Once Upon a Zombie escrita por Nadin S Lynn


Capítulo 17
Every Time You Go


Notas iniciais do capítulo

Heeey 0/
Boa leitura e espero que gostem ^-^



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_Feche os olhos. – Emma franziu o cenho ao ouvir o tom de sussurro.

_Se eu fechar os olhos eu vou perder o Henry de vista. – Respondeu. Virando enfim para encarar-la. _Eu quero ver se ele consegue fazer algo brotar desta terra. – Regina que permanecia ao seu lado, lhe fitou com um semblante que não acreditara muito em suas palavras. _Não estou vigiando ele com esta garota, apenas... Está bem! Diga-me um motivo para eu fechar-los? – Ela rebateu perdida.

_O vento sopra mais alto quando você está com os olhos fechados. – Limitou-se a dizer. Emma fechou os olhos e sentiu a brisa percorrer seus fios dourados. Sentiu uma quase sensação de paz, só não foi completa por que não achou Regina quando tateou com sua mãe no solo da sacada. Tornou a abri-los e assustou-se por estar sozinha.

_Regina? – Chamou; a procurando por todos os lados. _Henry? – Enxergou a horta vazia. Voltou o interior do local, se deparando com uma trilha de sangue pelo caminho. As celas estavam lotadas de zumbis e haviam ainda mais vindo em direção a ela. Cansada de procurar por algum sinal de vida, respirou fundo antes de disparar para outro corredor. Contudo algo a fez ficar ainda mais tensa, o telefone tocou. Seu corpo enrijeceu ainda sem olhar pra trás.

Pensou em como o telefone poderia tocar. Estava funcionando depois de todo esse tempo? Balançou a cabeça tentando se livrar daqueles pensamentos podia ser fruto da sua imaginação, então decidiu ignorar. Foi ai que o mesmo voltou a soar aquele som irritante de telefone dos anos vintage. Decidiu atender, subiu as escadas e invadiu o escritório. Alisou suas mãos trêmulas e pegou o aparelho.

_Alô? – Sua voz não passara de um sussurro, ao empresar o telefone no ouvido.

_Meus parabéns! – Ouviu a voz tão alegre do outro lado da linha que chegava a ser irritante.

_O quê? Quem está falando? E pelo o quê? – Começou a cogitar uma série de perguntas, todas em um misto só de confusão.

_Você é a ultima mulher do mundo. Ou melhor... A última pessoa neste mundo. – Enfatizou.

_Olha seja quem for não tem graça, será que você poderia ser mais direto? – Indagou impaciente. Mirou nos corpos cambaleando em sua direção, já estava ficando preocupada em apenas escutar-los diante a pouca luz. _Eu estou meio ocupada agora.

_Não os encontrou? – Questionou acompanhado de risadas psicóticas. _Que tipo de Charming é você? Todos que você ama estão mortos. Emma Swan.

_Como sabe meu nome? – Um misto de irritação e desespero já tomava conta de sua face, abraçou suas pernas dentro daquela cabine e a única coisa que ela escutava era ‘’abra seus olhos’’, ‘’abra seus olhos’’. Mas isto estava cada vez mais difícil de fazer.

_EMMA! Abra seus olhos! – Enfim atendeu ao pedido. Vindo ao encontro dos olhos escuros que lhe fitavam assustados. Retomou seu fôlego, e ergueu de corpo de maneira abrupta. _Você estava gritando... – Regina tornou a falar ao passar a palma da mão sob sua testa que pigarreava suor. Sentou na beirada do colchão e Emma a abraçou ainda se recuperando do susto.

_Eu... Tive um pesadelo... Não conseguia distinguir quem estava nele, mas havia muito dor... – Murmurava no ouvido da morena que lhe afagava os cabelos.

_Hey! Eu estou aqui! – Disse a acalmando em seus braços por um tempo. _Já passou.

_Você já esta de pé? – Perguntou ao se afastar.

_Sim. – Regina ficou de frente, e tocou em suas mãos. _O funeral Emma... Vai começar em poucos minutos. – Ponderou por alguns segundos, esperando Swan processar aquilo. _Só não te acordei porque você demorou a pegar no sono noite passada.

_Ah... – Ergueu seus ombros e sentou na cama. _Ok. – Limitou-se a dizer.

_Ok? – Swan assentiu; diante disto ela levantou-se para ir, depositando um beijo na testa da loira antes.

_Aonde você vai? – Perguntou de maneira nervosa segurando seus braços

_Vou pegar algo pra você comer enquanto se ajeita. – Respondeu com calma e gesticulando. Estranhou sua atitude e voltou a encarar-la. _Ok?

_Ok.

**

O dia havia amanhecido tão cinzento e ligeiramente frio. As brisas oscilavam os tecidos em volta as cruzes. Granny cantava uma canção do Sam Baker chamada Go in peace no tempo em que Belle levava uma flor arrancada do outro lado da cerca para a cova que havia o lenço de Ruby. Muitos não conheciam a melodia, porém não deixaram que uma lágrima solitária escapasse quando a mesma enfatizou os últimos versos; ‘’Deixo-nos esperar por alguma bondade, para chegar em casa em segurança’’.

_É parceiro. – Começou Kristoff dando um passo a frente ao ver que ninguém mais se pronunciava diante aquela cena monótona. _Realmente, foi um longo dia. – Suspirou e tornou a falar. _Eu lhe contarei tudo, quando vê-lo novamente. – Soltou um sorriso fraco e foi acolhido pelos braços de Anna.

_Eu... Os conheci antes da maldição, seus amigos eram boas pessoas. – Disse August.

_Eles eram família. – Repreendeu Emma. Que até então permanecia inerte, encarando aquela terra.

_Só tive um amigo em toda minha vida. Você tem um grupo todo. Sinto por ter-los perdido. – Disse Jefferson tentando lançar-lhe um olhar amigável.

_É uma pena não ter-lo conhecido melhor Roland, Will era um cara legal. – Disse Robin, que abraçava de lado seu filho. O mesmo nada disse, apenas concordou com a cabeça.

_Sabe... Desde que a maldição chegou até... Até agora... Eles nos salvaram umas mil vezes. Eles não eram apenas... ‘’Uma boa pessoa ou um cara legal’’. – Belle Enunciou as palavras, imitando a maneira como elas foram ditas. _Eles eram os melhores. – Enfatizou por fim, não se importando em parecer rude ao corrigir-los. Robin mais uma vez percebeu que Belle não era muito sua fã.

_Will foi mordido fechando o portão, e a Ruby não o abandonou. Se não fossem eles, poderia ser a Emma. – Disse Henry cabisbaixo._Parece errado, mas eu trocaria quaisquer pessoas pelas nossas. Nossas pessoas são as melhores.

_Como estão às coisas? – Sussurrou Mills para Zelena que se aproximara. O tom baixo de voz tinha como objetivo privar Emma e Henry ao seu lado de escutaram a conversa.

_Os errantes estão espalhados. – Respondeu Zelena, dando sinal na retaguarda. Suspirou e levou suas mãos aos cabelos, apreensiva. _Ainda nos resta alguns blocos para limpar.

_E a Elsa? – Perguntou Anna virando-se para duas, ao escutar o tom de cochicho.

_Ainda está lá dentro. – Soltou com o ar.

_Regina... Acho que eu sou a última pessoa... – Ponderou, procurando pensar em algo para justificar aquilo._Será que dá...

_Sim. Eu irei buscar-la. – Anna assentiu.

_Vou com você. – Disse August se aproximando e chamando a atenção de Emma. _Quero ajudar também.

_Aonde você vai? – Perguntou Swan.

_Vou limpar os corredores com a Zelena.- Respondeu Mills, fitando o rapaz no seu pé. _ E bem... Com o August.

_Vou com você. – Rebateu convicta;

_Não Emma! – Protestou. _Depois de tudo que você passou. – Swan relutou em concordar, mas acabou conformando-se apenas com um beijo demorado. _Henry, cuide da sua mãe. – Pediu ao se aproximar do filho. _E fique de olho neste ai. – Cochichou em seu ouvido ao apontar discretamente para Jefferson.

**

_É parece que ela já deu conta. – Enunciou Zelena, após iluminar os corredores com sua lanterna e enxergar a pilha de corpos caídos pelo caminho. Suspirou frustrada, já estava com sua barra de ferro em posição; _Teremos tempo. Porque não aproveita e conta o que rolou com você o outro maluco lá naquela floresta.

_Zelena! – Mills Repreendeu a irmã. _Olha, não precisa se não quiser. – Comentou sem animação na voz.

_Não, tudo bem. – Falou ao limpar a garganta para começar. _Acordarmos em um depósito de suprimentos médicos. A principio achei que estivesse sozinho ao ver meu pai encurralado por essas coisas.

_Zumbis. – Interrompeu Mills, e observou o homem franzir o cenho com seu comentário. _Essas coisas se chamam zumbis.

_Bem, eu não fazia idéia do que eram aquilo, essas coisas. – Voltou a limpar a garganta ao corrigir-se. _Os zumbis, eu não sabia como matar-los, não sabiam que voltavam não importava o que eu fazia. Quando descobri já era tarde demais, eles haviam o pego. Então eu o vi lá, Jefferson... Fazendo o quê? – Perguntou incrédulo para si.

_Sendo maluco? – Indagou Mills ao responder sua pergunta como se aquilo fosse óbvio.

_Regina, deixa de ser empata! – Foi a vez de Zelena repreender-la ao girar seus olhos. _Continue. – Fez sinal para August ir em frente.

_Nada. Ele não fazia nada. Estava... Estático, sem mover um músculo sequer. Seus olhos congelavam, me perguntei se ele estava morto por dentro, pois ele não ajudava. Por muito tempo eu o culpei, mas depois o vi que ele não podia fazer nada, estava tão perdido quanto eu. Resolvi deixar isso de lado, resolvi o ajudar-lo a procurar sua filha, não a encontrarmos. Continuei apenas eu e ele por um tempo. Até que ele resolveu adotar um cadáver de fios loiros. – Comentou descrente, segurando uma risada. _E eu o entendi por uma parte... Ele sentia falta dela, mas por outro lado, ele estava em risco, e eu percebi que não podia mais ficar sem ele. – Sentiu suas bochechas corarem, o que não passou despercebido pelas irmãs que trocaram um olhar cúmplice. _Então eu pus um fim naquilo e começarmos a nos desentender novamente. – Soltou com ar, falando tudo muito apressado.

_OH MEU DEUS! – Enunciou Zelena incrédula. _August, você gosta dele!

_Então... No carro... Você não estava enciumado por Emma e sim... – Afirmou mais do que perguntou, porém a pergunta ficou do ar assim que viram o corpo de uma loira escorado em meio às paredes escuras.

_Vamos embora Elsa. – Disse Mills se abaixando para confortar-la. _Não precisa fazer isto sozinha. Está bem?

_Não! Eu não vou conseguir... – Murmurava cabisbaixa.

_Temos apenas um bloco para limpar e daí podemos fechar a porta novamente. – Zelena também se ajoelhou e segurou em seu queixo, mas a loira relutou em encarar-la. _Porque não vem conosco? – Indagou tentando manter a calma, diante a situação. Por ela já teria segurado seus braços e a rebocado pra fora dali, mas Regina não iria aprovar aquilo. Após alguns minutos, Elsa levantou-se e retomou o ar, porém não para ir embora, mas sim para continuar o que estava fazendo.

**

_Seria muito rude de minha parte dizer aquilo? – Indagou Gold, ao adentrar na cela em que Granny estava. Ela franziu a testa numa expressão confusa. _’’Saia dessa’’. – Ele tornou a lembrar-la.

_Sim. Seria! – Rebateu. Granny abaixou seu rosto, deixando claro que não estava com cabeça para aquele tipo de coisa. _Mas, você não se importa com isso, não é? Você deve está feliz porque aquele garoto morreu. Sua amada agora está livre.

_Sim. – Concordou. _Eu deveria estar. Mas não estou. Sabe por quê? – Perguntou e até aguardou por uma resposta, mas logo concluiu. _Porque ele morreu e levou a Ruby junto. E me parece que levou você também. Você não é uma de minhas pessoas favoritas no mundo, confesso. – Pôde ver a mulher revirar os olhos pela sinceridade do homem. _Mas também confesso que não gosto ver-la triste. Sei que não é fácil, mas ainda temos uns aos outros. Nos. – enfatizou. _Vamos sair dessa. – Apertou a mão da senhora que sorriu fraco pelo gesto, mas que enfim sorriu.

Gold passou apenas alguns minutos com a mesma antes de sair, não tinha ensaiado aquilo, o que viria depois. Agradeceu mentalmente quando Granny a expulsou de lá pelo clima desconfortável que se alojou. Ao se retirar da sala, assistiu Belle indo em direção a saída. A seguiu até os caixotes de madeira, onde ela permaneceu desde então. A vontade de ir até lá já era grande, pensou que talvez, ou com certeza ele não seria a pessoa favorita naquele momento, mas precisava ir. Estufou o peito e passou a palma da mão pelo terno.

**

_Oi. – Enunciou baixo ao sentar-se ao seu lado. Não sabia como se manifestar perante o momento. Belle poderia mandar-lo embora imediatamente, mas não mandou o que fez Gold acender uma chama de esperança.

_Oi. – Respondeu fraco. Continuou optando por fixar seus mirantes azuis no gramado a sua frente. Contudo ao perceber que Gold iria falar algo, fez questão de interrompê-lo. _Não estou frágil, não vai se aproveitar disso...

_Não vou. – Retrucou calmamente.

_Então porque está aqui? – Perguntou descrente. _Está feliz porque o Will morreu?

_Porque todo mundo acha isso de mim? – Fingiu um tom inconformado, como se aquilo fosse uma calunia contra sua pessoa. Belle sorriu de canto pela maneira que o homem reagiu. _Você deve saber que sinto muito. – Soltou com ar.

_Porque se importa? – Indagou sem se importar em parecer rude, e talvez ela tivesse razão Gold não era de sentir muito.

_Porque você se importa. – Enfatizou, chamando sua atenção. _E assistir-la machucada, me machuca também. Você deve saber agora que eu sinto a perda

_Você nunca está preparado para perder alguém. – A amargura em seu tom se fazia presente. _Queria que tivesse um modo de...

_Belle. – Interrompeu, segurando seu rosto, fazendo a mesma fitar-lo enquanto escutava o que dizia. _As pessoas irão morrer. Você não pode impedir isso e eu não posso também. E... Não há como estar preparado para isso. Mas eu prometo que quando eu encontrar o desgraçado que lançou essa maldição, eu esmagarei seu coração. – Belle franziu a testa com a mudança repentina do homem. _Só precisa ter esperança.

_Não tenho nada. – Retrucou, dando de ombros.

_Você tem a mim.

**

_Toc toc! – Deu leves batidos nas grades da cela de Emma.

_Ah, é você Jefferson. – Suspirou a loira frustrada, parou no meio do caminho, diminuindo o ritmo de seus passos._Quer entrar?

_Fico lisonjeado, mas não – Retirou seu chapéu como reverendo, antes de negar com a cabeça. _Quer dar uma volta?

_Não. – Rebateu, tornando a sentar-se na cama. _Eu estou esperando o Henry, ele já está voltando. – Justificou-se.

_Não ta não. – Retrucou sorrindo. _Ele cruzou com a garota ruiva no corredor e saiu. Acho que ele não volta tão cedo. – O sorriso em seus lábios apenas aumentava.

_Aaah! – Soltou um verdadeiro suspiro teatral. _Porque todos estão me abandonando? – Indagou dramática, ao esconder seu rosto com as conchas das mãos.

_Todos? – Jefferson arqueou uma das sobrancelhas, cruzando seus braços. _Você vai continuar me ignorando ou quer que eu entre de novo? – Perguntou. Emma espiou entre as brechas dos dedos o rapaz roubar o drama para si. _Ok, vou perguntar de novo... Quer dar uma volta?

_Se eu for Regina vai achar que estou vigiando nosso filho e se eu ficar aqui com você, ela vai pensar que... – Gesticulou pra ver se Jefferson captava a mensagem.

_Regina ainda não voltou com o August! – Respondeu, procurando pensar em algo. _Mas ainda sim prefiro dar uma volta. – Insistiu.

_Está bem. – Caminharam até o lado de fora da prisão.

_Como você está? Não me parece bem Emma.

_Faço o que eu posso. – Suspirou desanimada.

_Hey! Anime-se você ainda é a salvadora. Só precisa pensar em um modo de acabar com esta maldição. – Cutucou seus braços, e deu umas tapinhas na tentativa de confortá-la.

_Sabe o que é? Estou sem idéia no momento. Você tem alguma sugestão? – Indagou sarcástica.

_Magia? – Sugeriu como se aquilo fosse óbvio.

_Sério Jefferson? Só isso? – Franziu o cenho, deixando que uma risada irônica escapasse.

_É.

_Será que não percebeu ainda onde estamos? – Rebateu.

_Emma. – Diferente dela, ele mantinha o tom de seriedade. _Há magia em todos os mundos, só precisamos saber onde encontrar-la.

**

_Tem alguém ai? – Perguntou Henry ao acenar para amiga. _Olá?

_Como? - Merina levantou o rosto e piscou algumas vezes, por fim despertando de seus pensamentos.

_Ta tudo bem? Você... Está estranha. – Comentou, a ruiva revirou os olhos pelo tom brincalhão em que mencionou a ‘’estranha’’;

_Henry, eu gosto de você. – Soltou com ar.

_O quê? – Um discreto sorriso formou-se em seu rosto na medida em que suas bochechas coravam.

_Henry, eu gosto de você mais do que eu deveria. Ah qual é?! Eu posso ver pelo seu sorriso que você está brilhando de dentro para fora. Não vamos fingir que "não é o que parece".

_Porque só agora? – Henry envolveu sua mãe na face da ruiva, acariciando timidamente.

_Porque eu percebi que a idade importa pra você. E também... – Justificou-se a longos suspiros. _Quando aquela garota viu que a ex namorada tinha morrido... É obvio que ela tinha algo a mais dizer. Então senti que deveria dizer antes que seja tarde. Você também gosta de mim, nem que seja um pouquinho? – Perguntou. Ele a encarou por alguns instantes, um pouco absorto enquanto tentava processar as palavras.

_Mais do que eu deveria. – Confessou. Selou seus lábios ao dela devagar, pedindo permissão. Voltou a encostar os lábios após a permissão, só que desta vez de um jeito mais urgente e profundo.

**

_Acho que agora podemos ir. – Disse Mills, passando as correntes em mais uma das fileiras de celas.

_Não. – Discordou Zelena, indicando o incomodo que se aproximava. _Só depois de acabar com aquele ali.

_Espere... – Elsa Retirou a faca que estava cravada em seu peito e enterrou em sua cabeça. _É a faca da Ruby. – Concluiu após observar atentamente a arma branca.

_Deve ter vindo da última cela. – Rebateu Mills, lhe lançando um olhar piedoso. _Enfim... Nosso bloco está seguro. Vamos... – Deu curtos passos saindo acompanhada apenas do August e Zelena. _Elsa...

_Não... Eu vou ficar mais um pouco. – Retrucou convicta. _Vocês podem ir.

_É! E você pode deixar de bancar a loira estúpida e suicida. – Protestou Zelena. _ Isto não vai trazer-la de volta. – Berrou não se importou em parecer rude, tentou mais uma vez, mas nada. Apenas deu as costas e puxou os demais.

**

Ao chegar ao seu bloco, Regina abriu a fechadura e deu passagem para os demais atravessarem. August foi para uma cela ao lado de Jefferson, diferente de Zelena que entrou na cela de Robin, e deitou ao lado do homem, dividindo o fino colchão. No começo Robin foi pego de surpresa, contudo logo se acostumou com a idéia, e a acolheu sem falar nada. Alias o único que se manifestou foi Roland, avisando que não fizessem nada indecente, pois o mesmo encontrava-se no beliche de cima.

Regina continuou com seu trajeto até sua cela. Henry não estava por ali o que fez Mills fazer uma nota mental de dar uma bronca no garoto depois. Parou enfim na sua cela, encontrando Emma perdida em seus pensamentos. Fingiu uma tosse para anunciar sua chegada.

_Vem aqui! – Pediu ao sentar-se na beirada do colchão. Puxou Emma, fazendo se deitar em seu colo. _Como você está? O dia está tão...

_Coisado. – Respondeu, arrancando um sorriso da morena que analisava todos seus movimentos de cima.

_Cadê o Henry?

_Está com aquela garota. Parece que beijar a boca dela é mais importante do que fazer companhia a sua mãe. – Comentou com um misto de desdém e drama.

_Então eles se entenderam? – Perguntou Mills, curvando seus lábios em um sorriso sugestivo.

_Espere... – Emma a interrompeu, franzindo a testa numa expressão confusa. _Você sabia disto?

_Já previa. – Rebateu, dando de ombros. _Vai me dizer que você, não?

_Não gosto desta garota. – Retrucou curta e grossa; arrancando outro sorriso da morena pela sua reação; _Ela parece esconder algo. Mas eu ainda irei descobrir.

_Falando nisso... – Regina tornou a falar, brincando com os fios dourados da namorada. _Descobri algo dos nossos novos hóspedes.

_Eu também.

_É mesmo? – Mills perguntou cheirando seu pescoço, deixando um calor invasivo pelo caminho. Emma assentiu então elas se entreolharem com uma expressão incômoda como se planejassem falar em sincronia, mas tudo que saiu foi um ‘’eles se gostam’’ por Mills e um ‘’Ele são malucos’’ por Emma.

_O quê? – No instante em que ouviram suas palavras, seu semblante incômodo foi substituído por uma expressão confusa.

_Deixa pra lá. – Retrucou Mills. Suas mãos voltaram a deslizar pelo seu pescoço, apertando suavemente os polegares contra a garganta, jogando a cabeça da loira pra trás, a deixando sem ar. Emma sentiu seus lábios serem pressionada contra os dela, com uma força que conseguiu silenciar qualquer questionamento que viesse a sair da sua boca.

_Aonde você vai? – Emma Indagou ao cessarem o beijo, voltou a segurar seus braços.

_Tomar banho. – Apontou para si, fazendo menção de como se encontrava sua situação. _Ok, me conta o que está te incomodando. – Sentou-se, fazendo companhia a Emma ao envolver seu ombro de maneira delicada.

_Não é nada. – Sussurrou, desviando seus olhares para o chão.

_Emma! – Repreendeu, a loira suspirava ainda hesitante em lhe contar, o que fez Regina bater seus pés freneticamente enquanto rodada os mirantes por toda a cela.

_É o medo, ok? – Respondeu um tanto quanto envergonhada. _Sei que é patético isso, mas... – Não sabia se estava sensível pelos últimos acontecimentos ou se era por conta dos hormônios, tudo que sabia era que estava com aquela sensação de perda constante. _É que toda vez que você vai ao supermercado ou qualquer outro lugar... Toda vez que você vai... Eu fico com medo que vá embora pra sempre. – Regina se remexeu ao seu lado, mas tudo que obteve foi o som de sua respiração._E quando eu escuto o barulho do carro, eu fico feliz. Eu tenho medo que não volte. – Soltou com o ar. Após alguns instantes, Regina enfim se manifestou não para argumentar algo, mas sim colar os lábios novamente de forma urgente, era modo com ela insinuava que não iria a lugar algum.

**

_Pensei que haveria tempo. – Murmurava Elsa agora em outro corredor. Desabou ali mesmo e começou a liberar as lágrimas que já não conseguia mais conter. _Talvez eu tenha sido idiota, talvez você estivesse feliz. – Comentou para si, riscando a parede. Em meio à sua vista embaçada, assistiu dois zumbis cambaleando em sua direção. Enterrou sua faca neles, os mortos caíram barrando um portão de alumínio a sua frente. _Talvez... Eu seja a pessoa culpada. Eu só queria que você apenas não dissesse aquilo, por que eu não podia dizer de volta. Isto não queria dizer que meu coração parasse de pular quando você me olhava daquele jeito.

A porta de alumínio mexia-se, Elsa já estava ficando impaciente com aquilo. Levantou-se e chutou a porta com voracidade antes de ir, cerrou os punhos e voltou para acabar com mais deles. Puxou os corpos pela gola das camisas, os retirando da passagem.

Suspirou, contando até três mentalmente e abriu a porta rapidamente com sua arma em ponto de ataque. Porém tudo que enxergou foi um corpo escorado na parede, uma pessoa fraca e coberta por marcas de sangue. Esperou por breves segundos, até as íris verdes abrirem, a encarando de maneira serena e carinhosa. Foi ai que Elsa percebeu que havia algo mais em seu olhar, havia amor da forma mais pura.

_Ruby. – Elsa apenas conseguia sorrir, não sabia ao certo o que dizer. _Precisa de ajuda? - Abaixou-se para ajudar-la, ao perceber o silêncio que se alojou. _Agora é sua vez de falar algo...

_Eu te odeio. – Sussurrou tentando soar indiferente.

_Não, odeia não. – Rebateu convicta.

_Não odeio não... – Disse por fim, antes de fechar os olhos. Elsa colocou um dos braços ao redor de suas costas e outro debaixo dos joelhos dela para carregá-la. Apesar de estar estática por fora, estava eufórica por dentro.


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Notas finais do capítulo

Ruby is alive 0/ Para a felicidade da nação rsrs Infelizmente, não posso dizer o mesmo para o Will, é o que temos pra hoje, aquele abraço...
August e Jefferson? Hm, viajei muito no narguile? Vamos ver o que vem por ai 0/
Enfim, me deixem saber por favor. Beijos ^_^