Everything Has Changed escrita por Nevaeh


Capítulo 1
I know something now, I didn't before.


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas...
Estou de novo nesse fandom, depois de uma eternidade enrolando! o/
Achei essa fanart e resolvi escrever algo sobre isso... porque tô devendo uma fic deles desde o aniversário da Satsuki do ano passado. kkkk
Espero que tenha ficado bom, sei lá...
Aproveitem :)



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— Satsuki...

Resmungou com alguma irritação o nome dela, cutucando-a na bochecha repetidas vezes numa tentativa de provocá-la, mas o máximo que conseguiu foi um retorcer de lábios mal-humorado e ela voltou a dormir. Momoi segurava sua mão com cuidado, e seu braço permanecia em volta dos ombros dela como um travesseiro. O trem se movia no mesmo balanço calmo de sempre, refletindo nos pisos metálicos os tons de laranja e rosa do anoitecer... Embalando a gerente num sono sem sonhos, e perturbando a mente já confusa do Ás de Teikou.

— Ei, Satsuki...

Um suspiro calmo se chocou contra seu pescoço, provocando um arrepio incomum em Aomine, e ele rosnou novamente, incomodado. Despenteou o cabelo da nuca, desviando o olhar numa falha tentativa de diminuir a sensação estranha, mas acabou concentrado na desfocada silhueta de ambos sob a luz arroxeada... Nós não somos um casal, respondeu automaticamente, como se ouvisse vozes alheias em sua cabeça. Pensou em chamá-la novamente, mas Satsuki se remexeu, inquieta, apertando levemente a mão sob as dela, e acabou desistindo de acordá-la.

Não conseguia explicar direito o motivo, mas nos últimos tempos aquela situação o incomodava um pouco. Talvez fossem as constantes perguntas sobre o real relacionamento dele com a gerente, ou as segundas intenções estampadas nos olhares dos outros garotos ao observá-la... Porque aquilo já tinha acontecido mil vezes, então já deveria estar acostumado, mas havia algo na presença dela – algo na maneira que ela cumprimentava os outros jogadores, ajeitava o cabelo atrás da orelha e mordia a ponta da caneta – que o deixava inquieto. Talvez devesse dar um jeito em todos eles...

A única pessoa para quem teve a coragem de confessar isso o chamou de idiota e, com aquele irritante sorriso de modelo, o ameaçou. Se você não quiser perceber... Ainda conseguia se lembrar perfeitamente da seriedade estampada nos olhos dourados de Kise, escondida em meio ao desleixo da pose, e suas mãos se contraíram com a vontade de desmanchar aquela beleza falsa. Sempre vai aparecer alguém que aprecie.

Não era idiota, ela com certeza era bonita... Mas era Satsuki, a baixinha irritante que adorava interromper o seu sono e saltar sua janela em dia de domingo. Isso nunca mudaria... Ou era o que pensava. Porque, mesmo que tentasse pensar em outra coisa, seus olhos sempre acabavam voltando à saia preta, incrivelmente mais curta do que se lembrava, e às coxas alvas... Queria tocá-las. Encarou as próprias mãos, certo de que elas ainda permaneciam segurando as duas mochilas, e rosnou qualquer coisa pra si mesmo, desviando o olhar para a paisagem multicolorida na janela do trem... Ela não é como as outras garotas.

Mas, sem perceber, acabou abandonando o pôr do sol, entretendo-se com o reflexo adormecido de Satsuki pelo vidro. Tinha aquela imagem perfeitamente gravada em sua mente. Conhecia bem o contorno dos olhos pequenos, os cílios grandes e cada pequena sarda espalhada pela pele alva. Sabia que, mesmo dormindo, havia um pequeno sorriso pronto para brotar dos lábios finos... Mas, mesmo assim, havia alguma coisa de diferente no que via sob a luz do anoitecer. Ela está usando batom?

Voltou novamente o olhar para a amiga de infância, com a curiosidade infantil mesclada ao desejo reprimido da nova descoberta, e o brilho rosado nos lábios dela o obrigou a lamber os próprios. Pareciam suculentos, saborosos, instigantes... Mas automaticamente repreendeu-se, franzindo as sobrancelhas em sua carranca habitual. Estava virando um tarado... Desejando algo que lhe era proibido. Era apenas o amigo de infância, assim como Momoi fazia questão de dizer.

Faria, então, a mesma coisa de sempre. Brincaria com ela normalmente, encheria o saco porque Satsuki queria virar menina depois de tanto tempo... Ela reclamaria, com certeza. Inflaria as bochechas daquele jeito engraçado e cruzaria os braços sobre os seios, diria um Dai-chan malvado que o faria sorrir e...

Não vou mais poder chamá-la de despeitada, né... Sem querer sorriu, como se comemorasse. Não que se importasse com isso; ela sempre parecia bonita aos seus olhos, mas... Observou de soslaio o laço negro saltando sobre a camisa branca apertada e a curva de seus lábios se tornou maliciosa. Ouvia sempre aquela ofensa de ser um tarado por peitos, mas havia algo nos dela que sempre chamava sua atenção. Eles cheiravam a suor e cereja, macios e quentes como nenhum outro... E cabiam cada vez menos em suas mãos a cada vez que ela lhe desafiava com um “pois então prove”. Não fazia de propósito, mas...

Era como se pensar em Satsuki de outras maneiras fosse errado. Sua mente sempre acabava berrando todo um sermão sobre amizade e refletindo imagens de uma Momoi criança que há muito não existiam. Mas, não importava o quanto corresse, o quanto se escondesse, o quanto repetisse que não havia nada... Acabava sempre observando a silhueta de ambos, desenhada no chão do trem, imaginando se alguma coisa poderia ou não mudar se desse um passo adiante.

— Ei, Satsuki...

Sentia seu rosto queimando, como um idiota prestes a admitir uma coisa óbvia. O cheiro de suor e cereja parecia preenchê-lo por completo, a respiração suave em seu pescoço já provocava algo mais que um simples arrepio... Sentiu os dedos dela percorrendo a sua mão, ansiosos por contato, até entrelaçarem-se delicadamente aos seus. Estava completamente desacostumado com as atitudes comuns de Momoi... E, mesmo que já tivesse assistido àquela cena milhares de vezes, aguardou que os olhos roseados se abrissem com uma ansiedade incomum... Um sorriso torto se formou nos lábios dela, surpresa com o espaço mínimo entre ambos os rostos. Estava apaixonado por ela.

— Acho... – as mochilas foram rapidamente deixadas ao chão, enquanto o último resquício de hesitação se perdia em meio ao desejo. Tocou como se tivesse todo o tempo do mundo os cabelos rosados, sentindo o cheiro de cereja do gloss se misturar à sua respiração densa e, ansioso, encerrou definitivamente a ínfima distância que ainda os separava – Eu te amo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha ficado bom...A intenção era ser bem fofinha mesmo, bem "primeiro amor"...Espero que Daiki não tenha ficado OOC demais kkkMas, é isso. Obrigado por ler e até os comentários!