o lado de fora. Suas mãos e pernas ainda tremiam ao pensar na possibilidade de cair. Porém, Adele já podia ouvir claramente os passos de Armand no corredor, tudo o que pôde fazer foi chutar a pistola de Aramis para debaixo da cama, escondida atrás das pesadas cobertas.

            Neste exato momento, as pesadas portas brancas abrem-se e Armand surge dentre elas. Seus cabelos e barba grisalhos, um homem alto em vestes de veludo preto e com uma cruz prateada em volta do pescoço. Uma figura imponente como sempre, pensou Adele.

— Armand! Quer maravilha te ver! — Exclamou Adele, recuperada do susto e abrindo os braços em enorme euforia e felicidade, caminhando em direção ao cardeal e abraçando-o enquanto este buscava os lábios de Adele em uma sequência de beijos, buscando o alento e carinho que sempre encontrava nos braços de sua amada.

Ele olhou-a nos olhos por alguns minutos, observando cuidadosamente, até que algo chamou sua atenção.  

— Está frio aqui, querida. — Disse olhando para a janela que estava completamente aberta.

— Está? — Exclamou Adele. — Eu estou com calor. — Respondeu Adele com um a levemente nervoso. Armand caminhou em direção à janela e a expressão de Adele se alterou assim que ele deu as costas. Correu na mesma direção que ele, torcendo para que não encontrasse nada e pedindo internamente para que Aramis não fosse descoberto. Seria uma verdadeira tragédia.

— Oh... Venha aqui, meu amor... Pensei que estivesse aqui para me ver, mas prefere olhar a paisagem pela janela... — Disse Adele rapidamente estendendo as mãos, chamando Armand para afastá-lo da janela. Temia que Aramis estivesse apenas pendurado em alguma fresta, sem poder descer.

— Sinto muito Adele, não posso ficar muito tempo. Assuntos de Estado. — Responder Armand, segurando uma das delicadas mãos de Adele enquanto era puxado para próximo da cama.

— Mal o tenho visto esses dias... — Lamentou Adele. De repente, Armand soltou suas mãos e continuou caminhando em direção à janela, Adele não conseguia respirar, mas procurou manter a calma ao ver que Armand apenas fechou as janelas sem nem ao menos olhá-la. Do contrário, o Cardeal teria visto Aramis, pendurado no parapeito da janela, segurando todo seu peso com apenas as mãos e torcendo para não cair a qualquer movimento em falso.

— Tenho certeza que encontrarás outras formas de se divertir. — Disse Armand abraçando fortemente Adele, sussurrando em seu ouvido.

— Prefiro me divertir contigo. — Disse Adele maliciosamente, puxando Armand para a cama. Desta vez ele não pôde escapar. Não pôde resistir. Adele era magnética demais para qualquer homem.

            Após Armand partir, Adele pensou apenas em correr para o quarto e ver se tudo acabara bem. Deve ter dado tudo certo ou as pessoas na rua estariam gritando por um homem morto e caído no chão — pensou Adele.

            As horas passaram tranquilas e sem fortes emoções. Adele pegou a arma de Aramis que estava escondida debaixo de sua cama e guardou delicadamente em uma gaveta, escondida sob diversos tecidos e roupas. Logo ouviu o barulho dos cavalos novamente. Já era noite e Armand estava de volta, como sempre.

— Estás linda esta noite, Adele. — Exclamou.

— Armand! Pareces cansado... — Disse Adele, buscando ser o mais doce e receptiva como sabia que ele gostava. — É outra de tuas dores de cabeça? — Andou em direção a ele, tocando-o e acariciando-o passando os dedos suavemente no rosto enrugado de Armand.

— Sinto como se minha cabeça queimasse. — Disse pegando Adele pelas pequenas mãos. — O Rei é uma criança petulante! Algumas regiões recusam-se a serem governadas!  — Dizia enquanto caminhava com Adele pelo quarto. — O Tesouro está... Quase indo à falência. Sou obrigado ainda a gastar metade do meu tempo lidando com a indisciplina dos mosqueteiros. — sentou-se na cama e Adele acomodou-se em seu colo.

— Você vai acabar com sua saúde pelo bem da França... — Ela começou a massagear Armand.

— São esses mosqueteiros que acabarão com a França. São um grupo ingovernável no coração do Estado. — Disse Armand entre gemidos enquanto Adele passava a mão em seus cabelos.

—Por isso os odeias tanto? Porque estão além de teu controle? — Disse Adele.

            Armand parou. De imediato, segurou as mãos de Adele com um pouco de força. Ela reclamou, mas ele apenas continuou segurando-a enquanto olhava firme em seus olhos.

— Nada está além de meu controle. — Em seguida, Armand se recompôs e sorriu. — Preciso de uma distração. Dispa-se para mim, agora.

— Vejo que te sentes melhor. — Disse Adele, com as mãos em volta dos pulsos, dando a Armand o melhor sorriso que pôde. Os pulsos doíam levemente. Não sabia em que ela havia o irritado. Mas acatou à ordem, levantou-se e começou a se despir.

— Não posso confiar em ninguém da corte. Estou cercado por tolos e mentirosos. Mas ao menos... Posso sempre contar contigo. — Disse Armand observando-a.

            Adele Apenas sorriu enquanto desamarrava suas vestes. Armand tratou-a de uma maneira que a deixou aborrecida ao ponto de não querer dar a ele nem uma parcela de seu afeto e carinho. Mas sabia que não podia recusar-se. Poderia pensar em seu doce Aramis, para que a raiva pela agressão passasse. Aramis jamais a machucaria desta forma.

***

            Era um dia comum de inverno, apesar do frio e da neve que caía com uma certa violência do lado de fora, Armand apareceu em uma carruagem luxuosa para levar Adele a um passeio. Ela colocou seu mais belo vestido. Cor de rosa com alguns tons de branco e várias joias. Passava a maior parte do tempo dentro de casa, qualquer passeio que fizesse com Armand era motivo suficiente para que Adele quisesse apresentar sua melhor aparência. Sabia bem que a cor rosada a deixava mais bela e que ressaltava a beleza de seus cachos dourados e seus olhos azuis. Era uma visão de tirar o fôlego.

            Durante o trajeto, ela observava atentamente à paisagem do lado de fora da carruagem. Tudo parecia tão frio, porém, do lado de dentro era agradavelmente quente e Armand observava apenas Adele e nada mais. Ela sentia-se arder em ansiedade buscando adivinhar para onde ele a levaria. Estaria vestida adequadamente? Seria demais? Seria simples? Deveria ter colocado o colar de rubis ou de safiras? Não conseguia segurar sua curiosidade.

— Para onde estamos indo? É uma surpresa? Não tem dito nada a viagem toda. — Disse sem conseguir mais segurar sua curiosidade.

— Imagino que seja uma surpresa. — Disse Armand, olhando rapidamente pela janela da carruagem e voltando novamente seus olhos para Adele. Ela sorriu alegremente e o beijou.

            A carruagem seguia lentamente para cada vez mais profundo no bosque e tudo o que se podia enxergar era neve e dezenas de árvores. Adele não conseguia imaginar para onde estavam indo e o que fariam, mas deveria ser incrível e agradável. Armand sempre era agradável e bom com Adele, exceto alguns momentos em que ela jugava ter aborrecido ele imensamente. Em algum ponto do bosque, a carruagem simplesmente parou. Os guardas do Cardeal ajudaram Adele a descer e ela aparentava estar confusa. Haviam parado no meio do nada.

— O que é isso? — Perguntou Adele confusa.

— Sua surpresa, meu amor. — Respondeu Armand sem sair da carruagem, apontando para o guarda que estava atrás de Adele.

— Meu Deus! — A voz de Adele ficou trêmula. Seu corpo inteiro tremia. Nas mãos do guarda, estava a arma de Aramis. Logo ela entendeu. Armand sabia. Ela havia sido descoberta e julgada, esta era sua sentença. Aramis não iria protegê-la como planejava. Eles não iriam viver juntos e ela nunca mais mergulharia nos olhos de seu amor.

— Você vai me matar! — Exclamou Adele com um súbito espanto.

— Você é uma traidora e uma espiã. — Disse Armand friamente. — Não posso confiar em você.

— Você não tem piedade? — Implorou Adele aos prantos.

— Piedade pertence a Deus. — Disse Armand fechando a portinhola e assistindo Adele ser arrastada para dentro do bosque pelos guardas.

— Seu hipócrita! Seu mentiroso! Você queimará no inferno! — Gritava Adele.

— Tenho um trabalho para fazer aqui antes...

— EU AMO ARAMIS! E O AMO COM MEU ÚLTIMO SUSPIRO! PARTO DESTE MUNDO SEM ME ARREPENDER! POIS CONHECI O AMOR MAIS PLENO E ELE AMOU A MIM TAMBÉM!

            Armand olhou Adele, chocado ao ouvir o nome de Aramis.

— EU AMO ARAMIS! — Gritava Adele.

— Eu amo Aramis. Eu amo Aramis. Eu amo Aramis. Eu amo Aramis. Eu am....

            Então fez-se apenas silêncio. Tudo se aquietou no bosque após o barulho da arma. Armand olhou uma última vez para Adele e então, partiu com sua carruagem. Sem enterro, sem cerimônia, sem testemunhas, sem amigos, sem parentes, porém, com amor. Assim viveu e assim morreu Adele Bessette.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Quem quiser perguntar ou comentar qualquer coisa, ficarei feliz em responder!

Próximo capítulo será liberado no dia 08/06.



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