Meu celular tocava com insistência, mas eu estava com preguiça de abrir os olhos para atendo – ló. Viro – me na cama de uma lado para o outro e, enfim, atendo o celular. Escuto uma voz alegre, enquanto a minha nem saia.

- Anna Júlia você está aí? – Pergunta a pessoa do outro lado da linha.

- Estou. – Respondo com a voz um pouco rouca.

Olho para o relógio e ainda eram 8:00 horas da manhã, não sei onde a Beatriz estava com a cabeça para me ligar aquela hora da manhã. Mas de uma coisa eu sabia, iria sair do quarto antes que eu acabasse acordando a donzela da Alice, minha irmã mais nova. Saio do quarto e no corredor digo:

- O que você quer Bia?

- Eu tive uma ideia. Vou fazer uma festa do pijama, e queria saber se você pode vir. – Ela diz contente.

- Claro. – Digo.

Ela fala mais algumas coisas sem noção e depois desliga. Volto para meu quarto e deito – me. Com a cabeça no travesseiro, fico pensando nas invenções da Bia, era cada uma. Mas eu sabia que ela fazia isso para que pudéssemos estar sempre juntas. Eu iria mais essa tal festa do pijama por ser o último fim de semana das férias, e também porque eu queria ver o irmão dela. Eu e o Bernardo estávamos ficando desde que a férias tinham começado, ele era o máximo, tinha uma pegada divida. E ele era um Deus Grego do Colégio Elite, todas as garotas eram loucas nele, também com aqueles cabelos pretos, olhos azuis, corpo definido, e a pele bronzeada pelo sol, não tinha como não o querer. Mas ele tinha um pequeno defeito, o talvez um grande defeito, era o maior galinha do Colégio. Fazer o que né, nem tudo na vida é perfeito.

Fiquei um bom tempo pensando nele. Queria que a noite chegasse logo e eu pudesse ver o Bernardo. Com quase uma hora jogada fora pensando nele, acabo dormindo.

***

Passava do meio dia quando acordei. Sentei – me na cama e dei de cara com Alice, ela estava assentada na cama dela, e me olhava. Eu não tinha nada contra minha irmã, até porque tínhamos o mesmo sague. Mas eu não ia muito com a cara dela, e muito menos ela com a minha. Me levantei e fui até o banheiro, fiz minhas higienes pessoais e voltei para o meu quarto. Abri meu armário, e vesti uma regata soltinha e um shorts jeans. Saio do meu quarto e ganho um esbaram.

- OPS! Desculpa. – Ouço Alice dizer com aquela voz irritante dela.

Ela desce as escadas, e eu faço o mesmo. Entramos na sala de jantar quase juntas, ela estava alguns passos a minha frente. Meus pais e André meu irmão mais velho já estavam assentado, eu e Alice fazemos o mesmo.

- Bom dia! – Digo sorrindo.

- Boa tarde! – Diz meu pai sorrindo de volta.

Realmente já era boa tarde e não mais bom dia. Me sirvo e comemos em silêncio. Após a refeição volto para meu quarto e me jogo na cama. Pego meu celular e fico mexendo nele. Tinha vários SMS, nenhum do Bernardo por isso não me interessavam, mas respondi a todos. A Grazi e a Maria Fernanda também iriam na tal festa do pijama da Bia. Alice entra no quarto e depois de me lançar um olhar raivoso e vai até a cama dela e enfia a cabeça em baixo do travesseiro. Ela era retardada. Continuo trocando SMS a tarde toda.

Por volta das 17:30 vou ao banheiro tomar uma ducha. Despois de me despir, abro o chuveiro e deixo a água morna cair sobre meu corpo. Fico ali por um bom tempo e, enfim desligo o chuveiro e volto para meu quarto. Enrolada na toalha arrumo minha mochila e logo depois visto uma saia preta e uma camisa larguinha, calço minha sapatilhas. Arrumo meus cabelos, pego minha mochila e abro a porta do meu quarto dando de cara com a Alice.

- Onde você vai? – Ela pergunta.

- Não te interessa!. – Digo saindo do meu quarto e andando devagar até a porta de saída.

Grazi estava em frente da minha casa, iriamos juntas para casa da Bia, Maria Fernanda iria depois, pois estava no salão de beleza e depois iria ver o namorado antes de ir para casa da Bia. Cumprimento a Grazi e vamos andando devagar para casa da Bia. Ela morava há dois quarteirões da minha casa. Durante o trajeto fomos conversando e rindo.

Quando chegamos á casa da Bia, eu toco a campainha e ficamos esperando algum tempinho, até que alguém veio atender. A porta se abre, e meus olhos param, pareciam estar hipnotizados quando vejo Bernardo parado bem ali na minha frente. Minha respiração estava rápida, eu o olhava encantada e ele me olhava meio assustado. Ele estava lindo como sempre. Mas será que ele não tinha gostado de me ver ali na casa? Já sei, por ele estar bem arrumado daquele jeito, e comigo ali atrapalharia tudo. Ele ficaria sem jeito de me deixar sozinha. Mas pelo que eu conhecia dele, com certeza ele não faria isso. Nunca que ele deixaria de sair pra farra com os amigos por minha causa. E eu que tinha ido ali mais para ver ele, tinha perdido tempo, pois ele iria sair. Mas não tinha problema.